domingo, 28 de junho de 2009

NU CIO







NU CIO


Thiers R >











Nu cio farejo


partícula quântica


atravessa'o


ver'ão sem fim


fina membrana


envolve


musical'mente








Toco con'certos


cicatriz ferida pisa o asfalto da dor


mãos de mal'feitor








Arregalam olhos


ouço o tilintar dos teus gemidos


na 4ª sinfonia


grito!


espasmos


gana


prazer


loucura


em mais uma mentira desequilibrada


reviso


é carne



....é Val











>>2009





> visita ao carnaval

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Centauro de Saramago

Conheceu a Nélida no salão de cabeleireiro. Fora fazer um corte a máquina e a gerente, uma felliniana de quase 100 quilos, a convocou para executar o serviço. Sentado na cadeira, observando-a através do espelho, Ignácio sentiu o célebre desconforto machista em ser atendido por um travesti. Suas mãos eram pesadas, mãos de homem, a despeito da tentativa de figura feminina que Nélida se esforçava em representar. Não fosse o leve azular da barba e a voz artificialmente colocada, por mulher passaria. Ele voltou para casa incomodado, mas reconhecendo que Nélida havia caprichado no corte.
Na segunda vez, já estavam um pouco mais íntimos e o desconforto diluíra. “Trabalha em quê?”, perguntou Nélida enquanto manejava com maestria a máquina. “Professor de matemática”, foi a lacônica resposta. Como estávamos na Quarta-feira de Cinzas, Ignácio ouviu, atento e assombrado, o relato de Nélida para as outras cabeleireiras sobre suas aventuras no Baile Gay fantasiada de Coelhinha da Playboy. Voltou para casa curioso, imaginando Nélida dentro dos seus trajes carnavalescos.
Na terceira ida ao salão, encontrou um negro forte sentado onde já considerava o seu lugar. A felliniana chamou outra cabeleireira para dar um trato em sua cabeça semi- raspada e Ignácio, disfarçando a contrariedade, ficou bisbilhotando os movimentos de Nélida que, num frenesi entusiástico, esculpia na nuca do Apolo de Ébano a palavra “Mengo”. Voltou para casa platonicamente enciumado.
Em sua quarta visita ao salão, durante ritual do corte, Ignácio pediu Nélida em namoro. Foram juntos para a casa do professor terem sua primeira noite de amor.
Passaram a dividir um quitinete em Botafogo em companhia de um gato angorá chamado Oscar que interpretava o papel de filho que nunca teriam. Viviam como marido e mulher, pois Ignácio não a desejava como homem e tão pouco Nélida prestava-se ao papel ativo. Só um detalhe atrapalhava a paz conjugal: os flácidos 13 centímetros de Nélida. Ignácio tinha verdadeira ojeriza ao falo da amada, mal conseguia encará-lo. Passaram muitas madrugadas de carinhos no escuro, com o membro de Nélida ocultado pelo negrume do quarto enquanto o travesti recebia Ignácio de bruços, escondendo a parte de sua anatomia embaraçosa ao seu amor.
Um dia, pousou nas mãos de Nélida um livro de contos de José Saramago. Não era dada a leituras, mas interessou-se pela história de um centauro caçado impiedosamente por um grupo de humanos. Narrava Saramago que a criatura mitológica sempre tivera o desejo de dormir deitado de costas, o que sua constituição, meio homem, meio eqüino, o impedia de realizar. Encurralado, o centauro queda-se por um desfiladeiro e tem seu corpo violentamente cortado ao meio por efeito de uma pedra pontiaguda. Em seus últimos momentos de vida, a porção humana do centauro caído de costas experimenta o prazer de sentir solo acariciando seu omoplatas. Emocionada, Nélida cerrou o livro e tomou uma decisão.
Foram quase dois anos de espera, mais seis meses de recuperação após a cirurgia. Dr. Euclides Pessoa, conhecido nos meios cirúrgico-científicos como “O Pitanguy das Xoxotas”, fizera um trabalho digno de figurar em qualquer galeria de arte, dada a perfeição em que construíra a vagina de Nélida. Então, tal qual o Centauro de Saramago, o agora ex-travesti provou da emoção única de, omoplatas roçando os lençóis, receber um homem, seu homem, de frente pela primeira vez na vida e ambos, unidos e extasiados, gozarem os prazeres que um prosaico papai-e-mamãe só àquele casal poderia proporcionar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vampiro tupiniquim- Lucia Czer




Na escuridão da rua de calçamento rústico, ouvia-se somente o barulho dos saltos dos sapatos rotos da mulher. Era um vulto esquálido e bamboleante, caminhando a esmo debaixo da chuva fina e constante, sob a claridade quase nula dos poucos postes de iluminação da cidadezinha.
A mulher mal passara dos trinta, mas a aparência mostrava bem os maus tratos que a vida lhe impunha.

Mal agasalhada, saia curta mostrando as pernas finas e titubeantes, cabelos sem viço e sem corte, somente os olhos destacavam-se na palidez do rosto encovado...
Entre um espasmo e outro, com uma tosse convulsiva, vez em quando levava à boca um trapo para secar o fio de sangue que escorria no canto da boca.

Encurvava-se para diminuir a dor lancinante na boca do estômago que parecia clamar por uma refeição. O frio fazia-lhe tremer os ombros e ela encolhia-se na vã tentativa de encontrar em si mesma algum calor.
Edileuza saíra do interior aos quatorze anos, depois de ter sido objeto de troca entre o pai alcoólatra e um plantador de cana, velho rico que comandava tudo e todos no lugarejo. O pai recebera uma leitoa e uma cabra em troca da filha ainda na puberdade. Fora colocada num galpão da fazenda junto com outras meninas, de mesma idade e mesma situação. O velho broxa alisava o pau minúsculo enquanto esperava gozar vendo as meninas mijarem-se perna a baixo após as pancadas vigorosas do relho com que as agredia.

Ela tivera a sorte de encontrar Jonas, um crioulo bóia fria, fugitivo da polícia do sul, que fora trabalhar em regime quase de escravidão colhendo cana na propriedade do “coronel”. Com ele perdera o cabaço às escondidas do velho, sobre uns pelegos no celeiro.

Uma noite, Jonas encilhou um cavalo, pegou um naco de pão feito em casa e, ajudando Edileuza a subir na garupa, esporeou a montaria até ver-se distante daquela servidão. Não o fizera por bondade, fizera-o pensando em amenizar as penúrias da viagem. Morreu de uma facada num bar de beira de estrada por trapacear no jogo de truco. Edileuza, sozinha, não teve outra saída a não ser albergar-se com o dono do bolicho, até ser expulsa pela patroa, coroa gorda de buço preto, que já desconfiava das malandrices do marido. Deu Edileuza, após muitas caminhadas, na cidade onde seguidamente aportavam navios e aí havia marinheiros e turistas a pagar-lhe uns trocados em recompensa pela transa fácil. Virara “Isa”, passava de mão em mão, de bordel em bordel. Coração seco, nunca conheceu o amor.

Com o tempo, foi perdendo os clientes e viu-se morando na rua, nas calçadas, sem cobertas e sem comida. Vivendo quase à míngua, recebia vez ou outra umas moedas que algum mandrião pagava por uma chupada rápida ou uma trepada de roupa e tudo atrás de alguma esquina.

Vergil estava a passeio pelo Brasil. Vira-se de repente na necessidade de correr mundo e embarcara num cruzeiro vindo da Europa. Conhecedor de vários idiomas, não se apertava fora de seu país de origem. Bonito e bem vestido, ninguém desconfiaria de seus hábitos pouco usuais. Resolvera sair às pressas do navio ao descobrirem uma das camareiras, morta, quase exangue, num dos camarotes. A polícia pouca importância deu ao fato, afinal, tratava-se apenas de uma empregada.
Acabara na pequena cidadezinha portuária e agora saía à caça para satisfazer seus instintos.
Viu a figura de mulher que, de tão franzina, parecia uma menina. Foi-lhe no encalço.
Isa percebendo que estava sendo seguida teve um laivo de esperança. Com sorte, talvez um jantar quente ou um quarto de albergue...
O dândi alcançou-a, agarrou-a com uma violência inusitada e, arrastando-a para um beco ainda mais escuro, aplicou-lhe os dentes no pescoço...

Eram quase onze da manhã, quando Vergil resolveu levantar da cama. A camareira do hotel já havia deixado sobre a mesa da suíte, um exemplar do único jornal da cidade. Ele passou os olhos não pretendendo dar-se ao trabalho de traduzir o noticiário. Ia já abandonando as folhas quando a foto na primeira página fez com que se debruçasse atentamente sobre ela. Lá estava a mulher da noite anterior. Não sem dificuldade, leu:
“Morreu durante a madrugada, a prostituta de nome Edileuza Pereira, provavelmente vitimada pela AIDS...”
Vergil nem conseguiu prosseguir na leitura... Ficou zonzo, sentiu como se tivesse levado um soco no pomo de adão. Aturdido, caiu prostrado... Merda! Era só o que faltava, sair da Europa, vir socar-se nessa terra de tacanhos e ignorantes e, além de vampiro, agora aidético...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

ANHELOS- ANSEIOS de J.G de Araujo Jorge


ANHELOS



Agua quisiera ser, luz y alma mia,
que com su transparencia te brindara;
porque tu dulce boca me gustara,
no apagara tu sed, la encenderia.

Viento quisiera ser: em noche umbria
callado hasta tu lecho penetrara
y aspirar por tus labios me dejara,
y mi vida en la tuya fundiria.

Fuego quisiera ser para abrasar-te
en un volcán de amor, ah! estatua inerte,
sorda a las quejas de quien supo amar-te!

Y después, para siempre poseerte,
tierra quisiera ser, y disputarte
celoso a la codicia de la muerte.

*************************************


ANSEIOS

Água eu quisera ser, pela alegria
de te dar a beber meu próprio ser;
por tua sede, que eu não mataria,
para molhar teus lábios por prazer.

Vento eu quisera ser, e à noite, iria
adormecida, te surpreender
ressonando em teu leito, e então seria
o ar que precisas pra poder viver!

