quinta-feira, 30 de abril de 2009

Concurso Temátika de Contos e Crônicas 2009




Concurso Temátika de Contos e Crônicas 2009


Tema e gênero: Livre

Limite de palavras: Livre. Não vamos exagerar

Cada candidato pode participar com 1 texto- conto ou crônica.

Os textos não precisam ser inéditos. Pedimos que não enviem textos que tenham participado de outros concursos.

Prazo de envio : 30 de Maio

Email da editora: editoratematika@gmail.com

Requisitos: Fazer parte da comunidade Temátika/ Orkut

Nota: Não serão permitidos fakes. Favor enviar nome completo e email.


Prêmios:

Primeiro colocado: 300 reais em dinheiro

Participação na Antologia de Contos e Crônicas da Temátika, sem qualquer custo e 10 livros da edição.

Publicação em vários sites e Blogs relacionados a editora.

Divulgação e entrevistas.

Segundo e terceiro colocados: 2 livros da vitrine da Temátika – Livre escolha

Os 3 primeiros colocados receberão Certificado com a devida colocação em diploma ''entre vidros'' , moldura e envio pelo correio.




Nota: Todos receberão certificados de participação


Corpo de avaliadores: Lucia Czer Gonçalves, Mendes Dutra, Zulmar Lopes e José Espírito Santo

terça-feira, 28 de abril de 2009

O namorado da vizinha- Narceja


Tudo começou quando ela iniciou sua vida sexual, deveria ter uns 17 a 18 anos. Para ser politicamente correto. Mas cá entre nós, ela começou bem mais cedo.
Naquele tempo eu apenas realizava minhas funções fisiológicas, não tinha nenhum outro pensamento ou aspiração. Era alheio as demais funções que poderia exercer.

No inicio, começou com um ventinho de uma visita, que minha vizinha, Dona Boceta recebia. Era Seu Pênis, que sempre a visitava deixando – a de casa molhada. Não entendia muito bem aquela relação, mas parece que ela gostava bastante, pois ouvia um barulho forte que chegava a estremecer as paredes da vizinha logo acompanhado de um grito de nossa dona.
Eu ouvia tudo de perto, morávamos em casas vizinhas, separadas apenas por uma fina parede, o que me permitia ouvir a tudo nitidamente.

Era sempre a mesma história com Seu Pênis. Ele chegava calmo, apenas entrava sem fazer barulho, parecia que andava a passos lentos e leves, devagar. Mas logo, com algum tempo na casa da vizinha, começava de uma hora para outra a baixaria. Pareciam que brigavam, ele esmurrava as paredes e fazia muito barulho. E logo, mais dois amigos dele, se estacionavam à porta de sua casa. Não entravam, mas ficavam encostados à porta dando cobertura a Seu Pênis. Eu acompanhava tudo assustado, omisso de medos maiores. Sentia que após bater em Dona Boceta, Seu Pênis molhava toda a sua casa deixando um líquido grosso e pegajoso, chegando, vez por outra, a molhar as pareder de minha casa. Mas nunca reclamei!

Mal sabia eu que as visitas de Seu Pênis à Dona Boceta era o princípio de tudo! Logo, Seu Pênis, passou a visitar minha vizinha mais frequentemente, passando a bater em minha porta me deixando extremamente assustado com a violência dos socos que dava.

Sabia que Seu Pênis não era flor que se cheirasse, mas Dona Boceta parecia estar apaixonada e nossa dona, Narceja consentia com tudo.

Assim como as visitas de Seu Pênis aumentaram, aumentaram também a violência com que batia em minha porta. As vezes era tanto, que chegava a pensar que arrombaria minha porta e entraria com tudo.

Tentei não pensar nos problemas e me concentrar em minhas funções. Dona Boceta, passou a molhar sua própria casa deixando-a úmida várias vezes por dia. Sentia sua umidade pelas paredes que nos separavam. Confesso, que passei a me acostumar a conviver com minha vizinha. Nunca fui de reclamar mesmo.

Um dia, Seu Pênis chegou acompanhado de mais 3. Além dos dois guardas-costas que sempre trazia,trouxe mais um, fino e magro. Que passou a bater em minha porta devagar e com jeitinho, fazendo-me abrí-la e recebê-lo. Ganhando assim minha confiança.

Ele era simpático e muito cortês. Vez por outra, dançava em minha sala, dessarrumando toda a casa. Sua alegria me contagiava, apesar da bagunça que fazia e eu como sempre, não reclamei. Se chamava Seu Dedo.
Inocente, não percebi que as visitas de Seu Dedo à minha casa era um plano maligno de Seu Pênis para invadir minha residência.

E isso realmente aconteceu, alguns dias depois das primeiras visitas de Seu Dedo.
Ouvi naquela noite quando seu Pênis chegou à casa de Dona Boceta. Já esperava então, que Seu Dedo viesse com ele para me visitar. Esperei na porta e foi dito e feito! Seu dedo bateu na porta, como de costume e a abri recebendo-o em meu humilde lar.

Conversamos um pouco enquanto sentia as paredes umedecerem sem explicação alguma. Dona boceta, levava as porradas de sempre de Seu Pênis, e eu me distraria com Seu Dedo, quando...Não mais que de repente, ouvi um silêncio de segundos na casa de Dona Boceta, e não senti que Seu Pênis havia deixado seu rastro pegajoso. Alguma coisa estava estranha naquele silêncio todo!

Não dei pela saída rápida de Seu dedo. Nem deu tempo de notar! Vi, apenas a cabeça de Seu Pênis na porta de minha casa. Era a primeira vez que nos encontrávamos. Não o conhecia e não tinha nocões de seu tamanho. Seu Pênis era um gigante! Seu corpo não passou pela minha porta, e ele forçou se espremendo todo para entrar em minha casa.

Fiquei acuado, com seu Pênis tentando entrar em meu lar. Pensei em pedir socorro para minha dona, mas ela parecia chorar um choro baixinho e fiquei calado, assustado... Esperando e torcendo para que Seu Pênis não conseguisse entrar em minha pequena casa.

Ele forçou os ombros e entrou com muito esforço, ganhando pedaço a pedaço de minha casa. Deixando do lado de fora seus seguranças gordos e moles, tapando a saída de minha porta.

Em minha casa, nada de mal fez. A impressão ruim que tinha de Seu Pênis logo foi substítuida e ele se mostrou muito simpático e agradável. Deixando no final da visita um creme denso de cheiro característico, molhando toda a minha casa.

A verdade é, que viramos bons amigos. Dona Boceta sentia ciúmes, mas aceitava nossa amizade que se intensificou conforme o tempo e a frequência de suas visitas. Hoje, confesso, que me apaixonei por Seu Pênis, mas sei que não teria chances contra Dona Boceta. Aceito, como amante que sou, as migalhas de amor e sigo, calado, esperando a próxima visita.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Poeta e Amante - Hilda Hilst








“Poeta e amante é o que sou


E só quem ama é que sabe


Dizer além da verdade


E dar vida à fantasia”.

domingo, 26 de abril de 2009

Indigente- Me




O corpo estendido na maca era de mulher. Coberto de carne dilacerada, o peito aberto como se tivesse levado dezenas de facadas. Um corpo nu, mais nada. Morto, abusado, seco de sangue e sujo de gozo. Estuprada. Uma mulher que há pouco respirava. Há pouco sorria, chorava, vivia, cantava...Fragilidade e frieza própria de quem morre. Morta, nua, intocável, finalizada. Será que foi amada? Ou morreu só? Teria uma história de vida ou a morte seria sua história? Ninguém sabe. Ninguém se importa. Ninguém lhe daria rosas no túmulo.
Era um cheiro de éter insuportável!
-Merda! Meu pai bem que dizia: Seja dentista! E eu optei por médico legista. -Desculpe moça. Não fossem esses furos até que dava.
Guardou o membro, fechou o ziper da calça e empurrou a gaveta. Ela merecia um epílogo.



Me Morte

sábado, 25 de abril de 2009

Ah, essas mulheres de mais de quarenta...







Incríveis mulheres que possuem uma beleza sem idade.

Com toda a tecnologia e o ritmo dos dias atuais, o paralelismo entre idade cronológica e idade aparente desapareceu.

Elas são dinâmicas, cuidadas e sempre belas. Mulheres Independentes, realizadas, “cabeça feita”, sabem o que querem e, melhor: Lutam pelo que querem. Vão à luta, entram nela e, na maioria das vezes, saem vencedoras. Também, se não der certo, começam tudo outra vez.

No cotidiano, na vida profissional, e quanto às relações amorosas? Não podia ser diferente: Elas, as lobas, escolhem suas presas, planejam a abordagem e... Tcham, tcham, tcham! Lá estão eles, cativos, rendidos, submetidos à sedução dessas “coroas” irresistíveis, às qualidades dessas maravilhosas mulheres modernas e, diga-se de passagem, muito bem preparadas.

Elas não têm idade: Tem experiência!

E quanto à vida sexual? Hum... Há quem pense que o interesse, o apetite sexual diminuiu ou desapareceu, que elas estejam menos interessadas, menos famintas, apaziguadas.
Ledo engano! É verdade que elas priorizam a qualidade. Mas, atenção: Nada de “mensalão” ou “semanada” de sexo! Rsrsrsrs...

Logicamente, existem aquelas que, por motivos que não iremos abordar aqui, preterem o sexo. Todavia, na sua grande maioria, as mulheres de quarenta, cinqüenta, sessenta anos, são ativas e querem parceiros ativos. Talvez por isso tenha crescido o número de mulheres maduras que dão preferência a relacionamentos com homens mais jovens.

E eles? Ah... Eles adooooram! Adoram a maturidade delas, a segurança, a independência, a decisão de sexo sem conseqüente maternidade, a doação ao prazer sem restrições.

Cresce o número de homens jovens que procuram relacionar-se com mulheres maduras e as razões são as mais diversas possíveis, desde a situação financeira que as tornam independentes, até à natureza da condição de vida delas: A capacidade de tomar decisões rapidamente, ao companheirismo, a cumplicidade, a capacidade de ouvir e de sugerir, a não competitividade, a disponibilidade e, lógico, não poderia deixar de ser: a despreocupação em relação à performance e desempenho sexual. Elas cobram muito menos, são colaboradoras, querem dar e receber prazer, a relação se torna mais prazerosa, sem o receio do fracasso.

Essas mulheres apresentam-se sempre cuidadas sem exageros, discretas, perfumadas, descansadas. São companhia de dar inveja e não decepcionam o acompanhante.

Enfim... Mulheres! O tempo já não é o vilão, o nosso pior inimigo. Quem sabe serão nossos inimigos o preconceito, a falta de visão e a incompreensão da sociedade que não evolui como um todo?





Foto : Audrey Hepburn- A eterna musa com mais de 40...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Groupie -Pedro Faria


Groupie

Eram onze e meia, e a noite de Gabriela apenas estava começando.
A banda de Michel chegou na van azul. Gabriela já começava a visualizar como sua noite seria.
“Oi, Gabi!”, Michel disse assim que saiu pela porta traseira do veículo, com um case de baixo em sua mão.
“Michel, querido”, Gabriela praticamente sussurrou as palavras através de seus lábios vermelhos.
Ela o havia conhecido mais cedo naquele dia, numa loja de tatuagem na Tijuca. Não havia se impressionado tanto com ele assim, até descobrir que ele tinha uma banda.
Gabriela adorava caras em bandas.
Então, ela combinara de encontrá-lo antes do show, num estacionamento perto do bar onde ele tocaria.

Colocou seu vestido preto mais apertado, sem calcinha. Seus cabelos volumosos e rubros, da mesma cor dos lábios, as unhas igualmente vermelhas.
Vestira-se para foder, pura e simplesmente.
A banda toda a cumprimentou, comendo-a com os olhos enquanto o faziam. Eles saíram em direção ao bar, Michel um pouco a sua frente, ela por último.
Fingiu ter tropeçado.
“Ai, ai, meu tornozelo”, e sentou no chão, massageando o “machucado”.
Michel fez o que se esperava.
“Vão na frente, galera, ela parece machucada”.
A banda continuou andando, não parecendo muito preocupada.
“Tá bem, Gabi?”
Ela se levantou num pulo.
“Estou sim... melhor agora que estamos a sós”.
Entendendo o recado, Michel a abraçou e fez que ia beijá-la. Ela recuou a cabeça, ainda nos braços dele, e o jogou de costas para a van.
“Meu jeito, ou jeito nenhum”.

