segunda-feira, 28 de julho de 2008

Camisola de Cetim


Camisola de cetim, fetiche em tuas mãos

pele morna, teu cheiro ...um beijo escorrega

desliza a lingua molhada no meu colo e se perde.

Gozo na tua boca o desejo reprimido.

Abraço com minhas pernas e te enfeitiço,

bebo teu gemido que escapa .

Dentro de mim ... movimento

..... ...................Sensação

.................Tesão

.................................Posição

..................Impulsos

...........................................Fluxos

..................de bruços

.....................................................Dor

....................Calor

...................................................................Amor

.
.........................Relaxa..................................

terça-feira, 22 de julho de 2008

Freddy, o Elefante por Carlinhos Barros- Escritor Convidado







Não era a primeira vez que o elefante Freddy ia à Casa da Árvore Drink’s. Sempre que brigava com a esposa, ia à boate para relaxar. Desta vez, chegou enfurecido.

– Aquela vaca não dá valor ao marido que tem! – disse ao balconista.

– De novo a esposa, Freddy?

– Trabalho o dia inteiro para chegar em casa e ouvir aquela tetas caídas buzinar nos meus ouvidos! Tenha dó, meu amigo!

– As vacas são assim, companheiro. Passam a vida pastando, quietinhas. Quando casam... querem falar tudo o que não falaram. E quem sofre são os maridos! Mas, veja pelo lado bom, ao menos você tem quatro tetas para usufruir – disse rindo, enquanto enchia o copo do elefante.

– Não me venha com suas ironias – virou o copo numa única golada.

– Elefante e vaca não combinam, Freddy. Já te disse isso.

– Deixa de bobagem e faça seu serviço – apontou para o copo vazio. – E a Tutinha, está aí hoje?

– Sim, senhor – falou e riu, maliciosamente, o balconista. – Quer que eu a chame?

– Não, não. Só avise que estou por aqui e que vou querer serviço completo hoje.

Freddy pegou seu copo e saiu vagando à procura dos amigos. O balconista até que era um bom companheiro, mas o elefante não gostava muito dos homens. Para ele, humanos só serviam para uma coisa: sexo.

Andou pelo grande salão observando a todos. A Casa da Árvore sempre lhe pareceu um lugar misterioso e acolhedor. Adorava estar ali, na penumbra daquele ambiente. Tudo lhe era agradável: os vaga-lumes responsáveis pela pouca iluminação, os animais freqüentadores, as mulheres bailarinas, a banda de jacarés, as garçonetes avestruzes. Ali, Freddy sentia-se em casa.

Dentre os presentes, o elefante não viu nenhum que trouxesse uma verdadeira conversa de amigos. Voltou ao balcão.

– Mudei de idéia. Fala para a Tutinha que estou esperando no quarto de sempre – disse Freddy. – E peça para levar tudo o que tem direito – deu um sorriso de satisfação e virou-lhe as costas.

Atrás do balcão, o homem, intrigado, via Freddy afastar-se e tinha a impressão de que suas grandes nádegas rebolavam mais do que o normal. Depois da intrigante cena, mandou chamar Tutinha, a prostituta preferida do elefante.


***


– Isso, assim... – disse Freddy, ofegante.

– Você gosta? – perguntou a mulher.

– Ai... muito... Na orelhinha, agora, minha Tutinha. Na orelhinha...

– Vou morder ela toda, meu gostoso!

– Morde! Morde, sim! Aí, isso, bem aí... Ai... Agora a tromba, a tromba, meu anjo...

– Hum... pode deixar – falou Tutinha, com volúpia.

Segurou a tromba com firmeza e, enquanto beijava-a toda, dizia, intercalando beijinhos e palavras:

– Sabe o que eu mais gosto nela? São esses pelinhos. É tão sensual... – a moça ia e vinha, falando e beijando.

– Ela é todinha sua, todinha!

– E essa sua bundona gostosa, de quem é? – perguntou Tutinha, fingindo-se carrasca.

