terça-feira, 9 de março de 2010




por Vertigo



Folhas amarelas derramavam-se por entre os arvoredos da praça, caracterizando a presença da nova estação. A expectativa do frio iminente parecia torná-lo ainda mais excitante. As brisas outonais surgiam por de trás da pequena casa de bela arquitetura colonial. Mexiam com os cabelos de Lisa, ora encobrindo seus olhos cor de mel, ora permitindo que contemplassem o plástico anoitecer.



Debruçada em sua janela, linda como uma obra de arte, a moça era cúmplice da chegada do outono e de seu gélido ar romântico. Entretanto, sem perceber, não o contemplava só: um rapaz, sentado em um banco da praça, observava-a. O olhar de Lisa, que misturava mistério e beleza, fitou o estranho. Sem reconhecê-lo como alguém da cidade, procurou analisá-lo melhor. Não o achou belo, porém ficou intrigada com a petulância de ele também encará-la sem medo. Lisa, loira, recém saída da adolescência, pele macia e corpo muito cobiçado na cidade, julgava-se bela demais para qualquer homem da região. Vivia praticamente só, já que seus pais fazendeiros apareciam apenas nos finais de semana.


Percebendo o flagrante interesse do rapaz, Lisa saiu da janela, fechando-a. Recostou-se no armário e fitou o espelho. Admirava-se. Olhava por entre o decote da blusa de botões parte de seus bem delineados e consistentes seios. Colocando-se de lado, esticava o corpo e analisava, orgulhosa, a lateral de sua coxa, grossa, de músculos jovens deliciosamente bem definidos. Queria ser modelo e acreditava que só não era por falta de oportunidades naquela longínqua cidade com ares rurais. Sua mente narcisista entendia que era uma mulher para poucos; talvez algum fazendeiro rico ou, deixando sua imaginação infantil aflorar, um ator belo e famoso. Sem vislumbrar qualquer porto afetivo com essas características, restava a ela brincar com os sonhos dos homens.


Alguém bateu à porta, quebrando seus devaneios. Com preguiça, Lisa foi atender imaginando que seria dona Marlene, a senhora da casa ao lado que fazia e vendia artesanatos solicitando algo emprestado ou apenas querendo conversar. Para sua surpresa, entretanto, era o mesmo rapaz que havia visto na praça.


– Sim? – atendeu a jovem com fisionomia surpresa.


- Estou olhando esses bibelôs e quero levar um para guardar como lembrança desta cidade. Aquela ali – falou o forasteiro, apontando para a maior peça do local, um perfeito busto feminino com a cabeça encoberta pelos cabelos -, adornará bem meu ambiente de trabalho. Lembrarei da magnitude deste lugar. E deste momento.


A beleza campestre de Lisa dissolvia a guarda do jovem de pele morena.


- Ah, desculpe, mas você está confundindo... não trabalho com esses artesanatos. Eu sou a vizinha de dona Marlene, que é quem os faz e vende. Ela deve ter saído, mas já volta. Como seu ateliê também é a sua casa ela atende até de noite. E, com relação àquela obra de arte, eu servi como modelo – destacou Lisa, orgulhosa.


- Por esse motivo é que também desejo levá-la. Da praça já havia reparado sua exuberância. E se essa beleza eu já guardei na memória, porque não a sua imagem em minha mesa?
Lisa ficou desconcertada com o jogo de elogios proferidos por Juliano. A idéia da pouca atração física formada quando o vira pela janela, cedeu lugar a um certo interesse. Esquadrinhando o rosto do rapaz, Lisa admitiu para si que ele não era feio e que seu jeito sedutor ajudava a melhorar o conjunto. Juliano possuía olhos negros e cabelos da mesma cor, não tão curtos, desalinhados pelo vento que corria na praça. Apesar de o rapaz não possuir um porte físico tido para ela como o ideal, Lisa entrou em sintonia com ele, pois passou a deixar seus sentimentos vislumbrarem algo mais que mera aparência física.


Mesmo gostando do jeito do forasteiro, procurou não demonstrar e tentou ser natural:


- Quer um copo d’água enquanto a espera? Entre. Qual seu nome? O meu é Melissa, mas pode me chamar de Lisa.


O rapaz sorriu e aceitou a oferta ainda parado à porta. Reparando o corpo de Melissa enquanto esta se afastou até à cozinha, Juliano experimentou a sensação de paixão súbita, sentindo o fluxo sangüíneo se intensificar. Por breve momento sentiu-se hipnotizado seguindo com o olhar as pernas da jovem até onde estas se uniam e formavam os belos e redondos montes glúteos, provocantes e misteriosos atrás do short. Por cima, parte da calcinha branca eroticamente escapava.