Fogo eu quisera ser, e em rubras chamas
num delírio de amor, toda abrasar-te,
para ter a certeza de que me amas.

Depois, para possuir-te, de verdade,
terra eu quisera ser! E disputar-te
ciumento, à morte, pela eternidade!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Nunca é tarde para aprender...




-Vai amor, lambe...
-Estou lambendo.
-Mais para o lado...
-Aqui?
-Isso. Vai fundo! Ai, que isso é bom!
-Goza querida...Hum.
-Vou gozar...ai...Que bom...
-Hum...Vai linda...
-Ahhh...
-Espera...Vou gozar junto...hum...Isso é bom! Não para...
Jogou um jato quente de esperma em sua garganta enquanto gozavam num 69 sobre o tapete da sala.
Na porta que dava acesso à cozinha o casal de Dalmatas olhava fixamente os dois e começaram um diálogo em sua lingua canina:
-Viu? Eu não falei?
-Você estava certo querido.
Pois é...De que adianta a tal racionalidade que tanto os diferenciam de nós cães se na hora de transar agem como dois animais? O que vemos são linguas explorando campos suados e orifícios cheios de gosmas fedorentas...
-Meu bem...Para eles não são gosmas fedorentas. Assim como você adora minhas melecas vaginais, eles também devem se atrair pelo cheiro.
-Mas é o que eu digo: São iguais a nós...Olha lá o que eu disse...O casal começava a foder na posição de cachorrinho, era sexo anal agora.
-Credo! Isso você nunca fez em mim...É um animal! Como ela deixa?
-Deve ser porque ele não tem o nó, logo sai sem maiores danos...
-Mesmo assim deve machucá-la.
-Hum...Não sei não...Acho que poderíamos experimentar...Parece prazerozo!
-Nem vem...
-Por favor...Auuuuuu!!!
-Se doer você tira?
-Claro...
A cadela parecia excitada. Tanto que esqueceu do tal nó...Que dó!
-Ai, ai, ai, ai....
-Agora é tarde amor...Relaxa a goza!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Boca, olhos e mãos



Mãos


Em cada toque desperta.
Gozo arrastado
Fúria disfarçada
Amado
Descarado. Gato vadio.
Cão sem dono.
Surge de repente.
Como se o tempo não existisse
Sem regras.
Conceitos.
Preconceitos.

Ah! Eu te adoro.
Meu bandido, eterno namorado.



A Boca


Rendição
Delicias
Reentrâncias
Gostos
Sabores
Partilhados

Palavras perdidas, promessas, planos e poesias...
Não me interesam!
Me basta a certeza da sua boca.
Toda vez que voce me beija.


Negue. Indeciso
Distante.Inconstante
Um instante. Dois segundos...
A vida inteira correndo diante de nós...
Em uma única noite.



Olhos


Teu olhar apaixonado
perdido...

Meus olhos perdidos
nos seus

Nossos corpos nus.
Perdição.

O coração perde o compasso.

Nas infinitas vezes em que me perco.
Dentro de você.






Giselle Sato -

sábado, 13 de junho de 2009

Um vôo entre as estrelas e o chão - RoGeRs SiLvA

A dúvida é comparada ao vento de morte e de ruína, li em algum lugar isso. Onde? Não sei. Não lembro. Não quero lembrar. Foda-se. Fodam-se todos vocês, norte-americanos ou não! Essa nossa televisão norte-americanizada! Estados Unidos pra lá, Estados Unidos pra cá, cachorrinho do Bush, terroristas (como se eles não fossem), aqueles filmes retardados e retardantes. Um bando de imbecis que se acham os dez. E nós, os sub-sub-sub-imbecis. Deixe-me só, deixe-me respirar, posso? Ser como quiser, posso? Posso viver? Posso? Então ela foi vindo vindo, chorando e eu pensei, pedirá mais o quê? Só sabemos pedir. Não, ela não. E dar? Não dar assim sexualmente falando, porque assim ela me dava muito, toda hora, eu era o dono (exclusivo?) do seu corpo. Nunca vi gostar de dar como ela (seria só pra mim?). Insaciável. Posições diversas. Novas novidades, sempre. Ninfomaníaca. Todo, todo o seu corpo era meu. Porra! Televisão dizendo da guerra do Iraque (que Bush o quê! W. Bush morra com um tiro na testa. O mundo ficaria um pouco melhor. Os deuses com a sua não interferência agradeceriam) e a propaganda dizendo pra eu comprar isso aquilo este esse e aquele compre compre alugue você pode é a sua chance! Não tenho dinheiro pr’isso tudo, seus filhos duma puta! Não percebem que não temos dinheiro pra tudo isso?! Somos brasileiros! Desligo-a. Melhor. Por que, meu amor? Por que, Josi? Ela veio vindo me beijando a boca, o rosto, o pescoço, seus lábios sobre minha pele negra, tirando minha camiseta, descendo a boca até tirar minhas calças e... suada suando e eu também, gostando também. A música (Ando tão à flor da pele: qualquer beijo de novela me faz chorar) que eu escutava não tinha nada a ver com o ambiente de amor e prazer que se criou quando ela entrou sorridente e sensual por aquela porta vestida com uma calça jeans que ficava maravilhosamente bem em seu lindo corpo e uma blusinha que apertava seus seios grandes. (Barco sem porto, sem rumo, sem vela). Como ela era linda e gostosa. Sim, gostosa. E a boca? Linda e gostosa. Os seios, a barriga sem excesso, o quadril maior que a cintura não muito grande. Morena bronzeada e os olhos sensuais e verdes. E a boca grande linda de Angelina Jolie. Não perdia em beleza para a atriz. Só não fazia filmes, mas fazia sexo como ninguém. E como gostava! Seria amor? Ou puramente sexual o nosso caso? Três anos sexualmente ativos, os dois, um querendo mais que o outro. (Oh, sim! eu estou tão cansado). E ela entrou séria mas fez quase tudo o que sempre fazia. Por que está mais recatada?, tinha vontade de dizer. Por que, Josi? E o nosso pacto de prazer sem restrições? Ela veio, tomamos um refrigerante, mas nunca tomávamos nada!, enrolamos um pouco, um pouco que se tornou muito e eu com vontade e a excitação aumentando aumentando e fui ao sofá que ela estava sentada com as pernas cruzadas, mostrando-as abertamente, essas pernas brancas porém bonitas. Fui a ela, dei-lhe um beijo animal e forte e ela gostou da minha atitude. Eu estava acostumado com isso. Fizemos sexo, sexo e não amor, durante uns cinqüenta minutos. Apesar do longo tempo, sexo ruim. Estava muito, mas muito recatada. Saiu, assim alegre, ela. Eu, não. O gozo anterior tornou-se para mim em náusea. Náusea. No outro dia ela veio vindo, negra, a negra mais linda que eu já vira, os cabelos longos e encaracolados, o rosto mais perfeito do mundo, sem manchas sem espinhas sem erro algum. O corpo lindíssimo, magro e lindíssimo. Nua, escultura. Defeitos físicos, se tivesse, não os vi. Seu charme tentando me impressionar e impressionou. Mas Josi! Por que tão diferente? E agora, nada de sexo oral? Por que? E outras vezes viria, ela. Ela? Quem? Ruiva, morenas ao monte, poucas loiras e algumas negras. Sempre bonitas. Todas. Nunca fiquei com mulher feia. Sou bonito e exijo que pague na mesma moeda: com a beleza e o saber sexual. Se não, está descartada. Mas Josi estava a minha altura: eu, um metro e oitenta dois e ela, um e setenta e sete. E vinha vinha mesquinha, não gostando do meu apartamento, mas aqui?, sentou, ofereci algo mas ela não quis, não seria capaz de beber algo que não fosse puro. Essas ricas! E ainda casada! Gosto delas, dessas falsas puritanas, doidas por sustentar uma imagem: a Virgem Maria. Era Maria mas não era mais virgem. Talvez com o marido fosse, mas comigo não. Comi muito. Alguns dias, três a quatro vezes. Como ela gemia! Por que? Mas Josi! Nunca foste assim! E o verbo foste embelezou o que era sujo e feio. A Maria casada tudo que não fazia com o marido fazia comigo, como gostava de chupar! Mas sempre olhando pedindo aprovação. Josi não era assim, ela vinha sempre alegre alegre e sensual e querendo querendo até não agüentarmos mais. Mas agüentávamos. Sempre agüentávamos e nunca era o bastante. Sempre nos queríamos e nunca foi o bastante, nem para mim nem para ela. A casada me ligando me procurando pra sexo só sexo e sexo e nada!, e assim foi durante uns oito meses, até eu enjoar. Me enojei também da negra (e não digam, seus retardados, que era racismo!). Era apenas cansaço de tudo isso sem amor sem paixão. Apenas o prazer. A negra que antes, nas primeiras vezes, não gostava de sexo oral. Sim. Depois gostou, aprendeu como ninguém. Sempre começava pelo meu órgão, depois puxava a minha cabeça para o seu. Peles negras se encontrando. Chorou quando eu disse a ela que não queria mais, nunca mais, entende! Chorou porque nunca mais daria o prazer que sempre lhe dera. Sentiria falta, como não? Eu, o expert em mulheres e seus mistérios sexuais. Um choro interesseiro. Apesar, a dispensei. Não te quero mais! E a noiva evangélica veio um dia, pela primeira vez, disse que vinha porque por que mesmo? Não lembro, só sei que veio, a puritana (puritana não sei, mas virgem, disse). Percebi quando tirei sua virgindade. Embora demonstrasse dificuldade, eu consegui. No sentido sexual, eu consigo tudo de uma mulher. O segredo? Paciência. E falsidade. Com a noiva virgem tive que beijar uns dez minutos sua boca, mais uns dez o rosto o pescoço e a orelha até descer para os seios pequenos. Tinha vergonha do corpo, mas isso não foi grande problema. Beijei sua barriga e a virgem gemia. Olha que ainda nem tinha beijado seu sexo. Sexo? Mas beijei, além de descer para as pernas magras, morenas, brilhantes, mas natural, não eram bronzeadas. Demorei umas duas horas para terminar o serviço. Apenas duas horas para tirar todo seu pudor. E sua virgindade. Nua ao meu lado, na minha cama, ela sorria. Eu virava o rosto, disfarçadamente, para não ter que lhe oferecer o meu sorriso. Fiquei mais de um ano com ela. Continuava virgem do noivo, dizia. Só dera para mim. Eu fora o primeiro e o único. Estou honrado, dava vontade de dizer. Mas não dizia, não tinha vontade nem de conversar, às vezes. Outro dia ela foi vindo, avisou que viria, tinha a chave, entrou sem eu perceber e já foi logo me beijando forçado (gostava, a noiva virgem, dos beijos forçados, violentos). Era tudo que eu não queria: ela viesse com aquela cara de insatisfeita sexualmente, de imatura sexualmente, de bitolada sexualmente. Assembléia de Deus, isso? Sim, era a igreja onde ela ia... comi-a, nesse dia, apesar de tudo, e duas vezes. Gozou, ela, duas vezes. Suada ao meu lado, na cama, me olhava, já apaixonada e disse: Larguei do meu noivo. Meu Deus!, pensei. E daí?, deu vontade de perguntar. Evitei falar alguma coisa. Ela percebeu meu silêncio, meu característico silêncio. Pela primeira vez, teve iniciativa e tirou minha roupa que eu pusera pouco antes e caiu de boca, ao pé da letra. Foi horrível. Nunca sentira um sexo oral tão mal feito, babado. Eco. Tudo me causava nojo. Mas... e Josi? Josi já era uma miragem há muito. Lembro de quando nos conhecemos e ela disse quando eu disse que não acreditava em amor: Vou fazer você acreditar. E fez? Conversava tanto! E de um modo tão natural, sem forçação de barra. Tudo tão natural! E eu, desde o primeiro momento que a vi, na praia, a contemplei. Como era linda! De sutiã, nua, com roupa (e qualquer uma), como ela era linda! Contemplava-a muito. E a contemplei quando ela veio vindo chorando chorando, será que ficou sabendo algo de mim?, pensei. As lágrimas caindo dos olhos verdíssimos pela pele morena, lisa, seca, sem mancha alguma, ou cravos. Apesar de tudo que você faz, eu te amo, eu te amo!, entrou dizendo e me abraçando. Nunca a vira assim, resignada. Sempre fora forte, não áspera, ao contrário, sempre carinhosa. E agora sofro toda a idealização que fizera de mim, e eu dela. Nos adorávamos juntos, sempre, a todo o momento. Batem na porta e não atendo. Bate, bate. Sei que é mais uma mulher daquelas que exige um príncipe encantado mas é uma bruxa: feia, dura, ruim de cama e, como sempre, carente. Sempre carentes, elas. Por carência elas fazem tudo: dá pra outro (traem), matam, abandonam pai, mãe e filhos. E se dizem inocentes, as falsas. Justificadas, as dissimuladas. Não as agüento mais! Foi-se minha paciência junto com o meu amor. Foram-se. Para onde? Onde procurá-los? Por onde andar e encontrar a alegria fugaz mas antes existente? Não há atalho e, quando há, o objetivo não é alcançado. Não há saídas. Só há lembranças. E lembro da morena desprovida de vaidade que conheci uma semana atrás. Por incrível que pareça não a levei ainda pra cama. Não demora. Mas na boate onde nos beijamos pela primeira vez ela já foi logo pegando firme, se é que vocês me entendem, olhe, não sou vaidosa mas sou gostosa e fogosa! Em pleno século vinte e um há ainda mulheres que não usam batom, não se maquiam, não se disfarçam? Sim, há, ela. Mesmo assim e talvez por isso se torne tão bonita, a morena clara, cabelos lisíssimos, brilhantes, bem tratados. Um corpo bonito e uns olhos assim mel. Muito bonita. Não demorará que ela me ligue e depois gema aqui na minha cama. Mas ela tem namorado, foi o que disse. Foda-se. Problema dela. Eu não tenho. Só as lembranças... Quando Josi veio vindo chorando, pela primeira vez entrou chorando no meu apartamento, sempre entrava feliz, sorrindo, quando ela veio vindo me abraçando, pensei: O que será? Eu te amo eu te amo eu te amo, saiba, insistia em dizer. Sei, murmurei. E eu também. Mas..., começou. Não falou. Por que?, perguntou. E eu sabendo do que se tratava falei: Você é insubstituível. Fomos para a sacada. Quantas vezes fizemos amor ali, à noite, na sacada. As estrelas e o chão, pólos distantes. E nós, no décimo quinto andar, no meio. Ficamos ali olhando as casas que se estendiam e outros prédios. E as luzes já acesas. O sol se fora. Josi mais calma. Eu, evitando tocar no assunto, e perguntar a ela porque estava chorando, disse: Vou pegar uma água pra você. Fui. Uma semana antes ela me falara algo, mas sorrindo. Deixa de bobeira, eu respondera. Não fale isso. Mas no fundo vaidoso por ouvir algo assim. Lembrei disso, esqueci a água, corri e Para Eliza de Beethoven tocando no vizinho, corria corria corria à sacada. Meu Deus! Tropecei na mesinha no meio da sala. Josi! Josi! A resposta: um grito já distante.