– Sua, sua! De mais ninguém! – respondeu Freddy, bancando-se indefeso. – Morde ela, bate nela! Vai, forte!

Tutinha mordia e dava palmadas violentas, mas o elefante, ainda vestido, parecia não sentir muito. A moça pegou uma espécie de raquete de madeira. Começou a golpear-lhe as nádegas.

– Toma, seu gordinho safado! É disso que você gosta, não é?

– Sim! Sim! Mais forte, benzinho, mais forte!

– Que tal se a gente tirar esta sua roupinha, agora, para ficar mais gostoso?

Freddy levantou-se extasiado da enorme cama “Big King Triple Size”. Iniciou uma dança com extrema desenvoltura. Ia fazer um streap-tease. Tutinha enconrajou-o, simulando, com a voz, as notas de uma música sensual.

O dançarino girava e pulava. A cada salto, o chão estremecia e Tutinha vibrava com “hipes" e “hurras”. Não demorou muito, Freddy, triunfante, apresentou-se de roupas íntimas: um conjunto de couro vermelho de calcinha e sutiã.

– Ah! Que menino sapeca! – brincou Tutinha. – Está lindo, lindo! Desta vez você caprichou, meu fofinho. Acho até que vou te presentear com um brinquedinho novo que arrumei...

– E o que é, minha Tututi? – perguntou, ansioso, o elefante.

A moça foi até o armário e voltou com um objeto fálico, grande e brilhante. Freddy emitiu um ruído estranho, como quem está sem ar. Falou com voz aguda:

– Menina! Que que é isso?

– Algo muito especial. É mágico...

– Mágico? Como assim? – entortou a cara Freddy.

– Preste bem atenção.

A moça segurou o objeto pela base e falou um “ai” bem prolongado. Na medida em que o “ai” se estendia, também crescia o objeto na mão de Tutinha. Depois falou um “ui”, também prolongado, que causou o efeito contrário, fazendo o objeto voltar ao seu tamanho normal.

– Minha Mãe-Natureza! Onde você arrumou isto? – perguntou, espantado, Freddy.

– Um mágico nunca revela seus segredos, meu docinho.


***


Quando a vaca louca entrou na Casa da Árvore, não teve quem a segurasse. Só se ouviu alguém gritar: “É a mulher do Freddy!”

– A senhora não pode entrar assim! – repreendeu-a o balconista.

– Vem me impedir, seu homem-estrume. Eu já sei de tudo! Vou pegar aquele elefante bicha agora! – vociferou a vaca.

Em poucos instantes, já estava diante da porta do quarto. Ouviu a voz do marido em longos gemidos:

– Ai, ui, ai, ui, ai, ui...

Enfurecida, levou a porta abaixo feito o mais violento dos touros.

– Sua bicha louca dos infernos! Eu vou te matar! – e mordeu com toda força a tromba do marido.

– Ai! – Freddy deu um berro alto e estendido.

Não houve tempo de salvar o elefante. O objeto mágico cresceu de tal forma que penetrou fundo no bicho, rasgando entranhas e órgãos.

Tutinha gritou em desespero. Fugiu para um canto, apavorada.

A esposa de Freddy viu o sangue escorrer da boca e da tromba do marido. Não entendeu bem o que aconteceu, mas notou que estava morto.

– É isso que você merece por me enganar todos esses anos! Como pude me casar com um elefante gay? Devia é ter seguido os conselhos de minha mãe e arrumado um touro mesmo! Mais vale um touro chifrudo do que um forte elefante gay! Adeus, seu infeliz...

E, feito vaca louca como entrou, virou as costas e foi embora. Nunca mais a viram.



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quarta-feira, 16 de julho de 2008

Vênus, A Professora de Literatura

Minha vida parecia um poço sem fundo. Solidão e mistério.

