quinta-feira, 27 de novembro de 2008

DESEJOS- Giselle Sato



Desejo

Quero você !
Língua atrevida
Boca, gosto, saliva

Infinitas vezes
Dividindo o gozo
E vícios

Tesão, paixão, compulsão
Carne, cheiro, gosto, sexo

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A uma mulher amada - SAFO




A uma mulher amada

Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia

eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro ... eu tremo.


de "Clássicos do erotismo- VOLUME 2


“Mais alva do que o leite
Mais suave que a água
Mais harmoniosa que a lira
Mais garbosa que o cavalo
Mais delicada que as rosas
Mais macia que o próprio manto
Mais preciosa que o ouro”
(Sappho, poeta grega)




Safo (séculos VI-VII a. C.), poeta grega, nascida na ilha de Lesbos, de família nobre. Após a morte do pai, foi viver na cidade de Mitilene, onde dedicou-se à poesia e ao canto. Com a queda do regime aristocrático, substituída por tiranos oriundos da classe mercantil, exilou-se na Sicília, onde se casou com homem rico e influente. Safo reuniu à sua volta um círculo de jovens mulheres, que chamava de hetairas ("companheiras"), a quem ensinava poesia, música e dança, e com quem teria ligações sentimentais. Chamada de "A Décima Musa", Safo é considerada, desde a Antigüidade, uma das principais vozes da poesia lírica helênica. Por seu conteúdo erótico, foi censurada pela Igreja Católica, na Idade Média. Restaram alguns poucos poemas e fragmentos de sua obra.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

LIBERDADE CONDICIONAL


Me Morte. Emblemática, misteriosa, paradoxal, lúbrica, criativa, escritora, mulher. Me Morte, a mulher de burka, inseparável, contraditória, interessante burka. Me Morte, a mulher que desperta os pensamentos mais loucos e faz fervilharem os hormônios masculinos, especialmente quando sobrevém a constatação inevitável de que embaixo daquela negra burka, existe uma mente brilhante e apaixonante.
Esbarrei com Me Morte, casualmente, numa de minhas incursões internéticas, quando pesquisava comunidades góticas no site de relacionamentos Orkut. Aquela figura estranha, com grandes olhos e indumentária muçulmana chamou minha atenção. “Fuçando” suas comunidades, cheguei ao Bar do Escritor, onde tive o prazer de ler vários poemas e contos por ela escritos. Daí, veio a agradável surpresa: não é que aquela mulher – que de muçulmana-talibã-xiita só tinha os trajes – tinha talento? Dona de um estilo peculiaríssimo, Me Morte aborda, com destreza, arrojo, precisão e uma boa dose de refinado humor negro, temas conflitantes e por vezes antagônicos, como amor, ódio, vida, morte, traição, ciúme, avareza, crueldade, beleza, virtude e sexo, muito sexo. Tudo isso “sin perder la ternura jamás”. O sentimento, a emoção, o sublime está sempre presente em sua obra. Me Morte não é uma personagem, é humana, demasiado humana.
E é essa explosão de criatividade que nos chega agora em forma de E-book. “Liberdade Condicional” narra a história de Paulo e Falcão, policiais civis de Belo Horizonte, os quais, estressados com sua desgastante rotina profissional, decidem tirar férias e refugiar-se num rancho localizado num canto esquecido da zona rural, longe do corre-corre urbano, dos crimes, dos problemas, das ocorrências, do delegado e... das esposas. Entretanto, o plano dá errado, ambos não conseguem distanciar-se da delegacia nem tampouco de suas respectivas mulheres. As aprazíveis e merecidíssimas férias tornam-se um “revival” narrativo de crimes investigados por eles. Aliás, casos bem interessantes. Como o de Luíza, cujo clitóris foi arrancado com os dentes durante uma “cheirada”, com uma cena em particular, das mais originais:

“... O que vai fazer? Onde está minha sobrinha? O que fez com ela seu louco? Ele pegou uma colher de carne moída da bacia de cima do balcão e direcionou até perto de meus lábios com um sorriso no rosto. Não! Você é louco! Diga que não é ela... Abra a boca... Vamos! Abra a boca, sua cadela...”

“... Ele chupava com avidez meu clitóris... Eu me excitei! Era inaceitável! Eu estava sentindo tesão e ele percebeu... Sabia que ia gozar a qualquer momento e ele parecia muito satisfeito com isso. Com as coxas pressionou minha cabeça e gozou muito... Foi aí que desmaiei, não vi mais nada...”.

“Liberdade Condicional” é uma trama policial que foge ao modismo contemporâneo, largamente explorado pela literatura e principalmente pelo cinema, do polícia-traficante-favela-violência, enfocando, com propriedade, os dramas profissionais e pessoais dessa classe tantas vezes injustiçada pela sociedade: o policial. Enfim, um livro ótimo.

.
Carlos Cruz
  • 'Autoria de Me Morte, com capa, digramação e desiner de René Ociné.

domingo, 23 de novembro de 2008

Cem Escovadas Antes de Ir para Cama- Marcelo Lyra


Memórias
Cem Escovadas Antes de Ir para Cama
Adolescente italiana vira fenômeno ao narrar com despudor suas aventuras sexuais

Marcelo Lyra


Quem não gostaria de dar uma olhada no diário de uma adolescente liberal? Ao oferecer essa possibilidade, Cem Esco-vadas Antes de Ir para Cama (Objetiva, 157 págs., R$ 24,90), de Melissa Panarello, tornou-se fenômeno na Itália, onde vendeu mais de 1 milhão de exemplares, e está sendo traduzido em 23 países, na esteira do filão aberto pelo sucesso de outras jovens escritoras desinibidas, como a francesa Lolita Pille (Hell).

O despudor com que narra suas aventuras sexuais é o principal atrativo, já que o estilo de Melissa não é particularmente memorável. As minuciosas descrições eróticas (que não
chegam a ser pornográficas) escandalizaram a conservadora sociedade italiana. E fizeram boa parte dela correr às livrarias em busca de um exemplar. Melissa é dessas que não dizem não, mesmo às fantasias mais depravadas. Logo no segundo relacionamento, aos 16 anos, envolve-se com um rapaz que propõe sexo grupal. A seguir, vêm uma lésbica e um masoquista. Freud culparia o pai ausente.

Apesar de hoje ter 18 anos, Melissa aparenta bem menos. E ela garante que tudo aconteceu realmente, embora fique a impressão de que, como dizia o cineasta John Ford, quando a lenda é mais interessante que a realidade, escreve-se a lenda. A narrativa oscila entre a primeira pessoa típica dos diários e a ficção que recorre a diálogos. Em alguns momentos não convence, como no surgimento de um príncipe encantado que a entende. Mas, na era dos reality shows, sempre é divertido dar uma espiada. Na cama com Melissa

sábado, 22 de novembro de 2008

Beijo Guardado Iva Tai


Beijo guardado


É um segredo de mulher.
E em superfície rosada
se oculta.

Entreaberto.

De um sabor agridoce,
em fruto esperado.

Num roçar
de veludo líquido.

Onde um fluido sorrir
se esconde.

Algo a se consumir
lento ou sôfrego.

Num rodopiar
de degustação em sumo.

Tom sobre tom.

Onde falta ar.
Mas a morte não chega...


Iva Tai

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Gosto Refinado - Pedro Faria


Eu sempre tive uma fantasia com as pernas dela. Não com os seios, com a boca ou com a bunda.

Além do mais, era sempre o mesmo sonho: O facão, o sangue, o pote de molho barbecue...
Fico duro só de pensar.

