sexta-feira, 16 de maio de 2008

A CASA DO PENHASCO


Sofia morava em uma casa imensa, enorme palacete à beira de um penhasco que dava vista para o mar. Suas paredes lisas desciam íngremes em direção às águas tempestuosas do mar que batia nas rochas lá embaixo com grande estrondo.
Ela adorava o som das ondas batendo nas rochas e costumava ficar horas sentada em frente á janela de seu quarto que ficava nos fundos da mansão ou no terraço que se abria do imenso quarto. Ela mesma escolhera aquele por ser grande, iluminado e bem afastado do dormitório de seus pais e dos aposentos da criadagem. Sem falar do terraço onde podia tomar sol nos dias de verão e olhar o mar sem fim, o por do sol e as mudanças da lua em sua trajetória pelo céu. Ah, as estrelas, havia milhares delas, brilhantes e distantes.
Sofia era uma moça simples, de beleza sutil. Sua mãe vivia dizendo que ela devia engordar ficar mais sensual, que devia pensar em se casar em breve.
Ela já havia conhecido seu pretendente, um belo jovem filho de um grande mercador e ficara contente por ele ser bonito e gentil. O casamento ainda iria demorar um pouco, o que era um alívio. Ela não gostava da idéia de ter intimidades com alguém que mal conhecia.
Estes pensamentos flutuavam em sua mente, enquanto seus olhos percorriam o horizonte que estava rubro como sangue, ao entardecer daquele dia. Logo a lua viria redonda, amarela e brilhante surgindo do horizonte, lentamente, hipnotizando os que vissem tal cena majestosa.
Já havia jantado e logo mais todos iriam se recolher aos seus aposentos e tudo ficaria em silêncio, só ela e a Lua em mais uma noite quente. Suas roupas estavam coladas ao corpo quase juvenil, mas que já tinha curvas bem femininas e pronunciadas. Ela estava pronta para amar. Sim, ela sonhava com o amor, com o que acontecia entre homens e mulheres.
Havia sido criada praticamente isolada das pessoas. A casa era bem longe da cidade.
Fora educada por uma velha preceptora que, finalmente, havia terminado sua educação e partira, voltando a morar com sua filha única em Londres.

O tédio a invadia, uma languidez que a deixava mole.
Resolveu tomar um banho. A tina já estava cheia com água morna, deixada há pouco por sua criada.
Lá fora o céu já estava escuro e a lua despontava no firmamento. Lá longe, vindo do horizonte alaranjado um pequeno vulto vinha voando em direção ao penhasco iluminado pela claridade da lua.
Solitário.
Silencioso.
Sedutor.
Mortal.

A água estava uma delícia, como sempre. A criadagem era muito bem treinada e já trabalhava há anos para a família. Todos a haviam visto crescer, tornar-se mulher e tinham um carinho especial pela filha única do casal. A senhora não havia mais podido ter filhos depois do parto complicado de Sofia e o senhor sentia-se frustrado por não ter tido o filho homem que continuaria sua obra, mas estava feliz com o noivo que arranjara para ela. Bom rapaz, trabalhador logo teria sua própria fortuna. Sua filha estava em boas mãos.
As mãos ensaboavam a pela macia com certa luxúria, nestas ocasiões de lua cheia ela ficava um tanto inquieta com as sensações que seu corpo passara a sentir desde sua adolescência e que cresciam a cada dia. Suas pernas abriram-se quase que automaticamente enquanto dedos ávidos procuraram o local certo. Ela fechou os olhos e entregou-se ao prazer que assolava seu corpo, sua pele arrepiou-se inteira quando ela chegou ao orgasmo e gemidos abafados saíram de sua boca de carmim.