E lembrava de quando ela (sorrindo) me sussurrara, sua forma de dizer eu te amo: Por você... Por você eu me mataria

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vertigens de um recomeço



por Vertigo


Difícil transformar em um conto simples os acontecimentos que vivi, o fim e o novo início, a morte emocional junto de uma pessoa e a ressurreição com uma outra mulher incrível, que também conseguiu superar sua chaga, revelando-me, por fim, o verdadeiro significado do prazer. Apenas sob o manto da metáfora foi possível sintetizar tantos acontecimentos em uma única passagem, tão angustiante quanto renovadora.


Dizem que se o sol morresse agora viveríamos ainda em sua presença por mais alguns instantes, suficientes para que nosso padecer ocorresse sob luz. Nágila não era mais meu sol, talvez nunca tivesse sido como queriam me fazer acreditar, mas meu sofrimento sim, esse era meu, verdadeiro.


“Esquece essa mulher, cara, ela nunca foi sua”. Porque não? “Porque ela nunca teve o mesmo coração que você. Ela te enganou, te trocou por outro, te abandonou. Enxerga o mundo, Giovane! As pessoas são ardilosas, mal agradecidas, vazias”.


Alguns diziam que minha ingenuidade me impedia de entender a palavra ‘traição’. Mas porque eu deveria entendê-la? Eu vivia bem sem ela. Eu só não vivia bem sem Nágila. Não me adiantavam as ocas teorias dos poetas, psicanalistas, amigos, doutores, mestres em dores da alma, repulsas, vertigens, assuntos que só o verdadeiro coração dilacerado domina. “Ela te traía com um cara na cidade”, “essa menina nunca foi o que você imaginava, ela era interesseira”. As vozes em alarme zuniam em minha cabeça como açoites, castigo que eu recebia sem saber por quê. Nunca quis acreditar em indícios, em palavras racionais, sempre aceitei melhor a inocência das emoções. Por isso talvez só o que restasse pra mim fosse só a possibilidade de um recomeço, o mesmo que Nágila já experimentava. Eu também tinha esse direito.


Os tristes ipês me escoltavam por aquele caminho de terra vermelho-sangue até à Cachoeira da Vertigem, local de nome sugestivo, pertinente aos espíritos aflitos. O canto dos pássaros soava cinza com seus réquiens indiferentes à infelicidade humana. Recomeço. As cigarras e seus silvos tão fortes quanto breves explicavam esse verbo usado por Nágila. Ela precisou recomeçar. “Quero uma vida diferente agora, não aqui no campo, nesse lugarejo”. “Ela está te trocando por um sujeito da cidade, todos sabem”. “Eu te amo, Giovane, mas quero conhecer outros mundos”. “Só ficou contigo enquanto isso era útil, enquanto você pagava seus estudos com o dinheiro suado do trabalho na fazenda”. “Vou para a cidade, vou fazer um curso, passear pela praia”. “Ela tem um caso por lá”. “Meu coração é seu, você sabe”. “Nunca mais vai voltar”. “É só um recomeço”. “É o fim”. Explicações frágeis brotavam de todas as partes como num embate por vitórias fracassadas, sem sentido, sem uma razão que curasse minha ferida.


Se meus amigos enxergavam o mal, eu os compreendia, queriam meu bem. Se Nágila mentia, eu estava ali para ouvir, tolerar, mesmo que todos esses truques só servissem para eliminar o obstáculo final para o seu reinício, eu. Fui excluído de sua vida para que suas ambições urbanas aflorassem, crescessem da forma como ela queria, sem cheiro de mato, sem céu de estrelas, sem água da pedra, sem meu sorriso por vê-la. Muito provavelmente amar incondicionalmente fosse isso mesmo, permitir ao invés de questionar, libertar antes de exigir, recomeçar para não entristecer.


O barulho da cachoeira já refrescava meus pensamentos. Perto de um dos cantos do lago observei minha própria imagem na superfície trêmula e vi um homem compreensivo com sua angústia. Dei um sorriso, coisa que não fazia há algum tempo. Com as mãos banhei meu rosto e procurei admirar a grandiosa queda d’água. Impressionante como a Vertigem estava mais densa, mais próxima de um cenário natural e não de um sonho. Ela possuía a peculiaridade de ser sempre interpretada pelo capricho crítico de seu admirador. Era o colírio de turistas e espaço lúgubre para os mal intencionados. Casais apaixonados a tinham como um paraíso terrestre, enquanto que para solitários era o ombro companheiro. Não era raro amantes eufóricos subirem até o cume da rocha principal para declamarem o amor por suas mulheres, atitude essa potencialmente valorizada pelo perigo daquela área, pois ali um pequeno deslize poderia ser fatal. Imerso em meus devaneios eu acreditava ter como únicos confidentes as folhas das palmeiras e a brisa serena.