Depois de muita aporrinhação e dois anos na fila de espera, consegui ingressar no supletivo da melhor escola estadual da cidade. Na verdade, eu nunca tive saco pra estudar.

Larguei a escola com 15 anos, sempre preferi cabular aula, fumar maconha, jogar bola, videogame e me meter em campeonato de punheta com meu amigo Rubão.
Naquela altura eu era um garoto de vinte anos entrando novamente no ensino médio, trabalhando em um café, colecionando revistas caras sobre carros e uma imensa vontade de gozar a vida, mas com mais tesão de me jogar no poço pra brincar com os monstros.

No primeiro dia de aula me senti transtornado. Naquela época parecia haver uma barreira entre eu e as garotas da minha idade, meu amigo Rubão se mandara para a Inglaterra e a maconha não dava mais barato.È, eu estava triste e me faltava um pedaço. As forças que regiam a minha vida não estavam turbinadas o suficiente. Eu tinha vontade de chorar as dores do mundo, porque as minhas eu não conhecia. Mas acho que eu estava seco como o deserto.

-Paulo meu filho você anda cabisbaixo, não ta gostando da escola?Acho que você precisa de uma namoradinha sabe.

Eu andava sentindo raiva de tudo, com vontade de explodir bancos, me aliar a facções terroristas e minha mãe falava demais.

No quarto dia de aula eu já pensava em abandonar a escola e ainda não tinha sequer o nome de ninguém na cabeça.

Uma ira das risadinhas e falatório geral tomara conta de mim quando uma espécie de Vênus adentrou aquela sala imunda.
Meus olhos, meu grito fora engolido e era como se ela tivesse me engravidado.

Eu,o homem grávido do grito de Vênus.

Ela parecia ter lá seus trinta e cinco anos, as formas bem distribuídas, os cabelos caindo exatamente na bunda. De longe eu sentia o perfume das coisas que não podem ser, da imortalidade, da crucificação de um homem. Eu estava condenado para toda a eternidade e sabia disso. Meu primeiro impulso, foi o de querer matá-la para me livrar da condenação e o segundo de possuí-la. Pedi licença e me retirei da sala. No pátio vazio, esmurrei as paredes e falei a linguagem dos anjos.

Não voltei para sala e não dormi naquela noite, sonhei acordado com a professora a noite toda, Vênus me chicoteando, me lambendo. No dia seguinte trabalhei feito um robô. Estava descerebrado e tenso. Queimei minha colega com leite e vi o paraíso demente no fundo dos olhos dela.

Na escola tratei de fazer amizades com segundas intenções. Descobri que a professora chamava-se Lúcia e que dava aula de literatura duas vezes por semana.

No dia seguinte teríamos outra aula dela e assim passei mais uma noite sem dormir, embalsamado no perfume da maldição.

No trabalho meus colegas mostraram-se preocupados e irritados com minha desatenção e ar mórbido. Eu não ligava. Afinal eu estava em um tipo de coma ou hipnose. Ou grávido de Vênus.

Pedi para sair mais cedo do trabalho e devido minha cara de moribundo consegui o que queria. Fui para casa, tomei banho demorado, coloquei uma das minhas melhores roupas e passei até perfume, coisa que nunca faço. Minha mãe questionou minha sexualidade, ri sarcasticamente, dei-lhe um beijo e a mandei tomar no cu.

Na aula da professora Lúcia, eu estava protegido da minha raiva pela mesquinharia do mundo, fechado na concha e condenado por aquela mulher perigosa.
Era um conflito terrível e delicioso. No meu colo eu mantinha um caderno para evitar qualquer constrangimento. Ela recitava poesias e sua voz rouca me deixava louco. No meu mundo paralelo, eu me via sugando seus peitos e colocando as mãos por debaixo de sua saia, até atingir o sexo que me estava tirando o sono. Eu não o conhecia, mas sua umidade já era minha e me encharcava o espírito. Enquanto ela declamava aqueles poemas do tal Manuel Bandeira, delirante, escutei alguém sussurrar “gostosa” e foi mais forte do que eu. Atirei uma cadeira na direção da cabeça do desgraçado. Como ele ousara interromper meu ritual?