Virou-se então, ficando se costas para ele. Esfregou-se nele, o pau duro nas calças jeans roçava na bunda dela. Ficou torturando ele por algum tempo, então se virou e o beijou, a língua dela explorando a boca dele, e vice versa. Pareciam que queriam engolir um ao outro.
Ela soltou as alças do vestido, e soltou-o no chão de cimento. Ele a encostou na van, e enquanto a beijava, esfregou sua mão direita na boceta dela, que queimava como fogo. Seus dedos deslizaram para dentro facilmente, movimentando-se como se dedilhasse seu instrumento ao encontrar o clitóris.
Passando a mão pela frente da calça dele, ela abriu o zíper a agarrou firmemente o pau, apertando com uma fúria assassina.

“Não vai bastar um só não... quero dois em mim”.
“Não amor, vamos pra dentro da van, vamos.”
“Eu vou. Você vai buscar mais um pau para mim, agora.”
Ela abriu a porta da van e entrou deitada de costas no chão, virada para ele. Abriu as pernas o máximo que pode, lambeu dois dedos e começou a massagear seu clitóris.
“Rápido, antes que eu acabe sozinha”.
Michel correu em direção ao bar, fechando a van.
Gabriela continuou se masturbando, enfiando dois, depois três dedos, bem fundo em sua boceta.

Não demorou muito e as portas da van se abriram. Gabriela comparou os dois homens lado a lado.
Michel tinha um metro e setenta, era magro, e seus cabelos eram pretos e longos. O outro, que ela lembrava se chamar Joel, era loiro, mais alto que Michel.
“Humm, entra aqui, anjinho loiro”.
Joel tirou a camisa e a calça, ficando apenas de cueca. Deitou-se sobre Gabriela e começou a beijá-la.
“Isso, isso”. Ela pôs o pau dele para fora e mandou que ele se ajoelhasse a seu lado.
“Agora Michel, você quer chupar a minha boceta, quer?”
Sem responder, Michel caiu de boca naquela boceta lindíssima, vermelha e quente de tesão. Ele adorava chupar boceta, e não se fez de rogado. Enfiou a língua o mais fundo que podia enquanto estimulava o clitóris com os lábios, fazendo sons de sucção. Lambeu de baixo a cima, simulou um beijo de língua naqueles lindos lábios. Enfiou o dedo médio, enquanto esfregava o grelo com o polegar.
“Ah, você sabe sim”. Gabi observava Michel lhe chupar enquanto gemia e punhetava Joel.
“Vamos sentir o seu gosto, querido”.

Ela lambeu a cabeça do pau dele, sorrindo enquanto o fazia. Sua língua se movia circularmente ao redor da cabeça, que latejava cheia de sangue. Quando seus lábios envolveram o pau, eles sugaram, quase arrancando o membro de Joel fora, e começaram a se mover ao redor. Ela enfiou o caralho até o fundo de sua garganta, enquanto gemia com a chupada de Michel.
“Agora, vamos a algo diferente.”
Ela se levantou, ficou de quatro e se posicionou a frente de Michel.
“Sua vez, amor.”
E começou a chupar o pau de Michel, mais vorazmente do que fizera com Joel. Esse último começara a enfiar na boceta dela, que era apertada e quente.
“Isso loirinho, isso mesmo, enfia tudo.”
Ela parecia querer engolir o pau de Michel, que agarrava o cabelo dela e a xingava de puta, safada, vagabunda.
Joel enfiava naquela boceta dela, mas queria mesmo era o cu. E pouco tempo depois de começar a enfiar, tirou o pau e começou a pincelá-lo na entradinha apertada da bunda dela.
“Ah, é isso mesmo que eu quero anjinho. E você Michel, vai lá pra trás também”.
Depois de esfregar cuspe, e de enfiar um, dois, três dedos, Joel colocou seu caralho naquele rabo maravilhoso.
“Humm, isso mesmo... isso, agora enfia na minha boceta Michel, quero os dois dentro de mim agora”.

Michel se posicionou atrás dela, Joel estava com o corpo colado nas costas dela, seu pau fundo dentro do cu apertado dela, as bolas batendo ruidosamente nas nádegas. O primeiro enfiou o pau na boceta de Gabi, que parecia uma fonte de tão encharcada.
“Isso, isso, não parem, quero gozar com os caralhos de vocês dois, isso, ai mais fundo, isso, não parem, não parem.”
Durante dez minutos Gabi foi fodida pelos dois músicos. Então, mandou os dois pararem e disse para que ambos se deitassem, lado a lado, o mais perto possível.

Rapidamente, ela se ajoelhou e começou a se revezar, chupando um e punhetando o outro. Ela queria um banho de porra dos dois. Ela chupava enquanto punhetava, apenas fazendo o biquinho e encostando na cabeça dos paus. Quando olhou para cima, se surpreendeu: Os dois se beijavam na boca, as línguas voando para todos os lados. Com essa visão, a boceta de Gabi se incendiou de novo, e ela acelerou suas punhetas, até que ambos gozassem com poucos segundos de diferença, encharcando seu rosto todo. Com a mão, ela puxou toda a porra para dentro de sua boca, engoliu tudo e deitou no meio dos dois, que ainda se beijavam. Ela enfiou sua língua no meio da deles e os três se beijaram, e caíram cansados.

“Faltam vinte minutos pro show, precisamos ir”, Joel disse.
“Espera uns dez minutos, os instrumentos estão afinados já”, respondeu Michel.
De repente, a porte da van se abriu.
Tinha uma garota parada à porta, vestido vermelho, cabelos, lábios e unhas pretas. Parecia uma imagem espelhada de Gabi.
“Sua piranha!”, disse a visitante, enquanto se ajoelhava e rastejava até Gabi, beijando-a com voracidade.
“Eu quero um pau desses também”, disse ela sorrido.
“Tá bom Jackie, escolhe um”.

Jaqueline, ainda agachada à frente de Gabi, pegou o pau de Joel e começou a chupar. Não demorou até que ele ficasse duro na boca dela. Enquanto isso, Gabi e Michel apenas olhavam.
“Mete em mim, agora!”, Jackie ordenou.
Ficou de quatro, virada para Gabi e Michel, e Joel começou a enfiar em sua boceta por trás, enquanto enfiava um dedo em seu cu.
“Temos pouco tempo... o que você quer fazer?”, perguntou Michel à Gabi.
“Isso!”, disse ela chegando para frente e escancarando as pernas na frente da cara de Jackie. Essa última começou a lamber a boceta de Gabi, como uma gatinha tomando leite.
“Porque você não vai ajudá-la?”, Gabi disse a Michel.
Não precisou dizer duas vezes.
Michel pôs a cabeça no meio das pernas de Gabi, encontrando a língua de Jackie, enquanto ficava na posição de 69, seu pau entrando fundo na garganta de Gabi, que o sorvia como a um sacolé. Beijou vorazmente a boca de Jackie, com a boceta de Gabi entre as línguas deles.

Ficaram nessa posição por uns quinze minutos, até serem alertador pelo toque do celular de Joel, que ficara em suas calças.
“Merda, nós precisamos ir”.
“Não antes do meu presente”, disse Jackie.
Elas os mandaram ficar de pé, e cada uma chupou um pau, punhentando o mais rápido que podiam, enquanto os dois se beijavam loucamente e se acariciavam.
Não demorou até que os dois gozaram na cara das garotas, que trocaram a porra um do outro num demorado beijo de língua.
Rapidamente se vestiram e foram para o show. As garotas viram o show do palco.
A banda era horrível, mas a noite valera à pena.
Ao final do show, no meio da madrugada, as duas foram embora juntas, recusando as ofertas de carona dos dois garotos.

Ao chegarem à casa de Jackie, trocaram um longo beijo na frente de um espantado taxista.
“Me liga quando chegar para avisar que chegou bem, ok amor?”
“Uhum, eu ligo sim.”
“Acha que teu namorado chegou em casa já?”, Jackie perguntou?
“Ele teve show hoje. Deve ter várias histórias para contar. Eu sei que eu tenho. Vamos trocá-las hoje mais”, Gabi disse, antes de dar um último selinho em Jackie e partir.
Realmente ele tinha histórias para ela.

