quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O amante oculto - Pedro Faria





“Eu já lhe disse Sr. Carlos: Não estamos lhe acusando de nada, só queremos saber o que houve. Pelo amor de Deus, uma pessoa está morta!”
“Ok, ok, eu vou repetir tudo que eu disse para o policial lá na faculdade: Eu entrei no banheiro eram umas três horas. O homem da manutenção estava do lado de fora, terminando de instalar a câmera. Lá no banheiro, eu ouvi gemidos vindos de um dos reservados. Eu fiz o que tinha de fazer no mictório e fui lavar as mãos. Nisso, entrou o Pipoca;”

“O senhor quer dizer o Sr. Roberto Marques, sim?”

“Isso. A gente o chama de Pipoca porque todo jogo que ele joga, ele chega perto de ganhar e acaba perdendo no fim, então...”

“Por favor, Sr. Carlos. Continue apenas a relatar os fatos do dia.”

“Tudo bem, eu me distraí. Onde eu estava mesmo?”

“O senhor Marques entrou no banheiro...”

“Ah sim. Bem, ele entrou enquanto eu lavava as mãos. O sexo continuava rolando no reservado. Nos cumprimentamos e fizemos alguma piada sobre... vocês sabem, sobre a situação do casal no banheiro. Ele deu graças a Deus por ter mais de um reservado lá dentro, porque ele estava apertado. Ele também falou que ia rolar uma pelada na quadra e me convidou Eu falei que ia sim, que ia esperar ele do lado de fora, num banco que tinha ali no corredor. Ele ficou lá uns dez minutos, saiu, e nós fomos jogar bola. Mais tarde eu soube do que aconteceu, eu...”

“Muito obrigado, senhor. Se tivermos mais perguntas, nós o contataremos, sim?”

“Sim, é claro. Posso ir agora então?”

“Pode sim. Mais uma vez, obrigado.”

*

“Então, o que você acha Benja? Consegue resolver isso?”

Benjamim Pasco era um homem no início de sua terceira década de vida. Era alto, acima do peso, tinha uma barba por fazer. Trajava um terno branco que parecia ter sido roubado de alguma funerária, e usava um chapéu, também branco. Trabalhava como detetive particular.

“Acho que sim, tenente. Mas você só tem o depoimento desse garoto?”

O tenente Cléber Camacho já estava na meia idade. Seus cabelos, outrora negros e abundantes, se reduziam a uma fina camada de pêlos brancos. Ele conhecia o garoto Benjamim desde quando este era uma criança, e seu pai era um dos melhores amigos do tenente, na época apenas um cadete.

“Assim que ele terminou a entrevista comigo e com o sargento García;”

“Rá!”

“O que?”

“Sério que você nunca percebeu a ironia? O nome do sargento é García!”

“O que isso tem a ver com o caso?”

O detetive olhou divertido para o rosto do tenente. Desde a morte de seu pai, quando Benjamim ainda era um jovem garoto, o tenente Camacho era o mais próximo de uma figura paterna que ele jamais tivera.

“Nada, tenente. Continue, por favor.”

“Como eu ia dizendo, logo após a entrevista eu te liguei. Pois parecemos que temos um mistério insolúvel em nossas mãos: A câmera que Carlos mencionou em sua entrevista, aquela que estava sendo instalada, tornou-se operacional naquele momento. Tanto que a primeira imagem que ela registrou havia sido o Sr. Roberto Marques entrando no banheiro.”

“Por falar nisso, porque uma câmera apontada para a entrada de um banheiro?”

“Devido a atos de vandalismo. Rolos de papel higiênico sendo colocados em privadas, etc. A reitoria da faculdade achou melhor por essa câmera, já que esse banheiro era a principal vítma desses atos. Porém, após a partida dos dois amigos para a quadra de futebol, a câmera não capta mais qualquer circulação de pessoas naquele banheiro até a chegada do zelador, responsável pelo abastecimento de rolos de papel. Ou seja, nós temos o corpo de uma garota num reservado, estrangulada, deixada nua pelo assassino, mas nós não temos o seu parceiro sexual. Supomos ser esse o assassino, mas ele não aparece saindo do banheiro. É como se ele tivesse evaporado!”