Acordei ontem de manhã depois da, não sei, milésima vez que sonhei com aquelas pernas grossas dela. Tinha sujado meus lençóis, e decidi que não agüentava mais. Esperei chegar a noite (só a antecipação me obrigou “liberar a tensão” cinco vezes durante o dia), pus uma toca preta, peguei o facão que guardo com minhas ferramentas no galpão e marchei até a casa dela.

Todas as luzes estavam apagadas, menos a do quarto dela no segundo andar. Subi na árvore e abri a janela do outro quarto.
Entrei, e assim que saí para o corredor, ouvi um grito vindo de seu quarto.
Congelei de medo, porém sabia que não tinha como ela ter me visto, e, além disso, eu não tinha feito nenhum barulho.

Eu sabia que se desistisse agora, eu nunca ficaria livre dos sonhos.
Então me dirigi de encontro ao som.
Com o ouvido encostado na porta, eu consegui ouvi-la, berrando e chorando, e gritando com uma voz mais aguda do que eu pensei ser possível para um ser humano.

Assustado, chutei a porta com força suficiente para arrancá-la das dobradiças, e o que eu vi, eu nunca esquecerei enquanto viver:
Ela estava deitada na cama, o choro interrompido, substituído por um olhar que era misto de dor e surpresa.

Havia um homem de pé ao lado dela, um homem que eu reconheci como sendo um vizinho nosso em comum. Ele segurava com as duas mãos a perna esquerda dela, decepada na altura da cintura, um machado sangrento deitado no tapete junto à cama.

Ele a tinha lambuzado com algo, e estava arrancando com os dentes, grandes pedaços da parte carnuda da coxa.
A situação seria cômica; e de fato foi, por alguns segundos, nós três nos olhando com expressões de surpresa estampadas em nossos rostos, nossos olhos arregalados. Até que os gritos dela voltaram, lavando a graça embora.
Uma expressão de fúria tomou conta de minha face, e eu o encurralei, meu facão em seu pescoço.

“Mas o que é isso?”, gritei.
Seu olhar era o de um homem morto.
“Você está usando mostarda?!”
E nós dois caímos na risada.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pipa Lilás - Alian Moroz


PIPA LILÁS
Alian Moroz

voltei para o céu
como uma pipa solteira
tingi o meu véu
feito lebre ligeira
ah...vil esperança
me tomas por teu par
rodas comigo e dança
alegre feito pipa no ar...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Poeminha Infame

Meu falo fala falácias.
Circuncidado, circunscrito,
a putas putrefatas.
Falo falido
às vezes flácido
outras rijo.
Pica doutorada,
em picardias vis
diz-se vinte
mal chega a quinze
difícil tentar um bis.
Mastro misantropo
procura,
parceira peluda.
Pode ser calva,
alva, rubra
pode ser escura,
pura, ou impura.
Vistosa vulva,
te convido
meu passarinho,
meu passaralho
para ser a moradia
do meu caralho.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Convidada Ro Primo


Nesta noite tão fria,
Partículas pulsam quentes em meu corpo.
Me torno imprevisível: instabilizo, devasto;

Afloro em potencial perigo,
quase desejável.

Mesmo assim
O frio insiste.
E me toca.

Do estado de dormência
latente que me encontro,
Posso passar ligeiramente
ao estado altivo do vulcão
prestes a uma erupção.

Mas com sua indiferença,
o frio conseguiu.
Me domar.

E o restante
da noite continua.

Tão frio.

.

(foto Ricardo Pozo)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Anais Nin


"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte.

Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido amniótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra.

Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

domingo, 16 de novembro de 2008

TARA- ME MORTE


Provocava todos a sua volta. Roupas coladas, saia minúscula, olhares fatais. A boca carnuda, sempre molhada pela língua num ritual de sedução. O rebolado, seios de bicos rijos... Quando tomavam coragem numa abordagem mais direta:

– Vai para o inferno! Não sou pro teu bico!Fora daqui!

Sempre na mesma rua, Avenida dos Imigrantes sentido centro. Fazia de propósito. Parece que queria brincar com os homens que ali passavam. Até que um dia, cansados de tanta humilhação, os operários da construção decidiram: iriam estuprar aquela gostosa.

Era cinco da tarde. Encerraram seus afazeres mais cedo e ficaram de tocaia. A moça costumava passar pouco antes das seis. Enquanto um tapava sua boca, outro a arrastava pelos cabelos e o outro abria a porta da frente. Pegaram à moça dos modos mais bizarros. Ela gostava de humilhar, ia ver.

Era penetrada ora por um, ora por outro. Não resistiu, foi sodomizada sem reclamar. Aceitou sexo oral, até engoliu todo sêmen. Fizeram fila, revezaram se fartaram. E no final, disseram:

– Pode provocar agora. Essa bundinha já foi minha. Essa boquinha, esse par de seios, todinho garota. Fez por merecer. Não diz nada?

A moça tentava limpar os vestígios de sangue misturados á esperma de sua pele branca. Pegou a bolsa, tirou um celular, discou rapidamente e disse:

– Pode vir me buscar agora. Na construção em frente ao carro.

– Merda! Vamos sair daqui...

– É tarde... Falou em meio a uma gargalhada
.
– Quem é você? Da polícia?

Dois sujeitos brutamontes adentraram o recinto armados até os dentes. – Teu pai te esfola menina. Outra vez essa tua tara por estupro?

– Tenho culpa? Adoro.

Em meio às gargalhadas disse:

– Depois... São só operários. Menos três trouxas no mundo.

Antes de sair, voltou-se e disse:

– Prazer. Sou Maria Fernanda. A filha do "Fernandinho Beira Mar".



fOTO- Ricardo Pozzo

sábado, 15 de novembro de 2008

Erótico ou Pornográfico- Eis a questão- Giselle Sato


Quando o assunto é sexo, alguns termos são associados automaticamente. Pornografia e erotismo surgem como correntes antagônicas. Para entender, montamos um mosaico e tentamos encaixar as peças.

Pornografia tem origem grega, significa inscrita da prostituição. Atualmente é a representação, por quaisquer meios, destinada a instigar a libido. O aspecto moral é bastante pesado. Está associada, aos maiores problemas sociais do mundo moderno.
Crimes contra menores, estímulo de violência e abusos sexuais. Neste ponto fica bem claro o aspecto moral e legal das duas vertentes.

Porém, ao falar de erotismo as coisas mudam. Usamos um tom mais brando, sofisticado e com ares de superioridade. Erotismo é referente a amor, paixão e desejo ardente. Prazer pelo prazer.

Apesar da intensidade, é associado a um conceito suave e permissivo. No mundo das artes, a linha entre pornografia e erotismo é muito tênue. Como diferenciar a pornografia e o erotismo?

Paixão, amor e desejo. A necessidade fundamental de algum contato. O erotismo sugere a presença, ainda que virtual de compartilhar o prazer. Mesmo em pensamento, não foge da idéia de registrar um parceiro.

Há textos conceituando essas duas palavras à participação ativa. Como se na pornografia, o estímulo à participação fosse direto e de forma objetiva. No erótico esse convite é subliminar, o que condiz com o conceito de que o pornográfico expõe e o erótico faz desejar.

A literatura erótica traduz a inspiração em forma de desejo. O sexo está inserido na narrativa, podendo ou não ser o assunto principal. A imaginação em possibilidades múltiplas, conduz à um mundo íntimo. Velado, oculto e silencioso.

O que não ocorre nos textos pornográficos. O contexto deste tipo de leitura é o sexo explícito. Sem a menor preocupação em ser vulgar ou obsceno. É cru, realista e sem meio-termo. Tem urgência e o tesão é imediato! É claro, direto e objetivo.