Entrando devagar, o visitante disse seu nome e fez breve comentário sobre sua visita à cidade. Um som country americano vinha, em baixo volume, de um moderno aparelho na estante. Ainda sem acreditar na favorável situação que o destino estava lhe propiciando, Juliano, pelo vão da porta da cozinha, não perdia a oportunidade de apreciar os seios intumescidos pelo frio ou pela excitação da ninfa. Estes levantavam um pouco a blusa, mostrando parte de sua delicada cintura, dourada pelo reflexo da luz do corredor. Olhando em volta da aconchegante sala, Juliano viu um quadro que se assemelhava a uma pintura: Lisa esplendorosa montando um manga-larga. Na foto da mesa central, ela nos braços de um homem com chapéu.


- É seu pai? – indagou Juliano já com o olhar cheio de luxúria.


- Meu namorado – mentiu ela, já que era um amigo do pai, dono de um haras.


- Ele deve ter orgulho de ter uma mulher assim... bela, interessante e, aparentemente, sincera.


Melissa estava nitidamente envolvida e sentia-se cada vez mais entusiasmada com o estilo irônico daquele carismático estranho.


- Sinceridade é algo incerto, pois se eu lhe disser que visto uma calcinha preta cavada isso pode ser verdade para você, caso não saiba de fato qual a sua cor – instigou ela, notando o tesão borbulhante em Juliano.


O rapaz viu naquelas palavras a senha buscada para o arremate e, virando-se em um movimento ágil, encarou Lisa nos olhos, sentindo a respiração luxuriosa da moça perto de seus lábios.


- Vontade, assim como sinceridade, também é algo incerto. Mas posso ver as duas coisas nos seus olhos agora – disse Juliano, beijando-a ao final da última palavra. Lisa, já de olhos fechados, abraçou-o com franqueza.


As mãos do jovem forasteiro tomaram de assalto a bem delineada cintura de Lisa, passando por cima da blusa de seda, escapulindo por dentro e sentindo as costas macias e quentes. Melissa despia-se de sua soberba, não só permitindo como desejando que Juliano a explorasse por inteiro. No controle da situação, ele a derrubou com maestria sobre o sofá, não descolando seus lábios dos dela. As coxas expostas da garota formavam delicioso convite às mãos do rapaz, que entendia o recado e por elas viajava com explícita volúpia. Lisa, por sua vez, vasculhava com a língua o pescoço do amante enquanto o ajudava a retirar o casaco. Com lasciva violência, a garota erguia a camisa de Juliano e mordiscava seu peito, brincando com os mamilos, e descia beijando a barriga, sedenta como quem procura por água no deserto árido.


Escorregando sem sobressaltos pelo corpo do rapaz, ajoelhou-se diante do até então desconhecido e pôs-se a abrir sua calça. O jovem, de olhos fechados, sentia a respiração tornar-se ofegante. O coração vibrava na mesma intensidade com que Lisa manuseava seu pênis. Uma profunda sensação de prazer invadiu o corpo de Juliano quando este sentiu a umidade quente da boca de Lisa massageando-o. Modelo de inspiração para a obra de arte que Juliano admirara, Lisa fazia malabarismos com a língua na mesma eficiente cadência em que sua cabeça promovia movimentos circulatórios suaves, num ato que gerava incerteza sobre sua angelical inocência.
Sabendo que não suportaria aquela situação por mais tempo sem entrar em êxtase, Juliano segurou-a pelos cabelos loiros e, com virilidade, trouxe o corpo macio de sua ninfa para debaixo de si. Com as mãos, o rapaz abaixava o short e a calcinha de Lisa, saboreando cada milímetro de pele conquistada. As paredes vaginais, quentes e receptivas como um veludo abrasivo, fizeram Juliano entrar em outra dimensão. Melissa seguia nas mesmas sensações com inconfundíveis e sensuais sussurros que continham nexo apenas para eles. Seu amante, de forma instintiva, passou a acelerar os movimentos do quadril, como que se daquilo sua vida dependesse naquele momento. Com olhos cerrados e comprimidos de prazer, a jovem loira passou a sentir correntes elétricas varando seu organismo. Soluçava enquanto seu corpo era convulsionado por orgasmos que, em instantes, eram eternos.


Em jatos quase ininterruptos, Juliano fluiu para dentro de Lisa numa conexão magistral, onde ambos, extasiados, compartilhavam um sentimento único e especial de purificação.
Olhando para o relógio, Juliano viu que estava atrasado para a saída do ônibus com os outros estudantes da excursão. Refletia filosoficamente observando o meigo sorriso que florescia no rosto de Lisa, deitada sobre seu peito. Lisa, sempre majestosa, fitava-o com peculiar encanto, pensando na beleza e no mistério que o outono carregava.



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Néon


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