O ESTRATAGEMA DO AMOR- Marquês de SADE


O ESTRATAGEMA DO AMOR
por Marquês de Sade
De todos os desvios da natureza, o que fez mais pensar, o que pareceu mais
estranho a estes meio-filósofos que querem analisar tudo sem nada compreender,
dizia um dia a uma das suas melhores amigas a Menina de Villebranche de quem
vamos ter ocasião de nos ocuparmos em seguida, é este gosto estranho que
mulheres duma certa construção, ou dum certo temperamento, conceberam por
pessoas do seu sexo.
Embora muito antes da imortal Safo e depois dela não tenha havido uma só região
do universo nem uma única cidade sem nos oferecer mulheres com este capricho e
embora, perante provas de tal força, parecesse mais razoável acusar a natureza
de singularidade do que estas mulheres de crime contra a natureza, nunca todavia
se deixou de vituperá-las, e sem o ascendente imperioso que sempre teve o nosso
sexo, quem sabe se algum Cujas, algum Bartole, algum Luís IX não teriam
imaginado fazer contra estas sensíveis e infelizes criaturas leis iníquas, como
as que se lembraram de promulgar contra os homens que, construídos no mesmo
gênero de singularidade, e por tão boas razões sem dúvida, julgaram poder
bastar-se a si próprios, e imaginaram que a mistura dos sexos, muito útil à
propagação, podia muito bem não revestir esta mesma importância para os
prazeres.
Deus nos livre de tomar qualquer partido a tal respeito... não é, minha cara?,
continuava a bela Augustine de Villebranche atirando a esta amiga beijos que
pareciam, contudo, um tanto suspeitos, mas em vez de iniquidades, em vez de
desprezo, em vez de sarcasmos, todas armas perfeitamente embotadas nos nossos
dias, não seria infinitamente mais simples, numa ação tão totalmente indiferente
à sociedade, tão igual a Deus, e talvez mais útil do que se acredita na
natureza, deixar cada um agir a seu gosto...
Que se pode recear desta depravação?... Aos olhos de todo o ser verdadeiramente
sensato, parecerá que ela pode evitar maiores, mas nunca se provará que possa
conduzir a perigosas... Ah, justos céus, receia-se que os caprichos destes
indivíduos de um ou outro sexo façam acabar o mundo, que ponham em leilão a
preciosa espécie humana, e que o seu pretenso crime a aniquile, por não proceder
à sua multiplicação?
Reflita-se um pouco sobre isto e ver-se-á que todas estas perdas quiméricas são
inteiramente indiferentes à natureza, que não só não as condena, mas nos prova
através de milhares de exemplos que as quer e as deseja; ah, se estas perdas a
irritassem, tolerá-las-ia em milhares de casos, permitiria, se a progenitura lhe
fosse tão essencial, que uma mulher só pudesse servir para isso durante um terço
da sua vida e que ao sair das suas mãos a metade dos seres que ela produz
tivessem o gosto contrário a essa progenitura no entanto exigida por ela?
Digamos melhor, permite que as espécies se multipliquem, mas não o exige, e bem
segura de que terá sempre mais indivíduos do que necessita, está longe de
contrariar as inclinações dos que não têm a propagação como uso e que se
repugnam de conformar-se a ela. Ah! deixemos agir esta boa mãe, convençamo-nos
bem de que os seus recursos são imensos, de que nada que façamos a ultraja e de
que o crime que atentaria contra as suas leis nunca estará nas nossas mãos.
A Menina Augustine de Villebranche de que acabamos de ver uma parte da lógica,
senhora das suas ações com a idade de vinte anos, e podendo dispor de trinta mil
libras de rendas, decidira-se por gosto a nunca se casar; o seu nascimento era
bom, sem ser ilustre, era filha única dum homem que enriquecera nas índias e
morrera sem jamais a ter podido convencer ao casamento.
Não o devemos dissimular, muito entrava desta espécie de capricho, de que
Augustine acabava de fazer a apologia, na repugnância que testemunhava pelo
himeneu; seja conselho, seja educação, seja disposição de órgão ou calor de
sangue (nascera em Madras), seja inspiração da natureza, seja tudo o que se
quiser enfim, a Menina de Villebranche detestava os homens, e totalmente
entregue ao que os ouvidos castos entenderão pela palavra safismo, só encontrava
volúpia com o seu sexo e só se satisfazia com as graças do desprezo que sentia
pelo Amor.
Augustine era uma verdadeira perda para os homens; alta, feita para ser pintada,
os mais belos cabelos castanhos, o nariz um pouco aquilino, os dentes soberbos,
e olhos duma expressão, duma vivacidade... a pele duma delicadeza, duma
brancura, todo o conjunto numa palavra duma espécie de volúpia tão atraente...
que era bem certo que vendo-se tão feita para dar amor e tão determinada a não o
receber, podia muito naturalmente escapar a muitos homens um número infinito de
sarcasmos contra um gosto, aliás muito simples, mas que privando, apesar disso,
os altares de Safo duma das criaturas do universo mais bem feitas para os
servir, devia necessariamente indispor os sectários dos templos de Vênus. A
Menina de Villebranche ria satisfeita de todas estas censuras, de todos estes
maus propósitos, e nem por isso se entregava menos aos seus caprichos.
A mais elevada de todas as loucuras - dizia ela -, é envergonharmo-nos das
inclinações que recebemos da natureza; e fazer pouco dum qualquer indivíduo que
tem gostos singulares, é absolutamente tão bárbaro como o seria mofar dum homem
ou duma mulher saído zarolho ou coxo do seio da mãe, mas insinuar estes
princípios razoáveis a néscios é empreender parar o curso dos astros.
Existe uma espécie de prazer para o orgulho em rir dos efeitos que não se tem, e
estes gozos são tão doces ao homem e particularmente aos imbecis, que é muito
raro vê-los renunciar-lhes... Isso provoca, aliás, maldades, frios ditos de
espírito, fracos trocadilhos, e para a sociedade, ou seja para uma coleção de
seres que o tédio junta e que a estupidez modifica, é tão doce falar duas ou
três horas sem nada dizer, tão delicioso brilhar à custa dos outros e anunciar
estigmatizando-o um vício que se está muito longe de ter... é uma espécie de
elogio que se pronuncia taticamente sobre si mesmo; por este preço consentem até
em se unir aos outros, em fazer cabala para esmagar o indivíduo cujo grande erro
é o de não pensar como o comum dos mortais, e retiram-se para casa inchados do
espírito que mostraram, quando só provaram radicalmente por uma tal conduta
pedantismo e tolice.
Assim pensava a Menina de Villebranche e muito afirmativamente decidida a nunca
se constranger, rindo-se dos preconceitos, bastante rica para se bastar a si
própria, acima da sua reputação, visando epicuriamente uma vida voluptuosa e de
modo algum as beatitudes celestes nas quais acreditava muito pouco, ainda menos
uma imortalidade demasiado quimérica para os seus sentidos, rodeada por um
pequeno círculo de mulheres pensando como ela, a querida Augustine entregava-se
inocentemente a todos os prazeres que a deleitavam.
Tivera muitos apaixonados, mas todos tinham sido tão maltratados, que se estava
enfim em vésperas de renunciar a esta conquista, quando um jovem chamado
Franville, pouco mais ou menos da sua categoria social e tão rico como ela,
tendo ficado loucamente amoroso, não só não se desgostou com os seus rigores mas
determinou-se mesmo muito seriamente a não abandonar a praça enquanto ela não
fosse conquistada: participou o seu projeto aos amigos, riram-se dele, manteve
que conseguiria, desafiaram-no e ele tentou.
Franville tinha dois anos a menos do que a Menina de Villebranche, ainda quase
nenhuma barba, uma linda figura, as feições mais delicadas, os mais belos
cabelos do mundo; quando o vestiam de moça, ficava tão bem neste trajo que
enganava sempre os dois sexos, e várias vezes recebera, de uns por engano, de
outros conscientes do que faziam, uma quantidade de declarações tão preciosas,
que poderia no mesmo dia tornar-se o Antínoo de qualquer Adriano ou o Adónis de
qualquer Psiqué. Foi assim vestido que Franville imaginou seduzir a Menina de
Villebranche; vamos ver como se houve.
Um dos maiores prazeres de Augustine era vestir-se de homem no carnaval, e
correr todas as assembléias sob este disfarce tão análogo aos seus gostos;
Franville que fizera espiar os seus passos e tivera até aí a precaução de muito
pouco se lhe mostrar, soube um dia que aquela que adorava devia ir nessa mesma
noite a um baile dado por associados da Ópera, onde todas as máscaras podiam
entrar, e que seguindo o uso desta encantadora moça, ela estaria de capitão de
dragões. Disfarça-se de mulher, faz-se embelezar, compor com toda a elegância e
todo o cuidado possível, põe muito pó de arroz, sem máscara, e seguido duma das
suas irmãs muito menos bela do que ele, entra assim na assembléia onde a amável
Augustine apenas ia procurar aventuras.
Franville não dera três voltas à sala quando foi logo distinguido pelos olhos
conhecedores de Augustine.
Quem é esta bela moça? - disse a Menina de Villebranche à amiga que a
acompanhava. - Parece-me que nunca a vi em parte nenhuma, como pôde pois
escapar-nos uma tão bela criatura?
E mal estas palavras são ditas, Augustine faz tudo quanto pode para entabular
conversa com a falsa Menina de Franville que primeiro foge, volteia, evita,
escapa e tudo isso para se fazer desejar mais ardentemente; por fim dá-se o
encontro, as impressões vulgares mantêm de início a conversa que, pouco a pouco,
se torna mais interessante.
- Está um calor horrível no baile - disse a Menina de Villebranche -, deixemos
asnossas companheiras juntas e vamos tomar um pouco de ar nestes gabinetes onde
jogamos e nos refrescamos.
- Ah! Senhor - disse Franville à Menina de Villebranche continuando a fingir
tomá-la por um homem -, na verdade, não me atrevo, apenas tenho aqui a minha
irmã, mas sei que a minha mãe deve vir com o esposo que me destina, e se uma ou
outro me vissem consigo, seria um sarilho...
- Bom, bom, é preciso sobrepor-se a todos esses terrores de criança... Que idade
tem, belo anjo?
- Dezoito anos, senhor.
- Ah! Respondo-lhe que aos dezoito anos se deve ter adquirido o direito de fazer
tudo o que se quiser... vamos, vamos, siga-me e nada tema... - e Franville
deixa-se conduzir.
- O quê, encantadora criatura -, continua Augustine, conduzindo o indivíduo que
julga ser uma moça para os gabinetes contíguos à sala do baile -, o quê, vai-se
casar realmente... como a lastimo... e quem é essa personagem que lhe destinam,
um maçador aposto... Ah, como esse homem será afortunado e como gostaria de
estar no seu lugar! Consentiria em desposar-me, a mim, diga-o francamente, filha
celeste.
- Ai de mim, sabe-o Senhor, quando se é jovem seguem-se os movimentos do
coração?
- Está bem, mas recuse-o a esse homem desprezível, faremos juntos um mais íntimo
conhecimento, e se chegarmos a acordo... porque não nos entenderíamos? Não
preciso, graças a Deus, de nenhuma autorização... embora só tenha vinte anos,
sou senhor dos meus bens e se pudesse inclinar os seus pais a meu favor, talvez
antes de oito dias estivéssemos os dois ligados por laços eternos.
Assim conversando, tinham saído do baile, e a hábil Augustine, que não levava a
sua presa para a envolver nas malhas dum amor perfeito, tivera o cuidado de a
conduzir para um gabinete muito isolado, o qual graças às combinações que fazia
com os organizadores do baile, tinha sempre o cuidado de reservar.
- Oh, meu Deus! - disse Franville, logo que viu Augustine fechar a porta deste
gabinete e apertá-lo nos braços. - Oh, meu Deus, que pretende fazer?... Uma
entrevista a sós, Senhor, e num lugar tão retirado... deixe-me, deixe-me,
suplico-lhe, ou gritarei por socorro.
- Vou retirar-te o poder, anjo divino - disse Augustine imprimindo a sua bela
boca sobre os lábios de Franville -, grita agora, grita se podes, e o bafo puro
do teu hálito de rosa ainda mais incendiará o meu coração.
Franville debatia-se muito fracamente: é difícil mostrar cólera quando se recebe
assim ternamente o primeiro beijo de tudo quanto se adora. Augustine,
encorajada, atacava com mais força, empregava aquela veemência que realmente
apenas é conhecida das mulheres deliciosas seduzidas por esta fantasia.
Em breve as mãos passeiam, Franville representando a mulher que cede, deixa
igualmente vaguear as suas. Toda a roupa se afasta, e os dedos chegam quase ao
mesmo tempo onde cada um deles julga encontrar o que lhe convém... Então
Franville mudando subitamente de papel:
- Oh, justos céus - exclama -, com que então não passa duma mulher...
- Horrível criatura - disse Augustine pondo a mão sobre coisas cujo estado não
pode sequer permitir a ilusão -, dei-me eu tanto trabalho para achar um
desprezível homem... é preciso ser muito infeliz.
-
Na verdade não mais do que eu - disse Franville, arranjando-se e mostrando
o mais profundo desprezo -, uso o disfarce que pode seduzir os homens, amo-os,
procuro-os, e só encontro uma p...
-
Oh, p..., não - disse azedamente Augustine -, nunca o fui em toda a minha
vida, não é quando se abomina os homens que se pode ser tratada dessa maneira
-
Como, é mulher e detesta os homens?
-
Sim, e isso pela mesma razão que o senhor é homem e abomina as mulheres.
-
A coincidência é única, eis tudo o que se pode dizer.
-
É bem triste para mim - disse Augustine com todos os sintomas do mau humor
mais marcado.
-
Na verdade, Menina, é ainda mais fastidiosa para mim - disse amargamente
Franville - eis-me manchado para três semanas; sabia que na nossa ordem fazemos
voto de nunca tocar numa mulher?
-
Parece-me que podem sem se desonrarem tocar numa como eu.
-
Por minha fé, minha bela - continua Franville -, não vejo que haja grandes
motivos para excepção e não acho que um vício lhe possa merecer um mérito a
mais.
-
Um vício... mas é o senhor quem reprova os meus... quando possui outros
tão infames?
-
Olhe - disse Franville -, não nos querelemos, estamos os dois metidos no
jogo, o melhor é separarmo-nos e nunca mais nos vermos.
E dizendo isto Franville preparava-se para abrir as portas.
-
Um momento, um momento - disse Augustine, impedindo-o de abri-las -, vai
divulgar a nossa aventura a toda a terra, aposto.
- Talvez me divirta a fazê-lo.
- De resto, que me importa, graças a Deus estou acima dos murmúrios, saia,
Senhor, saia e diga tudo o que lhe agradar... - E detendo-o uma vez mais -: Sabe
- disse sorrindo -, que esta história é muito extraordinária... enganámo-nos os
dois.
- Ah! o erro é muito mais cruel - disse Franville - para as pessoas com o meu
gosto do que para as que têm o seu... e este vazio causa-nos repugnância...
- Por minha fé, meu caro, creia que o que me oferece nos desagrada pelo menos
tanto; vamos, a repugnância é idêntica, mas a aventura é deveras divertida,
temos de concordar? Volta ao baile?
- Não sei.
- Por mim não volto mais - disse Augustine -, fez-me sentir coisas... desgostou-
me... vou-me deitar.
- Já não era sem tempo.
- Mas tenha ao menos a delicadeza de me emprestar o seu braço até minha casa,
habito a dois passos, não tenho o meu coche, não me vai deixar ficar aqui.
- Não, acompanhá-la-ei de boa vontade - disse Franville -, os nossos gostos não
nos impedem de ser correctos... quer a minha mão?... Ei-la.
- Só aproveito porque não encontro melhor por agora.
- Fique bem certa que por mim só lha ofereço por delicadeza.
Chegam à porta da casa de Augustine e Franville prepara-se para se despedir.
- Na verdade, o senhor é delicioso - disse a Menina de Villebranche -, com que
então deixa-me na rua.
- Mil perdões - disse Franville -, não ousava.
- Ah, como são bruscos estes homens que não gostam das mulheres!
- É que eu - disse Franville, dando todavia o braço à Menina de Villebranche até
ao seu apartamento -, é que eu, Menina, gostava de voltar depressa ao baile para
reparar a minha tolice.
- A sua tolice, sente-se então muito aborrecido por me ter encontrado?
- Não digo tanto, mas não é verdade que podíamos ambos ter achado infinitamente
melhor?
- Sim, tem razão - disse Augustine entrando enfim em casa -, tem razão, senhor,
eu sobretudo... porque receio bastante que este funesto encontro venha a custar
a felicidade da minha vida.
- O quê, não está então bem segura dos seus sentimentos?
- Ontem estava-o.
- Ah! não acredita muito nas suas máximas.
- Não acredito em nada, está a enervar-me.
- Está bem, eu saio, Menina, eu saio... Deus me livre de a incomodar durante
mais tempo.
- Não, fique, ordeno-lhe, poderá uma vez na vida obedecer a uma mulher?
- Eu - disse Franville sentando-se por condescendência -, nada há que não faça,
já lho disse, sou educado.
- Sabe que é horrível de na sua idade ter gostos tão perversos?
- Julga que seja decente de na sua os ter tão singulares?
- Oh, é muito diferente, nós, é recato, é pudor... é orgulho mesmo se o
preferir, é o receio de se entregar a um sexo que só nos seduz para nos
dominar... Todavia os sentidos falam e arranjamo-nos entre nós; se tudo
dissimulamos bem revestimo-nos dum verniz de discrição que muitas vezes se
impõe, assim fica a natureza contente, observa-se a decência e os costumes não
se sentem ultrajados.
- Eis o que se chamam belos e bons sofismas, por esse caminho tudo
justificaríamos; e que disse afinal que nós não possamos igualmente alegar em
nosso favor?
- Absolutamente nada, com preconceitos tão diferentes não devem ter os mesmos
pavores, o vosso triunfo está na nossa derrota... quanto mais multiplicam as
vossas conquistas, mais acrescentam a vossa glória, e não podem recusar-se aos
sentimentos que fazemos nascer dentro de vós, a não ser por vício ou depravação.
- Na verdade, creio que me vai converter.
- Gostaria.
- Que ganharia com isso, continuando no erro?
- É um favor que o meu sexo me ficará a dever e como amo as mulheres, sinto-me
feliz por trabalhar para elas.
- Se o milagre acontecesse, os seus efeitos não seriam tão gerais como parece
acreditar, eu só me converteria por uma única mulher quando muito a fim de...
experimentar.
- O princípio é honesto.
- É que é bem certo haver um pouco de receio, sinto-o, em tomar um partido sem
ter provado de tudo.
- O quê, nunca viu uma mulher?
- Nunca, e a Menina... acaso possuíra primícias tão seguras?
- Oh, primícias, não... as mulheres que vemos são tão astutas e ciumentas que
não nos deixam nada... mas nunca conheci um homem em toda a minha vida.
- E fez uma jura?
- Sim, não quero ver nem jamais conhecer senão um tão singular como eu.
- Sinto-me desolado por não ter feito a mesma jura.
- Não creio que seja possível ser mais impertinente.
E dizendo estas palavras, a Menina de Villebranche levanta-se e diz a Franville
que se pode retirar quando quiser. O nosso jovem apaixonado sempre de sangue-
frio faz uma profunda reverência e apresta-se para sair.
- Regressa ao baile - diz-lhe secamente a Menina de Villebranche fitando-o com
um despeito misturado com o mais ardente amor.
- Claro que sim, já lho disse, parece-me.
- Não é assim capaz do sacrifício que por si fiz.
- O quê, fez-me algum sacrifício?
- Só voltei para casa para não ver mais nada após ter tido a infelicidade de o
conhecer.
- A infelicidade?
- É o senhor que me força a servir desta expressão, só do senhor dependia que eu
usasse uma bem diferente.
- E como conciliaria isso com os seus gostos?
- O que não abandonamos nós quando amamos!
- De acordo, mas ser-lhe-ia impossível amar-me.
- Isso sucederia se conservasse hábitos tão horríveis como os que em si
descobri.
- E se renunciasse a eles?
- Eu imolaria imediatamente os meus sobre os altares do amor... Ah! pérfida
criatura, como esta confissão custa à minha glória, e tu acabas de ma arrancar -
disse Augustine em lágrimas, deixando-se cair numa cadeira.
- Obtive da mais bela boca do universo a confissão mais lisonjeira que me seria
possível ouvir - disse Franville precipitando-se aos joelhos de Augustine. - Ah,
querido objecto do meu mais terno amor, reconheça o meu fingimento e digne-se
não o punir, é a seus joelhos que imploro a graça e aí ficarei até ao meu
perdão.
- Vê junto de si, menina, o amoroso mais constante e mais apaixonado; julguei
necessário este estratagema para vencer um coração cuja resistência conhecia.
Consegui, bela Augustine, recusará ao amor sem vícios o que se permitiu deixar
ouvir ao apaixonado culpado... culpado, eu... culpado do que acreditou... ah!
acaso supunha que uma paixão impura pudesse existir na alma daquele que só por
si se sentiu incendiado.
- Traidor, enganaste-me... mas perdoo-te... todavia nada terás para me
sacrificar, pérfido, e o meu orgulho será menos lisonjeado, está bem, não
importa, por mim sacrifico-te tudo... Vai, renuncio com alegria por te agradar a
erros a que a vaidade nos arrasta quase tanto como os nossos gostos.
Sinto-o, a natureza vence, abafava-o com extravagâncias que agora detesto com
toda a minha alma; não se resiste ao seu império, ela só nos criou para vós, ela
só vos formou para nós; sigamos as suas leis, é pela própria voz do amor que ela
mas inspira hoje, não me serão por isso menos sagradas.
Eis a minha mão, senhor julgo-o homem de honra e em condições de me pretender.
Se pude merecer perder um instante a sua estima, à força de cuidados e de
ternura repararei talvez os meus erros, e forçá-lo-ei a reconhecer que os da
imaginação nem sempre degradam uma alma bem nascida.
Franville, todos os seus votos satisfeitos, inundando com as lágrimas da sua
alegria as belas mãos que beijava, ergue-se e precipitando-se nos braços que se
lhe abrem:
- Oh dia mais afortunado da minha vida - exclama -, nada existe de comparável ao
meu triunfo, reconduzo ao seio das virtudes o coração onde vou reinar para
sempre.
Franville beija milhares de vezes o divino objeto do seu amor e separa-se; dá a
conhecer no dia seguinte a sua felicidade a todos os amigos; a Menina de
Villebranche era um partido demasiado bom para que os seus pais lho recusassem,
desposa-a na mesma semana. A ternura, a confiança, a discrição mais escrupulosa,
a modéstia mais severa coroaram o seu himeneu, e ao tornar-se o mais feliz dos
homens, teve a sabedoria suficiente para fazer da mais libertina das moças a
mais prudente e a mais virtuosa das mulheres.



