sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A CONFRARIA DO SEXO


CAPÍTULO II

VENDETA

Depois da trepada que deu com seu tio, Lara dedicou maior atenção aos escritos que ele havia lhe confiado. A atenção que Lara dedicou ao estranho escrito despertou a curiosidade de sua irmã. Diferente de Lara, Olga não evidenciava nenhuma aptidão para os assuntos mundanos ou carnais. Seu cérebro parecia totalmente preenchido por assuntos acadêmicos.
-- Que bilhete é este?
-- Não é um bilhete. É um escrito que estou tentando decifrar.
-- Alguma charada?
-- Não sei. Não consegui entender bolhufas alguma.
-- Posso ver?
-- Por que não? Não vai conseguir entender nada mesmo.
-- Então me mostre.
Por alguns minutos Olga dedicou sua atenção às letras contidas no papel. Depois olhou para sua irmã e indagou:
-- O quanto é importante que decifre este texto?
-- Um pouco, por que?
-- Deixe-o como e verei o que consigo.
-- Taí, você bem que pode conseguir.
-- Posso ficar?
-- Com este não, amanhã deixo uma cópia para você.
Arrisca como era, Olga não permitia a ninguém sondar seu íntimo. Embora aparentasse completo alienamento dos assuntos triviais que dominavam o cotidiano de sua família, sabia muito bem tudo que se passava, inclusive sobre as atividades menos decorosas dos membros da casa.
Aquilo que há muito esforçava-se por manter trancado em sua mente torturada, era o fato sórdido que a mantinha distante dos prazeres da vida. Com muito empenho conseguia afugentar os fantasmas que rondavam os intermináveis dias de um ano há muito exilado em seu subconsciente.
As vezes, como agora resolvera ocorrer, as imagens ainda chegavam a sua parte racional. Tinha treze? Quinze? Já nem se lembrava mais direito, o certo é que ainda era uma menina. Não tinha por habito manter relacionamentos mais íntimos com os conhecidos. Era uma donzela a espera de seu príncipe, como gostava de imaginar.
No entanto, num período de pouco mais de uns vinte ou trinta dias, seu mundo foi invadido pela doentia obsessão de um estra... não, ele não era um estranho, ele era seu tio. Talvez este fosse o fator que mais a fustigava. Jamais pensou que pudesse sofrer semelhante afronta de alguém tão próximo.
-- Ora, ora, minha pequena sobrinha está se tornando uma bela moça.
-- Ainda falta muito para isto. Cortou o avanço do tio.
Já estava preste a deixar a sala quando ele a interpelou uma vez mais:
-- Será que estaria interessada em conhecer o local onde trabalho? Garanto que vai adorar.
-- Não. Tenho que estudar.
-- Neste caso sua admiração será ainda maior. O local onde trabalho possui os melhores cursos de humanas.
-- Sério!
O entusiasmo da menina deixou claro que ele atingira seu objetivo. Agora bastava agir com cautela e logo lograria êxito em seu intento.
Deste dia até os fatídicos fatos que a deixaram morta para a vida, foram poucas semanas. Em principio, seu tio a levou para conhecer a construção que imaginou tratar-se de uma escola. Achou estranho não encontrar alunos ou professores pelas dependências, mas considerou que talvez não fosse dia letivo, afinal seu tio não a levaria até lá se houvesse a possibilidade de atrapalhar as atividades.
-- Onde estão todos?
-- No salão. Estão se preparando para assistir um rito muito importante.
-- Rito?
-- Sim. Quer ver?
-- Posso?
-- Se concordar em se preparar para o ato.
-- Tudo bem, onde posso me arrumar?
-- Venha comigo.
Olga seguiu o tio até um pequeno quarto onde uma estranha, porém bonita, vestimenta parecia estar aguardando por ela.
-- O que é isto?
-- Um manto ritual.
-- Devo vesti-lo?
-- Sim, mas sem roupas por baixo.
-- Heim?
-- O tecido é muito delicado, não deve estar em contato com outros panos.
Apesar da explicação do tio, considerou muito estranho aquele cuidado. Porém, com a curiosidade desperta, decidiu contemporizar e agir como o tio solicitara. Em silêncio aguardou que ele se retirasse.
-- Algum problema?
-- Não vai sair?
-- Ah, claro! Depois que colocar o manto, beba um pouco daquele licor. Seus efeitos a deixarão mais aberta aos fatos que irá presenciar.
Mesmo sem entender as intenções ou os motivos, Olga cedeu e seguiu as instruções do tio. Mal sabia que enquanto se preparava, ele a observava atentamente através da camera de circuito interno.
-- Menina, você será uma ótima iniciada!
A bebida oferecida pelo tio a deixou um tanto alienada. Embora raciocinasse e compreendesse tudo que se passava, sentia que lhe faltava o real controle de suas ações. Era como se estivesse vivendo uma mescla de sonho e pesadelo.
