sábado, 20 de dezembro de 2008

RÉVEILLON- Darkness


RÉVEILLON

A noite é graciosa
Fogos espocam aos montes
Felicitações e ensejos
Delírios e desejos...

Mas o remanso é solitário
Um convite ao lamento
Encerar o ano com lágrimas
Só dor... só sofrimento...

A nau moribunda a naufragar
Indo a pique sem perdão
Consumindo-se em angústia
Como se não tivesse razão.

Enquanto aguarda o soçobrar
Sente a umidade do mar
Afogará suas lamúrias
Não mais verá o dia raiar...

Perdido em seu ruminar
Não percebe a onda volumosa
As formas curvilíneas
As carnes voluptuosas... sequiosas...

Só vence a morbidez da tristeza
Quando a pele é sustida com vigor
Olhos plangentes firmam o foco
Quem é esta a despertar-lhe ardor?

Não tem tempo para raciocinar
A mão vai além da pele fria
Sobe pela perna insensível
Consome a virilha vazia.

O espanto é total... intenso...
O falo arrebatado ao esconderijo
Torna-se troféu conquistado
Um cajado... suave e rijo...

Onde as mãos bailavam displicentes
Chegam lábios sedentos... ardentes
O primeiro beijo é afável... contido
Mas logo o membro é todo engolido.

Será um delírio etílico?
Uma visão antes da morte?
Miragem nascida da solidão?
Cadência de uma mente em dispersão?

As sugadas intensificam-se ainda mais
Fosse delírio ou ilusão
Teria abandonado seu torpor
Estaria solto... vencido pelo calor.

Não! A boca que o suga
É tão real quanto seu tesão
As unhas que se cravam na carne
Um tempero a excitação.

Grunhindo como um lobo dominado
Sente o cio da fêmea que o tem
O odor do sexo selvagem e entregue
Que espera pelo papel que lhe convém.

Novo eclodir de explosões e cores
Festejam a milhas daquele lugar
E ele não mais se importa com o fato
Seu falo refestela-se em gozar.

Olhos cerrados sentindo a chuva
Do sêmen que não para de jorrar
Onde queda o viscoso líquido?
Na boca que o estava a sugar!

Estendida sobre o manto arenoso
A boca faminta repousa vitoriosa
Oferta boca ainda insatisfeita
Sedenta pela língua silenciosa.

Retribuir é preciso... desejado
Suavidade e calor exalando
Aceita o convite da amante
Sobre sua vulva vai se colocando.

Sente o perfume adocicado
A caverna se mostra excitada
Sabe que quando chegar ao fim
Ela estará muito mais molhada.

Devorar aquela flor é sua tarefa
Afundar sua língua sem receios
Perder-se nos tufos pubianos
Enquanto roça os rijos seios.

Solto em sua exploração,
Faz a língua deslizar suavemente
Escorregando-a para o interior
Indo além... porém delicadamente.

Nos movimentos ritmados
Explora a caverna com propriedade
Sempre foge a mesmice
Conhece o apelo da sexualidade.

Suaves golpes acompanham a invasão
A bunda sente os tapas delicados
Registram as marcas deixadas
Pelos carinhos mais esperados.

Um outro reduto o examina
Piscando como estrela cadente
O rabo anseia pelo mesmo tratamento
Aguarda inquieto o toque iminente.

O desejo do rugoso é atendido
A língua chega ao buraco minúsculo
Enfia-se pela conduto resistente
A batalha entre pregas e músculo.

Devorada na gruta e no anel
A amante delira intensamente
Ouve o rumor das ondas
Têm-nas em sua carne fremente.

Com mais furor que o amante
Ela urra como fera encurralada
Foi-se o pendor da intenção
Eclodiu o fogo de sua gozada.

Concretizado o prólogo da entrega
Olham-se com cumplicidade
Ainda falta o ápice do encontro
O complemento da totalidade.

Oferecendo-se qual prêmio maior
Posta-se de quatro qual cadela
O falo vibra antevendo o prazer
Avança animalesco... sem piedade... sem cautela.

Ao sentir a imensa vara esconder-se
Em suas carnes abrasadas
Urra e rebola com sofreguidão
Frêmito final... que delícia de trepada.

O vai-e-vem segue o ritmo da maré
Cadenciado, mas com vigor profundo
Afunda-se na caverna oferecida
Abandona-a apenas por um segundo.

As bolas batem-se contra as coxas
A bunda sente a pressão animal
Vagina engole o instrumento
Que logo avançara sobre o corpo anal.

Drenando as energias da parceira
O falo arregaça as resistências
Constrói a caminhada profana
Que rompe os óbices da opulência.

Conquistada pelo desempenho louvável
A fêmea não retém o fluir do gozo
Fecha-se sobre o corpo avantajado
Curte momento tão intenso e precioso.

Aproveitando o relaxamento da carne
Ele abandona a buceta melecada
Mira o rabo atrevido... ansioso
É hora de começar a enrabada.

Um começo titubeante... difícil
A pica encontra resistência infernal
O cu não facilita a batalha
Deseja a dominação mais animal.

Ultrapassada a cabeça esfolada
O anel se distende e relaxa vencido
O instrumento afunda-se totalmente
No orifício antes solitário e esquecido.

Ferramenta potente não vacila
Rompe as pregas com determinação
O anus pisca cada vez mais
Solta-se em completa defloração.

Desta vez o macho urra com furor
Vaza seu liquido no buraco invadido
Desaba sobre o piso sedoso
Sem ter sido derrotado ou vencido.

Um novo trovoar de foguetório
Cores que dominam o céu marinho
Ao tornar a abrir os olhos
Encontra-se novamente sozinho.

Suspira angustiado... aborrecido
Terá imaginado todo prazer?
Será que nada aconteceu?
Foi tudo fruto de seu querer?

Lança um último olhar para o mar
Sente-se derrotado... abatido
Ainda há pouco estava extasiado
Agora vaga sem rumo... entristecido.

O amanhecer o pega ainda na areia
Seu semblante é decepção... tormento
Por que não vive seus desejos?
Por que apenas sente-os em seu pensamento?

Antes que possa lançar-se do rochedo
Ouve um chamado... um apelo delicado
Quem será que tenta detê-lo?
Quem é este anjo abençoado?

Olhos tomados pelas lágrimas
Coração dominado pela emoção
A amante noturna caminha ate ele
Não foi apenas sonho... somente ilusão.

O corpo maravilhoso é real
Seu momento de triunfo foi verdade
Cinge a fêmea pela cintura... sorri
O ano que começa será só felicidade!

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Néon


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