Escritora convidada: Narceja

domingo, 19 de abril de 2009

Poema sexo-concretista de suas meninas


Derriè de Regina
Cu entupido de Neosaldina
Regiamente esterilizado
por chucas vivaldinas
Lavagens, purgantes
o traseiro purificado
Até o bispo Macedo
jantaria em seu buraco
Nele faria um banquete
serviria à francesa
Uma melancia al dente
Se no cu de Regina coubesse
tamanha iguaria

Regina's fiofó não é concreto
redondo não tem esquina
deselegantes
como a poesia de Caetano
Mas o dedo cilíndrico
preenche os vazio
do reto de regina
como uma linha de Mondrian
O tarado busca uma próstata
Não estudou anatomia?
Tal glândula só encontraria
Nas amigas travestidas
do ex-artilheiro
ex-apreciador de vaginas
como o talho frontal de Regina

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pele




Amor
Acordei com gosto de sexo,
Resto de nossos instantes,
Nossa loucura insana
Em noite chuvosa,
Nebulosa,
Apaixonante...

Veio
Um medo de ser pesadelo
E perdida num total desvelo,
Não te vi mais ao meu lado,
Um medíocre casal apaixonado,
Enfartado,
Atordoado,
De tanto amar...

Meu amor
Quero, antes que o dia me tome,
Dizer de tudo, pronunciar teu nome
E viver mais e mais, do teu lado,
Pra me sentir viva, sentir amada
E alucinada,
Alimentada,
Dormir de novo...

.


(a foto é arte de LUCASI "Me Morte, A nova heroina dos Radicais")

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fins e inícios-Lucia Czermainski Gonçalves





O velho leão já quase não caça, só o mínimo para sua sobrevivência e suas necessidades vão diminuindo dia após dia. Foge das lutas e move-se cada vez mais mansamente a fim de passar quase desapercebido, não fora seu porte majestoso.
Mas, elas, as hienas vêm em bando sequiosas de espaço e poder. Cercam-no, rosnam ameaçadoras. Espreitam e acuam, constrangem-no com os dentes arreganhados, raivosas, sedentas de sangue. Aos poucos o conduzem até o limiar de seus domínios.
O velho leão vai sendo expelido de seu território e o apressa o saber que pouco as impede de galgar-lhe ao pescoço, aniquilando-o definitivamente.
O velho Nicolau é um velho leão cansado dos embates pela manutenção da vida. Já não tem forças e aos poucos deixa de reagir aos apelos de luta. Alquebrado, carrega no dorso as marcas da trajetória imposta.
Expulso, dá uma última olhada ao que lhe pertenceu, dá adeus ao que amealhou aos poucos durante a vida difícil e laboriosa. Deixa tudo que conquistou com o trabalho de toda sua existência.
Espera-se que tenha no peito uma mágoa incontrolável, ledo engano!
O velho guerreiro vê na linha divisória um novo horizonte, o azul do céu, o espaço sem fim, a liberdade, enfim...
Não é o fim da linha, mas uma nova linha que se inicia.
Fecha a porta e sai para viver!

Cronica de um casal apaixonado- Giselle Sato


Nus. Despimos qualquer lembrança que nos impeça de ser apenas um homem e uma mulher.
Em teu ombro tenho o abrigo que me protege o sono. Sou seu ninho acolhendo e embalando a preguiça boa em beijos de hortelã e menta.

Nossos braços em abraços, acolhem em aconchego... Olhos semi fechados, pernas entrelaçadas, sussurramos :Boa noite!
Na madrugada o desejo interrompe o repouso, doce entrega... Partilhamos o prazer no amor, nos completamos sem pressa... Juntos, parceiros e amantes em cada reencontro.

Somos. Estamos. Sabemos e isto nos supre. Do cotidiano vem a intimidade, sem que o enfadonho desbote o brilho que nos aproximou.
Manhã dolente... nos primeiros raios de sol que tingem nosso leito ...Despertamos feito gatos, cama desfeita, edredons embolados...Corpos enrodilhados ...Sua barba por fazer arranha minha nuca, arrepia a pele e me aperto ainda no seu corpo quente...Bom dia!
Na incessante arte da harmonia sabemos que podemos contar um com o outro. Somos um casal.

terça-feira, 14 de abril de 2009

FOGUEIRA - Mendes Dutra (direitos reservados pelo autor)




FOGUEIRA - Mendes Dutra (direitos reservados pelo autor)

Fogo de temporais
Fogo de humanos
Fogo de animais
Fogo de virginianos

Fogo de másculo, homem
Fogo de fêmea, mulher
Fogo de dois corpos
Fogo de todos nós.

Fogo na lenha da noite
Fogo de quase nada
Fogo do pernoite
Fogo desnaturado.

Fogo louco de palavras
Fogo de sussuros
Fogo de larvas e brasas
Fogo de lúcidos

Fogo perdido
Fogo encontrado
Fogo contido
Fogo gritado.

Fogo e fogo pegando fogo
Fogo ativo da alma sem tédio
Fogo de fogo do fogo louro
Fogo moço, fogo velho.

Fogo de todos recados
Fogo real, fogo desgraçado
Fogo das mãos calejadas
Fogo do fogo sem formato.

