sexta-feira, 22 de agosto de 2008

INOCENCIA CASTIGADA EM 3 ATOS- LEO BORGES



I- INOCÊNCIA CASTIGADA

Naquela época eu achei realmente que havia enlouquecido. Não havia outra explicação... O fato é que eu não conseguia mais tirar Carla da cabeça. Tratava-se da melhor amiga da minha filha, uma menina que também tinha seus pueris 13 anos. Sou casado, bem casado por sinal, vida estável, lado financeiro tranqüilo, trabalho idem, mas esse desejo latente, pecaminoso, proibido, estava me assombrando, corroendo. E foi através dele mesmo que consegui minha libertação, transformando um pesadelo de luxúria e devassidão em uma sadia realidade.


Dafne, minha filha, estudava em um colégio particular próximo de nossa casa. Ela, como aluna aplicada seguia saindo-se bem nas matérias, tirando boas notas e realizando suas atividades estudantis da melhor maneira, sem dar dor-de-cabeça para nós, eu e Miriam, seus pais. O problema silencioso começou quando ela trouxe certa vez aqui pra casa, para fazer um trabalho em dupla, a tal grande amiga do colégio, a Carla.


Eu estava no escritório da casa resolvendo meu trabalho sem maiores transtornos (sou projetista de embarcações) quando elas chegaram. Carla era qualquer coisa fora do normal. A garota era detentora de uma beleza indescritível. O rosto era meigo e sensual ao mesmo tempo, mesclando ingenuidade e malícia. O corpo transbordava tesão sob qualquer ângulo. Barriga fina, perfil delicado. Tenho 42 anos, mas confesso que minha mente estremeceu quando a vi pela primeira vez. Fiquei inclusive revoltado comigo mesmo, com essa reação emocional interna instintiva. A possibilidade de ser considerado um pedófilo era aterradora, algo que realmente não tinha nada a ver comigo, pois sou convicto sobre o crime covarde e cruel que é a moléstia sexual de crianças e adolescentes.

- Pai, esta é minha amiga Carla – disse Dafne. Cumprimentei a ninfeta com um olhar medroso. Lembro que ela me encarou com ousadia.

- Oi, seu Lincoln – falou a garota que nessa ocasião vestia uma calça colada realçando sua bunda esplendorosamente tesuda e uma blusinha que destacava de forma inapelável sua cintura, um sonho.


Pernas perfeitas e tentadoras que terminavam em uma bunda incomum pela formidável perfeição. Ela possuía um corpo que sabotava sua idade, mas eu sabia que não podia me iludir com essas armadilhas que o destino manda. Sou casado, pai de família e, além de tudo, a menina havia deixado de ser criança ontem.

Dafne havia firmado uma amizade forte com Carla, o que contribuiu para me deixar ainda mais tenso, pois as idas da garota lá em casa se tornaram freqüentes. E ela abusava de roupas justas, torturantes.

Procurei, a partir de então, afastar da minha mente qualquer pensamento obscuro que eu pudesse ter com Carla. Procurava nem mesmo passar pela sala quando elas estavam por lá. Porém, na cama com minha esposa, Carla já aparecia por inteiro, quase que sussurrando em meus ouvidos suas frases soltas, frugais "oi, seu Lincoln... posso ver seu escritório, seu Lincoln?... esse barco foi o senhor que criou?... tão bonito e luxuoso..." Aquela boquinha linda, os olhos amendoados que gelavam a alma de quem os encarassem, os cabelos compridos que transmitiam sensualidade mesmo quando não queriam.

Eu comecei a travar uma batalha interna com meu inconsciente. Sou homem, não sou um animal irracional, tinha por obrigação manter minha postura como um pai respeitador. Ainda que eu não fizesse nada, meus impulsos me incomodavam a todo instante:

- O que está havendo contigo que você está aéreo, desligado, de uns tempos pra cá, Lincoln? – queria saber Miriam e eu dizia qualquer coisa para que ela desviasse o assunto. Aquilo estava se tornando algo complexo, um problema que eu talvez tivesse que tratar com algum psicanalista.


II - O PECADO

Certo sábado pela manhã, Dafne estava com Carla lá em casa e pediu para que eu as levasse à praia. Meus nervos tremiam em qualquer situação em que eu tivesse que estar perto daquela garota. Mas, ali não havia como negar. Levei.
Logo vi que havia sido um erro, pois vê-la de biquíni atrapalhou ainda mais minha tentativa de esquecê-la de uma vez. Pior foi ela querer que eu ficasse na praia também. Eu olhava para qualquer lugar para não ter de encarar seu corpo, sua bundinha dourando, pedindo meu toque.