O erotismo é algo que pode não ser pornográfico, porém a pornografia é necessariamente erótica. Temos outro ponto que ainda hoje, e por muito tempo, tornará esses conceitos nebulosos e pessoais. O que define o que é erótico: quem o produz ou quem observa?

Definitivamente, erotismo e pornografia caminham lado a lado. Estão presentes em nossas vidas, entram em nossas casas através dos canais de comunicação. São usados em propagandas, mexem com o imaginário e estão disponíveis.

Sem hipocrisia e falsos moralismos, acredito que somos responsáveis por nossas escolhas. E limites.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mediterrâneo


Mediterrâneo, 27 a.C. A pequena província de Naimaj fora tomada de assalto pelas tropas legionárias do imperador Octavio Augustus. Vários rebeldes foram capturados e forças de milícia extintas. Ao anoitecer, as vielas estavam vazias e só se ouvia o trotar dos cavalos em retirada. A conquista da cidade fazia parte da estratégia traçada pelo comando oeste da centúria de Roma, que visava o domínio integral das cidades portuárias ao noroeste do Mediterrâneo.

A saída das últimas alas da cavalaria acontecia em ordem quando um dos comandantes da divisão de projeção avançada, o centurião Drace Vertigus, observou dois vultos em trôpega corrida pelos arredores do jardim da basílica de Altifas. Aguçando a visão, notou que eram duas mulheres. Em seu cavalo de guerra, desviou-se do caminho que trilhava e procurou aproximar-se de ambas. Ao cercá-las entre dois pilares da construção, viu o assombro brotar em suas faces. A mais velha das mulheres, tentando esconder a outra atrás de si, falou com lamúria:

- Por misericórdia, deixe-nos ir. Não nos faça mal...

Vertigus analisou-as. A que falava parecia ser poucos anos mais velha do que ele e ostentava pavor no olhar. Ela protegia de forma claramente maternal a outra, uma jovem de feições delicadas com certamente não mais de vinte anos de idade. Detentora de olhar firme e desafiador, a moça parecia ter medo, mas com menos clemência do que o exposto por sua mãe. Percebendo que o centurião avaliava silenciosamente sua protegida, a outra vociferou:

- Ela é uma menina indefesa e só tem a mim. Não a amedronte!...

O belo rosto, de traços finos e juvenis, era realmente o de uma menina, mas seu corpo, escondido numa bata empoeirada, era nitidamente de mulher adulta. De súbito, o oficial decidiu que levaria aquela garota consigo.

- Ela vem comigo – decretou o centurião romano, estendendo o braço.

A mãe da jovem desesperou-se e, em pânico, clamou aos prantos:

- Por favor, não! Não a molestes, ela é pura como as águas do Mediterrâneo... é inocente, por favor, deixe-a...

O centurião compreendeu o apelo, mas não acatou o pedido da mulher. Guardou sua espada em uma das alças da vestimenta e segurou com firmeza o braço da jovem que, por algum motivo, não o repeliu.

- Não te flageles, mulher! Não a estou raptando. Trá-la-ei de volta. No caos não há segurança para as jovens, que ficam expostas às ações de delinqüentes e estupradores. Enquanto estiver comigo ela estará mais protegida do que perambulando pelas ruas soturnas de Naimaj – finalizou Drace, terminando de montar a moça atrás de si, ordenando que segurasse em sua cintura para que se equilibrasse sobre o cavalo.

Rapidamente se retiraram cavalgando por ruas que ainda apresentavam focos de incêndio. Os braços da jovem, laçando o dorso do homem, atiçavam seus desejos.

- Para aonde me levas?

- Não te assustes. O que reservo para você é algo bom.

A cavalaria já havia saído da cidade sob a ordem de outro comandante. Vertigus aproveitou para decidir com calma para onde levaria a garota sem que os outros oficiais tomassem ciência. Resolveu que sua tenda no acampamento destacado era o local mais adequado para a ocasião.

- O que farás comigo? – perguntou a moça.

A pergunta deixou Drace pensativo por alguns instantes.

- Ficarás comigo até que a situação na província volte ao normal.

- O que será feito de meu povo?

- Não te preocupes quanto a isso. Roma está interessada apenas em angariar locais estratégicos no Mediterrâneo para o escoamento de insumos. Somente as forças de resistência foram dissipadas. Ninguém dentre os íntegros e capazes do seu povo sofrerão castigos ou se tornarão escravos – despistou o oficial, sem se aprofundar nas reais intenções do Império Romano.

Apesar de procurar mensurar as palavras para não deixar vazar nenhuma informação sigilosa, Vertigus ficou encantado com a desenvoltura e mesmo a ousadia da menina ao interpelá-lo.

- Qual seu nome? – quis saber a garota.

- És muito sagaz, pequena. Invoque-me por Drace – disse Vertigus, afagando a cabeça da jovem com carinho.

Após chegar ao acampamento destacado, onde havia uma tenda exclusiva para seu repouso, o comandante Vertigus ordenou a alguns legionários que preparassem um banho para ele e para a sua acompanhante. Após retirar seu elmo e demais trajes bélicos, o comandante romano aproximou-se e, tocando com admirável carinho o queixo da jovem com uma das mãos, encostou seus lábios nos dela, provando seu gosto. Sua língua projetou-se com malícia para dentro da boca da moça, convidando a dela para juntas se sentirem. Envolvendo-a pela cintura, passeou com as mãos pelas costas ainda cobertas da garota, puxando-lhe a roupa. A jovem ainda não lhe retribuía as carícias, mas, no seu íntimo, mostrava-se confortada, amparada pelo modo sensível e amoroso como o romano a tratava. Sua língua, enfim, saiu do esconderijo e, timidamente, firmou primeiro encontro com a dele. Vertigus demonstrava grande desejo sexual, crescente a cada instante. Havia semanas que não se relacionava, absorto que estava com os conflitos no Mediterrâneo. Nem mesmo as disponíveis dançarinas da legião ele procurava. Entretanto, aquela jovem o cativara de forma tão arrebatadora que agora só o sexo quente e pleno poderia lhe dar algum alívio.

Ao despi-la para o banho, Drace pode confirmar o que já havia percebido: o corpo da jovem era de uma beleza formidável, uma escultura que só os mais habilidosos artistas romanos poderiam criar. Essa visão fez aumentar ainda mais sua excitação. Curioso em saber ao certo qual a idade de sua jovem naimajiana, Vertigus não se furtou em indagar.

- Dezessete - respondeu a jovem um pouco mais desinibida.
Após o banho, a menina com os cabelos sensualmente molhados, encobrindo parte de seu rosto, demonstrava certo nervosismo. Ela tentava esconder com as mãos o que a toalha não cobria. Esta ansiedade se acentuou quando reparou o portentoso membro em riste do centurião. Vertigus procurou acalmá-la com carinho.

- Confie em mim. Nada de ruim vai acontecer a você – disse, deitando a garota sobre um dos divãs, encostando seu rosto junto ao dela.

Trazendo-a para cima de si, Drace perguntou seu nome.

- Hela.

- Que belo nome! Já tiveras algum homem, Hela?

- Não.

- Não tenhas medo. Agora tu serás minha mulher – disse Drace, beijando a bem delineada boca
da ninfa.