Qualquer fogo não importa
Fogo na combustão do amor
Fogo variante que denota
Fogo de prazer, fogo sem dor.

sábado, 11 de abril de 2009

Amar! - Florbela Espanca


Amar!


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!


Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!


Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!


E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Realidade- Florbela Espanca


Em ti o meu olhar fez-se alvorada

E a minha voz fez-se gorgeio de ninho...

E a minha rubra boca apaixonada

Teve a frescura pálida do linho...




Embriagou-me o teu beijo como um vinho

Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...

E a minha cabeleireira desatada

Pôs a teus pés a sombra dum caminho...




Minhas pálpebras são cor de verbena,

Eu tenho os olhos garços, sou morena,

E para te encontrar foi que eu nasci...




Tens sido vida fora o meu desejo

E agora, que te falo, que te vejo,

Não sei se te encontrei... se te perdi...

Florbela Espanca

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A estagiária



por Vertigo






O último dia útil de cada mês era sempre turbulento lá na empresa. Data de balanço, pagamentos e outras atividades executivas de minha responsabilidade. E por vezes coincidia de esse ser também dia de contratação de estagiários. Fazia-se uma filtragem através de um cadastro já pré-selecionado e, depois de uma entrevista pessoal, eu dava o ‘ok’ ou não para o candidato aprovado compor nossos quadros. Naquele dia eu estava especialmente interessado nesse processo, pois havia visto em um curriculum vitae a foto de rosto de uma postulante detentora de uma beleza formidável.

Meu nome é Edgar e o caso que vou narrar aqui aconteceu quando eu era chefe tanto do setor de contabilidade quanto da área de recursos humanos de uma empresa de consultoria em São Paulo. Era hábito eu delegar a tarefa de escolha de candidatos para alguém do RH, mas nesse dia em questão não resisti e resolvi assumir o comando do teste oral. À época dos fatos eu tinha 35 anos, solteiro e vida sexual intensa. Sempre procuro não deixar o instinto animal, acéfalo por natureza, dominar as ações, mas quase sempre perco essa batalha e, em certas ocasiões, como nessa que eu iria começar a viver, não havia mesmo como me livrar do tesão correndo nas veias, louco para se libertar.

Sentada na sala de espera, Vanessa não apenas ratificou sua beleza facial como indicou que seu corpo, preso em uma elegante veste, também parecia ser um artesanato de altíssima qualidade. Percebi que a atmosfera no escritório foi sacudida com aquela beldade por ali, com alguns cochichos e fofocas rolando pelos cantos. As entrevistas estavam marcadas para começar às nove. Eram nove e meia quando eu avistara a gata na sala de espera. Um candidato já havia sido sabatinado pelo Ricardo Lemos. Então, chamei-o pelo ramal e disse que, a partir dali, eu continuaria com o trabalho de seleção.

– Tudo bem, Edgar, mas se quiser eu posso continuar sem problemas.

– Obrigado, Lemos, mas quero fazer pessoalmente as entrevistas porque elaborei algumas questões específicas para os candidatos. Pretendo inclusive saber o nível de inglês de cada um – argumentei.

– Bom, aí já não é mais comigo. Meu inglês anda bastante enferrujado...

– Então, deixa que eu resolvo. Pode mandar entrar o próximo.

Entrou um rapaz que devia ter menos de vinte anos, assim como quase todos os candidatos. O sujeito era esforçado, mas estava nervoso demais, assim como eu, só que por fatores distintos. Ele por causa da entrevista e eu por causa de Vanessa, que breve estaria sentada diante de mim. Entrevistei mais dois pretendentes até chegar à delícia loira. Tínhamos que preencher duas vagas naquele dia e eu queria, com toda sinceridade, empregar aquela princesa. Bastava que não fosse uma imensa toupeira ou uma louca desvairada que certamente já estaria contratada. Foi quando Vanessa Nogueira entrou na sala. Tentei manter a postura, mas admito que foi difícil. Seus decotes eram comportados, mas nem assim sua silhueta formosa conseguia passar despercebida. Ela trajava um belo tailleur azul-escuro, cujo decote central tentava de todo modo esconder os seios rijos e volumosos. Suas coxas pareciam gritar para escapar daquela saia irritantemente discreta. A beldade tinha dezenove deliciosos anos e seu estado civil indicava, para minha alegria, que era solteira. Sentou-se um tanto tensa e esperou alguma palavra minha.

– Bom dia, Vanessa. Meu nome é Edgar Lima, chefe da do RH e da Contabilidade desta firma. Vou te fazer algumas perguntas. Vejo aqui pelo seu cadastro que você possui alguma experiência num consultório odontológico.

– Sim, trabalhei durante dois meses no consultório do meu sogro.

– Sogro? Consta aqui que você é solteira – disse um pouco decepcionado.

– Ah, sim. Sou noiva. Vou me casar dentro de quatro meses.

Informação desconfortável.

– Humm, claro. E por que você saiu de lá?

– É um motivo complicado...

Motivos complicados são sempre intrigantes.

– Pode falar. Numa entrevista de emprego não pode haver omissões.

– Bem, é que... bom, o irmão do meu noivo trabalhava lá também e...

– E?

– Daí que ele me pressionava algumas vezes, me assediando, molestando... Quando estávamos a sós no consultório e ele me cantava de forma cretina. Tentou me agarrar mais de uma vez.

Informação importante.

– Um idiota. E você não contou pro seu noivo?

– Na verdade não. Poderia gerar uma briga na família. Como eu não dava bola pras suas investidas, preferi largar o emprego. Eu acabei alegando que queria mudar de área.

– E o que eles acharam?

– Meu noivo nem meu sogro entenderam na hora. Acho até que meu noivo desconfiou, mas não fez nada, o que me deixou triste. Mas acho que foi melhor assim para que as coisas voltassem ao normal.

Esse pulso fraco de seu noivo seria meu código de acesso com Vanessa.

– Então ele desconfiou, mas pôs panos quentes. Você não contou o que realmente passou?

– Não. Fiquei com medo. Se ele percebeu algo estranho, mas deixou pra lá, não ia ser eu a resolver sozinha. Mas superei. Estamos bem e meu cunhado sumiu, para minha felicidade. Engraçado que estou contando esse segredo pela primeira vez para alguém e esse alguém é logo o chefe da empresa onde fui procurar emprego. Uma pessoa que nem conheço. Desculpe.

De fato, o assunto estava mais interessante do que as perguntas que eu deveria fazer sobre planilha Excel, fichário eletrônico, banco de dados orçamentário e outras chatices. Tudo isso poderia esperar. O meu desejo por comer aquela garota é que começava a ter pressa. Muita pressa.

– Você não tem do que se desculpar. Eu fiz a pergunta. E se sou o primeiro a tomar ciência desse segredo isso muito me honra. Agora, esse teu cunhado é um imbecil. Deveria ser demitido e preso por assédio. Uma pena seu noivo fingir que nada viu.

– Ele não viu nada mesmo. Mas acho impossível que ele não tenha sentido o clima estranho no consultório. Mas deixa isso pra lá. Daqui a pouco perco essa vaga por ficar falando de problemas meus.

– Nada disso. Temos que saber como está a estabilidade emocional de quem vamos contratar. E, antes de tudo, quero um funcionário alegre e jovial. E percebo que você tem essas características. Melhor você ter saído de lá mesmo, e que bom que encontrou a nossa empresa.

A gata balançou a cabeça concordando comigo, um tanto entristecida pelo que revelara, mas parecendo acalentada pelo diálogo. Já dava para perceber que os irmãos eram dois patetas, um abrutalhado e outro um banana. Não sabiam tratar uma mulher e isso estava claro. Agora eu teria de arquitetar as coisas com calma, sem atropelo, e o primeiro passo a ser dado era colocá-la pra dentro da firma, coisa que já estava sendo feita.

– Mas ainda falta passar pela entrevista, não é?

– Bom, é verdade. Mas acho que você vai suprir as nossas necessidades.

Fiz algumas perguntas e até que ela não se saiu mal. Fazia faculdade de administração, parecia esforçada e estava na média dos demais candidatos, um pouco melhor que dois ou três, pior que outros tantos. Mas sua estampa inebriante, luxuriosa da cabeça aos pés, fazia todos os demais concorrentes caírem no abismo do ostracismo. Ainda que fosse uma catástrofe total e levasse a empresa à falência, eu sei que ela havia nascido para ser a minha estagiária.

– E com línguas, você é boa?

– Não deixo a desejar...

Sua resposta havia sido simples, mas minha vontade de possuí-la já deturpava tudo e eu me via beijando e chupando aqueles peitos docemente insinuantes, seu pescoço, seus braços, barriga, pernas... “Não deixo a desejar com minha língua e com ela eu faço o que você pedir...”. Meu tesão estava ficando perigosamente nítido e eu tinha de me esforçar para que vozes loucas saídas do meu subconsciente, e creditadas àquela noiva recatada, parassem de me incomodar. A ação animalesca de seu cunhado havia sido deplorável, mas realmente era mesmo difícil dominar os desejos olhando para aquele rosto. Seus olhos, sua boca, cabelos loiros lisos descendo como cachoeiras douradas, anteparados pelo ombros delicados, anônimos sob as ombreiras acolchoadas da roupa. Tudo nela exalava uma ingenuidade pecaminosa, como se quisesse inconscientemente brincar com a virilidade de quem estivesse a sua volta.

– Tudo bem, o básico já serve. Bom, Vanessa, você está contratada. Seu perfil é o que estamos buscando. Poderá ser efetivada como secretária no final do contrato, caso fiquemos satisfeitos com o seu desempenho como estagiária. Acho que você conquistará seu espaço aqui.

– Quer dizer que estou contratada?!

– Sim. Começará na próxima segunda. Vai trabalhar diretamente comigo aqui nesta sala. Receberá, como já acertado, um salário e meio. Terá vale-refeição e vale-transporte. Por sinal, olhando seu endereço aqui no curriculum, vejo que você mora em Itaquera. Moro perto ali também – exagerei, pois morava bem antes, mas não custava me estender um pouco pela avenida Pompéia. – Posso te dar uma carona quando você quiser.

– Que bom! Eu vou aceitar! – disse ela. Estava visivelmente feliz.

– Ah, e não precisa vir vestida assim. Uma roupa casual estará de bom tamanho.

Um tchauzinho informal e virou-se para sair, permitindo, finalmente, que eu pudesse observar aquela bunda tesuda. Era compacta, bem distribuída, harmoniosa com a cintura estreita. Meu pau, interessadíssimo, já queria saber como iríamos dar um jeito naquilo, mas tive de ser honesto e comuniquei que ela era carne de primeira e, como tal, precisava de um árduo trabalho de conquista, sem direito a erros. Pedi para que o Lemos terminasse as entrevistas, alegando que tinha de adiantar outros expedientes. Aproveitei para informar que uma das vagas já havia sido preenchida.

O sábado passou arrastado. Queria logo que a segunda-feira chegasse para que eu pudesse ver de novo a minha estagiária. Estava eufórico com o “Efeito Vanessa” e isso se refletiu de noite com minha namorada, que percebeu o entusiasmo na cama. A transa foi gostosa, mas ela notou algo estranho.

– Tem tempo que não te vejo assim, tão elétrico... as coisas devem estar mesmo boas lá no escritório, hein?

– É, as coisas estão ótimas e vão melhorar ainda mais.

Adriana era uma ótima companhia. Morena, alta, bonita, quase trinta anos, era uma mulher muito interessante. Já estávamos juntos a uns oito meses e nesse período eu não havia tido contato com mais nenhuma outra, o que, até aquele momento, não me incomodara. Só até aquele momento. Vanessa chegara firme no lance e o jogo agora estava aberto.

Na segunda cheguei cedo para melhor recepcionar os estagiários contratados. Obviamente que Vanessa era o ponto em questão, mas eu não poderia ser parcial. Logo ela chegou, linda dentro de uma calça jeans e uma blusa com umas estampas simples. Meu coração bateu forte. O outro estagiário era um garoto escolhido pelo Lemos. Após apresentar toda a empresa para ambos, indiquei para o rapaz seu local de trabalho, com o Telmo, no setor jurídico. Já para a ninfeta, mostrei sua mesa e o computador que iria usar, bem ao lado do meu.