Conduzida até um salão, viu-se rodeada por dezenas de pessoas desconhecidas que a tocavam em todas as partes. Depois de haver superado aquele mar de indivíduos, chegou ao que pareceu-lhe ser o centro do salão. Colocada sobre uma pedra alta existente no centro, sentiu mãos tocando suas intimidades, bocas a lambendo e chupando seus mamilos e línguas penetrando sua bucetinha, amedrontada, compreendeu, muito tarde, o que se passava.
Terminado o ritual, seu tio a levou de volta para casa. Não chegou a ouvir uma única palavra que pudesse lhe aplacar a revolta que corria por seu ser. Sabia que podia ter contado aos pais o que se passara, mas além do risco de não lhe derem crédito, um sentimento poderoso começava a ganhar contornos indeléveis em sue íntimo. Passasse o tempo que fosse, iria se vingar da afronta que sofrera.
A lembrança do ódio que a corroía intimamente, serviu como antídoto e afugentou as amargas lembranças. Olga, olhos banhados por sentidas lágrimas, afundou-se em seu mundo de números, fórmulas e algoritmos.
Dias mais tarde, quando ocupava-se com os estranhos escritos, o único amigo por quem demonstrava sentir algum apreço, a abordou:
-- Texto interessante?
-- Não sei. Não consigo traduzi-lo.
-- Posso dar uma olhada?
-- Claro.
Aramis, nome herdado da fissura do pai pelos três mosqueteiros, correu os olhos pelo papel e desdenhou-o:
-- Interessante. Uma brincadeira de criança, mas ainda assim interessante.
-- Como assim, uma brincadeira de criança?
-- O texto é meio vago, mas o código usado é bem simples.
-- Código?
-- Sim. Não se trata de nenhuma língua estrangeira ou antiga. É apenas uma escrita criptografada.
-- Criptografia! É claro! Como não pensei nisto?
-- Posso?
Antes de obter a permissão solicitada, Aramis apossou-se do lápis que estava sobre a mesa e, no próprio papel, transcreveu a mensagem do texto. Após haver concluído a transcrição, leu-o a meia voz:
-- Mas quando os toques cessarem, o consorte deve manter a excitação da nubente com exercícios mais intensos. As mãos devem continuar explorando a extensão do corpo enquanto a boca inicia sua jornada pelos contornos faciais. Caramba! Isto é pornografia pura!
-- Não me admira. Minha irmãzinha parece obcecada por sexo.
-- O estilo utilizado na composição não parece ser algo saído da cabeça de alguém como sua irmã. Deve haver outra pessoa por trás disto.
-- Se houver, pode deixar que eu descubro.
Olga escolheu o melhor momento para abordar a irmã. Seu jeito arredio a deixara livre para assimilar todas as variações de animo dos seus assim, sabia exatamente o momento para encetar uma diálogo.
-- Oi. Podemos conversar?
-- O que quer?
-- Entregar-lhe isto.
-- O que?
Lara nem lembrava mais ter entregue uma cópia do papel para a irmã. Na verdade, depois de haver conseguido atingir seu objetivo, trepar com o tio, legara o mais absoluto esquecimento aquele fato.
-- O que é? Perguntou após ler o texto.
-- Esqueceu-se do texto que tentava traduzir?
-- Ah, uma besteira qualquer do tio Franklin.
A menção daquele nome mexeu com as emoções de Olga. O que seu tio tinha a ver com aquilo?
-- Como assim?
-- Um dia fui até o liceu onde o tio trabalha e ele estava tentando decifrar este texto. Acho que já deve ter conseguido, afinal não voltou a tocar no assunto.
-- Não está interessada em saber seu conteúdo?
-- Não. Pode esquecer.
Esquecer era algo que Olga não faria. Sua mente racional passou noites e noites arquitetando uma maneira de utilizar-se daquele expediente para efetivar sua vingança. Demorou um pouco, mas ao término de uma semana conseguira urdir um plano quase infalível. Quase porque precisava da colaboração de algumas pessoas.
Contando com a cumplicidade de Aramis, colocou seu plano em prática. Primeiramente tinha que convencer o tio de suas intenções. Para tanto, foi procurá-lo em um dia em que sabia poderia empregar toda sua astúcia para seduzi-lo.
-- Olga! Franklin atendeu a campainha com admiração.
-- Oi. Não me convida a entrar?
-- Bem, não costuma ser muito sociável...
-- Tenho meus motivos, não? Disparou em tom incisivo.
-- Pensei que já houvesse superado nossas desavenças.
-- Para dizer a, ham, verdade, é exatamente por este motivo que estou aqui.
-- O que deseja?
-- Entregou um escrito para minha irmã, não foi?
-- É. É um extrato de um livro antigo que encontramos em nossa biblioteca.
