quarta-feira, 4 de junho de 2008







Por Rita Medusa

Não fosse o som do contrabaixo, a vodka rasgando o peito e a última música sagrada, o músico iluminado no pseudo puteiro, seria consumado por sua perturbação.
De ilustre garanhão de casa suspeita, do tipo que levava uma coleção de taradas ao término do show de blues, a um eunuco conflituoso. Agora só o contrabaixo e a garrafa de vodka lhe faziam companhia ao retorno para casa.
Costumava ir muitas vezes ao banheiro, o que gerava suspeitas, boatos e comentários infelizes. Os amigos da banda diziam que ia se masturbar, mas de nada lhe valia seu pau morto. Na verdade ele fazia chorar o inferno das ninfas de lingerie a mostra e outros pequenos rituais.
Victoria´s Secrets era uma das entradas para o inferno. Já apresentava sintomas histéricos, como pequenas paralisias e dormências no corpo e obsessões por filmes como “Repulsa ao Sexo”. Imaginava-se no lugar da personagem matando possíveis flertadores.
Não se renderia ao psiquiatra, talvez á castração.

Àquela noite as mulheres estavam incrivelmente sensuais, o que lhe atormentava mais e lhe rendia notas mais precisas, aumentando a luxúria delas, um estabelecimento de um circulo vicioso.
Dentre a tempestade, uma quase calmaria, uma jovem com o corpo totalmente coberto, de vestido azul longo, sem decote, sem renda, sem dança, com uma cruz no pescoço.
Estava lá somente por ocasião de aniversário da prima e apesar de encantada com o som,incomodava-se com a lascividade geral.
As mulheres a olhavam: não era bem vinda, era estranha e deveria partir.
Na hora da canção sagrada, rendeu alguns olhares ao músico e seus estranhamentos encontraram-se. Ele errou a última nota, nada grave, ainda era amado.
Ele pensava se tratar de uma crente e perdeu-se mais e desta vez evitou o caminho do banheiro, para desviar-se até ela.
Ofereceu-lhe uma bebida de pura provocação, sabia que ela não aceitaria.
Um encantamento surgira. Algo que oscilava entre o discreto e o obsceno. Quando os pares de olhos agitados finalmente se afundaram um nos outros e sem querer, em empurrão alheio fizera com que o corpo dele fora de encontro ao dela, o destino estava selado.
Em ataque súbito ela o convidou para ir á sua casa, com o pretexto de mostrar-lhe seu talento. Ele não sabia ao certo o que estava sentindo, teria de abandonar a vodka, mas topou.

Poucos minutos o iluminado estava na casa de Samantha uma crente que ao certo era um paraíso de curvas e odores. Esse fora o primeiro pensamento no antro imaculado, o que o assustara.
Enquanto ele observava quadros, imagens religiosas, com objetos estranhos, ela saíra e voltara com um violino e uma garrafa de vinho para ele.
Disse que precisava da opinião de um bom músico e perguntou se ele a ajudaria. “Claro que sim moça, dispensaria o vinho ”.
Logo na primeira música, um arrebatamento. Como Samantha era ousada, como era pura, como era...Gostosa.
Um sorriso indecente e olhos vibrantes da parte dele, provocaram efeitos colaterais na moça. Ela resolvera beber um pouco de vinho e tirar o vestido, o que o quase o fez sair correndo.
Mas as peças íntimas da moça, de algodão simples, estampadas com motivos bobos, o fizeram ficar e parecia ser eterno. Um gole e já embriagada, ela partira para uma composição violenta e seu talento era inigualável. Assim como seu corpo acompanhava a música e violentava a cabeça do homem.
A peça íntima vagabunda estourou no final da música como se combinado com o enredo e um par de seios pequenos, redondos, perfeitas rosas brancas portando um segredo e uma cruz, surgiram. Ela não soube o que fazer para esconder uma estranha marca que levava no seio esquerdo, ia imediatamente se vestir e acabar a festa.
Ele a impediu, segurando seus pulsos:
- O que é isto, moça?
- Uma marca do passado. O ponto final da minha devassidão, da ninfomania. Fui roubada, digamos que uma espécie de canibal me levou um pedaço na hora do frenesi. Uma mordida do infeliz me deixou esta marca disforme.
- Agora entendo.
- Não entende não. Por favor, vá!

Ele teria uma única chance para consertar a situação e sem pensar, roçou a língua na marca do roubo,no desfalque da rosa branca.
- Dói menos agora?

Um trem de luz passou sob o corpo da moça. Um tremor, que começara no seio e terminara na boca estampando um sorriso desviado. Mas era uma expressão indefinível e o músico não sabia mais o que fazer e já pensava que tinha errado o passo.
Ia afastando-se devagar, quando ela o puxou e o fez afundar no território de seus seios. Arriscou palavras, como que em hipnose:

-Não,por favor,fica. Sou uma perdida. Rouba-me pra você.

A rosa branca, o seio machucado foi como por mágica, parar na boca do iluminado. Ele o mamava intercalando um cuidado e um desespero de tudo. Samantha fechava os olhos e segurava a cabeça do homem, parecendo fugir do mundo.
Então, uma espécie de milagre aconteceu, o músico percebeu que depois de muito tempo estava de pau duro.
Sua alegria foi tamanha, que saltou uma gargalhada doce e a moça achou aquilo tão fantástico que riu com ele.
Aquele som era a nova música cortando o ar. Como era bom estar vivo, pensaram ambos e beijaram-se, desnudaram-se e possuíram-se.
Era tudo furioso e atrapalhado como pessoas que descobrem o sexo. A dor e o alívio visitavam os corpos, porque ambos sentiam libertar-se de almas machucadas e corpos travados.
Como Samantha era quentinha e a visão dela na posição de quatro era digna de uma composição musical de arrebentar o mundo, pensava o iluminado, possuindo-a segurando seus seios “minha vagabundinha linda”.
Como o músico era talentoso no sexo, viril e parecia descobrir cada vez mais seus segredos até o intimo do ventre em cada penetração, que delicia ser a vagabunda dele.
Gozaram muitas vezes entre risos e lágrimas e a cada gozo pareciam montar uma peça do quebra-cabeça que eram.

No decorrer da semana, ambos pensavam um no outro o tempo inteiro, principalmente quando tocavam seus instrumentos, ocasiões em que sorrisos safados estampavam seus rostos e seus corpos modificavam-se.

Os amigos do músico comemoravam em segredo, sabiam que ele visitava o banheiro nos intervalos dos ensaios com outros motivos, desta vez.

Porém ambos estavam temerosos. Haviam combinado de se encontrar no próximo show e o iluminado temia de que a moça se transformasse em mais uma putinha de lingerie a mostra.

Samantha pensava se acaso, agora que ele estava livre de tudo, não se entregaria àquelas mulheres da casa de show.

Ela chegou no final, ele se assustou com as vestes porque eram parecidas com as mesmas da primeira vez.

“Um vestido longo, uma cruz, nada havia mudado?”.

Em um momento propício ela sussurrara em seu ouvido: “Estou nua por baixo do vestido”.
O iluminado tocara a ultima música de forma efusiva, com um sorriso enlouquecido que contava ao mundo sobre ser um puto livre.

Pouco tempo depois, a felicidade de ambos interditava o banheiro do camarim. Gemidos e risos abafados, denunciavam pessoas perdidas e encontradas nas maravilhas do sexo.

Um comentário:

Néon


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