sábado, 6 de fevereiro de 2010

(PARAL)... ELAS!

As vestes translúcidas
Quais nuvens transparentes
Mal tocando as peles
Acetinadas dermes delicadas
Vedando sensações
Colhendo emoções
Em instantes de enlevo
Em momentos de prazer...

Os olhos bailam serenos
Observam-se inebriados
Brilhos de um sonho
Refletindo desejos carnais
Traduzindo o apelo
Que domina a mente
De sentir-se devorada
Por chamas sensuais...

Mal velados pelas sedas
Os corpos graciosos
Objetos idílicos
Centro das atenções
Despertando as chamas
Fazendo arder o instinto
Um convite sem som
Paixão indisfarçável
Incontido querer...

Assim, apenas se estudando
Permanecem a deriva
De uma viagem indistinta
Onde nada é constante
Não existem possessões
Apenas carinho... vontade...
Segredos que se revelam
No apelo mudo da alma
Que une duas amantes...

Passam-se as areias
Na ampulheta atemporal
O leito olvidado
Paredes desnecessárias
Véus desconexos
O ambiente se desfaz
Tudo é sentido
Tudo é ardor
Fogo voraz
Incitando ao sexo...

Os olhares se rendem
As mãos se libertam
Os toques suaves
As carícias primárias
Ideais desnudados
Em dedilhar delicado
As peles se eriçam
Os pelos prenunciam
As mãos não se deterão
Elas conhecem o caminho
Sabem qual o destino
Do empenho em seguir
Sem nexo... sem pressa...
Total desatino...

O correr do alheio
Preenche os vazios
As partes sucumbem
Ao frenesi da ousadia
As mãos avançam
Os seios intumescidos
Sentem o contato
Recebem os afagos
São os primeiros vivazes
Aqueles que acolhem
Os estertores audazes...

Onde as mãos se ausentam
As bocas se apresentam
Os seios estimulados
São, agora, umedecidos
Os lábios os beijam
As línguas os consomem
Os arfantes peitos
Registram as nuances
Repelem o temor
Querem mais... mais...
Entregam-se sem pudor...

Mesmo distantes
As flores se agitam
O fogo que se espalha
Lançam-lhes calores
Elas ainda não sentem
Mas já pressentem
Ainda que não sejam
Se tornarão o troféu
Serão a glória
A conquista final
Ainda perdidas na saudade
Ainda num claustro vestal...

Os pulsares das cavernas
Denotam a excitação
Os lábios se afastam
Os seios estão úmidos
As bocas sedentas
As línguas implorantes
Sequiosas pelos ósculos
As invasões atrevidas
O sucumbir das amantes...

As mãos voltam a cobrir
Os seios desprotegidos
As bocas se unem
Devoram-se com violência
Nódulos desfeitos
As carnes se agitam
Ainda não foi desta vez
Que a virgindade foi visitada
A caverna foi esquecida...

Duas almas procurando
Dois corpos se completando
Duas fêmeas se amando...

Uma precisa ceder a primazia
Permitir a conquista inicial
Afinal seus desejos são únicos
Os apelos são iguais
Objetivos convergentes
Não se deixam dominar
Tornam-se mútuos fins
Num intrínseco completar...

Até que o clímax
O apogeu do encanto
Transcendam-nas
Desfazendo as negativas
Rompendo as regras
Num único enlevo
Que se traduz num gemido
Muitas vezes um urro de furor
Contido no âmago mais profundo
Libertando-se na hora do gozo
Como se estivesse a rebelar-se
Confrontar seu alienado mundo...

E então jamais se considerará
Existir um nexo... um paradoxo
Por saber-se plena instância
Onde se procura por paralelas
Encruzilhadas perpendiculares
Em espaço absorvido por duas
Se tornando uma só
Onde antes eram... ELAS!

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Néon


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