No íntimo de Hela havia uma confusão de sentimentos que até então nunca sentira com tanta intensidade. Os desejos sexuais reprimidos desde a infância, o medo do novo, a vontade de querer ser mulher, eram sensações que explodiam como uma cizânia em sua mente. Entretanto, a tranqüilidade que Drace lhe passava fazia com que cada vez mais essas angústias se dissipassem. Gradualmente ela ia se sentindo mais segura e menos temerosa. O oficial tirou a toalha que ainda cobria parcialmente Hela. Segundos de silêncio se passaram com ambos nus trocando pequenas e sutis carícias. Drace passou a beijar o colo de Hela, enquanto deslizava suas mãos pelas costas frescas e macias de sua ninfa. Seu tórax de compleição apolínea cresceu sobre Hela, ao tempo que passava a lamber e beijar com indisfarçável sutileza os seios formosos, que se intumesciam, arrepiando os pelinhos pubianos da jovem. Todo aquele prefácio deixara Hela um pouco menos tensa. Foi quando, levada pela curiosidade e crescente intimidade, a moça segurou de leve o membro petrificado de Drace Vertigus. Não sabia bem o que fazer com ele sob sua posse, mas só aquele toque já foi suficiente para o romano pudesse sentir os batimentos cardíacos acelerarem sobremaneira.

Segurando o pênis pela base, a jovem observava com muita curiosidade as calibrosas veias saltantes do falo enorme e rijo. Instintivamente foi chegando o rosto mais perto, analisando com curiosidade quase infantil aquela glande arroxeada e gorda. Ficou com o delicado nariz bem perto do pau de Drace. Então, encostou com muita leveza os lábios na ponta da cabeça, que queria explodir de tão inchada, liberando a língua com muita suavidade sobre o pequeno orifício do pênis. Vertigus cerrou os olhos e desligou-se de qualquer outro pensamento. A língua de Hela deslizou deixando pequeno rastro de saliva. Inclinando mais a cabeça, a jovem começou a pôr o membro para dentro da boca, bem devagar. Mesmo sem experiência, procurou criar um ambiente aconchegante para aquele pedaço duro de carne, mas, ainda que fosse levado em conta todo seu esforço, ela deixava mais da metade do lado de fora. Passou, então, a mamar carinhosamente pelo menos a parte que dava conta, com uma inocência que deixava Drace completamente em transe. Hela olhava para Vertigus, com parte da glande entre os lábios, para saber se era aquilo que ele queria, mas o oficial estava com os dentes trincados e os olhos comprimidos, submerso numa viagem que só teria volta depois do gozo. Vendo que estava levando intenso prazer para seu homem, Hela voltou a realizar os mesmos movimentos, aumentando um pouco a velocidade e dando especial atenção à cabeça dilatada, cujos beijos e mamadas geravam ruídos que a deixavam animada. O grande estrategista romano Drace Vertigus encontrava-se totalmente dominado pela encantadora atividade oral que a menina lhe ofertava. A felação imposta pela jovem, num ritmo intenso e ao mesmo tempo inocente, fez com que o oficial se derretesse em intermináveis jatos de porra. Espantada com o ocorrido, Hela engoliu no susto boa parte do esperma, engasgando-se, enquanto o restante ainda era expelido em seu rosto. O sêmen espalhado em grande quantidade, vertia por sua face até a ponta de seu queixo, proporcionando uma cena de plástico erotismo.

Extasiado de prazer, Vertigus trouxe o corpo de Hela para perto de si e abraçou-o. Com um pequeno pano limpou a face da jovem naimajiana e beijou-lhe a testa. Descendo com as mãos, Drace tocou levemente a vagina da garota e percebeu-a úmida. Começou a brincar com ela usando os dedos. Viu que a menina curtia e fechava os olhos. Descendo seu corpo, Drace pôs-se a beijar os grandes lábios. Hela, sentindo algo que jamais sentira, começou a se contorcer, começando a descobrir o que era o prazer. A esperta língua do oficial massageava o clitóris, enquanto sua boca sugava toda a seiva que vinha daquela racha quente. Quando a garota emitiu os primeiros gemidos de satisfação, Vertigus passou a tocá-la com os dedos novamente. Como um grande estrategista, Drace penetrou sorrateiramente com de seus dedos no receptivo canal vaginal, sentindo a umidade e o calor de um lugar ainda não explorado, preparando o terreno para uma conquista maior. Aquilo revigorou rapidamente o tesão do romano, que passou a exibir o mesmo membro encorpado de minutos atrás. Tomando seu pau com uma das mãos e friccionando-o sobre a vulva de Hela, Drace direcionou-o contra a entrada apertada. A cabeça do falo começou a se adaptar aos músculos vaginais de forma bem lenta, alargando com dificuldade os lábios internos da garota.

- Procure relaxar – disse Vertigus.

A menina tentou, mas teve medo da dor. O pau do oficial romano permanecia como um aríete próximo à entrada vaginal de Hela, aguardando uma brecha que fosse para romper a defesa e invadir. Ele descortinava parte dos grandes lábios com a glande, na espreita, como um grande estrategista, aguardando o melhor momento para o ataque. A moça, então, relaxou um pouco, o suficiente para que o pau de Vertigus rasgasse aquela deliciosa carne virgem.

- Ahhhhhh... – gemeu profundamente a moça.

O romano beijou carinhosamente a boca da ninfa ao tempo em que ela virava mulher.O membro ia sendo engolido centímetro por centímetro pela gulosa e quente vagina, e aquele calor era transferido para todo o corpo de Drace, num sentimento indescritível de prazer. O processo de vai-e-vém começou bem lento para que a menina sentisse o mínimo de dor possível, mas logo as investidas se tornaram mais vigorosas. Vertigus segurava a garota ora pelos quadris ora pelos braços. Com as estocadas ganhando mais ímpeto, o homem deu novo urro de pleno êxtase, jogando a cabeça para trás, contorcendo-se em correntes de puro prazer. “Que mulher era aquela!”, pesnsava ele, “Que loucura de ninfeta!”. Ela era melhor e mais incrível que qualquer outra que já tivera. Ainda com seu pau dentro da jovem, o centurião admitiu com rara sinceridade:

- Você me desperta o amor.

A jovem, surpreendida com a declaração e ajeitando-se sob seu corpo, retribuiu com um largo sorriso. Aquele sexo havia, realmente, encaminhado Drace Vertigus para uma reflexão profunda sobre sentimentos. O membro, finalmente, deu os primeiros indícios de amolecimento. Hela ainda não o tinha visto murcho e achou interessante aquele pedaço de carne retrocedendo a um tamanho médio. Rindo, a garota segurou-o com as mãos e começou a movimentá-lo, como se quisesse saber como funcionava a engrenagem que às vezes o deixava pequeno e, outras, enorme. Drace achou muito divertido aquilo e deixou-a distraída. Enquanto isso, ele observava o belo corpo de sua, agora, mulher. Afagou a cabeça dela e pensou, por instantes, em não mais devolvê-la para a mãe, em torná-la sua companheira para sempre. Enquanto pensava, Hela resolveu levar o pênis de Drace à boca novamente, para saber como ele inflaria. Chupava, inocentemente, fazendo barulhinhos enquanto passava a língua em torno da glande. Com o pênis naquele estado ela regozijava-se por conseguir colocá-lo todo dentro da boca. Abaixava um pouco mais e beijava também os testículos, interessada também nos mistérios daquela área. Demorou pouco para que o pau do oficial iniciasse a terceira ereção. Hela, que já curtia a situação, lambia e mordiscava como se aquele pênis fosse um objeto de desejo seu. Drace deixou que a menina se divertisse mais um pouco até que se completasse o processo integral de rigidez, o que não tardou a ocorrer.

- Vou ensinar-te outra forma de prazer – disse Drace –, fique de joelhos e ponha as mãos para frente, apoiando-se no divã.

Hela achou, inicialmente, aquela posição estranha.

- O que vais fazer?

- Quero que você relaxe, pequena princesa.

