quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O RITUAL DO BANHO – A MULHER

Em meu santuário, preparando-me para adentrar a sala de banho, mentalizo as energias que me acompanharam nesse momento relaxante. O toque suave da seda em meu corpo permite-me movimentos leves e soltos, caminho despreocupada pelo corredor, a porta está logo em frente, mas eu ainda não a abro. Detenho-me, respiro profundamente acompanhando o ar penetrar e se espalhar em mim, tenho que estar preparada para o ritual.
Quando abro a porta, o primeiro registro que meus sentidos notam é a completa ausência de estímulos inebriantes. A sala de banho está envolta na mais completa sobriedade. Aproximo-me da bancada onde os frascos das fragrâncias estão colocados. Escolho aquelas que irão me propiciar o preparo adequado para aquilo que virá quando deixar a sala de banhos para dirigir-me ao recinto copular.
A banheira aguarda que eu a preencha com substâncias puras. Lentamente aciono as torneiras mesclando os veios de água, o banho não deve ser nem quente nem frio, a temperatura deve ser ideal para que as fragrâncias se misturem harmonicamente. Contemplo os veios despencando no interior da banheira e imagino-o fluindo de uma fonte natural. Fecho os olhos compenetrada chegando a sentir o aroma da água se misturando à terra ao redor do pequeno lago que se forma.
A mistura das fragrâncias começa a volitar pelo ambiente penetrando minhas narinas; sinto as nuances adocicadas mesclando-se com as acres, separadas podem ser apreciáveis, mas combinadas se tornam inebriantes. Ainda de olhos fechados continuo seguindo o caminho que as fragrâncias perfazem em mim. Sigo-as através de minhas narinas, vejo-as deslizando por meus dutos até chegarem aos pulmões. Mansamente elas se depositam nos alvéolos, reproduzem efeitos que muitos sabem ser químicos, mas que para mim são mágicos. Transformadas pela ação de minhas substâncias, elas aderem ao organismo, reagem, fazem parte de mim. A parcela que não se funde inicia sua jornada ao exterior. Assim que sinto o resíduo floral expandir-se, abro meus lábios permitindo que ela se espalhe ao redor. O ciclo está completo.
A tepidez da água bem como o nível que ela ocupa na banheira indica que está na hora de mergulhar meu corpo em seu leito. Mansamente liberto o roupão que me cobre; a seda desliza suavemente até o chão. Pés firmes, penetro no mundo das fragrâncias que tocarão meu corpo preparando-o para o deleite de uma noite permeada pela paixão. Antes de submergir sob o líquido, procuro sentir a tepidez que toca meus pés espalhar-se por meu corpo.
Não me abaixo total e rapidamente. Lentamente dobro meus joelhos deixando que a água cubra meus membros inferiores bem suavemente. A tepidez se espalha, eu a sinto fluir por meu corpo. Agora já estou sentada sobre minhas pernas. O toque macio é relaxante, ondas de prazer me invadem, eu estou em comunhão com a água.
Sem movimentos bruscos, estendo minhas pernas e vou mergulhando meu corpo na banheira até que apenas minha cabeça se mantém à tona. A sensação que me domina é avassaladora; a água toca minhas partes despertando a sensibilidade que lhes é pertinente. O roçar da água estimula meus sentidos; os seios de enrijecem, a pele se arrepia, a vulva dilata, a vagina se contrai. Estou pronta para as carícias do banho.
Estendo meu braço até a lateral da banheira, pego a suave esponja deixada ali, ela também está embebida em substâncias que interagirão com as fragrâncias para que o banho se torne um rito relaxante. Lentamente eu a faço deslizar pelo meu corpo. Inicio seu trajeto pelos pés; eles foram os primeiros a sentirem o carinho da água e devem ser os primeiros a sentirem o toque mais incisivo, porém ainda delicado, de minhas mãos.
Começo a subir pelas pernas deslizando a esponja de modo circular, esse movimento ajuda a dar ritmo a circulação e eu bem sei como irei precisar que a minha esteja bem controlada. Nesse ponto perco um pouco da concentração extrapolando as sensações que me tocam.
De repente já não são mais minhas mãos a fazerem a esponja deslizar por meu corpo, mas uma mão mais vigorosa. Sinto a pressão de seu vigor forçar a esponja contra minha perna. Ousado, ele sobe e desce por minhas pernas. Como se quisesse me enlouquecer, ignora a flor que lhe ofereço dando atenção apenas as minhas pernas. Sei que sou eu a controlar os movimentos, mas minha mente viaja por paragens alheias a minha razão.
As mãos másculas sobem massageando meu ventre. Sinto o toque circular ir de um lado ao outro em minha barriga. Depois as mãos percorrem trajetória descendente a partir do plexo, permito que um gemido escape por entre os lábios semicerrados, será que ele ousará tocar minha intimidade?