Ela parecia estar arquitetando tudo, criando as situações, produzindo meu terror. Resolvi ficar mais um pouco apenas para me obrigar a deixar o vício estando com ele ao meu lado. Em dado momento Dafne foi para a água e me deixou a sós com Carla.

- Passa um pouco de protetor nas minhas costas, seu Lincoln? O sol tá muito forte...
Por que ela não pediu para a Dafne? O que aquela garota queria? A angústia parecia não ter fim. Segurei o protetor solar e olhei para o fruto proibido. Suas costas lisas, esperando minhas mãos, brilhavam. Deitada, ela jogava os cabelos propositalmente para o lado, para não haver problemas.

Com isso, eles tapavam seu rosto como um véu, como uma barreira para que nossos olhares não se cruzassem e assim eu pudesse tocá-la sem constrangimentos. Eu admirava sua bunda, tão convidativa que por alguns momentos eu entrava quase em transe. Mas imaginava que ela poderia ser irmã de Dafne, que poderia ser minha filha também.

Segurei o pote de creme, coloquei um pouco na mão e deslizei timidamente sobre o ombro da morena, descendo, acompanhando o sulco de sua coluna. Com o toque, o corpo dela arrepiava e eu sentia uma sensação estranha, um desejo ardente, gostoso, intenso, misturado à uma sensação esquisita, medo de estar fazendo algo errado, algo que não deveria fazer. Continuei percorrendo com a mão direita a curva de sua tenra e delicada cintura enquanto o coração vibrava.

Que vontade de lamber suas costas, sua nuca, sua bunda, beijá-la, passear com minhas mãos sobre ela. Estava tão perto, tão ao meu alcance... Como o ser humano é espiritualmente pobre e fraco. Abortei aquele namoro insensato e deixei o pote na areia, limpando a mão na toalha:

- A Dafne termina de passar - decretei sem certeza.

- Ela não gosta. Eu passo nela, mas ela não passa em mim porque diz que suja as mãos. Muito fresca...

Carla parecia querer me tirar do sério a todo instante. Queria me destruir psicologicamente. Eu percebia seu jogo ardiloso, cheio de artimanhas onde eu era obrigado a testar meus limites. Dafne não percebia seu pai sendo castigado, dia após dia por sua amiga. Para ela, Carla era uma amiguinha bonita, desejada por seus amigos de turma, mas não passava disso.

Para mim, porém, já era uma avalanche de sentimentos, leões que eu tinha de matar todos os dias.
"Cara, não olhe mais para essa menina. Você vai acabar cometendo uma loucura!", "Se você comer essa garota você vai arrebentar a vida dela e a sua!", "Vai abandonar sua família por conta de uma aventura irracional?", alertavam os amigos. Só se eu furasse meus olhos e arrancasse meu cérebro da cabeça.


Carla estava lá em casa quase todos os dias, cada dia com uma roupa mais insinuante. Ela fundia meu raciocínio.
Com argumento de que estava fazendo um trabalho de Física, Carla certo dia fez questão de entrar no meu escritório e fez várias perguntas. Todas pareciam direcionadas a me afligir, a me intoxicar com sua sexualidade que aflorava como um vulcão em erupção.

- Esse barco que o senhor projetou aqui, um casal pode passar vários dias nele? Assim, em mar aberto, sem ter que voltar para terra firme? - perguntou, observando um protótipo na tela do computador.

- Pode sim.

- Deve ser legal. Estrelas, lua, e só nós dois...

- "Só nós dois"?! Como assim, Carla?

- Brincadeira, seu Lincoln. Só nós dois eu e a pessoa que estivesse comigo. Um casal apaixonado. Acho que seria bem divertido... – dizia ela passando por trás de mim, apoiando-se em meu ombro com uma das mãos.

Meu suor gelava, a respiração saía do compasso. Cadê a Dafne para me salvar? Estava na cozinha preparando algum lanche. A morena deslizou suas mãos por meu braço na desculpa de querer pegar o mouse. Com isso, encostou o rosto perto de meu pescoço, apoiando o queixo em meu ombro. Sua mão sobre a minha fazia com que o click do mouse partisse do meu dedo.