Fui parar na diretoria e a o caso foi resolvido da seguinte forma: como a cadeira não acertou o infeliz eu estaria suspenso por uma semana. Meu coração partido e minha fúria me levaram para casa feito uma carruagem. Uma semana sem Lúcia. Um doente sem sua medicação, viciado sem ópio.

Por causa de minha musa eu resolvera adquirir alguns livros de poesia. E certa noite, com alguma dificuldade de concentração eu lia um livro de um poeta que me parecia entender a paixão e muitas coisas mais. Estava sentado na mesa do café, tomando chá gelado, quando aquele perfume me enforcou. Era ela.Tentei me esconder atrás do livro, mas isto só piorou as coisas.

Lúcia veio até minha mesa, comentou o incidente, perguntou meu nome e mostrou-se encantada com o livro.

-Ora, gosta de poesia então. Que coisa intrigante, pelo jeito sua paixão não se estende somente à violência.

Depois se mostrou extremamente desconcertada com seu próprio comentário.
Por alguns momentos lembrei de um comentário do pai do Rubão que me dizia para andar “armado” com um livro de poesia, isto arrastaria qualquer putinha acadêmica, das mais fogosas.
Aquele pensamento me trouxera tristeza, pois a professorinha já não parecia tão pura assim. Por outro lado o sangue borbulhou na cabeça e eu estava pronto para tomá-la encima da mesa do café.
-Bem, é tarde,hoje estou de folga,só vim comprar uma revista,vou para casa.

-Sabe professora, é muito perigoso por aqui neste horário,outro dia estupraram uma moça nestas bandas, menti.

-Sério?Ai meu Deus!

-Se a senhora permitisse, gostaria muito de acompanhá-la. Pelo menos parte do caminho.

- Tudo bem, vamos lá então.

Eu estava extasiado. Cada passo ao lado daquela mulher, com aquele fogo e perfume me tiravam a alma do corpo. Ela parecia tão completa e intensa. Tão minha. Não pude mais agüentar, rompi numa crise terrível de choro. Aquilo estava preso por tanto tempo. Lúcia extirpara uma espécie de câncer do meu espírito e as brasas do desejo me queimavam a face.

-O que há Paulo?

-Há você Vênus, me tirando o sono, me salvando do imundo, me danando a alma...

-O que?

-Chega, não posso mais!

Num ímpeto desmedido eu a beijei. Para minha surpresa aquela boca doce e aquela língua de seda me acolheram por completo. Estávamos perto de um beco e fomos nos arrastando desesperados e finalmente minha mão conheceu seu destino maior. Toquei de leve no sexo dela que recuou, pediu que parasse, mas seu corpo se abriu completamente para meus dedos. Logo eu estava brincando com minha mão na bucetinha mais quente, e fechada que pude experimentar na vida. Aquele cheiro parecia dominar toda a rua e despertar os corações. Ela estava cada vez mais molhada e aquilo para mim se chamava felicidade.
Uma febre. Eu queria arrancar suas roupas e possuí-la na rua. Ela parecia enlouquecida e confusa.

-Por favor, por favor moço...

Sussurrava esfregando-se toda em mim..Minha vida nunca mais seria a mesma. Transamos ali mesmo do lado de uma caçamba de lixo. Ela com as pernas erguidas,dizendo como meu pau era gostoso, eu afundado nos seios de perfume suspeito com versos jorrando na cabeça, mordendo-a forte e ela não me impedia. Minha Vênus nascia na minha concha.
Eu queria todo o resto se explodisse.Meu gozo fez-me ter uma vertigem tão avassaladora que perdi a consciência por alguns minutos.