Já estou para me entregar totalmente quando sinto um vazio me preencher; ele foi até a região pubiana e se desviou do prêmio máximo que tinha a seu dispor. Ainda não foi dessa vez que minha flor sentiu o beijo de seu colibri.
Não me importo com sua indiferença, sei que não ela existe, existe apenas o desejo de prolongar a exploração, permitir que minhas sensações se avolumem até que eu me sinta desesperada para que ele me possua.
Volto minha mente ao momento levando minhas mãos até meus seios. Estimulo-os com movimentos circulares tão suaves que me perco novamente em meu delírio. As mãos são substituídas por boca imaginária, é tão forte, o desejo, que meus lábios se abrem ao sentir o hálito roçar meus mamilos. Um gemido mais audível se rebela contra o silêncio que domina o ambiente.
Demoro-me nas carícias em meus seios. Não são os únicos pontos que me fazem despertar para o sexo, mas adoro senti-los sendo sugados e acariciados. Permito-me estender as carícias até que os mamilos estão tão intumescidos que chegam a doer. Eu quero, eu necessito de uma boca para sugá-los.
Abandono meu delírio voltando minha atenção para o rito. As mãos tocam meu rosto com a mesma suavidade de sempre. Deslizo a esponja por toda superfície, minhas faces são delicadas, brancas como a espuma nascida da mescla das fragrâncias. Meu corpo todo é branco como elas, eu me sinto delicada como a pétala de uma rosa.
Sento-me para que meu dorso receba a mesma atenção dedicada à parte frontal de meu corpo. Os braços não são suficientes para tocar toda parte dorsal, um adendo permite que eu deslize a esponja da nuca até a base da espinha. Outra vez os movimentos me levam ao devaneio.
As mãos vigorosas tocam a base de minha nuca massageando-a com suavidade. Os ombros são cobertos pelas vigorosas fricções do toque, entrego-me ao delírio sem reagir. As mãos iniciam a descida tão desejada; a cada centímetro que elas avançam eu sinto que minhas partes se contraem e se abrem; estou excitada.
Ao chegar à base da coluna sou obrigada a recuperar minha razão. Tenho que me deitar para que as fragrâncias não evaporem precocemente. Assim que meu corpo submerge, esqueço qualquer principio do ritual estendendo meus braços até minhas partes. A mão ansiosa toca o portal do prazer, minha gruta está aflita por sentir-se acariciada.
Trêmula, toco a saliência muscular que se oculta nas dobras de minha vulva. Ah, que vontade de estar na companhia de alguém que a chupasse com avidez! Meus dedos são mais céleres do que meu pensamento e quando me dou conta, eles já estão deslizando para o interior de minha gruta. Os gemidos se sucedem com insistência, eu deliro descontroladamente.
O botão minúsculo também reclama atenção. Os dedos revestidos pela umidade das fragrâncias têm sua ação facilitada; roço meu botãozinho ligeiramente; estoco-o delicadamente, ele pulsa com intensidade, eu sei o que eu quero, forço um pouco e o dedo desliza para o interior do anel. Delícia, delírio, prazer!
Minha razão cobra-me sobriedade. O ritual é para preparar o corpo para o que virá, não para desfrutar de um momento solitário de êxtase. Ansiando pelas carícias que complementarão minha iniciação, concluo minhas carícias abandonando o toque com minhas partes. O ritual está próximo do fim.
Levanto-me lentamente procurando reter o carinho com que a água desliza por meu corpo. Somente quando as gotas já não se precipitam para uma reunião simbiótica com o líquido repousando na banheira, estendo os braços na direção do roupão com o qual irei cobrir minha nudez.
Não é a mesma peça que trajava quando penetrei na sala de banho. A seda não se presta a eliminar a umidade que cobre minha derme. O contato felpudo do novo tecido reacende minha libido. As felpas se parecem mais com a pele máscula que logo estarão tocando meu corpo. Os pés me conduzem para fora da banheira.
Diante do espelho, liberto minhas madeixas, elas precisam estar prontas para as ações repentinas que estão por vir. Escovo-as libertando-as dos nós. Aplico um óleo aromático. Elas ficam brilhantes, sedosas e lisas; o rosto se oculta sob sua vastidão. O tempo empregado na arrumação dos cabelos foi suficiente para que o roupão absorvesse a umidade do corpo. Hora de terminar o ritual.
Dispo-me do tecido felpudo, unto meu corpo com óleos aromáticos. A pele absorve a oleosidade deixando apenas o aroma impregnado na derme. Retoma a seda cobrindo-me com ela. Um último olhar ao espelho e pronto, o ritual está concluído, agora posso dar seqüência à noite, no tálamo meu amante me espera, nós saberemos como explorar as sensações despertadas pelo ritual do banho.

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Néon


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