sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Sádico- Nina


O sádico


Vidinha estava cansada de sua “vidinha” mais ou menos de todos os dias; há muito, sua existência perdera o sentido e alternava sua rotina entre o casamento estático, a casa por arrumar, os filhos desajustados e a profissão insalubre.Naquele dia acordara mais cedo, uma forte dor de dente a expulsara da cama antes mesmo dos primeiros raios de sol, fazia tempo que não assistia tal fenômeno e apesar das fisgadas dilacerantes, observou pela janela a bela paisagem no horizonte- como era bonito o nascer daquele astro, começava a aparecer tímido e depois criava uma força descomunal! Ah, como sentia falta de vida!

Entrementes, a dor perdurava e aumentava a cada minuto, pensou que talvez a maior agonia do ser humano residia na dor de dente; começava fina e aguda e evoluía para um sofrimento grave, que tomava conta de todo seu cérebro.Quando o telefone irrompeu sala adentro, já havia tomado cinco analgésicos poderosíssimos e dez anti-inflamatórios e nada da agonia passar, atendeu com a baba escorrendo pelo bocal, era sua prima, que por acaso vinha a ser representante de produtos dentários.Naquele momento, teve a certeza da provisão divina e tomou nota do número telefônico de uma clinica dentária popular nas bandas do Engenho de Dentro, agradecera aos céus ao saber que os serviços por lá não eram caros, pois, problemas nos dentes em época de recessão seria pior que um assalto.

Em menos de uma hora depois, adentrava o recinto simples no subúrbio do Rio de Janeiro e punha-se a ler uma revista ridícula de celebridades, que pareciam nunca sofrer dos dentes, enquanto aguardava seu tão temido momento, afinal, morria de medo de dentista, para ela, todos não passavam de sádicos filhos da puta, que gozavam com o sofrimento alheio


De repente, a porta secreta se abriu e um Deus Grego surgiu, clamando por seu nome. Sentou-se na pavorosa cadeira indicada e imediatamente abriu a boca para o desconhecido, que a examinava meticulosamente da cabeça aos pés, até concluir:

-Dona Vida, a senhora esta com um canal por fazer, será um suplicio salvar esse dente, mas vou fazer o que posso. A propósito, a quanto tempo a senhora não nos faz uma visita?

-Sei lá, Doutor, tem tantas coisas que eu não faço faz tempo, o senhor acha que eu iria me preocupar com dente, algo tão pequeno?

-Pois é, existem pontos tão pequenos em nosso corpo que nos levam à morte e com os dentes não é diferente. Mas vamos ao trabalho.

Daniel era um homem sério e dedicado, um profissional qualificado, mas que guardava um estranho fetiche pelos dentes, não gostava de quaisquer dentes, mas, tão somente aqueles que possuíam uma irregularidade apreciável, nem grotescos e necrosados, pois não havia nenhuma beleza nas desgraças e nem tão bonitos, a ponto de ofuscarem as vistas.A bem da verdade, nunca tinha visto uma boca tão encantadora como a de Vidinha, pois, possuía a imperfeição na medida certa: um canal por fazer, cinco obturações, dois blocos, três sisos por arrancar, dentes amarelos e grandes, o que por certo demandaria um bom clareamento e um par de aparelhos corretivos: trabalho para toda vida, concluiu o belo homem mentalmente.Iniciou com fervor os trabalhos, uma anestesia aqui, algumas agulhadas ali, brocas acolá, todos esses instrumentos sádicos eram administrados com a mais perfeita harmonia pelas mãos do profissional habilidoso, enquanto suas carnes latejavam de libido, assistindo Vidinha se revirar de dor na cadeira da morte.

Era tanto desejo, tanto, que não conseguiu terminar o trabalho sem interrompê-lo, deu desculpas que iria atender o celular e trancou-se no banheiro, a lembrança da mulher tendo convulsões e espasmos, fez com que ao tocar sua glande, fosse arremessado ao longe um liquido viscoso e concentrado. Aliviado, voltou à tortura alheia, decidiu terminar sua obra de arte no próximo dia, afinal precisaria de muito tempo ao lado da sua musa de dentes imperfeitos.

Antes de sair, a secretária franzina passou o orçamento para Vidinha, que não entendeu nada, quando soube tratar-se de uma cortesia, voltou para casa intrigada, mas decidiu não questionar, acaso ele mudasse de idéia seria pior.Retornou, dois dias depois e foi a primeira a entrar, o homem recomeçou a sessão de tortura, mas desta vez com uma mão repousando sobre os seios de Vidinha, enquanto a outra trabalhava em sua boca e assim, a cada instante, ele percorria um pedaço diferente de seu corpo, ao que a presa não relutava, mas ao contrário, gostava.

Não tardou para que nas próximas visitas, o dentista arrancasse seu vestido e entre boticões e seringas, enfiasse seu membro voraz na franzina vagina da mulher, gozaram diversas vezes, enquanto ele a admirava boquiaberta.E assim, os dois seguem até os dias atuais, mesmo depois da separação de Vidinha e de seu casamento com Daniel, ninguém entende o porquê do tratamento interminável e do aparelho dentário que perdura em suas arcadas há nada menos que vinte anos.

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