-- Ainda está interessado em ter sua tradução?
-- Não vai dizer...
-- Conheço uma pessoa que pode transcreve-lo.
-- Está certa disto?
-- Interessado?
-- Claro!
-- É lógico que isto vai lhe custar um, digamos, favor.
-- Heim?
-- Não quer que eu lhe forneça algo tão valioso por nada, não é?
-- O que pretende?
-- Fazer parte do grupo ao qual pertence.
-- Pensei que lhe causasse repulsa.
-- Talvez, mas meu objetivo é outro.
-- Posso saber qual?
-- Digamos que estou interessada em estudar o comportamento amoral de alguns membros respeitáveis de nossa admirável sociedade.
-- Sabe que não podemos permitir que os fatos que ocorrem em nossa sede, vazem.
-- Não se preocupou com isto há alguns anos.
-- Não faz idéia do quanto me arrependo por ter feito aquilo.
-- Sei.
-- Como posso saber se a transcrição que obteve corresponde a verdadeira tradução?
-- Verifique. Olga entregou ao tio o trecho transcrito.
-- É, parece-me que condiz com o assunto.
-- Considerando que a superficial de minha irmã não me alertou sobre o tema do texto...
-- Dê-me um tempo. Vou conversar com o conselho e depois entro em contato.
-- Está bem, mas se precisar de um incentivo, pense que já não sou mais aquela meninha indefesa e bobinha de anos atrás.
-- Heim?
-- Já sou mulher, não?
O modo provocativo que usou ao se despedir do tio, serviu para coroar suas intenções. O fato de saber que o tio era um devasso, abria portas que lhe permitiam acessar segredos muito bem guardados por aquele homem tão desprezível.
-- Então? Perguntou-lhe Aramis ao se encontrarem.
-- Creio que ele mordeu a isca.
-- Tem certeza de que quer mesmo ir adiante?
-- Nunca estive tão certa e algo.
-- Só não entendi, ainda, o meu papel nisto tudo.
-- Quando a hora chegar, entenderá.
Quase um mês se passou até que Franklin a procurou. A demora só serviu para alimentar ainda mais sua ânsia em desfechar a vingança a tanto desejada.
-- Olá. Desculpe-me fazê-la sair de casa, mas não podíamos ter esta conversa em sua casa.
-- Tudo bem. Já tem a resposta que me deve?
-- Já. O conselho decidiu que podemos confiar-lhe o trabalho de traduzir o texto completo.
-- E quanto ao pagamento?
-- Também permitiram que faça parte da entidade.
-- Entidade! É assim que se denominam?
-- Deve compreender que existem regras a serem obedecidas.
-- Sei. Quanto ao meu amigo?
-- Também poderá fazer parte.
-- Ótimo! Quando começamos os trabalhos?
-- Tão logo queiram.
-- Neste caso, podemos começar na segunda.
-- Está certo. Ficarei esperando por vocês no local indicado. Quando terminarem o serviço, trago-os de volta.
-- Apenas no primeiro dia, depois irei em meu próprio carro.
-- Está bem.
O plano estabelecido por Olga seguia seu curso. Ainda mantinham-se distantes das atividades da entidade, mas já freqüentavam suas dependências. Aramis se mostrava cada vez mais admirado com tudo.
Diferente da maioria dos alunos da faculdade que freqüentava, ele não provinha de nenhuma família abastada. Bolsista, tinha que se esforçar muito para acompanhar os demais colegas. Só se dispusera a colaborar com a amiga por estar desempregado. A tradução daqueles escritos, pensara a princípio, lhe propiciaria algum trocado.
-- Como anda a transcrição? Olga o questionou.
-- Indo. É um pouco complexa, mas dá para tirar de letra.
-- Está se entusiasmando com o texto?
-- Não tem como evitar. O assunto é muito chamativo.
-- Isto eu pude concluir pelas ilustrações.
-- Não são só as ilustrações. Quem escreveu este livro conhecia técnicas que há muito se perderam. Não tem como não se interessar.
-- É tão profundo assim?
-- Mais que possa imaginar.
-- Então devemos truncar a transcrição.
-- O que?
-- Não posso entregar um segredo tão importante de mãos beijadas. Preciso guardar um trunfo para usar futuramente.
Aramis não compreendeu a intenção da amiga, mas seguiu sua orientação. Bom conhecedor de idiomas atuais e antigos, não foi difícil truncar o entendimento do texto. De certo modo ele criptografava sua própria transcrição.
O final de quase um mês, Olga apresentou o resultado parcial do trabalho de Aramis.
-- Hum, estes extratos estão incompletos.
-- Eu sei. Ainda estamos trabalhando. Existem palavras que nos deixam confusos quanto ao significado. Não queremos apresentar uma visão deturpada da obra.
-- Muito bem, creio que o conselho aprovará sua participação na próxima reunião. Confesso que ainda estou surpreso por seu interesse.