Quando recobrei os sentidos, vi que ela já tinha ido embora. Dei um uivo de felicidade e maluquice. Rolei no chão e parei em um bar para umas cervejas, em casa li mais um pouco de Vinicius de Moraes .Beijei minha mãe com ternura e nunca tive tanta paz tomando sopa de feijão.

No dia seguinte, cheguei mais cedo à escola, mesmo sabendo que não entraria, só para ver minha “amante”. Foi quando uma pedra gigante caiu na minha cabeça. Escondido no estacionamento eu vi quando Lúcia chegara de carro junto com o diretor do colégio. Vi quando se beijaram e quando ele afundou aquela cara inchada nos peitos dela.
Cai no chão, o mundo era um breu devorador e eu não era mais habitado.

Ao recobrar a consciência, tracei um plano. Sempre fui comunicativo, apesar de calado e consegui fazer com que o diretor permitisse que eu assistisse aula naquele dia. Queria enfiar um caco de vidro na jugular dele. Mas controlei-me, puxei o saco do homem e compareci na aula.

Ao ver-me na sala Lúcia enrubesceu e sorriu timidamente. Sorri como um demônio e sentei-me no fundo da sala.

-Bem,hoje teremos uma aula diferente. Trouxe livros de vários poetas para pesquisarmos em grupo e cada grupo elege uma pessoa, para ler um poema.

-Pois eu tenho meu próprio livro professora. Posso começar? Eu disse num tom um tanto quanto amável, para minha fúria.

-Está bem.

-Este é para a senhora professora!

A mulher engoliu seco, a última saliva que lhe restava.

Enchi o peito, abri o livro de antologia poética e comecei a leitura de forma inspirada e raivosa:


SONETO DE DEVOÇÃO

Vinicius de Moraes

“Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e grandeza de quem amam
E guarda a marca dos meus dentes nela

Essa mulher é um mundo!-uma cadela
Talvez...-mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela”


Ao final do poema,o silêncio foi estarrecedor, como se uma notícia trágica houvesse chegado. Me dirigi até a professora :

-Você destruiu meu sonho, minha Vênus, cadela!

Suguei sua língua o mais forte que pude e apertei pela última vez a vagina que fora minha
Depois disso,corri da sala o mais rápido que pude e nunca mais voltei.

Mudei-me para Pernambuco, primeiro para casa de alguns parentes, por medo dos meus atos e depois fui morar na Inglaterra com Rubão onde me formei em literatura.

Minha professorinha às vezes recita poesias para mim, nos meus sonhos e eu enrabo todas as minhas colegas e alunas com todo meu ódio e esperança de curar esta ferida.

Amor somente para com as letras e o feto morto de Vênus.


RITA MEDUSA

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A fêmea ejacula- Thiers R >








Hoje mulher queimei pestanas

na calçada da agonia

deste-me a lava

incandescente do vulcão

semeado em doce delírio.

-"macio pêssego aberto entre as coxas"-

Pari na voz da garganta

um louco sussurro do entardecer.

Fêmea, abre-me a porta

engole a casca de meus dedos

penetra a voracidade da lua a gritar

me ame.

Desnorteada luz

finge-se opaca.

encosto lábios quentes

na aurora de tua fenda.

Enrosco-me e me odeio.

Amo-a no deslize dessa tortura

penetro braços de desejos

antagônicos.