Foi quando notei na parte direita de uma das pedras um vulto feminino. Agucei o olhar e percebi que era Nínive, uma moça que, assim como eu, também morava e trabalhava na região. Nunca a reparara bem porque até então meus olhos só se serviam de Nágila, mas sabia que ela era noiva de um fazendeiro das adjacências. Procurei decifrar o que ela fazia sozinha ali, já que até para experientes guias aquela parte da cachoeira era muito traiçoeira. Acenei com as mãos. Ela viu, mas não respondeu. Seu rosto denunciava uma chaga na alma, uma tristeza semelhante a que eu despejara no lago minutos atrás. Um pânico atroz dominou minhas ações quando vislumbrei em seu semblante uma intenção de autodestruição.


Corri por entre a mata lateral, escalando aos pulos e tropeços robustas pedras escorregadias, alheias ao desespero da situação. Gritei para que ficasse parada até minha chegada, ouvindo como resposta apenas o eco de minhas próprias súplicas. Ao chegar perto de onde estava Nínive pude me certificar do risco real que sua vida corria. Ela estava descalça na parte onde a incidência de lodo era maior, sem nenhum apoio para as mãos. Sua expressão carregada de mágoa evidenciava claro desejo de morte. A primeira coisa que fiz foi pedir para que ela não se mexesse. Chorando ela disse em lamúria para que eu não me intrometesse em sua vontade. Fiquei agachado o mais perto possível de onde estava, num ângulo inferior, amparado pelo galho de uma árvore, com o braço estendido. A água fria fluía forte por entre seus pés.


– Nínive, olha, não conheço sua vida nem sei o que te trouxe até aqui, mas se você fizer isso a vitória será dos seus problemas, não sua.


Sua cabeça não levantou e seus olhos permaneceram namorando o precipício.


– Eu não quero vitória, Giovane. Eu só queria que respeitassem meus sentimentos. Mas não adianta... Quem é você para entender alguém abandonado pelo amor?


– Talvez alguém que também tenha sido.


A moça ergueu a cabeça e finalmente nossos olhares se cruzaram. Uma fina chuva começou a cair sobre a Cachoeira da Vertigem. O risco de queda aumentava a cada segundo. Nínive comentou sobre o motivo da decisão derradeira.


– Meu noivo me largou para ficar com minha irmã. Tiveram um relacionamento durante meses sem que eu soubesse.


– A mulher que eu amava foi embora para a cidade. Disse que tinha várias ambições, mas eu não estava incluído em nenhuma delas. Meus amigos contam que ela me trocou por outro.


– O apoio de meus amigos não serviu para juntar meus pedaços. O Arnaldo e a Cíntia foram embora e me deixaram aqui, morta.


– Você não está morta. Oportunidades aparecem a cada momento para que possamos viver o que ainda não vivemos – disse mantendo o braço esticado para que ela o segurasse.


Nínive relutava em receber a ajuda. As gotas da chuva se confundiam com as lágrimas em seu rosto. Um de seus pés derrapou.


– Segure minha mão. Vamos conversar um pouco aqui. Só estou pedindo um minuto! Nem é tanto tempo assim.


Finalmente Nínive cedeu e segurou meu braço. No momento em que sua perna buscava apoio na parte seca, escorregou. Segurei-a com força enquanto ouvia seus gritos cortando o ar. Com alguma dificuldade, abracei seu dorso e a puxei com firmeza para, então, cairmos entre as árvores, salvos. Olhei com muito afeto para seu rosto afogado em medo e desilusão. Seus cabelos molhados deixavam expostos apenas parte de sua face de traços angulosos, o suficiente para perceber o quanto era bela.


– Por que as pessoas fazem isso com quem as ama? – indagou Nínive querendo uma resposta impossível.


– Não acredito que seja por ódio. Pode ser egoísmo, mas quem não é egoísta? Eu queria Nágila, ela queria ouras coisas. Talvez um dia ela também queira algo que não possa ter. Acho sinceramente que na vida podemos ter tudo o que almejamos, só que existem coisas que não deveríamos almejar.


– Não! As pessoas não se preocupam com o sentimento de quem as ama de verdade. Mas e daí, né? O que vale é seguir seu caminho, independente do sofrimento que se vai causar em quem se doou por um relacionamento, em quem foi seu amante. ‘Seja feliz’, esse é o lema. Engraçado como eu queria que todos fossem felizes: meu noivo, minha irmã, meus amigos. Mas e a minha felicidade? Sei lá onde ela está. Deveria estar ali embaixo agora, junto das pedras, mas nem isso você deixou.


O pranto de Nínive era tão sincero quanto minha vontade em eliminá-lo. Involuntariamente a moça apoiou sua cabeça em meu ombro, soluçando. Afaguei sua cabeça com carinho verdadeiro, procurando aliviar sua dor. Suas mãos juntas escondiam a face de uma vergonha que não era dela.


– Sabe, Nínive, eu amava tanto minha namorada que agora fico feliz em saber que ela foi embora.


– Como assim?


– Se ela está realizada com outra pessoa na cidade, por que eu deveria ficar triste? Acho que amar de verdade é querer ver o outro sempre feliz, estando ou não do nosso lado.


Os olhos de Nínive fixaram-se nos meus. O sentimento de fim que havia neles evaporava, cedendo espaço a interesses vívidos. Seu equilíbrio voltava ao normal fazendo com que percebesse a insanidade de seu ato no alto da Vertigem.


– Nem sei o que fazer para poder me desculpar pelo que fiz você passar – disse ela olhando o ferimento em minha perna ocasionado por uma pedra.


– Se você sorrir já vai bastar.


Um tímido sorriso emergiu sincero em seu rosto, convidando sua beleza a sair do anonimato. Seus olhos castanhos brilhavam como se dentro orbitassem pérolas. Pude sentir sua respiração quente muito próxima de mim. Como ímãs, nossos rostos foram se aproximando até que nossos lábios se tocaram. Um sabor fresco, de vida intensa, aportou em minha boca. Havia tempo que não sentia o gosto de uma mulher, sendo que nos últimos anos a única boca que provara havia sido a de Nágila. Tudo, desde os beijos aos abraços cobertos de luxúria, foi se tornando mais ardente, gostoso, enquanto nos revirávamos sob o agora lascivo ruído da queda das águas. Impressionava como a vida poderia nos surpreender com situações tão antagônicas, destino que, de um terror profundo, se transformava em vibração positiva, desejo, plenitude.


Sua língua seguia ampliando seus domínios, conquistando agora meu pescoço com uma vontade inequívoca. Num gesto brusco e surpreendente terminou de rasgar minha camisa. A blusa de Nínive, completamente encharcada, mais revelava do que escondia os seus rijos e sensuais seios, sedentos pelo conforto de minha boca. Toda sua extensão de pele se tornava um vertiginoso caminho que minhas hábeis mãos percorriam sem constrangimentos, como as águas daquela cachoeira que desciam íntimas pelos sulcos das rochas. Minha amante descia por meu corpo, beijando meu peito, deslizando sua língua por meu abdome, mostrando uma vontade incontestável, delírio próprio de quem renasce para o prazer. Ao abaixar minha bermuda, segurou o pau com uma inocência mascarada pelo desejo selvagem de chupá-lo. Meu corpo foi inundado por uma sensação maravilhosa. Fazia com suave cadência, liberando sua língua com precisão para que nenhuma parte da glande ficasse sem sua saliva. Logo tudo sumia harmoniosamente dentro de sua boca, causando-me mais que vertigens, aquilo me fazia transcender. Numa comparação instintiva ficava nítido a enorme diferença entre a densa performance de Nínive e a agora perceptível displicência de Nágila.


O ritmo, o manuseio, os olhos fechados destilando malícia, esse era o estilo campestre de duvidosa ingenuidade de Nínive que, com sua sublime formosura, gerava uma excitação explosiva dentro de mim. Segurei seus cabelos, colocando-os de lado para que melhor visualizasse aqueles lábios mamando com rara entrega a cabeça arroxeada, ministrando verdadeira aula de sexo oral. Como Arnaldo poderia abandonar uma mulher como aquela?


Abracei-a e a trouxe para baixo de mim, encostando suas costas em um aglomerado de plantas e raízes afofadas pela umidade da chuva. Sorvi cada um de seus seios, dando particular atenção aos mamilos. Sua cintura delicada, o umbigo formoso, os pelinhos loiros que desciam indicando o caminho a ser seguido, tudo naquele corpo parecia esculpido e direcionado para meu tesão. Os fios ruivos daquela bucetinha e seu aroma convidativo se tornaram meu vício, pois quanto mais a sugava menos minha vontade era saciada. A penetrava com minha língua procurando o mais fundo paladar de minha amante, massageando com os dedos a superfície úmida e macia. Ouvia Nínive respondendo com voz baixa que me queria, concentrada, segurando minha cabeça para que dali eu não saísse, sem notar que esse também era o meu interesse.


Uma conexão de sabor indescritível conquistou nossas almas. Eu deslizava visceralmente para dentro de minha amante, saboreando cada espasmo sentido, cada limite conquistado, cada gemido ouvido. Ao tempo em que nos fundíamos, a chuva triste abandonava a cachoeira, dando lugar a um sol discreto, cujos raios luminosos faziam brilhar ainda mais o delicioso colo de minha ninfa. Nágila, a chuva e as lágrimas já eram passado, lembranças remotas, tão esquecíveis quanto cicatrizes antigas. Real era Nínive, seu corpo, sua boca e nosso prazer. Envolvido por suas quentes paredes vaginais, que tracionavam, puxando, esfolando, liberando e recomeçando, eu percebia que o tempo agora era nosso. Instintivamente intensificava os movimentos, pele com pele, suor e lágrimas, que agora eram de alegria e gozo, fluídos necessários em meio aos ecos que vinham das pedras e reencontravam seus emissores.


Entrava e saía com vontade rasgada, irrepreensível, como que se daquilo minha vida dependesse naquele momento. O prazer veio quase simultâneo, vigoroso, devastador. Nínive urrava convulsionada por um orgasmo liberto das profundezas. Permanecemos deitados sem nada falar, até porque tudo já havia sido dito. Pássaros escondidos entre as palmeiras cantavam o renascimento de Nínive que, muito mais que mero prazer carnal, reencontrara uma alegria divina, impregnada de vida.


