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MASTURBAÇÃO
FEMININA
As mãos dedilhando os mamilos
Intumescendo sua consistência
Perdendo a noção do tempo
Entregando-se sem resistência.
A libido despertando o desejo
De sentir carícias ardentes
Olhos cerrados a sorver tesão
Antevendo toques fundentes.
Mais ousadas, as mãos avançam
Tocam a púbis ainda adormecida
Sentem o pulsar da prometida
Carícias em deslizes que não cansam.
Inspirada pelo desejo do prazer
Entrega-se ao balé da excitação
Não se prende na hipocrisia
Antevê tão somente sua alegria.
Atrevidamente as mãos penetram
Na caverna umedecida pelo tesão
O roçar dos dedos no grelinho
Levando ao delírio da sofreguidão.
Antes um entregar-se a si mesma
Refletindo seu apelo pelo sexo
Não se confunde com baixezas
Deseja mais do que um ato complexo.
Intimamente inspirada pela liberdade
Solta-se ao ter a carne invadida
Não pode alçar vôo mais pleno
Sabe que não é hora de ser fodida.
Convulsionando afunda os dedos na abertura
O calor que domina sua gruta escancarada
Exala odores que se perdem no ar
Ainda que solitária, ela ousa gozar.
As mãos voltam a tocar os mamilos
Agora rijos quais tábuas de salvação
Desejo ardente que não finda
Por que esta doentia solidão?
Fechando os olhos volta a sonhar
As mãos ainda em seu interior
Concentra-se no prazer... tesão
Esquece o mundo exterior.
Num último convulsionar
Abre-se como a receber uma pica
Carne trêmula em revolução
Extravasa a força de seu tesão.
Mesmo insatisfeita em seu gozar solitário
Aceita a carga do momento transitório
Ainda terá o amanhã para viver
Um entregar-se real... satisfatório.
MASCULINA
O desespero contendo o instinto
Aprisiona a razão em rebeldia
Quer o corpo que o sacie
A carne que não tem neste dia.
Sem poder libertar a selvageria
Despe-se da sunga diminuta
Transforma suas mãos solitárias
Em uma verdadeira puta.
O falo endurecido a desafiar o nada
Sente o aperto seco das mãos
Resignado ele começa a punheta
O que fazer em momentos vãos?
Acelerando o vai e vem
Consegue, finalmente, abstrair
Imagina uma gostosa buceta
A bailar... a descer... a subir...
Poderosos músculos distendem-se vigorosos
A rigidez denota sua excitação
Quer um buraco para invadir
Mas contenta-se com a masturbação.
Decidido, intensifica seu furor
As mãos premem o cacete
Parecem estrangulá-lo com rancor
Envolvendo-o qual um bracelete.
Sem qualquer outro sentimento
Brutaliza sua vontade
Arde em si de tanta excitação
Perde-se num rumo de contrariedade.
A fome mistura-se a sede
O saciar não pode ser vivido
Sua libido é animalesca
Não tem como ser detido.
Agora olha para o membro pulsante
A seiva corre nos condutos cavernosos
Prende a respiração para deter
O líquido viscoso que esta por verter.
Urra como se fosse um leão
As mãos sentem a umidade
O sêmen vaza em profusão
Libertando o visco de sua vontade.
O líquido o deixa contrariado
Tendo gozado sem uma parceira
Sente que não ficou satisfeito
Maldiz a solidão traiçoeira.
Sem ter como atender seu instinto
Joga-se na cama e adormece
Antes que o sono chegue
Sua frustração, ele esquece.
Foto - Ricardo Pozzo
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