O detetive particular parecia nem ouvir. Seus olhos estavam fixados em algum ponto da parede da sala do tenente. Na verdade, ele havia ouvido tudo. E já começava a formular algumas teorias...

“Tenente, eu suponho que a Perícia tenha coletado fluidos, não?

“Sim, o corpo esta no legista sim. Esperamos o resultado para mais tarde nessa semana. Você tem alguma idéia de por onde começar?”

“Sim, parece-me bem claro. Começarei com uma série de entrevistas. Esse senhor Roberto Marques será o primeiro. Eu suponho que a vítma tenha amigas, não? Falando nisso, não peguei o nome dela.”

O tenente olhou um papel sobre sua mesa.

“Renata Campos, vinte e um anos. Estudava informática, estava no sexto período.”

“Sim... como eu falei, preciso que o senhor me encontre a melhor amiga dela, aquela que seria sua confidente, por assim dizer. Também planejo falar com o homem da manutenção, aquele que instalava as câmeras. Seria possível?”

“É claro, não vejo porque não. Mas você não pretende entrevistar o zelador que encontrou o corpo?”

“O senhor já falou com ele não? Vejo aqui em seu relatório que ele é um senhor de setenta anos de idade, viúvo. Não me parece um candidato perfeito a assassino de sangue frio.”

“Acho que entendo.”

“Então é isso. Tenho uma boa idéia já, cozinhando aqui debaixo do velho chapéu. Prefiro que isso seja rápido... será que o Sr. Marques importaria em nos receber agora?”

“Apenas se ele tiver envolvido. Nesse caso, acho que ele se importaria, e muito!”
Ao dizer isso, o tenente abriu um sorriso. Benjamim sorriu também, e ambos partiram.

*

No fim das contas, Roberto não se importou de responder as perguntas da polícia. Sentados no apartamento onde ele vivia com sua mãe divorciada, o tenente e Benjamin começaram pedindo para Roberto relatar o que aconteceu até Carlos sair do banheiro.

“Perfeito, até agora tudo o que você nos contou condiz com o depoimento do senhor Carlos. Agora, conte-nos o que aconteceu após a saída dele.”

“Bem, nada demais. Os sons continuaram, vocês sabem. Parecia que o casal estava se divertindo à beça.”

Benjamim tossiu um pouco, interrompendo.

“Desculpe, será que a senhora poderia me arranjar um copo d’água?”, perguntou ele para a mãe de Roberto.

“Claro, eu já volto”. Levantou-se.

“Agora Roberto, antes de você continuar, me responda: O homem fazia muito barulho?”

“O que?”

“Quero dizer, tem homens que são mais reservados, e outros que soltam mais a voz mesmo. Em qual dessas categorias se encaixava o parceiro de Renata?”

“Ah sim... bem, ele era mais do tipo quieto. Acho que ele não estava gostando muito do barulho que ela tava fazendo.”

“Por que diz isso?”, perguntou o tenente.

“Bem, porque eu o ouvi a mandando calar a boca. Devia ter medo de alguém abrir a porta”

Benjamim tomou o copo da ex-Sra. Marques e o bebeu casualmente, depois o apoiando num descanso de copos sobre a mesa de centro.

“Ah, bem melhor. Obrigado senhora”.

“Senhorita”, ela corrigiu, com um sorriso malicioso.

Agora foi a vez do tenente de tossir discretamente.

“Então, continue.”

“Como eu falei, eu entrei no último reservado, fiz... vocês sabem, funções biológicas. Então eu lavei as mãos e saí. Encontrei o Carlos sentado no banco do lado de fora, e fomos para a quadra”.

O tenente e Benjamin se entreolharam.

“Obrigado, senhor Marques, senhora-quero dizer, senhorita -, esse depoimento foi de grande valia, não?”. A indagação foi voltada para Benjamin, que demorou alguns segundos para responder, pois estava encarando o papel de parede.

“Sim, é claro.”

Os dois já estavam do lado de fora do apartamento, quando Benjamin virou-se subitamente para a porta.

