quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando amor só um que tem...(by Lucia Czer)


Não tenho nome nem identidade,
Trilhei a vida que atrás ficou
Rastreando teu facho de vaidade

Cansei de dar sem receber,
De amar o reflexo do teu vulto.
Falar de amor e não ouvir dizer,
Felicidade ser somente culto.

Passei minha vida a limpo,
Abri janelas, enxotei as sombras.
Varri os medos do meu limbo,
Deixei a cama sem alfombras.

Dos armários removi cadáveres,
Restos de mortos insistem em ficar,
Páginas opacas já sem caracteres
De um tempo ido, só pra relembrar.

Diante do espelho já sem aço,
Olhei-me e vi somente pó,
Daquilo que fui, apenas traço,

Amante, amada, apenas tua.
Livrei-me das amarras e das vestes.
Pra me reencontrar, postei-me nua...

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