Thiers R> - Escritor Convidado

domingo, 6 de julho de 2008

ONLINE



O que faz as pessoas procurarem sexo virtual? Solidão? Frustração? Diversão? Sei lá. O fato é que eu estava ali, numa sala de bate papo de imagens eróticas, olhando as fotos e respondendo aos inúmeros tarados que, como eu, pareciam se divertir com cantadas e cenas de sexo explícito. Eu tivera uma noite de sexo intensa com meu namorado e estava cansada. O relacionamento tinha se desgastado e nenhum dos dois assumia que tinha acabado. Era um sexo cansativo, banal, quase que automático. Um beijo sem gosto...Precisava de uma coisa diferente para me sentir viva. Mas virtual? Eu estava desanimada. Talvez fosse melhor terminar o namoro e sair à caça de um novo amor. Mas enquanto o compromisso existisse o melhor mesmo era me masturbar com alguma revista interativa (era assim que via a Internet).
-Vamos para o MSN amorzinho?
-Para que? Não tenho cam...O que fizermos lá podemos fazer aqui.
-Hum...Lá ficamos mais à vontade, sem ninguém chamando.
-Mas sem cam?
-Sim. Quero você de qualquer modo.
-Me quer? Mas nem sabe se sou feia, gorda, etc...
-Por favor...Minha esposa viajou, estou carente...
-Contrate uma puta...
-Eu já fiz isso. Mas quero você...Tenho tesão nas coisas que diz.
-Tesão das letras? Ah!..Conta outra, mas vamos sim. Se estou na chuva é para molhar.
Minutos depois...
-Aqui é bem melhor linda.Como você está vestida?
-Só de calcinha. Agora, quase sem, estou tirando...
-Espera...Descreve para mim.
-Estou puxando a calcinha no lado direito, descendo o elástico até o joelho...Nossa!
-O que foi?
-Estou ficando molhadinha só de saber que você está aí do outro lado...
-Conta mais...
-Conta você...Como está vestido?
-De short...Sem camisa.
-Faz um favor para a sua putinha virtual?
-Hum...Diga minha putinha.
-Tira seu pau pra fora...
-Pronto...
-Poe o dedo na boca...Molha o dedo na língua...
-To com o dedo na boca...
-Agora passa na cabecinha e imagine que sou eu, a minha língua...
-Hummmm
-Eu estou com meus dedos tocando a buceta...
-Me dá seu telefone...
-Hein?
-Seu telefone, por favor...Quero ouvir você gozando.
-Não sei...
-Por favor...
-xx xxxx xxxx
-Posso ligar agora?
-Liga vai...
Sua voz era tão sensual que só de ouvir o “alô” já fiquei muito excitada.
-Geme para mim putinha...
Foi a foda virtual mais estranha que já tive...Ele falava em meu ouvido e eu me tocava. Ele conduzia minhas mãos, eu arrepiava com seu sussurro...Gozei muito e ele não conseguiu se segurar...
-Escute...Colocou o fone pertinho do membro e deu para ouvir o barulhinho melecado dele se masturbando freneticamente.
Por fim, saí correndo do MSN...Era muita tentação. Ele queria saber quem eu era...Eu estava morrendo de tesão, o gozo virtual definitivamente não me satisfazia...A única coisa boa disso era que eu gozara com Bruce Willis, afinal, minha imaginação é que comandava tudo, hehe...
-“Sua louca”...desliguei a tomada do PC e fui dormir...Acordei em bicas várias vezes e em todas me masturbei...



(Textos Eróticos de Me Morte)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