O romano abraçou por trás a jovem. Suas mãos fortes andavam já com desenvoltura pela cintura e parte posterior das coxas de Hela. Ele contemplava as curvas daquele magnífico corpo posicionado de quatro, numa lasciva forma submissa: um lindo dorso e ancas incrivelmente redondas e macias. Todo o conjunto exalava sensualidade, num irrecusável convite ao sexo anal. Afastando as pernas para os lados, segurou seu membro e começou a massageá-lo pelas coxas de Hela, subindo. Sem entender claramente o que o romano pretendia, a garota seguia curtindo cada novidade que o romano trazia. Drace parou com a ponta do falo direcionada para o minúsculo e mimoso orifício marrom que havia entre os glúteos. Admirou por mais alguns instantes aquele visual perfeito e, então, segurou o quadril da jovem com carinho e disse:

- Uma coisa boa irá acontecer, meu amor. Não tencione seus músculos.

Segurou o membro com uma das mãos e com a outra firmou a bunda da menina próxima a ele, para que as chances de escapatória se reduzissem. Passou a mão esquerda na virilha da garota para pegar parte da mistura de lubrificação, esperma e saliva que ainda escorriam de sua vagina. Passou a mistura melada em torno da cabeça do pau. Após o cuidado inicial, apertou a glande contra a entrada do reto. Mas seu pau nada progrediu. A desproporção de tamanhos entre o pênis de Drace e o ânus de Hela era inacreditável, dando a entender que o oficial romano não venceria aquela batalha. Aplicou um pouco mais de força e nada. Desafiado, Vertigus sentiu-se ainda mais vidrado e cheio de tesão. Passou a brincar com o membro ao redor da entrada do canal retal até que, repentinamente, sentiu o esfíncter piscar, num raro momento de descontração. Foi a senha para que pressionasse e conseguisse encaixar pelo menos parte da glande. Hela emitiu um urro visceral quando sentiu os primeiros milímetros do gigante de carne penetrarem seu ânus. Drace não permitiu que os rebolados da moça, numa nítida tentativa de fuga, atrapalhassem sua vitória parcial. Segurando-a com firmeza, disse com paciência e carinho:

- Acalme-se Hela. Confie em mim.

As palavras doces e os gestos afetuosos de Drace novamente contribuíram para que Hela voltasse a se sentir segura em relação à sua integridade física, relaxasse a musculatura anal e parasse de lutar contra o invasor. O pênis pulsante e faminto aproveitou mais esse momento de frouxidão no sistema de defesa da jovem e avançou, conquistando mais espaço. Novo grito gutural. Duas singelas lágrimas correram pelo canto do rosto da jovem. Hela se debatia como um peixe no anzol, mas a situação já estava controlada pelo centurião, que agora pretendia apenas não traumatizá-la muito. Segurando com grande virilidade o quadril de Hela, deixou imóvel a parte do pênis que já estava no interior do ânus e afagou as costas de sua amante. O romano começou, então, a empurrar o resto do pau para dentro o mais lentamente possível, mas sem dar chances de recuo. Olhando para baixo, Drace se excitava ainda mais ao constatar a fantástica capacidade de expansão daquele orifício que seguia albergando, pouco a pouco, o membro de proporções fabulosas.

De início o bom senso lhe disse para não colocar tudo, esperando que a mulher se acostumasse com a nova presença em seu corpo. Hela deixava de gritar e gemer e, então, silenciando como alguém que busca concentração, passou a girar o quadril tentando achar a posição mais confortável. Vertigus parou por mais alguns segundos, deixando seu pau estacionado no canal retal da jovem até que esta estivesse na mesma sintonia que ele. Quando notou que ela já estava mais íntima do invasor, reiniciou a penetração, dessa vez metendo até onde podia. Hela soltou um grito rouco. Aquela incrível elasticidade do ânus de Hela passava para Drace uma saborosíssima sensação, já que além de quente e muito apertado, o reto da garota funcionava como um perfeito sistema de tração, prendendo e puxando. Ele passou então a fazer o movimento de volta. O vai-e-vém começou bem suave. As mãos do oficial traduziam fielmente seu apetite voraz por aquela bunda, apertando as ancas de Hela como se estas fossem verdadeiras alças. Drace entrava e saía na cadência que julgava melhor para ele e para sua amante. Hela passou a emitir gemidos que, se não eram de prazer, já não eram mais de dor. Vertigus procurava saborear cada instante daquela jornada anal. Às vezes, parava só com a imensa glande submersa no ânus e curtia novamente a sucção gostosa que este fazia chamando todo seu pau de volta para dentro. Agora, sem a dificuldade inicial, o membro já familiarizado ao ambiente, percorria o canal de forma mais fácil e gostosa.

Drace começou a sentir a necessidade de aumentar a velocidade dos movimentos. Olhou para o rosto de Hela e viu que a expressão de sofrimento não mais estava ali. Os olhos já não eram mais de uma menina, mais de uma mulher que sabia o que estava acontecendo e que queria extrair prazer daquilo também. Drace agilizou as investidas enquanto sentia sua amante girar o quadril instintivamente, fazendo o pau do romano rotacionar ao mesmo tempo em que entrava e saía. Vertigus percebeu que quanto mais intensificava o vai-e-vém mais seu corpo pedia rapidez, como num vício delirante. O barulho do impacto das coxas, misturados aos gritos e gemidos do casal formavam um ruído de indescritível luxúria. Drace consumia aquela bunda com muito vigor, impondo um ritmo selvagem, alucinante e cada vez mais insano. O suor escorria como cascatas pelo corpo do homem, descendo pelas pernas de Hela. O ânus em chamas da mulher respondia com sofreguidão à agressividade dos movimentos e seguia na sua incandescente atividade de sugar e soltar, sugar e soltar, num devastador esfolamento de peles. Não tardou para que o pau do oficial romano começasse a latejar, vibrando e expandindo na indicação de que novo orgasmo estava a caminho. Na explosão final, Vertigus, lacrimejando de prazer, puxou o máximo que pôde a bunda da jovem para si, procurando gozar o mais dentro possível do organismo de Hela.

Que mulher! Nenhuma outra jamais proporcionara tamanha felicidade sexual como aquela menina. Ainda ficaram algum tempo abraçados quando o centurião então falou:

- Você me deu mais prazer do que qualquer outra que já tive, mesmo as experientes mulheres
das termas de Roma. Gostaria de ter você para sempre, mas prometi a sua mãe que a devolveria sã. Sou homem de cumprir o que prometo. Ao nascer do sol a levarei de volta.

Qual não foi a surpresa quando Hela respondeu:

- Você me fez mulher e me faz feliz. Quero ser sua para sempre. Não quero mais voltar para aquele povoado e minha mãe terá lembranças minhas no futuro. Leve-me contigo para Roma e dê-me amor, prazer e poder.

O centurião pensou no arrojo das palavras daquela moça e na responsabilidade que tinha em mãos. Olhou firmemente para ela e disse:

- Então, que seja assim. Serás minha para sempre.