-- Que papel me caberá?
-- Considerando que será sua primeira participação...
-- Segunda!
-- Certo, mas a outra não pode ser tida como oficial.
-- O que determinaram?
-- Deve ser iniciada nos ritos da entidade.
-- Um ritual!
-- Sim. Um dos oficiantes a introduzira nos mistérios da entidade.
-- Introduzir-me?
-- Sim. Ele a possuirá.
-- Vou ter que trepar com um dos seus?
-- Está é a condição.
-- Ao que tudo indica, você terá este privilégio.
-- Não. Desta vez nosso presidente fará as honras de comensal.
-- Se eu não concordar?
-- Não poderá participar do rito.
-- Está bem. Se é este o preço a ser pago...
-- Posso confirmar sua presença?
-- Pode.
Apesar de todo equipamento disponível, burlar a segurança do local não era muito difícil. Fazer uso da tecnologia existente exigiu um pouco mais de empenho, mas Olga conseguira ocultar algumas parafernálias aqui e ali. O suficiente para que seu plano pudesse ser executado.
Na véspera do encontro, uma última revisão nos detalhes se fez obrigatória.
-- Tem tudo na memória?
-- Tenho, mas a última parte em que estive trabalhando...
-- Não. Agora não temos tempo para estender nossas considerações sobre o texto. Vamos nos concentrar na reunião de amanhã.
-- Mas é muito importante que me ouça!
-- Nada que não possa aguardar até depois da reunião.
-- Você poderá ter uma grande surpresa.
-- Creio que não. Se você fizer tudo como o combinado, nada me surpreenderá.
Automaticamente Aramis foi repassando os detalhes do plano. Sua mente vagava por outras paragens. A conversar que tivera com o presidente da entidade o deixara intrigado.
-- Sabe o que tem em mãos, rapaz?
-- Um livro muito antigo.
-- Não só um livro antigo, mas o futuro de nossa entidade. Segundo os trechos que nos passou, nosso fundador em pessoa escreveu esta obra. Suas orientações são claras. Pode ser que tenha ficado confuso com alguns termos, mas eles são muito claros para nós.
-- Não entendo, senhor.
-- Há muito tempo nosso fundador sofreu com as perseguições das classes dominantes. Eram broncos demais para compreender-lhes as idéias. Antes de sumir, ele legou todo seu conhecimento nestes escritos. Segundo seu próprio vaticínio, esta obra só seria encontrada quando ele estivesse por voltar.
-- Mas senhor, está obra possui mais de cem anos. Como alguém pode viver tanto?
-- Continue seu trabalho e, quando tiver tempo, dê uma olhada neste outro livro. Ele pode ser muito mais interessante que o qual esta trabalhando.
-- “Pharmacun”! Sobre o que é?
-- Não estou bem certo, mas o pouco que consegui entender me faz crer que seja um tratado acerca do uso de determinadas ervas.
-- Um receituário antigo?
-- Mais que isto. Um trabalho completo sobre a utilização de nossa vasta flora.
-- Por que me faz tal presente?
-- Porque sei que está estreitamente ligado ao destino desta entidade. Embora nem mesmo eu saiba o porque, posso sentir que sua presença é fundamental para a sobrevivência de nossa entidade.
-- ... Mas mesmo que não possa utilizar... Hei pode voltar para nossa conversa!
-- Heim?
-- Parece que estava no mundo da lua!
-- Não. Só me sinto um pouco cansado. Não é melhor dormirmos para estarmos em forma amanhã?
-- Está bem. Mas lembre-se, haja o que houver, não deve se intimidar com ninguém. Você é o eleito, entendeu?
-- Sim.
Na hora acordada, os membros da entidade foram chegando a sede. Cada qual em seu veículo e acompanhado por sua, ou suas, protegidas. A menção de um ritual de iniciação havia deixado a todos muito excitados. Já fazia um longo tempo que não admitiam membro algum.
Quando o fantasmagórico carrilhão deu o sinal, todos se perfilaram em círculo no centro do salão principal. As mulheres formavam o círculo interno enquanto os homens se colocavam ao seu redor como a protegê-las ou aprisioná-las.
No centro dos círculos uma decorada pedra elevada sobre dois pedestais ornados tão ostensivamente quanto a laje, servia de altar para o rito esperado. Ao lado do mesmo, a figura máscula e passiva do oficiante.
-- Irmãos! Esta noite temos a oportunidade de celebrar mais um nascimento. Uma colaboradora solicitou e o conselho decidiu por aceitar sua entrada na entidade. Assim como todos os integrantes da entidade, ela também não possui identidade fora daqui. É uma desconhecida.
Em silêncio todos compreenderam a observação do oficiante. Além dos muros da entidade, ninguém sabia a identidade do outro. Tudo era mantido no mais severo segredo. Apenas os conselheiros conheciam a verdadeira face dos membros.