PALHINHA - Lara


- Pára, pára quieto com isso! dizia ela e ele naquele prazer de vê-la
um niquinho de palha um bocadito seco de alguma erva
podia mesmo ser papel de seda ou papel de mortalha
ele a enfiar a palha nos decotes dela
ele a roçagar-lhe os bicos das maminhas e ela a desviar-lhe a mão
um dia e depois mais outro sem mais do que isso
um beijinho de nada nem língua nem um mordisco aquela coisa deslavada
um beijo uma festinha na perna despida de saia
só na coxa de fora que nem pensasse em subir à virilha
- pára quieto, e ria-se desviando-lhe a mão sacolejando as pernas
Ele entretinha-se naquela brincadeira nas maminhas
Hoje ela destapou-as assim num de repente
- mas nem toques
- tira daqui a mão, e ri-se agarotada
Desejosa é o que pensa ele, mas não sabe ainda quase nada
-desvia essa boca, é o que diz ela e ele nem pensara o gesto
A palhinha que apanhou há nada, dançarica-a num daqueles piquinhos castanhos muito escuros, contorna-lhe o doirado da auréola
- que enorme que é o bico da mama, pensa ele
Lamber, tocar só com a mão, apertar entre dois dedos a pontinha do seio
- Pára! grita ela, e ele só pensando e dançando a palha e ela a voltar-se de lado
O rabo sai-lhe do calção curtinho que alarga mais na perna esquerda
devia ter elástico lasso ou descosera-se e ela nem notara
ficava uma nalga mais gorda que a outra e ele jogando a mão e ela a encolher-se
- Podes ficar quieto?!
E ele nem percebe se o que ela diz é convite, se pedido, se ordem e fica-lhe no ar o suposto gesto
Deitados na manta de quadrados debaixo da nogueira o ribeiro correndo manso
Já tomaram banho, já nadaram, já comeram salada e melancia
o suco a escorrer-lhe, ela a deixar que corresse vermelho para dentro do decote
que lhe molhasse fresco as duas maminhas
ainda ela as não soltara do fato de florinhas
ela a oferecer-lhe que ele fosse lambê-lo e a negar-se rindo, rindo demais
E ela a tirar as alças assim num de repente
E ele a querer tocar-lhes e ela rindo rindo, retorcendo o corpo
que lhe parece a ele mais gozo que brincando

ela deitada de lado, fingindo-lhe desprezo
ela respirando muito devagarinho
o rabo dela com uma bochecha mais gorda que outra saindo do calção
e as maminhas desviadas dele
ele a beijar-lhe um ombro a lambê-lo a afagar-lhe o braço
ele a roçar-lhe apenas a borda do seio
a afagar-lhe as costas com os lábios desliza uma mão no cabelo molhado
ele a morder-lhe a orla rosada da orelha e ela muito quieta respirando

Ele a segurar-lhe devagar a maminha
Ele a encostar-se e ela que se roda inteira despida
E o céu a dar-se em chuva os bagos grossos caindo
E eles revolteando nem sabe ele de maminhas se de rabo se de ombro se de costas
afaga-lhe a borda do cabelo na testa
Repuxa-lhe ela o calção de banho, segura-o, aperta-o
chupa-o
num repente é ela que morde que afaga que beija
- Pára com isso, está quieta… diz ele e sabe que mente
ele espantado dela cheirando a melancia
E ela ri-se ri-se sempre muito
dobra o riso quase em gargalhada diverte-se a boca aberta vermelha
a boca dela como fruto a ficar maduro
as maminhas soltas bailando-lhe muito virgens
ele beijando-as sugando cada um dos bicos

Eles inventando gestos não ensinados nunca eles aprendidos
gestos descobertos no corpo um do outro na manta de quadrados junto ao rio
O corpo dele oferece
O corpo dela recebe
Ou que seja o oposto
Ri-se ela e ri-se também ele, riem-se muito os dois
e a chuva caindo
a chuva muito fresca misturando os líquidos dos seus corpos

(uma palhinha tonta olha-os esquecida sobre a manta)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

FODIX/PRECOCIX - Carlos Cruz


O penix entra na bocetrix/ copulix
O homix dá duas bombadix/ ejaculix
Paga cem para a meretrix/ prejuix

quarta-feira, 2 de julho de 2008

[SONETO AO MEMBRO MARAVILHOSO]

[SONETO AO MEMBRO MARAVILHOSO]

Esse enorme e rígido monumento
Faz-me nua e arfante em seu ardor
E maravilhada d'encanto, de fervor
Desejo-o em gozo e movimento.

O cavalgue do agressor erguido
Por dentro não parece assustador.
Altivo membro, digno de andor
Nas eras do ego, do sexo ungido.


Pela bestialidade viril de ereções
Trazendo a força e fúria de me ter
Em gulas e esganadas ejaculações.

Então erga-se e murche, com prazer,
Em louvor às idolatrias, taras e fixações,
É falo para orar, lamber, cuspir, foder.

Néon


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