sábado, 25 de dezembro de 2010

Flá Perez - Especial de Natal do Porno bar



Publicou o livro Leoa ou Gazela, Todo Dia é Dia Dela. Participou das Antologias Bar do Escritor 2009 e na Edição Brand 2010. Primeiro lugar no XII Prêmio Cidadão de Poesia. Menção Honrosa no concurso Silvestre Mônaco 2008 e no XI Prêmio Cidadão de Poesia. Teve poemas escolhidos para publicação no Concurso Nacional Cassiano Nunes, promovido pela Biblioteca Central da Universidade de Brasília e no Projeto Pão e Poesia 2009.




Desigual

Seu amor de Neruda
cortou -me como aço inox.

Intimidada,
enchi o copo
e bebi numa golada
seu whisky on the rocks.

Aconcheguei-te inteiro
entre as minhas pernas
e esqueci que era tudo tão desigual:

Você, chama de ternura,
aroma de coisa eterna

Eu, bomba relógio,
pura paixão carnal.




Homem-árvore


Corpulento e magnífico
conífero
derrubado sobre mim,
pobre gramínea!

Com voz de carvalho
- grave e inclemente -
ele ordena:

— Prova-me, erva daninha,
que te orvalho!

Estranho sabor
tem seu falo:
sequóia milenar.

Gosto araucário de terra,
raiz tuberosa.

Não sei se o quero:
Sou frágil
como uma rosa!


Vampira

Sedenta
provo com a língua
e gosto
do gosto
do teu beijo.

Tua desdita,
meu desejo.

Deixo-te vazio
e me afasto,

satisfeita.

Devoro a alma,
mas ponho
no pires do meu gato

o sangue
dos homens
que mato.



Fim-de-Festa


Então...
me dá um gole do seu copo
– só um gole de cowboy –
põe um som
do Ed Motta ou Aerosmith
e eu tô perdida.

Faz todo esse cheque-mate
em pedra dura,
de recitar romance
entre os joelhos,
dizê-lo eterno

até que um dia fure.

Mostra o platonismo
dos seus versos
nas preliminares do sexo,
e pede;

"dá pra mim, dá?"

Enfia a língua escrota
na minha boca,
sente a trama toda
da calcinha.

Assim eu penso"que se foda!"
e te chamo de meu homem...

Só não peça que amanhã
lembre seu nome.

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