No terraço escuro, pela janela aberta, dois olhos brilhantes e vermelhos observavam-na sorrateiramente, com cobiça, com profundo desejo. A fome corroía-lhe as entranhas. Mas antes de matá-la, iria divertir-se um pouco com ela. Linda garota, cabelos longos e brilhantes, castanhos, caindo molhados nas costas nuas enquanto ela se levantava e se secava com a toalha macia, lentamente, saboreando o prazer de se tocar em cada pedaço de seu corpo maravilhoso.
Quando saiu da banheira, sentiu pela primeira vez a sensação de estar sendo observada e um calafrio percorreu-lhe a espinha. Não, não era possível que algo assim acontecesse, o terraço ficava na parte mais lisa do penhasco. Devia ser impressão.
Secou-se e vestiu uma camisola bem leve e transparente, penteou os longos cabelos e resolveu ir ao terraço olhar como a lua estava naquele momento.
Ao abrir a porta, um grande morcego negro voou penhasco abaixo e sumiu na escuridão. Ela nunca havia visto um morcego daquele tipo em suas terras antes. Apenas os pequenos e marrons que comiam as diversas frutas que havia em seu pomar. Mas aquele era enorme, assustador.
Resolveu entrar e dormir. O calor era um pouco sufocante apesar da brisa que entrava pela janela e resolveu deixá-la aberta para que o ar entrasse mais livremente refrescando o ambiente.
Deitou-se em sua cama de lençóis brancos e macios. Apagou a lamparina e a penumbra invadiu o quarto deixando a luz da lua entrar macia e prateada.
Fechou os olhos e tentou dormir quando um barulho no terraço chamou sua atenção. Era um rufar de asas. Leve e quase imperceptível. Levantou-se imediatamente e correu em direção ao terraço quando seu sangue gelou nas veias. Um homem pálido e de longos cabelos negros vestido em roupas bem cortadas e uma capa que o protegia do vento noturno estava parado em frente à porta. Ele era belo, apesar da palidez exagerada e do brilho estranho e avermelhado em seu olhar.
Ela tentou correr de volta para o quarto, mas o olhar do estranho homem a hipnotizava, a mantinha presa ao chão.


Ele aproximou-se lentamente e com suas longas unhas rasgou a fina camisola em tiras, arrancando-a em um solavanco que a levou ao chão. Ele pegou-a no colo e entrou no quarto escuro. Empurrou-a na cama com força abrindo-lhe as pernas com violência o que a fez gemer sem querer ao sentir-se exposta daquela maneira a um homem, e pior, um estranho.
A boca dele percorreu desde seus pés pequenos e delicados, subindo pelas pernas até chegar a seu púbis de fartos pelos, a língua ágil tocando nos lugares certos.
Não havia como resistir e ela entregou-se a ele de corpo e alma em orgasmos poderosos e seguidos.
Ela não opôs resistência quando o membro dele, duro e gelado, a penetrou de uma só vez arrancando-lhe um grito de dor e prazer. O sangue escorria entre suas pernas, sua virgindade não existia mais, mas ela não se importava, estava cega e subjugada pelo estranho e só queria senti-lo entrando e saindo dela num ritmo frenético. Quando ele jogou seu esperma negro dentro dela as presas brilhantes apareceram e se grudaram ao pescoço, rasgando a pele delicada, o sangue cobrindo os lençóis antes imaculados. De nada adiantaram os gritos desesperados que saíam de sua garganta despedaçada. A boca do vampiro grudou-se ao ferimento e sugou, sugou o sangue morno e cheio de adrenalina do prazer que ele lhe proporcionara. Assim era muito mais gostoso, o sangue ficava com um gosto irresistível.
E as presas continuaram sua destruição despedaçando, desmembrando. O coração ainda pulsante em suas mãos enquanto o comia inteiro.
A massa disforme e vermelha em cima da cama, em nada lembrava Sofia, a bela garota. O sangue praticamente todo drenado. O resto, manchando o branco antes tão alvo dos lençóis macios.
Um sorriso cruel surgiu no rosto de Bóris, o vampiro sem piedade.
Estava saciado, satisfeito.
Dirigiu-se à porta do terraço e suas longas asas abriram-se na escuridão e ele pulou, voando raso sobre as águas escuras deixando para trás destruição e dor.

By Ana Kaya, the vampire.

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