– Por enquanto você vai ficar só organizando no banco de dados os contratos com os clientes que eu te passar. Imprima e arquive. Os impressos você pega em minha mesa.

Com essa tarefa eu procurei fazer com que ela se distanciasse o mínimo de mim e dependesse o máximo das minhas ordens. Estaria com ela quase sempre em contato visual direto. Se o serviço iria fluir melhor assim eu realmente não saberia dizer, mas que essa ação dava uma resposta às exigências dos meus desejos, isso era certo. Na primeira semana Vanessa estava insegura e retraída, falando pouco e dando algumas desculpas para não pegar carona comigo. Mas, num dia chuvoso, ela aceitou, e a partir daí ela praticamente só voltava no meu carro. Os beijinhos no rosto ficavam cada vez mais perto da boca e, em alguns casos até um abraço demorado rolava. Eu já não me agüentava de ansiedade em beijar aquela boca, mas não podia cair no equívoco fatal de seu cunhado e nem usar a minha condição de chefe. O diamante estava sendo lapidado na velocidade certa e acelerar o processo poderia decretar o fim das minhas pretensões. E o labirinto para o pote de ouro, eu percebia, estava cada vez mais curto, a cada dia mais vivo.

Foi numa quinta, final de expediente, que notei Vanessa conversando animadamente com a Jaciara, a analista de contratos. Jaciara tinha seus vinte e poucos anos e não era uma mulher atraente, apesar de muito expansiva e simpática. A estagiária ria enquanto mostrava para a outra um pequeno álbum de fotos. Fiquei curioso em saber do que se tratava, mas não quis me intrometer na conversa. Cada dia mais eu procurava sair mais tarde, para poder ficar com ela o maior tempo possível sem ninguém no escritório. Passava das seis quando perguntei sobre sua conversa com a colega de trabalho. Ela riu e tentou despistar.

– Nada... umas fotos minhas. Um book que fiz um tempo atrás de brincadeira. Estava mostrando pra ela.

– Que interessante! E você não vai me mostrar?

Ela ficou sem graça, rindo.

– Ah, não sei...

– Se não quer me mostrar, tudo bem. Mas seria legal ver umas fotos de uma funcionária minha.

– Tudo bem, não é nada demais mesmo.

Eram fotos caseiras dela em roupas um pouco mais sensuais, fazendo poses que só serviram para me deixar ainda mais perturbado. Havia uma em que ela se apoiava num sofá e deixava a bunda bem empinada, vestida apenas com um pequeno short de lycra e um top. Meu pau urrou na hora quando meus olhos viram aquilo.

– Mas ficou muito bom, hein? – as imagens eram quase que uma tortura visual.

– Pensei em presentear meu noivo com esse álbum. Será que ele vai gostar?

– Olha, como homem posso te dizer que gostei muito!

– Sua namorada nunca fez uma surpresa assim?

A Jaciara falara além da conta, contou sobre minha namorada. Mas tudo bem, sua fofoca deu uma boa brecha para o assunto ganhar corpo.

– Não, ela nunca me fez essa surpresa. Vendo suas fotos vejo que seria um presente e tanto.

Uma das fotos estava duplicada. Ao vê-la, peguei e fingi que iria guardá-la dentro da gaveta, no que ela riu.

– Pode ficar com essa. Mas, se sua namorada descobrir vai achar que sou um caso seu.

Era o que eu queria ouvir.

– Se você fosse mesmo um caso meu eu não ia nem querer saber a opinião dela – falei, enquanto diminuía o espaço entre a gente. Não havia mais ninguém nas salas.

Larguei o álbum em algum lugar e a beijei. Ela ainda tentou um gesto de defesa, mas sem nenhuma solidez, o que só fez aumentar minha pressão. Vanessa relutava contra a ofensiva, mas com pouca energia para uma noiva recatada e tímida. Eu sabia que se recuasse naquela batalha perderia a guerra inteira, então, não dei chances para que ela pensasse na certeza dos seus atos e a abracei com força enquanto a beijava.

Meu pau estava quase arrebentando a calça, louco para tornar realidade o que até ali era mero sonho. Vanessa viu que sua pequena resistência não ia ajudar e capitulou passando a me agarrar quase com a mesma intensidade que eu a ela. Derrubamos alguns papéis e objetos pelo chão naquele amasso desordenado, até que passei a abrir espaço na sua blusa para encontrar logo os peitos gostosos que me instigavam desde o dia do teste. Como não cabiam inteiros, entupiam minha boca do jeito que dava. Beijava seu pescoço e deixava a estagiária à vontade para também deixar seu tesão fluir.

Conduzi suas mãos soltas para que libertassem meu caralho pela braguilha. Aquele toque alimentou ainda mais meu tesão. Por tudo no mundo eu queria sua boca me chupando. Como que se estivesse lendo minha mente ela dobrou os joelhos. Ainda titubeou um pouco antes de chupar, muito pouco para uma menina certinha, no que segurei sua cabeça para que não desistisse do intento. Ela foi e aí eu delirei! Começou a mamar devagar, sem saber ao certo o que fazer. Segurando seus cabelos, indiquei o que queria e deixei Vanessa se divertindo, chupando, babando, botando tudo na boca, lambendo por fora. Pelo modo como mamava percebi que era leiga no assunto, o que me deixou mais entusiasmado, pois isso indicava que devia ter chupado poucos cacetes na vida. Seu noivo certamente não devia explorar essa área como merecia e por isso alguém tinha de fazer isso e o sortudo, graças ao bom Deus, estava sendo eu. A idéia de estar fodendo uma boca quase virgem, atiçava meus desejos. Fazendo seus cabelos de alça, eu fodia aquela boquinha com um apetite que nem a Adriana, minha namorada, conseguia me dar. A falta de experiência dela, ao invés de atrapalhar, se transformava no combustível da minha tara. Ela estava de cócoras enquanto realizava o boquete happy hour. Só que eu ainda queria testar meu poder e mandei que ficasse realmente ajoelhada, sem parar de chupar. Ela atendeu a ordem e não deu pra agüentar. Vendo e sentindo aquela delícia tão cobiçada chupando e lambendo, submissa e dedicada, em minutos gozei forte no rostinho lindo, uma esporrada pra lá de gostosa, das mais intensas que eu já havia experimentado. Ver seu rosto sujo com meu sêmen havia sido quase tão bom quanto a atividade em si. Como já era de se esperar, ela mostrou uma expressão de arrependimento depois da farra. Falei que estava tudo bem, que a coisa aconteceu porque tinha que acontecer mesmo, que nada ia mudar entre a gente, etc. Procurei confortá-la para que não se deixasse abater pelo ocorrido e, sob hipótese alguma, pedisse demissão. Dei a carona de sempre nos despedindo com dois beijinhos na bochecha, afinal ela era noiva e eu tinha namorada. Fui pra casa completamente extasiado. No dia seguinte vi que Vanessa estava um pouco aturdida, recatada, mas nada que mostrasse vontade real de acabar com o que fora iniciado. Não tocamos no assunto durante o expediente, mas nossos olhares já não se cruzavam apenas como chefe e empregado. Na carona de volta, o assunto veio à tona no momento do tchau, o que serviu para mais uma rodada de sexo oral.

– Não consegui olhar pra cara do meu noivo ontem...

– Que é isso... encare normalmente. O importante é você estar bem, e sei que você está – quando falei, procurei me aproximar de seu rosto.

Ela estava um tanto desconcertada, sem saber se cedia mais uma vez ou não. Sua dúvida era boa, porque me deixava no comando, com as explicações que serviam para o caso. Enquanto falava, passava as mãos em seu rosto. Não demorou para que nos beijássemos na boca de novo, perto de onde morava. Mesmo sabendo que ali era um ambiente perigoso para ela, sua boca era como um ímã e eu não conseguia parar de sentir seu gosto.

– Aqui os vizinhos falam demais, vêem tudo – disse a gostosa, de repente, com medo.

Não retruquei, apenas saí com o carro e parei mais adiante, num local deserto. Continuamos com o amasso, que esquentava cada vez mais. Logo seus peitos estavam em minhas mãos novamente. Não tardou e ela já estava com a posse de meu pau em suas mãos de novo. Como no dia anterior, ela começou a mamar com o mesmo ardor adolescente. Não tardou e gozei novamente em sua boca. No dia seguinte, a mesma coisa acontecia. E passou a ser praticamente um boquete por dia, sempre no final da carona, ao anoitecer. Sempre em um local diferente de alguma rua menos movimentada. Eu estava quase como um dependente químico, que não pode ficar sem a droga. Lembro também quando chupei pela primeira vez sua bucetinha. Ela, com voz rouca de tesão, revelou: "ai, que delícia... o Adilson nunca fez isso comigo!". O cara não fazer isso com a garota só mostrava o quanto de privações de prazer ela não deveria estar passando. Minhas transas com Adriana diminuíram porque eu não pensava em mais nada além das mamadas de ouro da minha estagiária dentro do carro. Era bom demais!

A coisa ganhou contorno mais complexo quando começamos a fazer também no banheiro do escritório. O receio de alguém descobrir nosso caso injetava mais sentimento de sacanagem e fazia com que arriscássemos, passando perto de sermos descobertos. Num determinado dia o noivo da gata ligou e eu atendi. Adilson, seu nome, disse que iria buscar Vanessa naquele dia e pediu para eu avisá-la. Isso só serviu para atiçar meu fogo.

– Tudo bem, pode deixar que eu aviso.

Qualquer coisa já estava virando motivo para sentir aquela estagiária de outro mundo. Mas esse motivo, particularmente, quadruplicou meu tesão. Pedi que no boquete daquele dia ela não cuspisse, que engolisse toda a porra e não lavasse a boca. Gozei de quase derreter inteiro pra dentro de Vanessa. Só depois disso informei que o cara viria buscá-la, pois vai que ela não topasse... Lembro que ela corou de vergonha, pôs a mão no rosto, mas terminou rindo como uma safada. Sua máscara de santa estava caindo gradualmente. Da janela pude testemunhar o cara beijando sua noiva no maior amor... Aquilo me deixou com uma vontade de sexo fora do comum. Decidi que sua boca já não era mais suficiente para meu prazer. Eu queria mais, queria tudo.

Na carona de volta do dia seguinte entrei numa rua que não levaria a seu prédio. Ela pensou que era apenas mais uma rua deserta, mas era a entrada de um motel. Era o momento-chave nas minhas pretensões com Vanessa e eu estava preparado para dobrar até mesmo uma resistência mais aguda dela.

– Que isso?? – perguntou um pouco assustada.

– Essas ruas desertas são perigosas. Algum amigo seu pode te ver.

– Mas, num motel?! Aí não... Ontem minha mãe perguntou por que estou demorando tanto pra voltar pra casa. Perguntou quem está me trazendo. O Adilson também já está querendo saber por que tenho chegado tarde. Tô nervosa com isso tudo... não sei, não...
aflito, mas mantive a frieza. Sabia que aquela hesitação dela era natural.

– Calma, gatinha. Sua mãe conhece a filha que tem e sabe que ela é uma preciosidade. E seu noivo te ama, não vai te largar por que você está demorando só um pouco para chegar. Não é nada demais – falei sem parar com o carro, embicando já para o interior do motel. – Olha, – continuei – eu sei do seu comprometimento sério e até comprei um cartão para você dar pro seu noivo, pra te ajudar no seu relacionamento.

– Como assim?

Eu havia comprado um bonito cartão que dizia na contracapa: “Sabe o que eu estou fazendo nesse exato momento? Pensando em você!”. Era muita cara-de-pau a minha, uma grande ousadia certamente, mas às vezes na vida uma atitude dessas acaba tendo um efeito mais favorável do que podemos imaginar. E ela, seja por ingenuidade ou por já estar mesmo virando uma puta, achou a idéia o máximo, abriu um gostoso sorriso e me beijou na boca. Um presente para ela talvez não surtisse efeito tão benéfico, pois caracterizaria a traição, mas aquilo pareceu ter acionado algo pervertido em sua cabeça. Mal entramos no quarto e o caldeirão já começou a ferver com um amasso que decretava a morte da inocência e do moralismo. Fomos direto pra cama e, num ato automático, ela sem nem tirar a roupa já foi logo descendo para chupar meu pau. Eu delirava com a possibilidade de poder comer aquela garota e parecia um menino com seu primeiro grande presente nas mãos. Já na cama quis logo saber o gosto de sua buceta quente, lambendo, sugando, submetendo aos meus desejos. Ah, sua bunda! Que coisa mais linda. Cada vez mais eu me certificava da sorte que havia tido com ela. Uma mulher daquela não merecia ficar vagando em busca de um estágio. Ela era uma princesa perdida. Uma princesa que eu ajudava a transformar em puta, desenhando seu destino na firma e talvez até na vida.

