domingo, 30 de março de 2008

O Puteiro


Nem Freud explicaria a complexa personalidade daquele homem baixo, feio e terrivelmente mal dotado. Juvenal, sem sombra de dúvida, era o resultado duma dessas experiências genéticas secretas mal sucedidas, cujos resultados, cientista nenhum expõem à mídia. Se não bastassem os desprezos evidentes da anatomia, Juvenal ainda sofria com seus desvios de conduta, por índole, um estuprador! Verdade seja dita, absolutamente frustrado, mas tinha alma de estuprador, teria sido muito mais que um motoboy do parque, não fosse o baixo calibre da arma essencial.
Longe dali, Afrânio da Piedade – e dava mesmo – depois de tantos dissabores e tanta falta de boa sorte que a vida lhe reservara, finalmente encontrara motivos suficientes para afirmar que crescera na vida: mudo, coxo e, agora homossexual assumido, Afrânio era um poderoso empresário no segmento de serviços prestados à família... Gerava quinhentos e noventa e quatro empregos diretos e mais de cinco mil indiretos. Afrânio era dono do maior puteiro do país, só de putados eram quinhentos e treze entre putas, viados e bissexuais, depois vinham oitenta e um garotos de programa e aliciadores, esses eram especiais, agüentavam tudo sem as dores da consciência...
Ao destino caberia cruzar as vidas de Juvenal e Afrânio, a deficiência de um era a pujança do outro e assim sem mais nem menos, com toda a insensatez que se pode atribuir ao acaso, Juvenal foi convidado para o dia da piça!

Ao entrar no suntuoso bordel, o segurança, confundindo Juva com um dos profissionais da casa, foi logo passando a mão em sua bunda e um arrepio esquisito já percorreu sua espinha... Era só o começo, dali pra frente as coisas esquentariam...

Ocupando o microfone, estava Pátria, a puta mais explorada e mais requisitada, agradecendo o prêmio de recordista de abusos de toda espécie; Pátria em tom de desabafo falava justamente de como tinha sido violentada:

- Nobres colegas, fico feliz em ser instrumento de tanta orgia, já fui fodida por quase todos aqui presentes, já me arrombaram as pregas, já participei de não sei quantas surubas, mas na verdade sinto-me cansada de tanto abrir a pernas e ficar de quatro, minha hora esta chegando, sinto isso aqui - apontando para o seu vale mais fértil... – Excelentíssimos senhores deixem-me ao menos uma vez sentir prazer, quero gozar e não ser apenas instrumento de vossa lascívia... Foi interrompida por vaias pan-americanas.

Juvenal, emocionado, candidatou-se a salvador de Pátria com o apoio de Afrânio e conquistou o direito de também estuprá-la...

Foram prum quarto decorado com extremo bom gosto, uma sala imensa, com as paredes revestidas no mais verdadeiro jacarandá da bahia, e sobre a imensa mesa, Juvenal deu início ao seu fetiche... Rasgou todas as roupas de Pátria, não sem sopapear-lhe, mamou nas tetas de Pátria até não poder mais, dilacerou-lhe o cu, a boca, em todos os buracos, tirava de um e botava no outro, sem a menor preocupação de preservar aquela mulher de todos, a seco; sua pequenez se agigantou e Pátria sofria com mais um gesto de brutalidade, ninguém a respeitava.

Afrânio da Piedade – e como dava – a tudo via, arrependido, mudo, capenga, mas de pau duro, não resistiu tanto sofrimento... Enquanto Juvenal fazia da Pátria o que bem queria, Afrânio foi lá e crau... Cravou-lhe uma ferrada no rabo desprotegido, as lágrimas correram pelo rosto de Juvenal, que agora sabia o que era um pau de verdade, estava pronto pra ser o novo cafetão de Pátria...

Poderia até me estender um pouco mais nas orgias que acontecem naquele promíscuo puteiro, mas são tantas e tão freqüentes as pornografias que lá são protagonizadas, que certamente produziriam alguns históricos volumes e biografias apimentadas, mas vou me restringir ao destino dos nossos personagens:

Afrânio vendeu o bordel, mandou tudo que tirou de Pátria pra uma conta na Suíça e vive feliz e confortavelmente, fez implante de língua e prótese na perna, e hoje é dono de uma agência de modelos na Espanha com filial na Itália.
Juvenal é um dos donos do puteiro em Brasília, continua neurótico, mas bem sucedido como lobista.
Ah e a Pátria... Continua na mesma, afinal é mesmo sem vergonha desde que perdeu a virgindade com aquele portuga filho a puta...
Quem me desculpem as prostitutas pela cruel comparação!

14 comentários:

  1. O Brasil perde muito por você não ser publicado. Maravilhosa, mano.

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  2. É,são uns filhos da pátria, digo, da puta mesmo!
    Texto pornopolítico bom.

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  3. Tá gostado, Robertón. Bom tom na crítica.

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  4. conto bom, faz pensar...

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  5. Extremamente bom, inteligente e deu o recado direitinho. Valeu demais.

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  6. "Longe dali, Afrânio da Piedade – e dava mesmo – depois "
    Essa parte foi de me fazer rir muito, kkkkkk
    Gostei muito.

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  7. "Longe dali, Afrânio da Piedade – e dava mesmo – depois "
    Gostei muito desta parte, kkkkkkk

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  8. Pobre Pátria. Apesar de puta, merecia mais carinho dos politicos...digo, dos cafetões clientes.

    Engenhosa crítica travestida, se me permite o termo, em conto erótico.

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  9. Robertón, belo texto pra ser lido pros estudantes da Quinta série. Pena que seria expulso hehe.
    Maravilha.

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  10. uma porno-crônica crítica bem-humorada.


    boa, roberto.

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  11. Mto bom!
    Palmas.

    Tem meu voto [2]

    bjs.

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  12. Finalmente li Robéton,tu é foda,o desgraça ainda vira dono de agência de modelo internacional rs
    concordo com o pessoal uma excelente crítica......virulenta!

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Néon


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