Não sei bem dizer o momento. Sei que um dia meus olhos notaram que as saias escondiam mais sabores que as calças. Esse pensamento sempre me ocorre quando estou assim, sozinha, olhando e procurando uma companhia (porque sempre, sempre atraio quem não quero).
A princípio era difícil me livrar dos chatos, mas a experiência foi moldando o comportamento. Hoje a noite era outra, entretanto. Senti quando entrei. Já tinha atraído um olhar sem esforço e, tigresa, com este meu ar de solitária, devolvera o cumprimento.
Lembro-me sim do primeiro beijo. Um horror! Aula de educação-física, a Mara. Éramos amigas, ela dizia coisas, eu disfarçava... queria ser normal, como a Patrícia, a Luana. Muita culpa. Um beijo e três dias de cama, doente.
Dou uma passeada, saio de meu lugar, mostro-me... É sim, sei o que quero. Lá vem o olhar. Não é só olhar, né, garota? Ah! Está me convidando, sentou-se no bar! Menina decidida, adoro-as também. Aposto que até pagar minha bebida vai, não? Romântica.
A primeira transa foi sem culpa. Já tinha me afundado em mim. Os garotos eram bobos, fediam. Não entendia como funcionava essa atração entre o sexo oposto. Ângela era o nome dela. Não era bonita, gostava de me provocar – fomos apaixonadas, ela rasgou a camisa do uniforme. Não esperava aquilo! Um perfume que me deixava frágil e louca ao mesmo tempo. Uma confusão de lábios, de saliva, de gostos. Ela quis que eu assumisse; não assumi. Brigamos, cada uma para um lado. Eu tinha ambições.
Paula, ela me diz... morde o canto da boca, roça-me as pernas. Oferece-me um cigarro. Hoje aceito tudo, querida. Fala da música, do Campari, do perfume. Dou corda, gosto da timidez fingida. Ela coloca a mão em minha coxa, deixo; conversamos mais próximas.
Conheço o tipo. Quer me levar, mora perto. Deixo tudo. Dirige com a mão me tirando um gemido, outro... carro automático. Esperta! Beijo longo na frente do prédio enquanto esperamos o portão. Outro mais molhado na garagem, sinto-lhe quente, úmida, estou pulsando. Somos comportadas no elevador.
A primeira namorada veio na faculdade, terceiro ano. Luísa. Linda de morrer, rebelde, provocante. Todas as fantasias... engolia o mundo em meus seios. Afogávamos os dias em nossas camas; república. Casa de moças, proibiam rapazes. Achávamos ótimo! Mas terminou logo; peguei-a com outra. Foi minha primeira humilhação, nada é perfeito.
Talvez esse rabo empinado! Ai, estou falando besteira, tô pensando mais besteiras ainda, não sei! Ai que me arrepia essa língua! Botão a botão, ela quer dominar. Estagiária ou trainee, quase certeza. Isso garota! Deixa a saia, não me despe, pega assim, por trás! Brinquedos? Por que não? Como fala meu nome bonito:
- Vivian! Vivian! Vivian!
Texto de muito bom gosto!
ResponderExcluirSua Vivian experimentou mais mulheres do que muito amigo meu... hehehehe.
Ficou tão sexy e suave ao mesmo tempo.Tá ótimo Vinicius.
ResponderExcluirAlém da qualidade literária do texto, supreende a "alma feminina" com que o Vinícius criou este conto, ainda mais que o foco narrativo está em 1ª pessoa.
ResponderExcluirÉ dificil para um homem mergulhar assim no universo feminino.
Conto sensual e cheio de classe, muito bonito Vinícius, parabéns.
ResponderExcluirPoxa Vini!
ResponderExcluirvc é bom hem?
um homem sensível sem medo de demonstrar!
a mulherada agora vai sair na sua caça!rsrsrsrs
bjs
O Grande Lama Mr. Zé falou tudo: não é nada fácil realizar essa "troca de sexos" na escrita. conseguiste com louvor.
ResponderExcluirmuito bom!