E beijaram-se carinhosamente.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MENINAS MALVADAS- RESENHA


Meninas Malvadas- Giselle Sato

É possível escrever um texto erótico e ao mesmo tempo, preservar o bom gosto? Usar a sensualidade como aliada e contar boas histórias?
Giselle Sato, diz que sim. Vai além: propõe espiar pelo buraco da fechadura e deixar a inibição de lado. Reais ou imaginárias, a escritora não revela.
Existem pistas, detalhes do cotidiano, o que torna a leitura muito interessante. Se o leitor se identificar com algum personagem, é livre para seguir em frente.
Para a escritora, sexo vai muito além do físico, está na imaginação de cada um. O que torna tudo permitido. Traições, vinganças, fetiches, taras, romance e fantasias. Cenas do dia-a-dia, desejos escondidas no fundo da gaveta. São retratos que formam um álbum delicioso. Vibrante e atual.
Sexo é um tema que abre um mundo de opções. Ao logo da história esteve presente em todas as formas de arte. O proibido, o que está oculto por trás dos panos, é o que nos excita. Aquilo que existe muito além do obvio, age como o impulso. Somos naturalmente atraídos.
‘’Meninas Malvadas’’, é um livro erótico. Dentro do estilo ágil da escritora, apresenta enredos temperados com humor, terror, suspense e dramas. As personagens deste livro; se ainda não sabem o que querem, estão descobrindo o caminho.
São mulheres ousadas, conhecem o próprio corpo e desejos. Levam a camisinha na bolsa e escolhem os parceiros, sem medo de ser feliz. Sônia, Jana, Angel e tantas outras...
Em comum: a audácia de saber como se goza.
Onde estão estas mulheres fantásticas, que abraçam o mundo com as pernas e amam pequenas maldades?
Basta dar uma olhada com atenção. Quem sabe, sentadas em algum café, por trás do livro, ‘’ Meninas Malvadas’’, observando o entre e sai das pessoas...
Apresentação feita; deite, role e deleite-se. É diversão garantida, o prazer é todo seu...

Editora Temátika

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Janelas (Escritor Convidado - DARKNESS)


A noite oculta desejos
Esconde as sensações
Enseja encontros mil
Corpos plenos de tesões.
Em uma rua dormente
Duas janelas frente a frente
Solitários a espiarem
Invasores a se olharem.
A tez pálida da jovem
Vestida tão somente
Pela formosura desnuda
Da fome fremente.
Espreita o másculo trigueiro
Em veste de vigilante guerreiro
Em pinturas rituais e selvagens
A procura de sensuais imagens.
Quando os olhares se encontram
Corpos que se insinuam... provocantes
Corações acelerando... mil vezes
Os toques íntimos ... excitantes.
Ela leva as mãos aos seios
Circulando os rijos mamilos
Apertando-os com furor
Expondo todo seu ardor.
Ele desce as mãos ao colo
Sente o membro latejante
Sua carne treme solitária
Sufoca o grito delirante.
A fêmea em sua dança
Move-se com sensualidade
Roça as partes com os dedos
Aquece sua sexualidade.
O macho acompanha o bailado
Vibra com o suave rebolado
Antevê a floresta virginal
Sente a tepidez carnal.
As mãos seguem sua viagem
Os lábios tremem em gemidos
Agora os dedos avançam
Sobre os lábios comprimidos.
O guerreiro vê a caça... seu mel
Contorcer-se na solidão
Agarra o membro com frêmito
Só lhe resta a masturbação.
A musa já não cabe em si... delira
Explora a caverna com mais dedos
Sobre a cama expõe a anca... traseiro
Desafiando a coragem do guerreiro.
Ele sabe que lhe cabe o direito
De lançar-se em primazia
Mas as grades o detém
Contendo sua selvageria. As mãos da fêmea se enlouquecem
Esfregam os seios e a vagina
Não são o amante desejado
Mas servem ao instinto aflorado.
O macho se desespera... uiva
Ao sentir o tesão da deusa nua
Contagia-o os gemidos... gritos
Vindos do outro lado da rua.
Mais e mais ela se estimula
Com toques mais constantes
Sua carne anseia pelo membro
A penetrar-lhe com rompantes.
O macho acelera sua dança
Sente o triunfo da prisão
Sabe que o auge se fará
Em erma e fria ejaculação.
Em seu quarto a fêmea vibra
Seu tesão a leva à loucura
Fechas os olhos com lasciva
Sente o membro em sua frescura.
Gemidos tornam-se lamentos
As mentes se rebelam mudas
Por que a distância insistente
Separando o contato mais ardente?
Não tendo mais como adiar
Nem mesmo por se desejar
Fêmea e macho sentem o fim
É hora de explodir... gozar.
Olhos cerrados em desolação
Os lábios crispados em convulsão
A fêmea sente sua carne se render
Ao gozo que lhe entorpece a razão.
Tresloucado além das forças
O macho vaza sua tensão
Suas mãos retêm o liquido
Seiva tépida de seu tesão.
Instintos amainados... não atendidos
Os espiões voltam a se olhar
Os desejos apenas aumentados
Sem se poder concretizar.
Tudo isto em uma noite
Que dividem de suas janelas
Tudo isto porque são prisioneiros
Não podem deixar suas celas.

domingo, 9 de novembro de 2008

Uma única escolha (Ro Primo - Escritora Convidada)





Ela acabara de sair do confessionário assustada com o que ouviu...
Agitada e nervosa tirou a aliança da mão direita e dirigiu até não agüentar mais, mas as palavras vinham a todo instante em seu pensamento:
-mulher-deusa....mulher infinita...sedenta....lunar.... feita principalmente pra amar ... Te dou tudo. Coloco minha vida em tuas mãos. Te amar numa cama cheirosa e macia deve ser um sonho... Minha deliciosa...
De tanto pensar sentiu uma tontura, tentou imaginar coisas desagradáveis, em vão... voltou a lembrar de tudo sem esquecer uma virgula sequer da fala daquele jovem.
-Um paraíso na Terra... Só pra você... Dois caras te amando feito dois alucinados... Depois de um tempo...depois de nos conhecermos bem... não quero outra coisa, decida minha vida, falou com toda convicção que possa existir, e ela começou a chorar sem parar, e tomou a decisão... Entrou no carro dirigiu velozmente e ao avistar aquele jovem respirou profundamente e falou.
-Eu aceito, de coração aberto e peito desperto, luas, estrelas, meus olhos, seus olhos, quero Deus em nossa troca de olhares, quero Deus em meu ventre, quero ser lua, sol, anjo e Deus, na doce e linda e fértil semente que você colocará em mim, no dia mais lindo do calendário da gente...
Ele emocionado tirou a batina, se ajoelhou entre ela e a imagem daquele santo, pediu perdão, colocou a mão no bolso e deu um tiro certeiro no coração, antes de morrer pensou: não dá pra escolher.

Ro Primo

sábado, 8 de novembro de 2008

17- Pedro Faria - escritor convidado


Dezessete

Ele precisava dar uma volta.
Saiu de casa com o passo apressado, e subiu no primeiro ônibus que parou.
Queria matar, destruir. Estava irritado com tudo. Achava que se alguém o olhasse nos olhos naquele momento, ele partiria para cima para brigar.
Com a intenção de se acalmar, ele fechou os olhos e tentou se lembrar de coisas boas. Porém, em cada imagem que lhe aparecia estava ela, e isso o fazia fechar com mais força seus punhos, até que suas unhas mal aparadas lhe cortassem superficialmente a pele áspera das mãos.

Para ele, ela havia morrido. Ele cansara de despejar seu carinho e amor sobre ela, e não obter nada em retorno. Ele queria apenas o amor dela, um tom de satisfação na voz dela quando conversassem. Um pingo de felicidade, de carinho, em seus olhos, quando ela o visse.
Ele queria se sentir desejado. E com ela, nunca tinha conseguido.

O ônibus seguia seu caminho enquanto ele olhava para fora: As pessoas, que não passavam de borrões para ele, cuja existência não lhe acrescentava em nada. Ele sentia ódio por elas, um ódio que vem do ciúme, da inveja, da vaidade. Ele precisava machucar alguém, ferir uma pessoa, fazê-la sentir como ele se sentia.