Naquela cachoeira imaginária, entendemos que o prazer do recomeço tinha o poder de sobrepujar a angústia de nossas perdas.
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Diálogo Insano - Releitura de Desalmada e Dissimulada






Sou lenta.
Aprecio melhor assim
O odor das rosas,
Dos amores, de ti.


-Sinto o cheiro de coito
Como animal no cio,
Um misto prazer e frio,

Em meio aos lençóis.


Sou lenta de sexo
Pois me convém,
Lentamente, abusar de ti,
Do que é meu.



-Me visto de porra
Como mera violentada,
Mas o vestígio no lábio flagra
O meu prazer em te sugar.


Vou lenta
Por teus pensamentos,
Roubo teus momentos,
Que já não são teus.



-Brigo com teus pelos
Misturados à libido,
Essência alucinógena,

Que me tira os sentidos.



Violenta e violada,
Tua amante e namorada
Vou lentamente a ti,
Para que me percebas.




-Já sinto teu membro,
Em minha língua, preso
E mesmo em sono,
Quero te devorar...





Lenta e sorrateira aprisiono-te
E tu sorri, servo e feliz,
Apaixonado e senhor
De minha devassidão.




-Sigo assim, abusada...

Sem direito a pausa,

Tomando teus suores,

Engasgada em teus pudores...



Na mente amor, na saliva
Um mar de clara de ovo.

Se morrer, partirei feliz,
Pois tive de ti, paixão e insanidade
Que na eternidade, me levaram ao gozo...




-Dissimulada, depravada e safada,
Mas, tua dona e muito amada...






domingo, 7 de junho de 2009

As libertinagens e depravações de uma Dona de Casa recatada


Ninguém sabia da onde viera aquele homem. O dono da padaria da esquina dissera apenas que era novo na cidade. Em uma pequena cidade com apenas 4 mil habitantes, um homem daqueles era logo notado pela população local.

O desconhecido havia chegado a cidade de moto, uma moto suja e feia, assim como suas roupas e sapatos. Uma calça jeans, acinzentada pela poeira da estrada, pregada em seu corpo destacavam suas coxas grossas e o montinho que se formava na frente. Uma jaqueta de couro suja e fedida e uma mochila que carregava sempre às costas formavam seu mundo exterior.

Ao entrar em casa levei às compras a cozinha e pensei no estranho homem. Ainda teria que fazer o jantar do marido e das crianças que se encontravam na rua. Pensei nele e em seu montinho e nas revelações daquele pequeno segredo dentro de suas calças. Imaginei se deveria ser grande, parecia grosso do lado de fora. Dava um ar de ser muito usado.Quantas mulheres ele havia usado por essas estradas a fora? Quem sabe quantas donas de casa teriam sido abusadas por ele? Decerto deveria ser um cafajeste usando mulheres casadas para seu prazer pessoal. - Coitados dos maridos... Pensei!

O relógio dava 15 horas da tarde. Tranquei a porta e verifiquei a rua vazia. Fechei as janelas e fui para meu quarto, as crianças e meu marido chegariam ao final da tarde, daria tempo de me molestar um pouco com pensamentos depravados.

Deitada na cama, levantei meu vestido e tirei os seios fartos do sutiã, que pularam como duas bolas pra fora. Os bicos já estavam enrijecidos pelo forasteiro. Sim, eu iria dar para ele! Tirei a calcinha com a ajuda do pé esquerdo, e abri as pernas bem entregue para meu comedor de mulheres casadas. Fechei os olhos e o vi ali na minha frente, sujo e fedido, com aquele volume dentro da calça prestes a comer uma mãe de família, uma pobre senhora esposa e fiel. Coitada de mim, seria devastada por aquele intruso grosso e robusto que agora se encontrava na entradinha da minha gruta úmida e esfomeada.

Ele chegou com vontade e melou a cabecinha do malvado na minha grutinha faminta batendo algumas vezes no meu clitóris carnundinho. Ouvi cada batidinha com gosto e vontade. O intruso então entrou com força me arrancando um grito alto, um grito de puta. Como poderia uma mãe de família gritar como uma puta de rua? Ah... Mas gritei sentindo o robusto dilacerar minhas entranhas, sem pena e com vontade. Levei várias porradas dentro de minha bocetinha carente. Sentia que de certa forma ela merecia tal surra de pênis alheio, pênis desconhecido, pênis não... Era uma rola, a rola do forasteiro.

Cheguei a sentir sua respiração ofegante e quente perto da minha boca e suas mãos amassando meus seios fartos, seio de mãe, de mulher casada, agora sendo exposta como as putas do puteiro da Rua Carlota Joaquina. Aquelas mulheres indignas de serem mulheres casadas, que ficavam a rua a mercê dos taxistas e motorista de ônibus, dos maridos infiéis que só realizavam suas fantasias com as putas de rua. Todas aquelas mulheres que recebiam diversas e sortidas pauladas no ventre todas as noites.

Quanta injustiça daquelas vagabundas, todas levando rola enquanto eu, uma dona de casa fiel ao lar e ao marido tinha que ser respeitada pelo meu marido. Agora me via exposta e entregue aquele motoqueiro sujo, de pau carnudo, veiúdo e cabeludo, cheirando a pica suja e esperma. Eu, mãe de dois filhos levando rola daquele jeito como se fosse uma putinha de rua.
- Ai... Come... Bradei alto e bom som.
- Te Como! Pois mereces levar ferro para deixares de querer ser o que não é. Disse agressivo.
- Mereço sim! Come essa dona de casa que nada tem a não ser um pênis comportado e posições respeitosas. Me come como as putas devem ser comidas! Gritei alto para ouvirem todos, os vizinhos, a família, meu marido.
- Como sim! Para saberes como uma mulher tem de ser comida!

E levei todas as estocadas merecidas que uma mulher com aqueles pensamentos e desejos tinha de levar. Próxima do gozo, tirei os dedos molhados de dentro da minha vagina e cheirei para sentir o cheiro de mulher no cio. Voltei os dedos para dentro de minha xotinha e fechei os olhos voltando a projetar entre minhas pernas a imagem do motoqueiro selvagem.

Mais algumas estocadas e dizeres sujos e gozei gostoso, abrindo as pernas bem para o alto e rebolando o quadril na cama enlouquecida pelo orgasmo que acabara de ter. Como necessitava de uma boa dose de sexo. Mas minha condição não permitiria... Descansei as pernas abertas na cama e olhei para ela, ali melada e necessitada de rola...

- Coitadinha! Pensei batendo com os dedos no pequeno pedacinho de carne rosada na entradinha de minha xota esfomeada.

Após alguns minutos, levantei e fui fazer o jantar, logo todos chegariam com fome. Fechei as pernas, abri as janelas e segui para meus afazeres domésticos de boa dona de casa.

A noite, meu marido e as crianças, João de 12 anos e Carlos de 8 assistiam televisão depois do jantar enquanto lavava e arrumava tudo para o café da manhã do dia seguinte, a costumeira rotina que se repetia inevitavelmente todos os dias.

Passei a noite olhando para o pênis de meu marido, como queria sentir-me mulher com aquele ferro cravado dentro de mim... Mas não , meu marido não ousaria me tomar como mulher, mas apenas como... Como sua mulher, mãe de seus filhos. Havia me casado com um homem machista que conhecia o prazer e a vontade de uma mulher fazer sexo somente em putas e prostitutas. Uma mulher casada rebolar no pau de um homem e pedir rola seria para ele motivo de desrespeito e desvalorização.

Vinda de família conservadora, acostumei-me às mentiras culturais e sociais do machismo ainda existente. E reprimi-me por todos aqueles anos. Sentindo apenas um homem em cima de mim, rebolar e me tomar como carne morta. O famoso “papai-e-mamãe” houvera me aniquilado como mulher. Envolta em tais pensamentos peguei no sono desejando sentir o pênis de meu marido dentro de mim.

Pela manhã após o café da manhã, levei as crianças para a escola e me despedi de meu marido com um beijo nos lábios e uma vontade de descobrir seu sexo com o paladar.

Após deixar as crianças na escola passei na pracinha para ir até o mercadinho do Sr. Assalto, ops, do Sr. Adalto, sempre errava o nome do local. Ao entrar no mercado ouvi o barulho de uma moto, corri para ver se era meu forasteiro. E sim, era ele. Pensem na minha alegria ao vê-lo entrar e passar por mim indo para as prateleiras de bebidas. Bem confesso que senti um tremor percorrer meu corpo ao vê-lo passar por perto de mim. Afinal, ele havia me comido no dia anterior... Ah se ele soubesse o que havia se passado em sua homenagem... Fiquei ali olhando as verduras e com medo de me aproximar mais, embora não me perdoasse caso ele fosse embora sem trocar um único esbarrão com ele.

Apreciei a vista e olhei para seu montinho preso na calça suja e velha. Pensei no cheiro que aquilo ali teria, como seriam os bagos, se haveria veias grossas ou finas, se os cabelos seriam finos e poucos ou encaracolados e muitos. Se os bagos seriam grandes e se caberiam em minha boca... Ah se ousasse... Ah se a coragem batesse... Pensava olhando-o de soslaio.
- Dona Narceja! Chamou seu Adalto.
- Sim... Disse meio assustada, com medo de alguém ter lido meu pensamento.
- A senhora precisa de ajuda?
- Não senhor, obrigada. Disse apressada, querendo pegar as compras e voltar pra casa. Quando, nesse momento o forasteiro se aproxima de mim e pergunta se conheço alguma oficina por perto.
- Não senhor, não conheço, do que precisa? Perguntei tímida.
- Já perguntei pra todos daqui da cidade, preciso de uma peça pra meu possante. Disse se referindo a moto.

Lembrei desse momento de uma moto antiga que meu marido tinha na garagem, uma moto bastante velha que havia sido de seu pai, e de súbito, sem pensar ofereci ajuda :

- Meu marido tem uma moto antiga, que não mais usa, o senhor poderia olhá-la e se tivesse a peça poderia negociar com ele... Ele chega a noite. Disse aliviada e espantada da minha coragem.
- Isso seria ótimo. Posso ir ver agora? Perguntou.
- Meu marido não está em casa, mas o senhor pode ver sim. A noite, caso lhe agrade, poderão negociar o preço da peça.