Fechei os olhos por alguns segundos enquanto ela clicava em algum link do barco querendo satisfazer curiosidades. Para qualquer outra amiguinha de Dafne eu teria a maior boa vontade em explicar todo o funcionamento de elaboração do meu trabalho. Mas, Carla era exceção. Ela me deixava sem rumo, desnorteado, como um barco sem bússola e sem motor, à deriva num oceano de tesão:

- Parece um iate. Queria entrar num desses. Eu e a pessoa por quem estou a fim. Ia ser legal, ficar ali uns dias... só fazendo o que a gente gosta. Ninguém saberia, eu não contaria nada pra ninguém. Segredo só nosso - dizia ela, olhando de soslaio para mim. Sua boca nunca esteve tão perto da minha. Seu batom, estilo gloss, passava a impressão de que seus lábios estavam sempre molhados, implorando um beijo, uma chupada ou qualquer coisa que os sorvessem.

O iate só existia na imaginação dela, mas desejo existia em nós dois. Aquela menina estava querendo me enlouquecer, sim, era isso. Não sei o que havia feito para que ela me torturasse sem piedade, esmigalhasse meu equilíbrio. Quem era inocente ali não era ela, era eu.


E eu estava sendo castigado por isso, maltratado física e psicologicamente. Sentia um desejo ardente, voraz, pecaminoso. Era doloroso admitir, mas aquela delícia estava me consumindo, pouco a pouco... Sua pureza duvidosa era a minha vontade, suja como a fome de um lobo perdido em uma floresta escura e sem saída.


Percebi que algo dramático, eroticamente tenso, teria de acontecer para que a minha normalidade reaparecesse. E aconteceu. Em nossa casa nossos telefones possuem extensão de mesma linha, até para que possamos controlar as ligações de Dafne. Foi então que, numa determinada noite, o aparelho toca e eu atendo no meu quarto uma ligação para minha filha. Era Carla. Quase gaguejei. Chamei Dafne que a atendeu em seu quarto.

Fiz que ia colocar o telefone no gancho, mas não consegui. A curiosidade em ouvir a conversa das duas foi muito mais forte. Controlei a respiração apesar do coração, que batia estrondosamente.

Miriam dormia ao lado. Começaram falando sobre uma prova que aconteceria na semana seguinte. Carla passava sensualidade até no timbre de voz, que era rasgadamente sedutor. A conversa continuou em amenidades adolescentes até que a amiga de minha filha entrou com um papo que colocava definitivamente em xeque seu semblante inocente.


Lembro das coisas que Carla falou, do que perguntou e do que respondeu. A menina falou sobre uma tal de Leocádia, amiga em comum das duas, que teria tido uma iniciação no boquete com um namorado. Elas riam com o tema e exploravam cada vez mais as dúvidas uma da outra. Foi quando Carla admitiu:

- Eu sou louca pra fazer... quando fiquei com o Ricardinho da sétima série quase rolou, mas ele era meio lerdo, nem percebeu que eu tava com vontade. Às vezes, tô aqui em casa e me dá um tesão danado. Vejo meu irmão falando com amigos sobre isso e fico louca!

- É? Eu também tenho curiosidade... nunca fiz, mas sei lá... meio nojento, eu acho.

- Não é não, garota! Quer dizer, acho que por ser assim meio nojento é que é bom. Vi uma vez um DVD pornô que o Lucas deixou aqui de bobeira e tinha umas cenas maneiras... as mulheres chupavam firme, os caras seguravam pelo cabelo e gozavam na cara mesmo! Elas ali ajoelhadas e muita porra escorrendo pelo rosto... puta, fiquei com um tesão do caralho!

- Eu também fico às vezes... alguns dias eu acordo com um comichão daqueles... mas tô quieta na minha ainda. Estou sem namorado.

- Ah, Dafne, eu tenho estado acesa demais ultimamente. Outro dia peguei uma banana e fiquei brincando com ela. Beijei, chupei como se fosse um pau grosso e gostoso. Como deve ser bom chupar um pau de verdade, passar a língua. A Leocádia disse que quando o cara goza na boca, a porra desce grudando pela garganta. Disse que é meio salgadinho, um pouco azedo...

- Hum... pára de falar que tá me dando vontade também, sua putinha!