“Ah sim, mais uma coisa, Roberto: Antes de abrir a porta do banheiro, dava para ouvir alguma coisa do lado de fora? Ou a porta era o bastante para abafar o som?”

Roberto pensou por alguns segundos.

“Não, não dava para ouvir nada não. Só notei os gemidos após entrar no banheiro.
“Interessante... muito obrigado novamente.”

No elevador, o tenente comentou com Benjamim que o testemunho de Roberto não acrescentara nada de novo.

“Pelo contrário, tenente! Eu o achei completamente revelador!”

“O que”, começou o tenente, mas foi interrompido por um som vindo de seu celular.

“É uma mensagem do sargento García. Ele – ora, por que está rindo disso de novo? – conseguiu com a mãe de Renata o nome e endereço da melhor amiga de sua filha. Você deseja visitá-la agora?”

“Sim, vamos. Não demorarei com ela.”

*

Sabrina Cambria recebeu os policiais em sua casa. Estivera chorando antes dos dois tocarem a campainha.

“Lamento muito pela sua perda, minha jovem. Eu e meu parceiro temos poucas perguntas, seremos breves.”

“Sim, é claro, a Senhora Campos me ligou avisando que vocês vinham. Eu entendo.”

Todos sentaram à grande mesa de jantar. Os pais de Sabrina estavam trabalhando.
Ela olhou bastante para Benjamim.

“Desculpe, mas o senhor é policial?”

O tenente interviu.

“Policial aposentado por invalidez. Hoje trabalha de detetive particular, está me auxiliando nesse caso”.

Benjamin sorriu a essas palavras.

“Invalidez?”

“Sim, tomei um tiro na perna. Manco bem pouco, mas correr nem pensar. Como eu não queria aceitar um trabalho burocrático, decidi me aposentar e trabalhar de consultor para a polícia, e detetive particular.”

“Entendo... bem, o que vocês querem saber?”
.
Benjamin então começou.

“Senhorita, tenho quatro perguntas para a senhora: Obviamente a senhorita era muito próxima das Srta. Campos. Roberto Marques e Carlos Escafurra eram amigos das senhoritas?”

“Não amigos. Apenas conhecidos, estudávamos juntos.”

“Ah sim... e algum deles mostrava algum interesse especial em Renata?”

“Aparentemente não. Vocês sabem, Renata era bonita, mas não era nenhuma miss.”

“Certo, certo. Apenas mais duas: Você sabe de Renata estava namorando alguém?”
Nesse momento, Sabrina corou.

“Não que eu sabia... veja bem, Renata era um pouco... rodada. Se é que me entendem.”
“Ah, quer dizer que ela tinha certa reputação?”

“Sim. Ela era quase ninfomaníaca! Daria para o primeiro que visse, se tivesse com vontade. O que era quase sempre. Mas ela tinha um preferido, que era um cara de um período acima do nosso... Adílio Brás.”

Benjamim olhou sorrindo para o tenente, que não entendia o motivo de alegria.

“Bem, acho que acabamos aqui. Muito obrigado senhorita, sabemos o caminho da saída.”

“Espere, qual era a quarta coisa que você ia perguntar?”

O tenente e Benjamin já estavam próximos da saída.

“Senhorita, a senhora já respondeu. Muito obrigado.”

Dentro do carro, o tenente virou para Benjamin.

“O que está achando até agora?”

Benjamin estava se divertindo brincando com a saída do ar-condicionado.

“Eu? Já descobri.”

“O que?!”. O tenente estava incrédulo.

“Sim, é bem óbvio. Preciso fazer mais uma entrevista, e pronto.

“Com esse tal de Adílio?”

“Não!”. Benjamin pareceu chocado. “Bem, talvez. Vamos ver o tal vídeo da câmera externa ao banheiro. Depois que conversarmos com o técnico que a instalou, eu aviso ao senhor, ok?”

“Ok. Mas você tem certeza que já descobriu tudo?”

Benjamin olhou para ele, com uma expressão séria no rosto.

“Tenho.”