Peguei rapidamente uns tomates e coloquei no saco plástico indo pagar no caixa, apreensiva de minha audácia desconhecida. Seu Adalto recebeu o dinheiro e olhou desconfiado para mim ao me ver saindo com o forasteiro, que caminhava ao meu lado empurrando a moto e me seguindo.

Um certo orgulho me tomou por inteira de estar ali andando ao lado daquele estranho motoqueiro. Já pensou se as outras donas de casa me vêem? Como teriam inveja, decerto pensariam que me tornei amiga dele, mas o melhor era a dúvida de se ele estaria me comendo, ou um pensamento alheio que fosse ... Ah... Como seria bom se fosse verdade.

Alguns quarteirões e avistei a minha casa, mostrando para ele onde se encontrava. No caminho ele me disse que estava de passagem pela cidade e que seu destino era Santa Catarina, onde morava uma tia que o receberia. Perguntei como era viajar de moto pelo Brasil, se não sentia, vez por outra, solidão. Ele respondera que sim, sentia falta de mulher:

- Oh bicho bom! Disse sorrindo e pedindo desculpa ao ver meus olhos baixos e o rubor de minhas bochechas.
- Sem problema...Eu sei que os moços da capital dizem essas coisas...
- A senhora também é muito moça, bonita se me permite...
- Ah, muito obrigada. Disse abrindo o portão e deixando-o entrar com a moto.

Deixei a sacola que trazia na área e fui com ele até a garagem no quintal da casa. Como morava numa casa grande, cercada de alpendre e árvores frutíferas, a garagem que só servia para guardar coisas velhas de meu marido, ficava sempre fechada e esquecida. Os muros da minha casa, altos e cercados de árvores, tornavam-me segura a olhos curiosos de vizinhos fofoqueiros.

- Não consigo abrir, disse em frente a porta da garagem.
- Deixa eu tentar. Disse dando um empurrão na porta fazendo-a abrir em seguida.
- Ai está senhor...
- Me chame de Samu, dona...
- Narceja.

Samu avistou a moto e foi até lá olhá-la e examiná-la enquanto fiquei na porta com medo de entrar na garagem sozinha com aquele desconhecido, que apesar de simpático, não passava de um forasteiro. E acaso ele me violentasse? Isso sim seria bom... Pensei.

Após examinar com cuidado Samu disse que infelizmente não poderia aproveitar nada em sua moto, pegou no assento da mesma elogiando o estado da máquina. Percebi que logo ele iria embora e eu perderia a chance... E se contasse a ele os meus pensamentos, e se pedisse ao menos que me deixasse ver seu pênis...

- Quando o senhor... Quer dizer, você vai embora?
- Amanhã! Uma caminhonete vai pra cidade vizinha e já combinei com ele de nos levar. Disse sorrindo se referindo a ele e a moto.
- Bem... Desejo boa sorte... Disse triste.
- Obrigado, agora vou deixar a senhora em paz. Obrigado mesmo assim... Disse já se preparando pra sair...
- Espera Samu... Disse.
- Sim? Perguntou curioso.
- Eu sei que parece loucura, mas tem algo que gostaria de lhe dizer... Sei que não nos conhecemos e gostaria que ninguém soubesse dessa conversa, o senhor poderia prometer segredo?
- Claro, o que houve?...
- Sabe quando pensamos em alguém, ou em alguma coisa e não revelamos... As vezes não vemos a pessoa nunca mais na vida e então perdemos a chance... Já imaginou se fosse revelado tudo o que pensam da gente? Não gostarias de saber o que pensam de você? Perguntei aflita, olhando para o relógio e verificando que ainda estaria sozinha por mais de 4 horas até as crianças chegarem da escola para almoçarem.
- O que a senhora quer dizer com isso?
- Eu gostaria de poder ver... Disse arriscando pela primeira vez. Pelo medo de morrer sem viver nada das minhas fantasias, disse sem pensar em meus filhos ou no meu marido, apenas disse desafiando minha própria covardia.
- Ver... Disse rindo e pegando no volume. Ver... Ele?
- Sim...
- Pode sim, ver e pegar... A senhora quer?
- Você guarda segredo?
- Sim, guardo. Disse desabotoando a calça e tirando um cacete duro e moreno de dentro da calça.
Aproximei-me e fechei a porta da garagem e Samu pegou em minha mão fazendo-me tocar em seu tronco de carne rígida. Peguei meio sem jeito, delicada e sentindo-o pulsar em minha mão pedi para cheirar.
- Posso só dar uma cheirada nele?
- Pode cheirar e pode provar também, dizem que é docinha...

Me ajoelhei pela primeira vez na frente de um homem e ao vê-lo em pé senti-o como a um Deus e aproximei meu rosto de seu sexo e o cheirei tendo a cabeça pelada encostada em minha bochecha esquerda. Samu havia dado um tapinha com seu sexo em minha face e dito : - Prova!

Abri a boca e ele colocou o pênis dentro devagar, senti a quentura do bicho em meus lábios, apreciei seu gosto misturando-se com a minha saliva. Suguei um pouco com pressa, e vontade... Queria que ele fosse embora, já havia passado de todos os limites.

Levantei e pedi que saisse.
– Não sem antes desfrutar de suas carnes.
- Desculpe, é melhor você sair meu marido pode chegar, tenho dois filhos... Pedi levantando-me já arrependida.
- Mas vai levar mesmo assim, rapidinho. Prometo ser carinhoso. Olha como você me deixou? Não cabe mais dentro da calça e só abaixa depois que despejo tudo... Disse me pegando pela cintura.
- Ninguém pode saber... Disse já aceitando e prevendo a rolada.
- Ninguém vai saber ! Amanhã vou embora, é rapidinho e já gozo.
- Tomo remédio... Disse.
- Quer que goze dentro? Gostosa... Vem cá. Disse levantando meu vestido e uma perna junto. Senti sua mão afastando a minha calcinha e encostando a ponta melada de sua estaca no vão de minha intimidade. Jamais havia sido tão usada daquela forma, em pé sendo penetrada... Jamais havia sido mulher em minha vida.

- Vou colocar... Segura tudo. Disse penetrando forte.

Foi a primeira vez em minha vida que senti um pênis em todas as duas dimensões atravessar meus lábios vaginais e ir parar no fundo de minha grutinha. Pude senti as estocadas lentas molestarem meu útero e seus bagos baterem provocando um barulho inesquecível de uma mulher sendo devorada por um macho.
- Ai... Devagar, pedi.
- Como é gostoso te possuir....

Senti aquelas estocadas abrirem as minhas carnes e senti como é ser de um homem sem amá-lo, apenas pelo prazer dos corpos cheguei aonde queria, ao paraíso terreno dos mortais. E cheguei lá de olhos fechados e sentindo-me não puta, mas uma mulher realizando-se como fêmea cravada na estaca de um homem.

- Está gostando? Perguntou.
- Muito... Susurrei em seu ouvido.

E senti seu ferro me possuir intensamente arrancando de mim gemidos e um choro baixinho de felicidade ao sentir a grossura de sua carne me abrir. Mesmo satisfeita apreciava o vai e vem da dança de seu quadril dentro de mim, me balançando o corpo enquanto entupia minha gruta de carne morena e quente.

- Abusa de mim... Me usa... Vai... Disse liberta de hipocrisia.
- Vou estourar essa caverna com meu tronco!
Ele subiu mais minha perna, abrindo –me mais ainda e estocou intensamente pra dentro enchendo-me e tapando-me por completo. Senti minhas ancas rebolarem sem se importarem com mais nada, queria apenas dar e tirar prazer daquele homem, queria meu prêmio, queria seu dilúvio de prazer dentro de mim.

- Agora sente tudo... Disse desfazendo-se em gemidos e gritos masculinos de raiva e agressividade. Foi quando senti a enchente do mar branco e denso encherem minhas carnes e submergirem extravasando-se em minhas coxas abertas e expostas, entregues....

Abaixei a perna que estivera apoiada em seu braço e senti-me mole, exausta e satisfeita. Pedi que se retirasse... Logo meus filhos chegariam e pedi também que guardasse minha privacidade. Samu disse que sim, que guardaria, pois também era casado e nos despedirmos sem beijo na boca. Pareceu-me naquele momento que o beijo não pertencia àquela cena de minha vida. Após sua saída, não senti culpa ou arrependimento, ou mesmo medo de ser descoberta, eu me senti realizada como mulher. Sabia agora o que havia perdido todos esses anos pelo machismo de meu marido. Naquele dia, entendi pela primeira vez a natureza feminina de minha alma, a tênue linha entre a resignação de meus desejos e a natureza devastadora de minha sexualidade faminta e enrustida. Eu me reconheci como dona de meus desejos.

Quanto ao meu marido? Nunca soube do ocorrido, e depois de uma mal e enfadonha explicação sobre o tal motoqueiro que havia vindo ver a moto, passei a tratá-lo com os mesmos cuidados e carinhos de uma esposa dedicada e resignada de seu suplício doméstico.



Ana J. M. M- Narceja

sábado, 6 de junho de 2009

CORPOS NUS

Instáveis!
Às vezes tão frágeis,
Como fios esvoaçantes
Pendendo de um ramo
Enquanto se vê partido
Pelos raios dourados
Ou pelas lágrimas do orvalho
Que caem após a geada...



Afáveis!
Suaves como as nuvens
Que planam silenciosas
Vagando sem controle
Por entre as paragens celestes
Montando-se e desmontando-se
Remontando-se a seguir
Quase sempre sem nexo
Quase nunca com razão...



Sensíveis!
Quando tempestades eclodem
Turbilhões que os envolvem
Fazendo seu eu se mostrar
E então as estações irrompem
Dia e noite se confundem
A chuva vem sem cessar
Sem saber se é bálsamo
Sem mostrar se é látego
Sem se importar...



Absurdos!
No tanger da violência
Em zangas não controladas
Emoções sem harmonia
Consumindo momentos
Desprezando sentimentos
Em brados destruidores
Em atos repulsivos
Negando seu nobre berço
Ofendendo sua origem...