- Depois passei a banana lá por baixo, mas não enfiei não... rocei na minha
bucetinha e fiquei brincando por ali. Mas essa vai ficar reservada para um pau de verdade! No filme que eu vi tinha mulher que até a bunda dava... os caras fodiam com força, botavam mesmo, não tinham dó, não. Uns caralhos imensos entrando e saindo, rasgando tudo! Aquilo me deu um tesão animal. Será que dói dar a bundinha? [riram muito quando falaram nesse assunto]

- Ah, sei lá... deve doer né? Se não doesse não seria xingamento o "vai tomar no cú!", né? [risos incontidos de ambas]

- Outro dia eu mexi nas coisas do meu irmão e vi uma pomada gel lá que acho que serve pra isso.

- Pra quê?

- Pra enrabar os outros, Dafne, deixa de ser tonta! Ele anda com uma namoradinha aí e acho que ela vem dando o cú pra ele sim. Ela tem 14 anos e por isso eu acho que só transa pagando boquete e dando o rabo. Pra se manter virgem. Ah, se ela pudesse me dar umas dicas no assunto! Mas nem em sonho, senão ele me mata! Ele acha até que eu nunca beijei na boca... coitado.

Eu estava explodindo de tesão escutando aquela conversa. Minha cabeça rodava, perdida, e meu pau queria estourar, explodir. E isso quase aconteceu quando Carla perguntou:
- Será que nossas mães dão a bundinha pros nossos pais?

- Ah, Cá, acho que não... mãe não faz isso... isso é meio que coisa de puta, né?

- Sei não. Seu pai é bonitão, charmoso... lá na praia até percebi que ele é grandão, você sabe, né? Quando passou creme nas minhas costas, ficou meio ligado... [risos]

- Que isso, Carla! Deixa de ser putinha, sua vaca. Meu pai só fica assim com a minha mãe.

Meu corpo parecia febril. Eu segurei meu pau que pulsava totalmente dilatado. Eu estava numa camisa de força, sendo chicoteado, talvez humilhado, talvez iludido. Atitude retida e desejo liberto, vagando dentro de mim, querendo por qualquer preço aquele paraíso impossível.

- É, dona Miriam é tão elegante, também não imagino ela dando a bundinha pro Lincoln, não. Mas quem sabe...

- Ei, que isso, Cá! Acho que ela não dá mesmo não, só puta que faz isso... não sei... mas nem vou perguntar uma coisa dessas, né? Mãe dando a bunda acho até que é pecado!

- Hum... já pensou a dona Miriam falando: "ai, Lincoln, mete no meu cuzinho, mete".

- Que isso, Carla... nem fazem! Mas, se fazem minha mãe nem deve pedir, ele é que deve querer, eu acho.

- Ah, Dafne, ela deve pedir sim. Eu pediria. Com todo respeito. Mas eu falaria pra ele: "me leva pro seu iate e lá vou ser só sua. Lá você vai fazer o que quiser comigo! Vai beijar minha boca, essa boquinha que você sonha".

- Que isso, Carla?! [elas riam e eu lacrimejava]

- "Você quer minha bucetinha? Minha xana virgem? Acho que ela eu não vou te dar!

Você não é casado comigo! Mas, minha bundinha eu posso pensar..."

- Meu pai nunca pensaria uma coisa dessas, Carla! Endoidou?

- "Passa seu pau na entradinha do meu rabo, Lincoln. É isso que você quer? Lá na praia eu já sabia, não esconde seu desejo. Vamos brincar em alto mar, agora. No nosso iate. Não precisa ficar com medo, pode mostrar seu lado selvagem, seu lado que está preso no casamento".


Meu coração estava batendo tão forte que o barulho estava quase acordando Miriam, que se remexeu na cama. Meu pau implorava por Carla, ainda que fosse só por aquela noite, ainda que fosse só um pecado ligeiro.


II- ENTREGA



'Quem nunca pecou que atire a primeira pedra', não é essa a passagem bíblica que perdoa as almas perdidas? Se aquele telefonema estava agendando meu encontro com o demônio, eu não conseguia dizer isso para Carla. Ela dominava. Brincava. Fazia o que queria. Eu afundava num turbilhão de emoções fictícias e o sofrimento por não concretizá-lo era só meu. "Pára, menina, pára com isso! Deixe-me em paz!!", gritos ecoavam dentro de mim como fantasmas intimidados.