-- Conduzam nossa irmã ao centro do círculo.
Mal havia acabado de pronunciar sua ordem, duas mulheres deixaram a formação e conduziram Olga até o altar.
-- Dispam-na!
Novamente o oficiante foi prontamente atendido. A única peça sobre o corpo de Olga era a estranha máscara que cobria seu rosto.
-- Deite-se dileta irmã.
Olga sentia-se tomada por uma repugnância difícil de controlar, mas seu anseio por vingança era muito maior que seu asco. Docilmente deixou-se deitar sobre a laje. Assim que a acomodaram sobre o altar, as duas mulheres se afastaram.
-- Prepararem-se! Muitas vezes já assistiram ao ritual, sabem como portarem-se.
Com uma palma seca, o oficiante invocou o auxílio de seus serviçais. Estes aproximaram-se com respeitosa mesura e o despiram. A visão do falo ereto do oficiante encheu ainda mais Olga de repulsa.
-- Muito bem! Dou por começado o ritual de iniciação de nossa irmã.
Inicialmente ele circundou o altar como se a procurar pelo melhor ponto para se lançar sobre sua vítima. Correu os olhos gulosos sobre todo corpo de Olga e lançou-lhe um olhar de total regozijo.
-- Entoem os hinos de louvor a Baco!
Imediatamente um coro se elevou preenchendo o espaço do ambiente com uma melodia monótona que mais se assemelhava ao recitar de um mantra. Seu efeito era hipnótico, mantinha as atenções concentradas na performance do oficiante.
Abruptamente ele separou as pernas de Olga e deslizou suas mãos na direção da vulva. O olhar de contentamento, que podia notar estampado no rosto do tio, fez Olga gritar. Esta reação causou frisson no tio, ele imaginou que seu toque a houvesse excitado.
-- Esta preste a sentir o fogo de Baco a invadir-lhe as profundezas de sua carne!
Tão sem cuidados quanto antes, os dedos de Franklin penetraram na buceta de Olga. Ela esforçou-se para conter sua revolta. Teve que firmar seus pensamentos no objetivo de sua entrega.
-- Assim, sinta a mão do desejo invadir suas entranhas. Prepare-se para o coito!
Intimamente Olga se questionava se Aramis demoraria muito a interromper aquela tortura. Esperançosa aguardou que seus truques começassem a se mostrar.
Repentinamente, o troar de uma explosão sobrepujou o som do mantra. Todos voltaram seus olhos para a porta frontal do edifício. Entre o faiscar de raios e o soar de trovões ensurdecedores, a figura nua de um jovem que indiferente aos olhares que o seguiam, entrava triunfante pelo salão.
-- Osrojim om zip!
A estranha fala do jovem fez todos deixarem o estado de torpor que os dominava.
-- E sot adenirtide osrí oltro vés!
O faiscar que rasgava o manto noturno pareceu acompanhar o jovem em sua entrada. O interior do salão revestiu-se de clarões e sons troantes. Ninguém ousou opor qualquer sinal de resistência ao estranho.
-- Ó osri i malhi ztemoradi?
-- Como? Balbuciou Franklin.
-- Mou sicotdero.
-- Sico...
-- Ifisro-so!
Aramis prosseguiu com o plano engendrado e fez Franklin recuar. Ato contínuo, aproximou-se de Olga e assumiu o papel de oficiante. Até aquele momento pensou estar preparado para o que viria, mas ao pousar seus olhos sobre o corpo desnudo da cúmplice, sentiu sua parte máscula sobrepujar a razão.
Um brilho animalesco cintilou pelos olhos de Aramis. Mesmo tendo sido fugaz, foi o suficiente pra Olga tremer. Por um segundo pensou estar diante de uma entidade fantasmagórica. Quando voltou a olhar para o companheiro, nada mais notou e tranqüilizou-se.
Aramis aproximou-se e a fez elevar-se deixando-a exposta para toda a assistência, que neste instante se mantinha fixamente atenta ao desenrolar dos fatos.
-- Tovotolcao sui tialhi!
Ninguém entendeu as palavras que o jovem pronunciou, mas seu gesto foi suficiente para que todos se prostrassem ante a figura austera de Olga.
-- Celromznom i milafosriçie de mias zedotesse solramolre quo omili de sot humile!
Após a mesura, Aramis fez Olga sentar-se sobre a laje do altar e a cingiu pela cintura. Seu lábios se encontraram em um lânguido beijo. Olga acusou a investida de Aramis.
O que se seguiu não havia sido totalmente planejado. Olga e Aramis sabiam que teriam que se entregar diante de todos, mas como esta entrega iria se realizar era uma incógnita.