Excelsos!
Ainda que mortais
Ignorando a própria sorte
Impelidos pela honra
Elevam o gládio da nobreza
Trazendo luz ao pensamento
Mostrando-se leais elementos
No combate das ambigüidades
No choque entre os desiguais...



Perfeitos ou mutilados
Soerguem-se do caos
Libertam-se da mesmice
Atentam ao clamor
Anseiam pelo refúgio
Lutam pelo porvir
Esperam a eternidade
Ainda que sem noção
Se haverão de chorar
Se conseguirão sorrir...



Mas e na alcova da alma
No reduto mais profundo
Que eles se desnudam
Que eles se tornam verdadeiros
Que eles se mostram inteiros...
Quando a outra metade
Mostra-se desnuda também
Olhos cobiçosos de outrem
Olhos desejosos de tudo
Envoltos em lascívia
Ou dominados pela ternura
Serão verdadeiros na arte
Serão apenas amantes
Serão, do outro, a outra parte...



E se se faz noite
Ou ainda reina o dia
Quem se importa?
Quem há de lembrar?
Os olhares são surdos
Os olhares são mudos
Os olhares são nudos...



E as sensações arrebatam
Convocam as energias
Repelem os senões
Preparam-se para a orgia
Os passos em estudo
As mentes em contemplação
Nativos da carne
Onde andam os pudores?
Serão tidos em desgraça?
Terão sucumbido ao mal?
Ou terão assumido a verdade
De serem tão somente
Semente de fruto carnal...



Ah, curvas voluptuosas
Mostrando-se sem vergonha
Expondo-se com sensualidade
Despertando a vontade
De ser parte do outro
De ser sua intimidade
De pertencer ao infinito
Que se retém no unir
Em uma cópula animal
Sem sentir-se traído
Sem saber-se pecador
Porque é sincero em querer
Porque é todo seu viver...



E enquanto se devoram
Com ânsia insana
Famintos e sedentos
Percebem que a vida
É muito mais que um fim
É muito mais que um momento
Descobrem que o amar
É muito mais que entregar
É muito mais que receber
É muito mais... muito... mais...



Agora se unem totalmente
As carnes mescladas num só
Os movimentos cadentes
Os sussurros arfantes
As pressões constantes
Os dentes trincantes
As mãos invasoras
As bocas devastadoras
Os sexos se fundindo
Quais labaredas intensas
O momento de se perder
Quando as carnes convergem
Ao estertor da união
O auge da descoberta
De ser um prazer sem igual
O ato de se dar e ter
Em um bailado carnal...



Terminado o espetáculo
Miram-se em silêncio
Absorvem as sensações
Acolhem os resultados
Esperam pelo refazer-se
Tão plenos e extenuados
Agora são apenas estáticos
Em instante que ainda seduz
Desconexos da exterioridade
Apenas repousam, corpos nus...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Esgotei de ser sexy



Esgotei de ser sexy (“b & p” discutem a relação prazer X arte)


O diálogo parecia absurdo, por isso me interessei:- ele dizia-se esgotado, queria seus poemas

farejados e não seu corpo ou sua língua que era até travosa.


Queria ser amarrotado, cheirado, tocado. Queria ser papel, gostaria de ser impresso.


A quem passasse dizia:-“Quero ser um papel, você me entende?


Como não entender aquela figura entre longilínea e carrancuda, com os cabelos revoltos

carregando nas mãos mais alguns diálogos: - diálogos do absurdo, do comedor de bananas em

noite frias, do cão faminto por luas. Ele era sem dúvida alguma uma figura estranha....contudo no

seu estranhamento encantava os que tinham medo de fugir do óbvio.


Mauricio Paulo Gomes de Ferreira Nobre era um sujeito singular. Não era sujo nem hippie

( isto estava completamente fora de moda!). Ele era apenas um poeta a mais que travava

diariamente uma luta intensa entre o existir e o extinguir.


Com os próprios botões de sua camisa dialogava e repetia pra que estes não esquecessem:

Esgotei de ser sexy.



Thiers R>

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terça-feira, 2 de junho de 2009

Enrosca


Enrosca o meu pescoço
Dá um beijo
No meu queixo e geme
Que o dia tá nascendo
E nos chamando
Pra curtir com ele...Eu adoro esse sorriso bobo
Na tua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar em nada
Pensa em nada!...Encosta o teu ouvido
Em minha boca
Que eu te boto tonta
Desliza a tua mão
No meu cabelo
E aperta a minha nuca...Eu adoro esse sorriso bobo
A tua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar em nada(Pensa em nada!)
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar
Hum! Pensa sim!...Enrosca o meu pescoço
Dá um beijo
No meu queixo e geme
Geme!Que o dia tá nascendo
E nos chamando
Pra curtir com ele...Adoro esse sorriso bobo
Na tua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar em nada...
Encosta o teu ouvido
Em minha boca
Que eu te boto tonta
Desliza a tua mão
No meu cabelo
E aperta a minha nuca...
Eu adoro esse sorriso bobo
A tua cara de assustada
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar em nada(Pense em nada!)...
Enrosca o meu pescoço
E não queira
Mais pensar em nada
Não!(Pense em nada!)...Enrosca o meu pescoç
E não queira
Mais pensar em nada(Pense em nada!)
Não! Não! Não!Oh! Oh! Oh! Oh!


Fábio Jr
Composição: Guilherme Lamounier

segunda-feira, 1 de junho de 2009

EU, O POLICIAL E O ZÉ DA PERUA "




Lá pelos lados do Matão, morava José da Silva, mais conhecido como Zé da Perua.
Tinha uma perua no qual levava frutas, como laranja, caqui, mexerica, maracujá e manga.
Passava no Ceasa e de lá seguia rumo a uma grande feira na zona Norte de São Paulo.
Quando não estava na feira vendendo as frutas, partia para mais um meio complementar de renda: Fazia lotação a noite.
Eram seus clientes em sua maioria, estudantes universitários ou frequentadores de cursos técnicos...

Estava em frente ao mercado Sodré, ponto onde o Zé da Perua passava para me pegar. Pra mim havia sido um bom negócio, afinal onde eu morava, ficava deserto à noite, bem no ponto de ônibus onde se descia e não se via viv'alma.
Chorei um pouco e regateei, as coisas não estão fáceis... e pronto, consegui um desconto e chegamos a um acordo satisfatório...

Olhei para o relógio, nossa! Quase onze. Cadê essa figura?
Eis que desponta sua perua quase branca, quase inteira, com os faróis baixos.
Subi e cumprimentei o pessoal que lá estava. Baiano, um simpático homem maduro sorridente, tinha o Elvis, de topete e cantarolando rock and blues, tinha a Joaninha, sempre de minissaia mostrando dessa vez uma calcinha minúscula cor de pitanga, tinha a Dna Lu, uma mulata de lindo rosto e voz de veludo e o Moretti, que gostava de dizer que já morou na Itália...

Seguíamos meio apertadinhos e de frente um para o outro, todos já se conheciam agora, afinal todos os dias pegávamos a mesma perua e aos poucos íamos criando aquele clima de intimidade gostosa, onde a conversa rolava solta e a vontade.
Era com tristeza que iam descendo o Elvis, logo depois o Baiano.
O Moretti era o último, disse "Ciao" e soprou um beijo, fiquei rindo. Que sujeitinho mais engraçadinho...

Eu era a última a ser deixada, então me recostei no banco, cansada à beça. Creio que adormeci, pois num susto percebi que a perua parou e os faróis de um carro patrulha a iluminar o interior do veículo, criando uma iluminação sinistra.
O policial que parou a perua era um baita de um grandalhão de bigodes e expressão de folgado.

- Documentos. - sem mais aquela, ficou olhando para uma prancheta e analisando os pneus do veículo.

- S-Senhor...é que... - o Zé estava quase chorando.

- O senhor o que? Os documentos cidadão.

- Por misericórdia, eu estou sem os documentos...- desesperado, Zé tremia violentamente.

- O senhor então queira me acompanhar até a delegacia. - já se retirando, e batendo no quepe.

- Pelo amor de Deus... Seu guarda, eu faço qualquer coisa mas não me leve, eu não posso ir... - intrigada vi o homem implorar.

- Não pode ir porque? Hum? Acaso está sem licença? E o que quer dizer com qualquer coisa, está tentando me subornar?

- Não seu guarda, longe de mim... Apenas o senhor está certo estou com a licença vencida... - baixou a cabeça envergonhado.

- Espera aí, olhe aqui, eu não vou até a delegacia, não tenho nada com isso... Quero ir para casa. - irritada, já via que teria que tomar um táxi, ou pior, ficar para depoimento? Nem pensar...Queria descansar, chegar em casa e...

- Hum... Tem uma moça aí... Bom nesse caso a coisa muda de figura...- lançou-me um olhar completamente devasso.

- Como assim? - disse o Zé sem entender. E eu de cabelo em pé, quase entendendo tudo.

- Façamos um acordo, você mais essa moça fazem um showzinho para mim, eu bato uma bela de uma punheta e esqueço tudo, que tal? Sou ou não sou um cara camarada? - com um sorriso cretino aguardava a resposta.

- Como? Como... - eu ia explodir em impropérios mas o Zé me interrompeu.

- Calma aí seu guarda, espere um pouco eu conversar aqui com a moça tá bem?

- Tá certo, seja breve. - e se distanciou.

- Conversar o que? Está maluco? Não vou aceitar isso, está sabendo? - furiosa, nem pensava mais de tão afrontada.

- Calma, calma...Me escute, se você não me ajudar eu posso ser preso!

- Por causa de licenciamento?!

- Por causa da pensão que atrasei... Esse guarda vai juntar as coisas, eu tô sem extintor, meus pneus estão meio carecas, e pensão alimentícia dá cadeia na hora sabia? Duvido que Ernestina não me pôs no pau.... - Zé encostou a cabeça no volante e começou a chorar.

- Como você deixou a coisa chegar a esse ponto? Como pôde ser tão irresponsável? Agora quer que eu pose de piedosa para você?