O que lhe despertou para a realidade foi a gota de sangue no assento a seu lado.
Ele balançou a cabeça. Tinha saído de casa justamente para esfriar a cabeça, para deixar a violência contida dentro de seu quarto, numa bolha. Mas ao que parecia, a bolha o havia seguido, e grudara em seu coração.

Puxou a cordinha, e saltou no ponto. Colocou as mãos nos bolsos da jaqueta e olhou ao redor.
Não conseguiu conter uma risada ao ver onde estava.
Tinha pegado justamente o único ônibus que lhe deixava à porta da casa dela e, como o bordão de alguma piada cósmica sem graça, era lá onde havia saltado.
Naquele momento, ele não conseguiu mais se segurar. A bolha de raiva tremia em seu peito, sua respiração tinha acelerado.

Ele marchou até a casa dela. Bateu vigorosamente na porta.
Quando ela abriu a porta, ele achou que iria desmaiar. Era esse o efeito que ela fazia sobre ele: Perto dela, ele não era nada, era como um fragmento de um gigantesco cenário construído para a diversão dela, no qual ela era o centro de todas as ações, e todos os diálogos eram sobre ela.

O olhar dela quando o viu foi de confusão. Isso não foi o bastante para detê-lo.
Ele investiu para ela, fazendo-a cair sentada numa poltrona.
Ela começou a gritar.
Após fechar a porta, ele se aproximou:
-“Não, agora você vai ficar sentada aí e me ouvir! Eu fiz tudo para você, tudo mesmo. Ouvi seus lamentos, tratei de suas feridas, enxuguei suas lágrimas. E você, nada!”
Ele estava errático. Seus olhos desfocados, como se estivesse drogado.
Ela tentou se levantar e fugir, mas ele a segurou de bruços na poltrona:
-“Eu vou fazer o que tenho que fazer. Eu vim fazer a cobrança”.
Havia uma estante atrás da poltrona. Ele puxou seu cinto e prendeu as mãos acima da cabeça, amarrando o cinto na estante.
Com seu joelho nas costas dela, ele tirou suas calças. Toda aquela briga o havia deixado excitado.
Arrancou a bermuda dela, e a calcinha. As nádegas dela estavam quentes, e ela chorava.
Ele queria que ela não gostasse.
Enfiou as mãos entre as pernas dela. Ela chutava e gritava.

Ele ignorou a vagina. Não, ali seria fácil demais.
Então ele a penetrou entre suas nádegas, de uma vez só. O grito dela foi horrível.
Com as duas mãos pressionando o corpo dela contra a poltrona, ele começou o vai e vem dentro dela.

Ela chorava, implorava para que parasse, mas ele não se importava. Estava adorando aquilo. Estava finalmente tomando o que sabia ser seu de direito.
A posição estava ficando desconfortável para ele. Então, ele a segurou por baixo, para levantar seu corpo na poltrona.

Quando a mão dele tocou no meio das coxas, uma surpresa: Ela estava encharcada! A puta estava gostando!
Esquecendo qualquer desconforto que pudesse estar sentindo, ele continuou mais forte.
Aí, ela riu.
Ele parou. A risada dela não era apenas fora de lugar, era horrível. Seu sangue congelou.
“É só isso? Vamos, mais forte! Vamos lá! Vai me dizer que já entrou tudo? É só isso mesmo?
Você me enoja! Precisa me pegar desprevenida, me amarrar, para fazer o que não teria coragem. Você é um fraco.
Mais! Você começou agora você vai terminar.
Mais forte! Mais, mais!”

Ele continuou se movendo, a risada dela ecoando em sua mente, suas palavras flutuando pela sala, ditas com uma voz gutural, que não era a dela.
Seu suor escorria sobre o corpo dela, e ele achava que ia desmaiar. Notou que estava muito fácil penetrá-la. Mesmo que o corpo dela tivesse se ajustado, estava muito fácil.
Olhou para baixo, e gritou.

As nádegas dela lhe envolviam a barriga. Ele estava entrando nela, como ele sempre quis. Estava se tornando parte dela, para sempre. Achou que deveria estar feliz.
Mas não estava. A única coisa que sentia era um medo paralisante.
“Isso, agora sim, mais forte! Somos apenas eu e você agora, amor.”

Ele gritou, e algo o atingiu no rosto.
Olhando bem, ele viu que era o chão. Estava caído em seu quarto, o suor do pesadelo lhe ensopava a camisa.
Esfregando o rosto, ele se levantou. As imagens do sonho iam e vinham em sua mente, e ele estava tonto com a queda. A última coisa que lembrava era de ter ido deitar com raiva.

Aí ele se lembrou dela, e deu um soco na parede.
Estava cansado dela em sua cabeça.
Levantou-se. Daria um passeio.
Isso o acalmaria.
Sim.
Uma caminhada. Talvez uma volta num ônibus.
E tudo ficaria bem.




Nota- foto de Ricardo Pozzo

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

INDRISOS- RITA MEDUSA


I-Esboço proibido


Olhos rendidos ao peito nu. Dele
Convite para uma fixação
Os olhos tinham cordas de desejo

A queda era inevitável
Arder. O milagre de existir



O peito queimado pela luz radioativa
Velozmente aniquilado. Tontura
Aviso de que as raízes cavariam

Solos mais profundos
Pela tela pequena, enquadre desajeitado



II- Telas Fragmentadas


Submergiam os frescores da obsessão
No talo dos olhos. Dela
A textura da pele sendo devorada

Impregnação do perfume da tormenta.
As mãos imaginárias e histéricas

Ela cairia no colo da suspensão
Da morte da consciência, teria pregos nos olhos
E um disfarce triste

Mas preferiu acorrentar-se naquela imagem
E na pele do absurdo: entrega e pulsação...





Nota- Foto Ricardo Pozzo

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

VICIOS- Giselle Sato


O desejo dói. Castiga em tormentos a ausência.

O corpo quente, ansioso, oferece abrigo, instiga o perigo, testa os limites e sofre.
Solidão.

Silencia a madrugada, suas mãos fortes tocam, procuram, exigem e envolvem.

Feche os olhos, deixe que te guie, confie, estou faminta de prazer, diga meu nome mil vezes enquanto descubro seus segredos.

Medo. Que me roube os vícios.

Vícios. Que me tornam cativa dos teus segredos.

Segredos. Que são apenas fetiches.

Fetiches. Que me fazem sua , apaixonada e sem limites.

Limites. Que dissolvo em sua boca, gemendo baixinho, muito além do bastante.