*

Já era noite quando ambos chegaram à faculdade.
Na sala da segurança, já estavam o chefe de Segurança Ricardo Pereira, e o técnico Marcelo Campos.
Após os cumprimentos gerais, o vídeo foi colocado.
Às 15h06min, entra Roberto Marques. Dois minutos depois, Carlos Escafurra sai, e senta no banco próximo ao banheiro. Tira um livro de sua mochila e começa a ler.
Nada acontece até as 15h17min, quando Roberto sai do banheiro, apontando para a porta que se fechava atrás dele e sorrindo.

“Fazendo alguma piadinha de mau gosto sobre o casal, eu aposto”, comentou o tenente.
Benjamin nada disse.

Depois, o vídeo foi avançado, não mostrando nenhuma movimentação de pessoas até 16h47min, quando o zelador idoso entra, apenas para sair cambaleando e gritando, dois minutos depois.
Benjamin se levantou subitamente.

“Bem, é isso. Eu tinha algumas perguntas para o senhor, Marcelo, mas o vídeo esclareceu tudo que eu precisava saber. Tenho só mais uma pergunta, e é para o senhor, Senhor Pereira: Porque esse banheiro específico era o principal alvo de vandalismos?”

O chefe de segurança, um homem alto, forte, e completamente careca, respondeu com uma voz grava e segura.

“Veja, cada andar é dividido em duas alas, Leste e Oeste. Existem dois banheiros em cada ala, um para cada gênero. As alas são divididas por um hall principal, que serve de área comunal para os alunos. Os banheiros são colocados da seguinte forma: Um na entrada da ala, próximo ao hall, e outro no fim, bem mais longe. Na ala leste, o banheiro próximo ao hall é o masculino, e o distante é o feminino. O inverso ocorre na ala oeste, onde o crime ocorreu. Como a parte final desse ala possui mais depositos e menos salas de aula, o banheiro masculino lá colocado é bem deserto. Por isso, os alunos mais irresponsáveis – para não dizer vândalos – o escolhem para suas... brincadeiras.”

“Sim, é claro... senhor, por sua causa, agora eu resolvi completamente o caso. O senhor é um cavalheiro e um sábio”.

Dizendo isso, Benjamin curvou-se numa desajeitada – bem, cômica – reverência.
O tenente pigarreou. Benjamin pareceu não notar.

“Tudo me parece muito claro agora. Eu peço ao senhor tenente que espere o resultado da análise da Perícia. Para o caso pouco provável de eu estar errado. O senhor pode me avisar dos resultados, não?”

“Sim, posso, é claro.”

“Então, esplêndido! Senhores, mais uma vez obrigado.”

Benjamin e o tenente Camacho partiram, deixando um confuso chefe de Segurança, e um divertido técnico de manutenção.

*

O tenente Camacho encontrou Benjamin em seu apartamento, três dias depois das entrevistas, quatro após o crime.

“Gostei do que você fez com o lugar”, disse ele, no tom mais irônico que sua voz conseguia adotar.

“Obrigado, tenente!”. Benjamin pareceu genuinamente animado com a demonstração de aprovação por parte do homem que um dia ele chamou de pai, quando jovem e triste pela morte do verdadeiro.

“Os resultados da Perícia”, disse o tenente, passando a Benjamin uma pasta.
O detetive demorou alguns minutos lendo.

“Sim, sim... nada de DNA, nenhum pêlo fora os da moça, nada de espermicida, porém sinais de penetração sexual... sim, tudo como eu pensava.”

“Então, homem! Diga-me o que houve!”. O tenente estava impaciente com a demora de Benjamin.

O detetive começou:

“Pense nos depoimentos, tenente. Temos Carlos Escafurra, descrevendo os gemidos. Temos Roberto Lopes falando do parceiro sexual misterioso de Renata. Temos Sabrina Cambria, descrevendo-a como um ‘ninfomaníca que daria para o primeiro que aparecesse’, e como ‘sempre estando com vontade’, além de mencionar o preferido de Renata, Adílio Brás. Temos o vídeo, é claro. E por fim, temos o depoimento do chefe de Segurança, Ricardo Pereira. Será que o senhor já consegue juntas as peças? Arrisca dar um palpite?”