- Eu sei que tem razão... Mas eu juro que neste mês que ia entrar, ia pôr todas as contas em dia. Eu consegui juntar o dinheiro do licenciamento, só faltava os atrasados da pensão, ia fazer um acordo com a minha ex-mulher, e me acontece isso...
Me ajude, por tudo que te é importante, não me deixe ir preso... - me olhava com olhos implorantes.

Eu sabia que estava numa enrascada. Se me recusasse, ele iria para delegacia e aquele policial ia fazer de tudo para ele ficar retido, ainda mais com pensão atrasada.
Eu não podia acreditar que ia servir de diversão para um policial pervertido.
O Zé não era nem um pouco apetitoso. Deveria ter uns cinquenta anos. Sem sal e sem açúcar, um bigodinho ridículo, tinha uma careca respeitável, com um óculos fundo de garrafa que o deixava com uma cara insossa, os dentes meio amarelecidos e separados, alguns quebrados, uma pancinha apresentável, uns braços cabeludos, aliás tinha cabelos nas orelhas, e um inesquecível figurino tosco: camisa velha aberta no peito( cabeludo), pra dentro da calça jeans com cinto social surrado. As mãos calejadas coitado de tanto carregar caixa, as unhas bem encardidinhas...É... Não ia ser fácil.

- Então? Já decidiram o casal de pombinhos? - malicioso, piscou o olho.

Maldito, maldito, maldito... Gostaria que um raio caísse do céu e fulminasse aquele verme.

- Decidimos. Será como quiser - respondi com ódio daquele disgramado.

- Então me sigam.

Entrou no carro, desligou as sirenas que estavam piscando, e partiu rumo a rodovia.
Seguimos com ele por uns quilômetros. Parou numa entrada e seguiu rumo a um caminho escuro.
Meu coração disparou com a cena, e se esse louco nos fizer algum mal?

- Zé, estou com medo.

- Eu também. Agora é tarde.

O carro parou perto de uma construção abandonada.
Descemos da perua.

- Bom meus pombinhos, quero uma boa performance hein? No capricho...- e esfregava as mãos com cara de tarado.

- Ora...Não sejam tímidos. Pode beijar a moça!

O Zé se aproximou com uma cara de cachorrinho lambão pedindo desculpas... E estirou o beiço para um beijo, me encolhi toda, sem ter coragem.

- Ora, moça, deixa de frescura, senão levo logo os dois pra delegacia, anda logo com esse negócio!... - esfregou as mãos e cuspiu nelas, principiando a manusear seu cacete, que parecia duro. Ou endurecendo com a expectativa.

Apática deixei que o coitado me beijasse, procurei deixar pra lá em algum lugar do infinito, cheio de indiferença.
Senti suas mãos abrindo minha blusinha e afastando meu sutiã meia-taça, percebi alheada, que abaixava o sutiã e enchia as mãos com meus seios, a boca sugando os mamilos...

Algo em mim reagiu, não era para acontecer aquele arrepiar de bicos, mordi os lábios para não delatar meu prazer. Mas por dentro sentia uma revolta contra mim mesma.

- Isso garanhão, agora chupa a moça anda, mas chupa bem gostoso!... Quero ver você mamando na bucetinha dela... - parecia que aquele tarado ia mesmo ficar orquestrando a coisa toda, batia a punheta com tal violência, que dava pra ouvir o barulhinho da mão que sobe e desce, o homem estava alucinado.

Tive que tirar a calça e ficar de bunda pra cima, com o Zé a lanchar minha menina por trás... Afastava minhas coxas e lambia tudo que via, separava os lábios rosados e procurava o clitóris querendo chupar.

Não aguentei mais e comecei a gemer e rebolar na língua do homem, enlouquecida e sem pudor gritei soltando todo gozo em seus bigodes. Aliás aqueles bigodes estavam me levando a loucura, arrranhando os meus lábios vaginais...
Senti uma imensa vergonha quando o Zé se ergueu e me fitou com olhos brilhantes e a boca, bigode, tudo melado de gozo, gozo que eu tive, sem o menor cabimento.

- Eu sabia que essa moça era uma safada! Só não sabia que era tanto!... - sorria todo satisfeito. Ainda não havia gozado o abusado.

- Agora é sua vez, santinha de araque, pode mamando no cacete do "tio" aí... - arrematou.

Zonza, percebi que estava mesmo querendo fazer isso. " Não pode ser, estou tremendamente excitada, com um sujeito como o Zé..."

O Zé abre a calça e pula pra fora uma tremenda rola veiuda e um mar de pelos em volta...
Olho aquilo sem acreditar.

- Nossa, seu Moço da perua! Quem diria, um cacetudo! - jocoso, o policial invejou o homem - Cai de boca, moça!

Caí, literalmente, meio assustada e meio fascinada. Peguei no membro e o Zé não tardou a me ajudar, mirando em minha boca. Tentava abocanhar, mas quase não conseguia, passei a lamber a cabeça e Zé gemeu alto, aos poucos fui conseguindo mamar naquela rola, sem no entanto colocar nem metade, e já sentia roçar minha garganta.

Não me lembro de ter sentido aversão nem ao cheiro e nem ao gosto, só consigo me lembrar que sentia tanto tesão em mamar naquela rola que gemia junto com ele, sentia prazer no deslizar do pau para o interior da boca, a saliva a me escorrer o queixo, o homem se pertando em mim, querendo enfiar mais, quase me sufocando, acariciava até as bolas dele, querendo sentir todo a sua virilidade, seu sabor de macho. Até que ele gozou...
Tentei engolir, mas metade escorreu, que pena... Acho que era muito para mim...Fiquei lambendo quase sem forças.

- Agora sim - o policial tarado gozou com estardalhaço.

Pensei que depois dessa tinha terminado. Mas o louco queria mais...

- Abraçadinho os dois... Quero ver vocês excitadinhos outra vez..._ calmamente, fechou a calça e se recostou no carro.

- Mas, o senhor já terminou, não? - admirado o Zé perguntou.

- Terminei, mas quero ver você metendo na bucetinha dessa moça, oras. Pode bolinar a moça, pegar nos peitinhos, enfiar os dedos, sabe como é...

Não teve remédio, meio sem graça, o homem veio me abraçar, eu queria por toda lei, me sentir fria, mas tudo que consegui foi tremelique de satisfação da traidora, que já foi logo se molhando, a minha danadinha.

Queria levar aquele cacetão em cheio na buceta.
Queria ficar arriada.
Queria ser totalmente judiada por aquela rola.

O Zé foi apertando meus seios, chupando os bicos tudo outra vez, agora eu gemia sem disfarce, ainda ajudava agarrando pelos restos de cabelos que ele tinha...Aquele dentinho meio quebradinho, dava arrepios de tesão...

Não sabia que o Zé mamava tão gostoso, empurrei o homem pra minha bucetinha furiosa, e já fui logo facilitando para ele meter a língua de novo...Ele lambia de cima a baixo, passando a língua bem durinho ou molinho e ora dando chupadinhas. Meu clitóris inchou e sensível tremeu.
Fui gozando seguidamente. Ele enfiava língua, dedos, tudo que podia, esfregava o bigode, eu ia estremecendo, mas chegou um momento em que já não dava mais .... Queria era pau!

Virei de costas e empinei bem a bunda, nem precisou mandar, o pau duro como uma pedra, arremeteu empurrando com força. Senti rasgar minha buceta, vi tudo colorido, acho que gritei, e comecei a levar vara, não dava pra afastar, o Zé alucinado que estava, agarrava firme meus quadris para que eu não escapasse, e metia sem dó nem piedade. A cada arremetia, chegava a dar gemidos de raiva, de impaciência, resgolegando como um garanhão cobrindo uma égua no cio. Estava descontrolado, e passou sem mais aquela a dar palmadas na minha bunda. Como ardeu! E tome caralho!

Eu não sabia se gemia de dor ou de prazer, acho que era os dois, o homem se transfigurava e eu não acreditava que estava sendo tratada como uma vagabunda pelo perueiro que me levava para casa. E estava gostando, estava...Gozando!... Um gozo após o outro e já estava mais que acostumada a levar rola do Zé...
Passei do estágio ficar a mercê para simplesmente rebolar no pau e requebrar gostoso pedindo mais.

O homem apertou meus seios quase me fazendo gritar de dor e prazer e gozou se apertando, se agarrando todo em mim, beijando minha boca, como se eu fosse sua amante.
Ficamos assim um pouco.
Finalmente, ele se apartou e cambaleante foi fechando a calça. Ainda me ajudou a me vestir.

O policial lazarento? Estava com o pau na mão com os olhos vidrados, jateando sua porra visionária, as custas da sua chantagem e devassidão.
Chegou a se apoiar no carro exausto de tanto se punhetar. Punheteiro maldito! Descarado, miserável.
Subimos na perua.
Ele veio até a janela e disse:

- Essa foi a foda mais excitante que já vi! Moça, você é das boas hein?! Vai ser safada assim...ÓÓÓ... - e terminou rindo. Deu adeus e foi pra viatura.
Cada um foi pro seu lado.

Eu e o Zé partimos com aquele silêncio típico de pessoas que têm um constrangimento do fundo da alma.

Parou na minha rua.Desceu e veio abrir a porta para mim todo sério.

- Olha... - principiou.

- Chega! nâo quero nem um pio sobre isso. E se você disser qualquer coisa, agora ou depois, eu nego, nego tudo ouviu? - desci toda empertigada, com o que sobrara da minha dignidade ( e fingimento lógico).

Acenei de cabeça erguida, como se nada tivesse acontecido, para um Zé boquiaberto e com certeza cordato, que ele não era besta de me contradizer.
Com o rabo do olho o vi subir na perua e partir sacidindo a cabeça incrédulo.
Não era para entender muito menos para acreditar. Afinal quem ele pensava que era? Só porque havia gostado de levar rola de perueiro não queria dizer que iria virar freguesa. Se enxerga perueiro duma figa!

Endireitei os ombros e passei pelo porteiro impassível.
Amanhã era outro dia.
E como todos sabem : Nada como um dia após o outro.

by erosdinamica

Néon


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