Quando entrei com meu pau naquela bucetinha molhada, senti verdadeiramente um arrepio de prazer. Como era quente e apertadinha. A sua cintura fina era providencial, facilitava o manuseio. Colocava-a de lado, por cima, de todos as maneiras. Seu corpo se adaptava, pedia. Eu tentava não gozar para prolongar mais a primeira foda. Mas foi complicado segurar com aquele vulcão loiro se contorcendo e suplicando “mete, mete, me rasga!”. Impressionava como ela conseguia arder em orgasmos mesmo não sendo com a pessoa com quem escolheu para se casar. Depois da segunda transa fomos pra banheira pegar uma recuperação, pois já estávamos nos comendo há pelo menos uma hora. Seu celular tocou e era o Adilson. Que delícia ouvir minha estagiária dizer que estava num happy hour da firma com os colegas e que logo já ia embora. A ligação do corno serviu pro pau encorpar de novo e, então fomos para a terceira. Nessa tive a idéia de botar ela de quatro e pedir para que preenchesse o cartão que eu dera para ela entregar pro noivo enquanto metia em sua xana. Ela topou e eu fui doido satisfazer mais essa tara. Enquanto o caralho entrava devagar ela se desdobrava para escrever “eu te amo” no cartão. Que delírio!

Fomos embora exaustos de tanta foda. Eu estava nas nuvens, embriagado de prazer. Nem quis ver a Adriana para ela não quebrar esse encanto. Pelo menos não naquele dia. No dia seguinte, Vanessa comentou sobre o cartão, disse que o noivo havia “adorado” a surpresa e que estava “cada vez mais apaixonado”. Melhor assim. E eu cada vez mais vidrado naquela mulher. Se ela se abaixava para pegar alguma coisa eu já imaginava estar ali atrás comendo aquele rabo. E era isso. Seu rabo! Era minha próxima meta, meu objetivo.

Já não nos pegávamos mais no carro. Era só em motel. Sempre diferente para não dar na pinta. Desculpas e mais desculpas ela inventava pro Adilson e eu pra Adriana, que já estava ficando revoltada com minha “abnegação pela empresa”.

– Você vai enriquecer, mas vai me perder... – dizia ela, achando que eu havia virado um viciado em trabalho, um workaholic.

Eu despistava. Não queria terminar com a Dri, pois gostava muito dela. Mas não queria parar de comer a Vanessa de jeito nenhum. Faltavam duas semanas para o casamento da Vanessa quando resolvi que daquele dia seu rabinho não passaria. Ela já havia negado antes algumas vezes, mas eu já não agüentava mais ficar sem poder comer aquela bunda. Eu ia acabar adoecendo se não comesse. E naquele dia eu procurei usar todas as armas disponíveis para meu sucesso. Era a data de avaliação dos dois estagiários. Quem avaliava era o gerente do setor em que o estagiário estivesse servindo. No caso da Vanessa, eu era o julgador. Pois bem, nesse dia no motel em dado momento puxei do casaco o formulário de avaliação em branco e mostrei a ela, no que ela se surpreendeu.

– Preencher a avaliação aqui?!

– Isso. Uma forma de avaliação mais tranqüila. Você já tirou dez em quase tudo, só falta mais uma questão.

Ela riu demais.

– Que doideira você, Edgar! E qual é a que falta?

– O item que diz “obediência às determinações do chefe”. Só falta essa pra você virar funcionária efetiva da empresa.

Entrando no esquema, ela riu ainda mais e disse com malícia:

– Mas eu faço tudo o que me é dito para fazer, e acho que estou fazendo bem.

Eu não conversei mais. Parti pra cima, beijando aquele corpo que já era bastante íntimo. Vanessa correspondeu de forma contida, talvez um pouco nervosa em achar que, se não cedesse, não seria efetivada. Não desfiz sua dúvida, muito embora não quisesse passar uma imagem de mau-caráter: “a bunda ou o emprego”. Se esse medo a fazia mais volúvel eu não saberia dizer, mas o que eu notava é que ela estava se entregando de uma forma que ainda não havia feito.

– Me come que eu sou só sua, me come que sou sua cadela...

Aqueles gritos e arranhões pelas costas iam me fazendo perder o controle e eu já não via obstáculos para minha meta final. Coloquei-a de quatro e comecei a beijar sua bunda enquanto passava os dedos pela vulva molhada e latejante. A Adriana era linda, mas a Vanessa me mostrava a cada dia que era diferente. Ela não era uma mulher apenas bonita e tesuda, ela sabia como nenhuma outra misturar meiguice e putaria de uma forma única, de uma forma não mentirosa, porque aquele era mesmo seu estado mais natural. Enquanto passava o gel ao redor do caralho pulsante e faminto, a estagiária rebolava pedindo para que eu metesse. E aquela visão de sua bunda lisa, hipnótica, era um atrativo quase surreal. Ela não acreditou que eu fosse ousar tentar novamente comer sua bundinha.

– Aí não!! – gritou, quando forcei a cabeça no orifício rosado, que piscava insistentemente.

Agora era tudo ou nada. Se desistisse, não teria outra oportunidade.

– Calma, meu amor. Você é a melhor mulher que eu já comi... relaxa...

– Esse é do meu noivo, prometido a ele na noite de núpcias...

Aquela revelação só me deu mais gana de estourar aquele rabo empinado. Agora nada mais poderia deter minha vontade. Massageava suas costas ao tempo em que prendia seu quadril para que não fugisse. O pau ali pertinho, grudado na entrada do reto. A briga era boa e estimulante.

– Calma gatinha, seu noivo não vai saber de nada... você é minha gata nota dez...

Notei que o som “nota dez” embaralhou a mente de Vanessa, pois não sabia mais se eu me referia a ela como funcionária da firma ou como a melhor puta que eu poderia comer. Funcionou muito bem pra ocasião, servindo pra afrouxar todo seu mecanismo de defesa, o que fez com que meu pau se enterrasse dentro daquele cú apertado e gostoso quase que instantaneamente.

– Isso, gostosa, assim...

– Aiiiiii...

Foi só um gemido e algumas reboladas que eu tive de administrar até que a gata serenasse e passasse a curtir a enrabada. Valeu meu esforço em não desistir. Meu pau, agradecido pela perseverança, só queria agora saber de entrar e sair daquele magnífico buraco. Foder o rabo de Vanessa era um prazer tão incrível que procurei realizar os movimentos da forma mais lenta possível, saboreando cada segundo.

– Ai, mete, arregaça esse cuzinho que você sempre quis, fode minha bunda... ela é sua, de mais ninguém...

Parecia um sonho ouvir aquela noiva falando. Era mais que demais.

– Fode esse corno, me deixa arregaçada pra ele... acaba comigo... rasga o meu cuzinho...

Eu até que tentava resistir para poder continuar comendo aquela bunda por mais alguns minutos, mas aquelas palavras me enlouqueciam, dilatavam minhas veias e aceleravam meu batimento cardíaco de uma forma que se tornou impossível segurar a explosão de gozo. Puxei seu quadril pra cima de mim o mais que pude, quase que separando em duas a bunda de Vanessa. Foi uma transa febril, de fato inesquecível. A partir daquele dia ela passou de estagiária à funcionária, a minha funcionária. E quando alguém diz que “de onde se come do pão, não se come da carne”, é porque não conheceu Vanessa, a estagiária.

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Arte: Aleksey & Marina

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cavalgada


Cavalgada
Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos

Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida

Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque

Vou me perder de madrugada
Pra te encontrar no meu abraço
Depois de toda a cavalgada
Vou me deitar no seu cansaço

Sem me importar se neste instante
Sou dominado ou se domino
Vou me sentir como um gigante
Ou nada mais do que um menino

Estrelas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver
E ainda brilham de manhã
Depois do nosso adormecer

E na grandeza deste instante
O amor cavalga sem saber
E na beleza desta hora
O sol espera pra nascer.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando amor só um que tem...(by Lucia Czer)


Não tenho nome nem identidade,
Trilhei a vida que atrás ficou
Rastreando teu facho de vaidade

Cansei de dar sem receber,
De amar o reflexo do teu vulto.
Falar de amor e não ouvir dizer,
Felicidade ser somente culto.

Passei minha vida a limpo,
Abri janelas, enxotei as sombras.
Varri os medos do meu limbo,
Deixei a cama sem alfombras.

Dos armários removi cadáveres,
Restos de mortos insistem em ficar,
Páginas opacas já sem caracteres
De um tempo ido, só pra relembrar.

Diante do espelho já sem aço,
Olhei-me e vi somente pó,
Daquilo que fui, apenas traço,

Amante, amada, apenas tua.
Livrei-me das amarras e das vestes.
Pra me reencontrar, postei-me nua...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

TESTÍCULOS




A vítima estava transtornada. Nem tanto pela dor causada pelo ferimento, mas pela mutilação em si. Olhos esbugalhados, ele contemplava o membro embebido em sangue. A urgência do atendimento não podia aliviar-lhe a angústia nem lhe devolver a auto-estima. O estrago era irreversível.
A equipe médica fez tudo que podia, mas a ausência da parte amputada impedia qualquer possibilidade de recomposição do órgão. Desolado, ele choramingava enquanto os policiais procuravam registrar os fatos ocorridos.

-- Quantos eram? A pergunta soou-lhe fria.
-- Um.
-- Como se deu a abordagem?
-- Ele estava armado! Exasperou-se ao mesmo tempo em que completava, mentalmente, o pensamento, por acaso acha que me ofereci para ser extirpado?
-- Que tipo de arma?
-- Uma pistola.
-- Mas e quanto à faca?
-- Não tinha visto nenhuma até ele a usar.
-- Quanto tempo durou a ação?
-- Como vou saber? Pensa que fiquei cronometrando o serviço do maldito? Desta vez o complemento não foi apenas mental.
-- Estamos apenas cumprindo as normas de praxe. Zangou-se o policial.
-- Veja o estado em que fiquei, como estaria se sentindo em meu lugar?

O policial teve ímpeto de responder com rudez, mas considerou a falta que o órgão representava e relevou o nervosismo da vítima.

-- Deveriam estar à procura deste maníaco.
-- Fazemos o possível, mas nem todas vítimas colaboram.
-- Todas vítimas? Não foi um caso isolado? A surpresa o dominou por completo.
-- Com o seu, já são vinte os casos que nos chegaram ao conhecimento.
-- Vinte mutilações!
-- Poderia descrever o suspeito?
-- É claro!

Uma hora depois a vítima estava sedada e entregue a um sono agitado. Os policiais recolheram as informações e seguiram para a delegacia. Aquelas ocorrências estavam começando a assumir proporções absurdas. Não demoraria para a imprensa dar destaque aos ataques do maníaco.

-- Que tipo de maníaco atacaria desta forma? Indagava um dos policiais para seu parceiro.
-- Não faço a menor idéia. Temos uma hora marcada, com a psiquiatra do Decom, amanhã.
-- Em quem ela poderá nos ajudar?
-- Todos os casos foram passados para ela. Esperamos que possa nos dar algumas informações a respeito do suspeito.
-- Não acredito que ajude muito. Tirando o órgão extirpado, os casos não seguem nenhum padrão de modus operandi.
-- Dá para ficar meio maluco, não é?
-- Os ataques ocorreram em varias regiões da cidade, as vítimas eram das mais variadas idades e classes sociais, as horas não coincidem, a abordagem diferencia em pelo menos um terço dos casos...
-- Podemos levantar algumas hipóteses: um maníaco com compulsão a mutilações, um sectário de alguma ordem satânica, um rito de bruxaria...
-- Um pervertido!
-- É, de modo conciso, trata-se de um pervertido.