Os beijos foram se prolongando e se sucedendo com um ardor cada vez mais intenso. Bocas sedentas executavam um bailado rítmico que parecia embalado por uma força invisível e poderosa. Os membros da entidade assistiam em silêncio com a respiração pausada e quase reprimida.
Lentamente Aramis baixou sua boca na direção dos seios de Olga. O toque dos lábios em seus mamilos a fez tremer. Ao sentir que a língua de Aramis bailava sobre seus rijos seios, começou a delirar. Estava tomada de tesão.
Aramis seguiu sugando os róseos e rijos mamilos até sentir que as mãos de Olga tocavam seu corpo. Então, voltou a beijá-la mais intensamente e a lamber-lhe as orelhas e a nuca onde dava débeis mordidas.
A expectativa dos presentes era enorme. O oficiante do rito nada manifestava apenas observava atônito o desempenho dos dois amantes. Mesmo que desejasse, não seria capaz de interromper o ato.
Enquanto os demais apenas assistiam, Aramis ia baixando sua boca na direção da umedecida buceta de Olga. Demorou-se um pouco sobre seu ventre e aproximou-se lentamente da entrada da sequiosa gruta.
Quase que em desatino, lançou sua língua no interior da buceta. Afundou-a o mais que pôde e procurou sorver todo néctar que vertia daquela caverna em ebulição.
Olga sentiu-se preenchida por sensações tão fortes que sua razão esvaiu-se e apenas o instinto da fêmea dominava sua conduta. Em instantes, deixou de ser mulher e passou a ser a Mãe, a Deusa, a Divina criatura que oferta seu útero para que a vida possa se manifestar.
Ainda entregue a sua alienada experiência, Olga deixava-se explorara pelo ardor de Aramis. Ele, ainda senhor de seus instintos, prosseguia em sua determinada exploração. Sua língua ziguezagueava pelas entranhas e deslizava pelos lábios externos num vai e vêm vertiginoso. Não demorou muito e Olga explodia em profuso gozo. A seiva de sua entrega a verter em seu interior e a umidade de sua buceta a saciar a sede de seu consorte.
Ainda sob impacto do gozo, o corpo era sacudido por frêmitos que a deixavam em estado semiconsciente. O senhor aguardava que a senhora se refizesse e sorvesse da seiva contida em seu falo. A cabeça pulsante ansiava pela boca que o acolheria com sofreguidão.
Durante o intervalo de tempo em que o consorte aguardava sua companheira readquirir o controle da parte racional, os membros mantinham-se em silêncio. Mãos corriam nervosas por sobre as picas e os grelos tentando alimentar um tesão que se mostrava cada vez mais incontrolável.
De repente, Olga levantou-se, olhou para todos e proclamou:
-- Agora observem a retribuição que meu consorte merece receber.
Ajoelhando-se diante de Aramis, abocanhou-lhe o falo em único movimento. Sua boca foi preenchida totalmente quase lhe levando ao sufocamento. Olga resistiu e mansamente passou a chupar o duro cacete.
Até então, Olga parecia representar o papel que haviam ensaiado, mas a partir daquele instante, sentiu como se uma força estranha a estivesse possuindo. Sua boca não obedecia mais a sua vontade. Energicamente ela deslizava pela vara ereta e a engolia com fúria.
O movimento ritmado que empregava ao ato de chupar aquele caralho, mexia com a libido dos que os assistiam. Indiferentes a tanto, suas sensações pareciam transportá-los para uma dimensão imaterial. De repente Olga e Aramis deixavam de existir e em seus lugares se colocavam a deusa e seu consorte.
Sentindo que sua hora chegava, Aramis encostou-se a pedra do altar e cerrou os lábios. Com violência, sua porra jorrou dentro da boca de Olga. Antes que alguma gota se perdesse, ela apanhou uma vasilha existente no altar e nela despejou todo conteúdo de sua boca.
-- A seiva do consorte será usada para a mistura de poções energéticas.
Mansamente, ambos se dirigiram ao nicho elevado localizado ao fundo do salão e onde se encontravam os tronos do rei e de sua rainha. Extenuados, mas ainda senhores de suas ações, sentaram-se e permaneceram em silêncio por alguns minutos.
Os membros não ousavam pronunciar uma única palavra. Mesmo os sussurros eram contidos e apenas as respirações ofegantes eram percebidas. Todos aguardavam o desfecho do ritual.
-- Cezunom! Ordenou Aramis se colocando em pé.
-- Trepem! Traduziu Olga.
Não foi necessário uma segunda ordem. Mesmo sem se importarem sobre quem tinham a disposição, cada membro entregou-se a um intenso ato sexual. Num instante e o salão se transformava em um imenso espaço de luxuria.
Olhos atentos, Aramis observava o comportamento dos membros. Olga parecia alheia ao frenesi que se apossou de todos. Seus pensamentos voltavam ao tenebroso dia de anos atrás.