O tenente coçou a cabeça.

“Se eu fosse um homem dado a tendências sobrenaturais, diria que só um fantasma poderia ser o parceiro de Renata, para conseguir matá-la e fugir sem ser pego pelas câmeras.”

Benjamin soltou uma alta gargalhada.

“Ah, meu caro tenente! Não foi o parceiro de Renata que a matou!”

“O que?!”. O tenente saltou da poltrona.

“Para mim é tudo muito óbvio. Pense bem, fora o homem com Renata dentro do reservado, quem ficou a sós com ela dentro do banheiro?”

O tenente pensou um pouco. “Ora, se foi Roberto Marques, o que ele fez com quem é que estava no reservado com Renata?”

“Absolutamente nada.”

Andando pela sala, o tenente bufava.

“Impossível, homem!”

Benjamin sorriu.

“Pelo contrário. Lembra-se do que Sabrina falou sobre Renata? Ela sempre estava com vontade. Bem, suponhamos que ela ficasse com vontade, mas não encontrasse um parceiro adequado, o que ela faria?”

O tenente começou a compreender.

“Quer dizer então...?”

“Sim, ela estava sozinha no reservado, se masturbando com algum consolo.”

Isso fez o tenente cair em sua poltrona.

“Sim, tudo faz sentido”, continuou Benjamin. “O banheiro é isolado, como disse o chefe de Segurança, perfeito para isso. Ela tinha grande certeza de continuar o que estava fazendo sem ser incomodada. Eu suponho que tenha sido um grande desencontro: Ela deve ter entrado lá alguns segundos antes do técnico instalar a câmera, portanto ele não a viu entrando nem sozinha, nem com ninguém.”

“Como você pode saber disso sem ter perguntado a ele?”

“Se esse tivesse sido o caso, ele já nos teria dito. Sim, perguntas não eram necessárias ao técnico.”

“Entendo”, admitiu o tenente.

“Então. Temos um jovem no banheiro com o que ele acredita ser um casal fazendo sexo. Ele fica curioso e resolve dar uma espiada, talvez por baixo da porta do reservado. E o que ele vê? Algo muito melhor que um casal: Uma garota sozinha! Ele acredita ter tirado a sorte grande. Ele abre a porta, e se insinua a garota. Ela talvez recuse, prefere o conforto de sua solidão, ou então já está satisfeita com seu... ‘brinquedo’. O garoto se irrita, pensa em todos os boatos. ‘Como uma garota que é tão fácil pode me recusar? ’. Ela, digamos, ri dele. O provoca. Ele perde um controle, é simplesmente um jovem, e põe as mãos no pescoço dela, até toda a vida deixar seu corpo. Ele entra em pânico, precisa pensar em como escapar disso. Aí então ele se lembra de como ele e seu amigo fizeram piadas sobre o ‘casal’ no reservado. Era perfeito! Ele precisava apenas pegar o consolo de Renata, colocá-lo na mochila e sair do banheiro como se nada tivesse acontecido!”
O tenente abaixa a cabeça, pensativo.

“Mas e o homem mandando Renata calar a boca...?”

“Ora, apenas Roberto menciounou isso! Carlos apenas falou dos gemidos!”

Tudo caía em seu lugar. Benjamin mostrara capacidade mental acima da média desde jovem. Cléber Camacho sabia que ele seria capaz de resolver esse caso.
Levantou-se.

“Muito bem, Benjamin! Precisamos agora provar tudo isso.”

Benjamim apertou a mão estendida do tenente.

“Roberto deve ter se livrado do consolo, mas deve haver traços do DNA de Renata em sua mochila. Eu inventaria alguma desculpa aos pais dos dois garotos para pegar as mochilas deles, como rotina, e mandaria a de Roberto para análise.”

O tenente olhou admirado para Benjamin.

“Ótimo, meu garoto! Ligarei agora mesmo para o sargento García!”
Benjamin sorriu a isso.

“Muito bem, tenente. Vamos então almoçar. Eu pago! E aproveito para lhe explicar a piada do Sargento García.”

“Se você pagar, eu aceito!”. E sorriu.

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