
A noite oculta desejos
Esconde as sensações
Enseja encontros mil
Corpos plenos de tesões.
Em uma rua dormente
Duas janelas frente a frente
Solitários a espiarem
Invasores a se olharem.
A tez pálida da jovem
Vestida tão somente
Pela formosura desnuda
Da fome fremente.
Espreita o másculo trigueiro
Em veste de vigilante guerreiro
Em pinturas rituais e selvagens
A procura de sensuais imagens.
Quando os olhares se encontram
Corpos que se insinuam... provocantes
Corações acelerando... mil vezes
Os toques íntimos ... excitantes.
Ela leva as mãos aos seios
Circulando os rijos mamilos
Apertando-os com furor
Expondo todo seu ardor.
Ele desce as mãos ao colo
Sente o membro latejante
Sua carne treme solitária
Sufoca o grito delirante.
A fêmea em sua dança
Move-se com sensualidade
Roça as partes com os dedos
Aquece sua sexualidade.
O macho acompanha o bailado
Vibra com o suave rebolado
Antevê a floresta virginal
Sente a tepidez carnal.
As mãos seguem sua viagem
Os lábios tremem em gemidos
Agora os dedos avançam
Sobre os lábios comprimidos.
O guerreiro vê a caça... seu mel
Contorcer-se na solidão
Agarra o membro com frêmito
Só lhe resta a masturbação.
A musa já não cabe em si... delira
Explora a caverna com mais dedos
Sobre a cama expõe a anca... traseiro
Desafiando a coragem do guerreiro.
Ele sabe que lhe cabe o direito
De lançar-se em primazia
Mas as grades o detém
Contendo sua selvageria. As mãos da fêmea se enlouquecem
Esfregam os seios e a vagina
Não são o amante desejado
Mas servem ao instinto aflorado.
O macho se desespera... uiva
Ao sentir o tesão da deusa nua
Contagia-o os gemidos... gritos
Vindos do outro lado da rua.
Mais e mais ela se estimula
Com toques mais constantes
Sua carne anseia pelo membro
A penetrar-lhe com rompantes.
O macho acelera sua dança
Sente o triunfo da prisão
Sabe que o auge se fará
Em erma e fria ejaculação.
Em seu quarto a fêmea vibra
Seu tesão a leva à loucura
Fechas os olhos com lasciva
Sente o membro em sua frescura.
Gemidos tornam-se lamentos
As mentes se rebelam mudas
Por que a distância insistente
Separando o contato mais ardente?
Não tendo mais como adiar
Nem mesmo por se desejar
Fêmea e macho sentem o fim
É hora de explodir... gozar.
Olhos cerrados em desolação
Os lábios crispados em convulsão
A fêmea sente sua carne se render
Ao gozo que lhe entorpece a razão.
Tresloucado além das forças
O macho vaza sua tensão
Suas mãos retêm o liquido
Seiva tépida de seu tesão.
Instintos amainados... não atendidos
Os espiões voltam a se olhar
Os desejos apenas aumentados
Sem se poder concretizar.
Tudo isto em uma noite
Que dividem de suas janelas
Tudo isto porque são prisioneiros
Não podem deixar suas celas.
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