Queria correr pela praia, andar sobre as águas, me tornar um ser divino para encontrá-la. Mas minha fraqueza me impedia de exteriorizar qualquer intenção. Ela prosseguia com sua tortura psicótica e eu seguia lembrando de sua bundinha linda na praia, redonda, tesuda, gostosa, implorando por mim e agora disponível só para o meu prazer. Tocar aquela pele, sentir seu cheiro. Desejo virando realidade dentro de um iate luxuoso e pervertido, tão louco quanto nossa abstraçãO:

- "Nós dois dentro do seu barquinho, mar aberto. Eu me ajoelho para chupar seu pau, como você quiser. Meus olhos vão derreter sua alma enquanto você sente minha língua doce. Você quer botar no meu cuzinho, eu sei. Você talvez não mereça, pois sua covardia em não me aceitar pode custar caro. Pode deixar você só na vontade. A Miriam não gosta disso, mas eu gosto. Nunca dei minha bunda, mas acho que nasci pra isso.
Come meu cuzinho, Lincoln. Você o desejou mais do que qualquer moleque da minha idade. Você surtou, teve pesadelos, pensou em não mais viver só por ele. Então, ele é seu. Trata com carinho. Empurra seu pau devagarzinho e sente ele alargando, te apertando. Eu quero. Bate na minha bunda, na minha cara, no meu rostinho angelical, seja macho, seja o homem que você quer ser e que eu sei que você é. Puxa meu cabelo como uma égua, pode fazer que eu sou puta, agora eu sou a sua puta!".


Minha mente estava escurecida. Talvez fosse um sonho. Mas não, era realidade mesmo. Ela falava com a certeza de que eu estava escutando, mas isso era impossível, não havia como. Ou havia? Sua voz era a de mulher, não era a de menina.


Sabia o que queria mais do que eu. Ela sempre soube, eu é que me comportei como criança. Meu desejo era nítido e só Miriam não via isso. Ninguém proibiu a entrada dessa garota na minha vida e agora ela me embriagava e me punia por minha inocência. Percebeu meu descontrole, minha fragilidade, mesmo eu nunca tendo falado nem feito nada, e agora me dilacerava com raiva naquele discurso erótico-devasso:
- "Não goza, me dá pra eu chupar de novo, tira do meu cuzinho e bota na minha boca novamente. Realiza sua fantasia, faz o que você tem vontade. Eu quero isso, que você mostre sua vontade, essa é a minha natureza... deixa eu mamar esse caralho gostoso... não tenho nojo, não tenho medo. Tenho só vontade!".


Toda a loucura era do ouvido diretamente para o cérebro, que não respondia pela lógica, mas por um desejo animal, desprovido de coerência. Meu caralho em ponto de estourar era mero figurante naquele cenário lascivo, figurante que exigia o papel principal, queria gozar, expiar seus pecados, todos eles.

- "Goza no meu rosto!"

Carla pareceu materializar-se diante de mim naquele momento. Poderia assegurar que ela estava em minha cama, com aqueles lábios que mais pareciam instrumentos de prazer em seu rosto. Não suportei mais e com apenas alguns toques por baixo da glande eu expeli visceralmente uma quantidade de esperma imensurável, gritando para dentro, num ruído rouco e realmente esquisito. Miriam se mexeu novamente, parecendo que iria acordar.

- Carla, você ficou louca??! Que conversa maluca é essa?! Vou desligar, amanhã a gente se fala, tchau! – disse Dafne, pondo um fim naquela insanidade enquanto eu também botava meu telefone no gancho, trêmulo.

Eu levantei e fui ao banheiro para limpar o resultado daquela transa muda, fantástica, estranha, inacreditável. Miriam acordou e perguntou alguma coisa. Respondi, gaguejando e suando muito, que estava com uma pequena insônia, nada mais.


Quando vi Carla novamente um constrangimento e um pavor afloraram gigantes dentro de mim. Mas consegui controlá-los, repudiá-los, exterminá-los. Não deixei que aquele fato, que marcou sobremaneira aquela noite, a minha vida, se estendesse a ponto de virar alguma anomalia que acabasse com minha família ou com Carla.



Acredito que tudo aquilo foi válido, pois me encheu de ímpeto para que eu fosse buscar com Miriam o que até então só existia nas minhas fantasias secretas. Hoje, recuperado, vivo melhor do que antes com minha esposa, e Carla se tornou um elemento virtual, criativo, ousado e revolucionário enquanto fruto proibido, e uma menina de 13 anos, com suas descobertas e curiosidades, nada mais que uma grande amiga de minha filha.

Um comentário:

Néon


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