Sair de casa para resolver assuntos de aposentadoria, era uma amolação para Gilquinha. Reclamona que só para coisas responsabilidosas, se arrumou de má vontade e saiu, batendo a porta com raiva.
Chegou no edifício imponente, botou o óculos e leu no papel que a sala do advogado ficava no décimo oitavo andar. Gilquinha gostou da descrição do Doutor Flávio Dídimo, indicado por uma amiga íntima: um senhor de oitenta e nove anos, lúcido ainda, professor universitário e advogado requisitadíssimo. Ele só iria atendê-la por consideração à Lourdes.
Gilquinha entrou no elevador, apertou no botão 8, mas em seguida o caixote parou para pegar um rapazinho muito simpático, que deveria ter no máximo cinquenta e cinco anos. Apesar de não gostar de jovenzinhos, o olhar penetrante do galã lhe provocou ereção nos seios.
A atração entre os dois foi fatal e em menos de cinco minutos, Gilquinha e o "pão" estavam atracados no escritório dele, fazendo maior griteiro sexual em cima do tampo de vidro da mesa. Ela até deixou que ele ligasse a filmadora debaixo da mesa.
-Coisa excitiva se ver depois na televisão
- Ui, isso foi bom meu guri, mas eu tô atrasada para uma consulta com o meu adevogado.
- Qual é o seu nome? pega o meu cartão, me liga a hora que tu quiser! - implorava o moço, beijando as mãos cheirosas da melhor amante que já tivera na vida.
- Tá bom, meu anjo! mas preciso mesmo me ir. - disse Gilquinha puxando a mão, sem paciência e limpando-a na saia.
Sem dar muita importância para o cartão, ela saiu apressada e sem calçola.
"Aquele menino tinhoso só pode ter escondido minha calçola no bolso"
Era sempre assim que ela perdia as calçolinhas, mas calçola é coisa barata, ainda bem.
Adentrou, descomposta, na sala do Doutor Dídimo e pediu desculpas pelo atraso.
- Aceita um cafezinho? Lourdes me falou muito de ti. Quer dizer, da senhora...
- Pode me chamar de tu, doutor. E aceito o café, sim - "para tirar o gosto do outro da minha boca".
A atração entre os dois foi fatal e na metade da consulta, Gilquinha e o Advogado estavam atracados, fazendo sexo em cima do tampo de vidro da mesa.
"Ai, que amolação. Esqueci de pegar a minha fita lá na sala do Guri!" - pensou ela, meio desgostosa com a performance do adevogado. Justo ele que parecia tão experiente!
Se adevogar tão mal quanto mete, Gilquinha já dava como perdida a ação movida contra a previdência. E para piorar mais ainda o quadro, o homem ainda se apaixonou, não faltava mais nada.
"Ainda mato a Lourdes por me meter nessa roubada".
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