Intimamente sentiu um vazio gigantesco assomar sua razão. Acreditava que se sentiria mais aliviada ao testemunhar a selvageria dos membros trepando com quem quer que fosse, mas não. Apenas um vazio que a fez sentir-se muito mal.
-- O que houve? Sussurrou-lhe Aramis.
-- Não sei. Sinto-me um pouco estranha.
-- Deseja repousar?
-- Sim.
-- Só um instante.
Com um aceno de mãos, Aramis convocou duas das mulheres que ainda aguardavam sua vez de serem fodidas e as ordenou que acompanhassem a rainha a seus aposentos. Automaticamente elas obedeceram e seguiram para o interior do edifício.
Em seu trono, Aramis observava o desenrolar da orgia. Simultaneamente, ia se refrescando com um preparado de ervas que havia feito seguindo as instruções contidas no livro que Ebenezer lhe entregara. Aos poucos foi sentindo que suas energias iam retornando e o deixavam pronto para mais outros embates.
Um a um os homens forma quedando-se sobre o chão. Mulheres em pleno cio urravam ansiando por um cacete que as penetrassem. Algumas, mais afortunadas, jaziam completamente satisfeitas, mas os homens que resistiam não davam conta daquelas que ainda não haviam explodido.
Depois que o último membro desabou, cinco mulheres ainda se mostravam acessas. Sem nada dizer, Aramis deixou seu assento e se aproximou das mesmas.
-- Lie so ztoecuzom. Ou osreu iqua!
As palavras elas não compreenderam, mas o gesto dele... docilmente, se colocaram a disposição daquele estranho. Admiradas observaram que o cacete dele estava rijo como uma pedra. Não demorou muito e a mais ousada o segurava com ardor.
-- Pica dura! Minha buceta arde de vontade de sentir uma pica assim!
-- Também queremos senti-la em nossas bucetas e cus. Aparteou uma outra.
-- Faquom rtilquanis! Malhi viti di ziti redis!
Aramis agarrou a mais próxima e passou a beijá-la e a chupá-la. As outras brigavam para ver quem chupava a dura vara. Com volúpia ele enfiava sua língua na boca da mulher que agarrara. Ela não só não se sentia dominada, como também deixava sua língua avançar pela boca de Aramis.
Ao mesmo tempo, ele segurava so peitos da mulher massageando-os e fazendo com que ela gemesse mais e mais. Em determinado momento, ele a fez sentar-se sobre a pedra do altar e foi explorando seu corpo com a boca.
As demais mulheres seguiam o par por onde fossem. Sem brigar, alternavam-se em chupar a pica do oficiante. Não importava que não o conhecessem, apenas desejavam era sentir aquele cacete rasgando-as.
Apoiado na beira do altar, Aramis passou a chupar a buceta e o cu da escolhida. Ela gemia e gemia e seu corpo tremia a cada investida da língua me seus buracos. Se não bastasse sua excitação estar a mil, a habilidade de seu amante a deixava fora de si.
Na falta de cacete suficientes, as mulheres passaram a se alisarem e se chuparem. Enquanto uma sugava a vara de Aramis, as outras ocupavam-se chupando a buceta ou o cu de outra. Um dedo aqui, outro ali, elas iam prolongando seus estados de extrema excitação. Nenhuma delas queria explodir apenas com carícias superficiais. Aquele caralho teria que satisfazer a todas.
Sentindo que a mulher a quem chupava estava prestes a extravasar sua tensão, Aramis subiu no altar e afundou sua pica na buceta escancarada e encharcada. No mesmo instante em que sentiu aquela vara penetrar em sua buceta, ela delirou e explodiu em gozo incontrolável.
Satisfeita uma delas, as outras ansiavam em ser a próxima. Sem atentar aos detalhes ou predicados de qualquer uma delas, Aramis segurou uma pela cintura e fazendo-a reclinar-se, meteu a pica em seu cu.
O avanço do enorme cacete em seu cu, fez a mulher gritar. Com a mão livre, ele segurou a cabeça de uma outra e a fez ajoelhar-se sob o corpo daquela que enrabava. Com firmeza a fez passar a chupar a buceta da possuída.
Novamente as outras tinham que se contentar em se acariciarem. O lugar ocupado pelos amantes não propiciava uma maior partilha do macho. Apenas as duas que ele escolhera sentiam sua potência.
Com estocadas firmes, Aramis foi fazendo as pregas do cu da mulher se romperem aos poucos. Logo sua vara estava entrando e saindo daquele buraco com suavidade. Mesmo quando seu cu moldou-se ao cacete, ela ainda esboçava débeis gemidos. Diferente do momento em que a pica lhe invadiu o rabo, agora era apenas prazer o que sentia.
Em pouco tempo ela chegou ao ápice. Gritando como uma louca, deixou que todos notassem o quanto seu gozo era intenso. Prontamente as outras se colocaram em posição de serem fodidas.