Nota- foto de Ricardo Pozzo - http://artedesire.blogspot.com

domingo, 2 de novembro de 2008

Freddy, o elefante por Carlinhos Barros- Escritor convidado


Freddy, o elefante por Carlinhos Barros- Escritor convidado

Freddy, o Elefante
Por Carlinhos Barros


Não era a primeira vez que o elefante Freddy ia à Casa da Árvore Drink’s. Sempre que brigava com a esposa, ia à boate para relaxar. Desta vez, chegou enfurecido.
– Aquela vaca não dá valor ao marido que tem! – disse ao balconista.
– De novo a esposa, Freddy?
– Trabalho o dia inteiro para chegar em casa e ouvir aquela tetas caídas buzinar nos meus ouvidos! Tenha dó, meu amigo!
– As vacas são assim, companheiro. Passam a vida pastando, quietinhas. Quando casam... querem falar tudo o que não falaram. E quem sofre são os maridos! Mas, veja pelo lado bom, ao menos você tem quatro tetas para usufruir – disse rindo, enquanto enchia o copo do elefante.
– Não me venha com suas ironias – virou o copo numa única golada.
– Elefante e vaca não combinam, Freddy. Já te disse isso.
– Deixa de bobagem e faça seu serviço – apontou para o copo vazio. – E a Tutinha, está aí hoje?
– Sim, senhor – falou e riu, maliciosamente, o balconista. – Quer que eu a chame?
– Não, não. Só avise que estou por aqui e que vou querer serviço completo hoje.
Freddy pegou seu copo e saiu vagando à procura dos amigos. O balconista até que era um bom companheiro, mas o elefante não gostava muito dos homens. Para ele, humanos só serviam para uma coisa: sexo.
Andou pelo grande salão observando a todos. A Casa da Árvore sempre lhe pareceu um lugar misterioso e acolhedor. Adorava estar ali, na penumbra daquele ambiente. Tudo lhe era agradável: os vaga-lumes responsáveis pela pouca iluminação, os animais freqüentadores, as mulheres bailarinas, a banda de jacarés, as garçonetes avestruzes. Ali, Freddy sentia-se em casa.
Dentre os presentes, o elefante não viu nenhum que trouxesse uma verdadeira conversa de amigos. Voltou ao balcão.
– Mudei de idéia. Fala para a Tutinha que estou esperando no quarto de sempre – disse Freddy. – E peça para levar tudo o que tem direito – deu um sorriso de satisfação e virou-lhe as costas.
Atrás do balcão, o homem, intrigado, via Freddy afastar-se e tinha a impressão de que suas grandes nádegas rebolavam mais do que o normal. Depois da intrigante cena, mandou chamar Tutinha, a prostituta preferida do elefante.

***

– Isso, assim... – disse Freddy, ofegante.
– Você gosta? – perguntou a mulher.
– Ai... muito... Na orelhinha, agora, minha Tutinha. Na orelhinha...
– Vou morder ela toda, meu gostoso!
– Morde! Morde, sim! Aí, isso, bem aí... Ai... Agora a tromba, a tromba, meu anjo...
– Hum... pode deixar – falou Tutinha, com volúpia.
Segurou a tromba com firmeza e, enquanto beijava-a toda, dizia, intercalando beijinhos e palavras:
– Sabe o que eu mais gosto nela? São esses pelinhos. É tão sensual... – a moça ia e vinha, falando e beijando.
– Ela é todinha sua, todinha!
– E essa sua bundona gostosa, de quem é? – perguntou Tutinha, fingindo-se carrasca.
– Sua, sua! De mais ninguém! – respondeu Freddy, bancando-se indefeso. – Morde ela, bate nela! Vai, forte!
Tutinha mordia e dava palmadas violentas, mas o elefante, ainda vestido, parecia não sentir muito. A moça pegou uma espécie de raquete de madeira. Começou a golpear-lhe as nádegas.
– Toma, seu gordinho safado! É disso que você gosta, não é?
– Sim! Sim! Mais forte, benzinho, mais forte!
– Que tal se a gente tirar esta sua roupinha, agora, para ficar mais gostoso?
Freddy levantou-se extasiado da enorme cama “Big King Triple Size”. Iniciou uma dança com extrema desenvoltura. Ia fazer um streap-tease. Tutinha enconrajou-o, simulando, com a voz, as notas de uma música sensual.
O dançarino girava e pulava. A cada salto, o chão estremecia e Tutinha vibrava com “hipes" e “hurras”. Não demorou muito, Freddy, triunfante, apresentou-se de roupas íntimas: um conjunto de couro vermelho de calcinha e sutiã.
– Ah! Que menino sapeca! – brincou Tutinha. – Está lindo, lindo! Desta vez você caprichou, meu fofinho. Acho até que vou te presentear com um brinquedinho novo que arrumei...
– E o que é, minha Tututi? – perguntou, ansioso, o elefante.
A moça foi até o armário e voltou com um objeto fálico, grande e brilhante. Freddy emitiu um ruído estranho, como quem está sem ar. Falou com voz aguda:
– Menina! Que que é isso?
– Algo muito especial. É mágico...
– Mágico? Como assim? – entortou a cara Freddy.
– Preste bem atenção.
A moça segurou o objeto pela base e falou um “ai” bem prolongado. Na medida em que o “ai” se estendia, também crescia o objeto na mão de Tutinha. Depois falou um “ui”, também prolongado, que causou o efeito contrário, fazendo o objeto voltar ao seu tamanho normal.
– Minha Mãe-Natureza! Onde você arrumou isto? – perguntou, espantado, Freddy.
– Um mágico nunca revela seus segredos, meu docinho.

***

Quando a vaca louca entrou na Casa da Árvore, não teve quem a segurasse. Só se ouviu alguém gritar: “É a mulher do Freddy!”
– A senhora não pode entrar assim! – repreendeu-a o balconista.
– Vem me impedir, seu homem-estrume. Eu já sei de tudo! Vou pegar aquele elefante bicha agora! – vociferou a vaca.
Em poucos instantes, já estava diante da porta do quarto. Ouviu a voz do marido em longos gemidos:
– Ai, ui, ai, ui, ai, ui...
Enfurecida, levou a porta abaixo feito o mais violento dos touros.
– Sua bicha louca dos infernos! Eu vou te matar! – e mordeu com toda força a tromba do marido.
– Ai! – Freddy deu um berro alto e estendido.
Não houve tempo de salvar o elefante. O objeto mágico cresceu de tal forma que penetrou fundo no bicho, rasgando entranhas e órgãos.
Tutinha gritou em desespero. Fugiu para um canto, apavorada.
A esposa de Freddy viu o sangue escorrer da boca e da tromba do marido. Não entendeu bem o que aconteceu, mas notou que estava morto.
– É isso que você merece por me enganar todos esses anos! Como pude me casar com um elefante gay? Devia é ter seguido os conselhos de minha mãe e arrumado um touro mesmo! Mais vale um touro chifrudo do que um forte elefante gay! Adeus, seu infeliz...
E, feito vaca louca como entrou, virou as costas e foi embora. Nunca mais a viram.



DESNOME é o meu blog...
Contos, Reflexões, Arte...
http://desnome.blogspot.com

sábado, 1 de novembro de 2008

LOUCO DE DESEJO- ANA KAYA


LOUCO DESEJO


Doce ser angelical,

Que povoa meus pensamentos,

Que provoca desejos pungentes,

Desejos novos e talvez até obscenos,


Lindo anjo com cabelos tão claros,

Que caem como cascata de ouro em meu rosto cansado.

Num carinho tão meigo e puro.

Que aos olhos de Deus, nada tem de profano.


Este carinho pulsante,

Este calor em meu ventre.

Esta ânsia de ti.


Sinto a maciez de suas mãos delicadas.

Mãos tão pequenas e suaves,

Mãos tão fortes, mas serenas.

Estas tuas mãos, que aplacam minha dor e me enchem de calor.


Este teu cheiro de Lua,

De terra molhada de chuva.

Este desvario que me assola,

Quando percorres meu corpo, em carinhos singelos.


Não pode ser impossível ou proibido,

Um amor assim tão delicado.

Que em mim despertas,

Toda vez que me tocas.


Sonho com o sabor de teus lábios,

Com a textura de tua pele tão clara.

Que quero sentir em minhas mãos,

Que desejo de forma tão rara.


Em meus desvairados sonhos,

Nossos lábios se encontram num longo beijo.

E eu extraio de ti um gemido.

Quando minha boca cobre teu seio.


E tu finalmente te entregas,

Livre para viver esta suave paixão.

Que é eterna neste momento.

De total entrega e submissão.


Deixe que minha boca sinta teu sabor.

Não fujas, não temas, não tenhas pudor.

Entregue-se a estas sensações,

Deixe eu me esquentar no teu calor.




By Ana Cristina




Foto- Ricardo Pozzo- http://artedesire.blogspot.com/

Néon


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