As evidências eram poucas e as pastas, contendo as ocorrências, muitas. Desde que o primeiro ataque foi praticado, há menos de três meses, foram vinte registros de mutilação. Todas as vítimas eram homens e sempre o mesmo órgão era objeto da mutilação. Em todos os casos o agressor havia extirpado os testículos das vítimas.
Recluso em um mundo particular e entranhado nas imundices do subsolo, um desfigurado, física e mentalmente, ser manipulava as amostras ovalóides armazenadas em cubas vítreas. O líquido conservante emanava um odor adocicado e enjoativo, mas sua atenção concentrava-se apenas nas amostras. Um riso demente compunha parte de seu semblante.
Mirando o espelho, com olhar de total alienamento, ele dialogava com o reflexo com se visse além da cena que tinha diante de si. Intercalando suas falas com períodos silenciosos como se alguém respondesse ou comentasse suas falas.

-- He, he, he! O riso nervoso denotava seu estado de profunda demência. Testículos! Sei que você vai ficar contente. O som que emitia lembrava mais um grunhido do que o som de produzido por um ser humano.
...
-- Claro que eram homens viris.
...
-- Não se preocupe. Fui cuidadoso. Não deixei pistas.
...
-- O que! Ele quase berrou.
...
-- Está bem, mas não me desafie novamente.

A mente perturbada não conectava a realidade existente. Como se operasse um corpo delicado, ele retirou dois dos testículos contidos em um das cubas, colocou-os sobre a superfície metálica que revestia o tapo da mesa. Um bisturi impecavelmente limpo e afiado seccionou os órgãos com invejável habilidade. Os cortes eram tão precisos que sua indisfarçável demência desaparecia por completo enquanto manipulava o instrumento cirúrgico.
Depois de ter dividido os órgãos, lavou-os cuidadosamente, depositou-os em um outro recipiente metálico, despejou um líquido oleoso até cobri-los por completo. Um pó esbranquiçado foi adicionado à mistura sem que se diluísse.

-- Prefere que os aqueça?
...
-- Está bem, mas eles podem...
...
-- Não precisa repetir!

A vasilha foi levada até uma outra mesa. Coberta por uma velha, porém limpa e ricamente decorada, toalha, tinha talheres e pratos dispostos como se duas pessoas fossem fazer uma refeição íntima.
Calmamente ele sentou-se, virou os pratos, colocou a vasilha no centro da mesa e esperou. Sua mente estava tão distorcida que ele não era capaz de conscientizar-se de ser sua própria vontade que se manifestava quando sua imaginária companhia agia.
Como se fosse a outra persona, ele serviu o prato da companheira, depois, já sendo ele mesmo, serviu-se. A ceia transcorreu como se duas pessoas partilhassem do momento. Nenhum de seus gestos demonstrou que ele tivesse noção de estar só.
Terminado o jantar, a mesa foi tirada, as vasilhas e talheres devidamente lavados, a arrumação comum a todo lar. Tudo realizado por uma única pessoa que acreditava ter a companhia de uma outra.
Mas a mais irracional de suas ações ainda estava para ter lugar. Utilizando toda sua distorcida mente, ele começou a viver uma entrega sexual imaginária. Apalpando o ar, ele entendia estar acariciando o corpo de sua hipotética amante. Jogando os braços para trás, entendia estar sendo abraçado pela mesma amante.
Com movimentos lentos e correografados, tirou as roupas da mulher imaginária, beijou-a repetidas vezes, acariciou-lhe os seios, sugou-os com impetuosos movimentos, prendeu-se em um abraço inflexível.
Em seu delírio, colocou-a sobre a mesa, foi abaixando até tocar sua buceta com a boca. Aquilo que seus sentidos não lhe mostravam era que, na verdade, ele enfiava a boca em uma metade de melão que tinha sobre a mesa. Segurando a fruta como se prendesse a bunda da companheira, atacou-a com sua fúria animal.
Ficou no exercício durante minutos seguidos. Sua demência era tanta que ouvia os gemidos que a amante emitia. Seu frêmito mantinha-o empolgado com as chupadas que dava na desejada buceta. Nenhuma amante era tão espetacular quanto a sua.
Balançando os braços com violência, ele simulou os tremores que dominam o corpo de uma fêmea quando o auge se aproxima. Afundando sua boca no carnudo fruto, viveu o gozo de sua amante. Ao abandonar o semidestruído fruto, sua boca tinha pedaços e sementes do mesmo. Uma gosma escorria de seus lábios.
Sem qualquer constrangimento, como se um louco pudesse sentir algo assim, ele desnudou seu membro, esfregou-o até senti-lo rijo afundando-o no fruto. Assim como havia procedido ao imaginar-se chupando a buceta de sua amante, ele enfiava e retirava o membro do, agora quase destruído, fruto.
Não demorou a que seu gozo vazasse em um espetáculo bizarro.
As mãos melecadas pelo sêmen não lhe causaram nenhum pejo. Seu sorriso demente acentuou-se e seus olhos assumiram um aspecto tresloucado. Como se ainda tivesse muito a fazer, afundou o membro em um outro pedaço do fruto. Agora ele sentia-se sendo chupado pela amante.
Em sua demência, não se deu conta de ter segurado uma das facas dispostas sobre a mesa. A precisão cirúrgica da lâmina fendeu sua carne separando seus testículos do resto do membro.
Olhos esbugalhados pelo efeito da dor e da surpresa, ele olhou para o fruto em suas mãos como se contemplasse o rosto zombeteiro de sua hipotética amante. Desvairado, jogou-o de encontro à parede enquanto esbravejava sem importar-se com o sangue que vazava do ferimento aberto. Em sua alienada realidade, sua amante havia arrancado seus testículos com uma mordida voraz.

-- Sua cadela! Por que arrancou meus bagos? Não lhe trouxe testículos suficientes para sua refeição? Olhe o que me fez! Desgraçada!

O fruto espatifado jazia próximo à parede. Ele aproximou-se tomado pelo ódio que irradiava por seus olhos. Sem nenhuma compaixão, passou a pisotear e golpear o fruto com a mesma arma que arrancara seus testículos.

-- Meretriz ordinária! Como acha que vou poder estancar o sangue que vaza pelo buraco que abriu? Maldita!

Cambaleante, ele tentou deter o sangue com um trapo que estava sobre a mesa. O pano encharcou-se de imediato e o sangue ainda jorrava livre pelo ferimento. A dor e a perda de sangue começava a deixá-lo zonzo. Sua cabeça rodava obrigando-o a sentar-se.

-- Droga, preciso procurar um médico!

Cambaleante, abandonou seu esconderijo avançando trôpego pelas galerias que conduziam a superfície. O caminho era penoso para alguém em perfeitas condições físicas, em seu caso tudo se mostrava muito mais difícil. À muito custo conseguiu ganhar a saída que levava até um dos inúmeros becos da cidade.
Assim que chegou a uma rua mais movimentada, seu estado chamou a atenção dos transeuntes. Não demorou até que um deles solicitasse a presença de uma equipe de socorro.
A viatura de emergência surgiu com a sirene sonante e os pneus troando alto. Enfermeiros e para-médicos abordaram-no com atencioso cuidado. Ao constatarem a natureza do ferimento, informaram uma equipe policial sobre o destino da viatura de emergência.
Mal haviam chegado ao hospital, uma viatura policial estacionou ao lado. O depoimento não poderia ser tomado naquele instante, mas os soldados deveriam permanecer na guarda da mais nova vítima do mutilador de testículos.
Quando, finalmente, os responsáveis pelas investigações puderam abordar a presumível vitima, ele estava branco devido à perda de sangue e ainda zonzo. Seu semblante transtornado devido a seu estado demente foi confundido como sendo resultado do trauma que sofrera.

-- Sabemos que ainda não está em condições de prestar esclarecimentos mais detalhados, mas precisamos de seu relato para as investigações.
-- Tudo bem, posso agüentar.
-- Pôde ver o agressor?
-- Agressora!
-- Uma mulher?
-- E que mulher!
-- O que estava fazendo quando ela o feriu?
-- Estávamos trepando.
-- O que?
-- Aquela vadia desgraçada estava me chupando quando arrancou minhas bolas.
-- Sexo oral?
-- Como podia saber que a cadela ia querer comer minhas bolas?
-- Mas onde está a mulher?
-- Se fui forte o bastante, em algum lugar do subterrâneo da cidade.
-- Forte o bastante?
-- Dei uma lição naquela cadela. Sua cabeça ficou toda esmagada.
-- Você a matou?
-- Foi legitima defesa.
-- Onde, exatamente, está o corpo?
-- Posso levá-los até lá, mas não sei se vão gostar do lugar.

Em nenhum momento a insanidade do indivíduo foi notada. A preocupação, em localizar o maníaco que vinha assombrando os incautos, era muito mais relevante do que a condição traumatizada da última vítima.
A diligência transcorreu sem maiores problemas. Com destreza o homem conduziu os policiais até seu esconderijo. O odor nauseabundo que dominava o ambiente fez muitos deles vomitarem e desejarem não estarem ali.

-- Onde está a mulher?
-- Ali! Caída junto à parede.

O policial seguiu a indicação feita indo até o ponto em que deveria estar o corpo da agressora. Ao observar o local encontrou apenas os destroços daquilo que fora um melão. Nenhum vestígio de sangue ou o corpo de alguma mulher.

-- Não tem corpo algum, aqui.
-- O que? Aquela desgraçada não morreu!
-- Tem certeza de que foi aqui que a deixou?
-- Absoluta!
-- Vasculhem o lugar! Ordenou aos outros policiais.

Uma varredura completa foi realizada nas galerias que circundavam o esconderijo. Como era de se esperar, não encontraram sinal algum que os levasse ao encontro de algum cadáver.
Enquanto eles realizavam as buscas, o demente mantinha-se impávido sentando em uma poltrona. Seus olhos fixos em um ponto qualquer poderiam ser tomados como evidência de sua absoluta alienação da normalidade, mas os policiais entendiam que sua obliteração era resultado do choque que sofrera.
Depois de horas vasculhando cada canto das galerias, a diligência foi suspensa. O insano foi reconduzido ao hospital e não foi mais incomodado por ninguém. Sob cuidados médicos, ele teria um tratamento que deveria ser aplicado a qualquer vítima de um ataque traumático.
Os policiais responsáveis pelas investigações seguiram para o distrito onde estavam lotados para o preenchimentos de seus relatórios. Cansados e desanimados, não conseguiam aceitar o fato de que mais uma vez o agressor havia conseguido escapar.

-- Será que nosso agressor é, mesmo, uma mulher?
-- Não consta de nenhum outro depoimento que tenha ocorrido uma relação entre vítima e agressor.
-- Podemos ter um novo agente?
-- Há algo que não se encaixa no depoimento deste sujeito.
-- Também o achei meio confuso, mas penso que seja efeito da agressão que sofreu.
-- Não sei, não. Todos os ataques anteriores ocorreram nas ruas, este foi praticado em um lugar de difícil acesso. As outras vítimas descrevem o agressor como sendo um homem e nenhum deles foi abordado por atitude que denotasse intenção sexual.
-- Estamos num beco sem saída.
-- Mais um caso sem solução?
-- Não será o primeiro. São tantas ocorrências...
-- Vamos torcer para que não ocorram mais casos.
-- Fazer o que? Se ao menos tivéssemos melhores meios para realizarmos investigações mais detalhadas.
-- Hei, não vamos sonhar acordado.

A resignação dos policiais colocou um ponto final as investigações. Os ataques permaneceriam sem solução e as vítimas teriam que viver com as conseqüências de acordo com as possibilidades de cada uma. Caso um novo ataque fosse realizado, as investigações recomeçariam, mas até lá...
Comodamente instalado no leito hospitalar, o verdadeiro autor das mutilações gozava da segurança que suas vítimas não tiveram. Seu semblante atormentado deveria ser observado mais cuidadosamente, mas os servidores do hospital não estavam interessados em particularidades dos pacientes.

-- Maldita cadela, não perde por esperar! Vai ver só quando eu sair daqui.

Em sua mente perturbada, era apenas uma questão de tempo até que pudesse extravasar sua demência. Talvez não mais mutilando suas vítimas, mas em outra modalidade de psiquismo criminoso. Fosse como fosse, em breve as manchetes policiais seriam decoradas com outra avalanche de suas atrocidades.

Néon


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