Aramis as estudou com mais cuidado desta vez. Percebeu que das três uma apresentava possuir uma idade considerável, uma lhe pareceu jovem em demasia e a outra uma mulher de meia idade.
Sorrindo e olhando no fundo dos olhos da mais velha, a puxou para si e começou a beijar-lhe. Enquanto mantinha as bocas ocupadas, suas mãos exploravam a vulva e acariciavam a bunda da mulher. Sentiu que embora aparentasse já ser muito experiente, seu corpo ainda mantinha muito do viço de sua juventude.
-- Ai, me fode de uma vez! Ela lhe implorou ao ouvido.
Segurando-a com força, ele a fez subir em seu corpo e, em pé mesmo, meteu sua pica na buceta. Na posição escolhida, ele a fazia subir e descer sobre seu cacete. Cada investida do membro dentro da gruta da mulher, a levava ao delírio total.
Ou ela não tinha um marido muito másculo, ou ele havia se cansado e já não a procurava mais como antigamente, pois ela mostrava-se tão ardente que ele chegou a imaginar que estava trepando com uma jovem.
-- Aiii, mete esta vara em minha buceta, seu cavalo! Eu quero gozar!
Foi a última frase que ela conseguiu articular. Suas pernas tremeram e seu corpo foi invadido por uma onda elétrica sem igual. Depois de muito tempo, ela sentia-se mulher novamente. Aquele homem a possuíra com ardor.
Agora restavam apenas duas. Os olhos das mulheres não deixavam dúvidas quanto a expectativa que as dominava. Num gesto de magnanimidade, Aramis escolheu a mulher de meia idade.
-- E Monhit faci ziti e fam! Segredou para a mais jovem.
Excitada como estava, a mulher que ele escolhera não desejava outra atitude que não fosse a de ter aquele caralho em sua buceta. Ansiosa, aguardou que ele a penetrasse.
Beijando a mais jovem, ele fez o que a mulher tanto desejava. Numa única investida, fez sua vara sumir por completo na buceta dela. O gemido que se ouviu superou os anteriormente testemunhados.
Sua carne tremeu ao contato do pau em sua buceta. Como uma doida ela passou a rebolar mais e mais fazendo com que o caralho não se demorasse nem fora nem dentro de sua buceta. O estimulo causado pelo vai e vêm a fez gozar logo em seguida.
Aramis a deixou quedar sobre o piso e lançou olhar lascivo para a jovem. Antes que ela pudesse retribuir, agarrou-a pela cintura, girou-a como se estivesse manipulando uma boneca e a colocou diante de sua pica.
Chupar um caralho ela adorava, mas naquela posição? Não teve tempo nem de se questionar, nem bem ela havia se dado conta das intenções dele, já sentia sua buceta e seu cuzinho serem chupados e lambido avidamente.
Sem querer desperdiçar aquele cacete, ela o abocanhou e passou a chupá-lo com o mesmo apetite que era chupada. Segurando-a pela cintura, ele a fazia subir e descer roçando seu ventre em sua barriga. Sua cabeça começava a dar voltas deixando-a tonta. Não sabia se devido a posição em que se encontrava ou se pelas chupadas que recebia.
Num movimento brusco, Aramis interrompeu o sessenta e nove e meteu sua pica na buceta da moça. Se chupar aquela vara em pé e de cabeça par abaixo a havia deixado zonza, quando sua buceta foi invadida então, ela quase desmaia.
-- Hum, que macho!
O movimento que a princípio era veloz e contundente, foi aos poucos se tornando cadenciado e suave. A suavidade com que subia e descia naquela vara a estava deixando enlouquecida. Aramis sabia que o auge se aproximava.
Num átimo, ela crispou suas unhas nas costas dele e urrou como uma cadela a uivar em plena noite de luar. Gemendo como se choramingasse, ela foi deslizando pelo corpo dele até sentar-se a seus pés.
Com a mão ele segurou-lhe a cabeça e passou a foder-lhe a boca. foder mesmo, pois ela já não tinha forças para mais nada. Na outra mão, ele segurava o recipiente onde Olga depositara sua porra. Não precisou estocar muito a boca da moça, depois de algumas investidas, ele direcionou o cacete para a vasilha e fez sua porra juntar-se aquela já depositada ali.
Vitorioso, assim ele se sentia, lançou um olhar pelo salão e notou que alguns membros haviam testemunhado sua performance. Com um sorriso de convencimento, depositou a vasilha sobre o altar e voltou a sentar-se no trono. No salão, todos pareciam entregues a um merecido e desejado descanso.

2 comentários:

  1. Eu até gosto de ler.... mas esse post poderia me deixar cego se eu tentasse.

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  2. Grande mas sensual e muito interessante. Li com maior prazer. Valeu amigo. Bela postagem.

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Néon


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