sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

POESIA SE ESCREVE COM TESÃO

Quem perdeu o lançamento do livro "Poesia se Escreve com T" no Rio de Janeiro
agora tem a chance de comprar pela internet.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

SENSÍVEIS

Instáveis!

Às vezes tão frágeis,
Como fios esvoaçantes
Pendendo de um ramo
Enquanto se vê partido
Pelos raios dourados
Ou pelas lágrimas do orvalho
Que caem após a geada...



Afáveis!
Suaves como as nuvens
Que planam silenciosas
Vagando sem controle
Por entre as paragens celestes
Montando-se e desmontando-se
Remontando-se a seguir
Quase sempre sem nexo
Quase nunca com razão...


Sensíveis!
Quando tempestades eclodem
Turbilhões que os envolvem
Fazendo seu eu se mostrar
E então as estações irrompem
Dia e noite se confundem
A chuva vem sem cessar
Sem saber se é bálsamo
Sem mostrar se é látego
Sem se importar...



Absurdos!
No tanger da violência
Em zangas não controladas
Emoções sem harmonia
Consumindo momentos
Desprezando sentimentos
Em brados destruidores
Em atos repulsivos
Negando seu nobre berço
Ofendendo sua origem...



Excelsos!
Ainda que mortais
Ignorando a própria sorte
Impelidos pela honra
Elevam o gládio da nobreza
Trazendo luz ao pensamento
Mostrando-se leais elementos
No combate das ambigüidades
No choque entre os desiguais...



Perfeitos ou mutilados
Soerguem-se do caos
Libertam-se da mesmice
Atentam ao clamor
Anseiam pelo refúgio
Lutam pelo porvir
Esperam a eternidade
Ainda que sem noção
Se haverão de chorar
Se conseguirão sorrir...



Mas é na alcova da alma
No reduto mais profundo
Que eles se desnudam
Que eles se tornam verdadeiros
Que eles se mostram inteiros...
Quando a outra metade
Mostra-se desnuda também
Olhos cobiçosos de outrem
Olhos desejosos de tudo
Envoltos em lascívia
Ou dominados pela ternura
Serão verdadeiros na arte
Serão apenas amantes
Serão, do outro, a outra parte...



E se se faz noite
Ou ainda reina o dia
Quem se importa?
Quem há de lembrar?
Os olhares são surdos
Os olhares são mudos
Os olhares são nudos...



E as sensações arrebatam
Convocam as energias
Repelem os senões
Preparam-se para a orgia
Os passos em estudo
As mentes em contemplação
Nativos da carne
Onde andam os pudores?
Serão tidos em desgraça?
Terão sucumbido ao mal?
Ou terão assumido a verdade
De serem tão somente
Semente de fruto carnal...



Ah, curvas voluptuosas
Mostrando-se sem vergonha
Expondo-se com sensualidade
Despertando a vontade
De ser parte do outro
De ser sua intimidade
De pertencer ao infinito
Que se retém no unir
Em uma cópula animal
Sem sentir-se traído
Sem saber-se pecador
Porque é sincero em querer
Porque é todo seu viver...



E enquanto se devoram
Com ânsia insana
Famintos e sedentos
Percebem que a vida
É muito mais que um fim
É muito mais que um momento
Descobrem que o amar
É muito mais que entregar
É muito mais que receber
É muito mais... muito... mais...



Agora se unem totalmente
As carnes mescladas num só
Os movimentos cadentes
Os sussurros arfantes
As pressões constantes
Os dentes trincantes
As mãos invasoras
As bocas devastadoras
Os sexos se fundindo
Quais labaredas intensas
O momento de se perder
Quando as carnes convergem
Ao estertor da união
O auge da descoberta
De ser um prazer sem igual
O ato de se dar e ter
Em um bailado carnal...



Terminado o espetáculo
Miram-se em silêncio
Absorvem as sensações
Acolhem os resultados
Esperam pelo refazer-se
Tão plenos e extenuados
Agora são apenas estáticos
Em instante que ainda seduz
Desconexos da exterioridade
Apenas repousam, corpos nus...

Néon


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