domingo, 25 de abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

A safada dos meus sonhos

-Cara! Eu já disse, é a maior piranha que já se ouviu falar!

-Não concordo! Se você nunca tocou nela, como pode chamá-la de piranha?

-São suas atitudes...Ela se comporta como uma.

-Isso é preconceito. O fato dela ser provocante não quer dizer que é vagabunda.

-Caralho! Você ouviu eu contar...Ela só falta dar pra gente. Ela deixa todos malucos e depois some!

-Eu acredito mais que tenha problemas psicológicos.

-Essa faculdade cegou você. Tudo é motivo de estudo. Eu gostava mais quando não tentava definir a causa das coisas.

-Não diga besteira...

-É verdade. Hoje você busca desculpas para todo o tipo de comportamento humano.

-Mas não foi para isso que estudei?

-Não exagere. Uma vez piranha, sempre piranha.
Os amigos discutiam sobre uma vizinha de apartamento. Linda, sedutora, nos seus vinte anos de idade, morena clara, olhos azuis, mas com certa predileção em atormentar os homens.

Mariana sabia que era bonita e fazia questão de se vestir para que a notassem. Quando tinha oportunidade provocava com gestos e bocas, deixando o homem que a via, alterado e visivelmente alucinado por ela.

-Um dia essa mulher vai ser violentada, pode apostar!

-Você teria coragem?

-Eu? Não disse que eu a violentaria.

-Mas bem que gostaria...

-Sim, mas...Ora, não me analise porra!

-Desculpe, foi força do hábito.

-Eu já pensei em violentá-la. Em abusar selvagemente dela, mas tudo fantasia. Eu não faria isso, por mais que me tentasse.

-Não diga que não faria. Não sabe do que o ser humano é capaz.

-Eu sei sim. E sei o que ela provoca com suas poses sensuais. Mas eu não faria isso. Eu falo sobre aqueles homens que não se seguram. É a velha história: 'Quem procura acha".

-Nesse ponto você tem razão. Vou tentar falar com ela.

-Ela vai seduzir você.

-Não corro esse risco.

-Ah...Essa eu quero ver.

Sairam e Jonas ficou determinado. Ia falar com a moça.


Era inauguração de um barzinho de um antigo amigo da faculdade. Jonas não era muito de badalação, mas não teve como fugir.
Depois de alguns copos de vinho e meia dúzia de cerveja ele se sentia a vontade. Ria com entusiasmo e chamou a atenção do pessoal da mesa ao lado.

-Calma Jonas. Assim vai vomitar muito em breve. Que mania você tem de misturar bebidas, depois eu sempre acabo te carregando.

-Eu não estou bêbado...

-Ah não? Está sim. Melhor irmos embora, temos que acordar cedo.

-Parece uma esposa! Sai de mim cara!

Nilton tanto insistiu que o amigo não teve alternativa. Foram embora.

-Desmancha prazeres...Se soubesse como você é chato nunca teria topado dividir o apartamento.

-Tá bom vai...Amanhã vai me agradecer por isso. Já estava dando vexame na festa do seu amigo.

Jonas com muito custo conseguiu chegar até o elevador. Quando sairam, no terceiro andar, deram de cara com a vizinha. Estava enrolada numa toalha felpuda branca e tirava o lixo para fora da porta. O zelador ia ficar uma fera, não era costume tirar o lixo àquela hora.

-Quer ajuda? Jonas se dirigiu até a mulher.

-Ajuda? De você? A moça caiu na gargalhada.

-Desculpe o meu amigo. Ele bebeu demais...

-Ora...Por que disse "de você"? Por acaso a madame está me menosprezando?

-Jonas, pare com isso. Venha!


-Não. Me largue seu idiota! Deixa eu mostrar uma coisa para essa nobre rainha...Abriu o ziper da calça e Nilton o empurrou para a porta do apartamento.

-Entre porra! Desculpa moça. Amanhã ele vai se desculpar, com certeza.

-O que ele pretendia? Tirar a roupa? Por certo ia ser um espetáculo! Deve ter a cabeça de baixo tão mole quanto a de cima...

-Cadela! Me largue seu idiota, cretino...

-Nada disso. Entre! Empurrou Jonas para dentro e fechou a porta depressa. Ela bem que podia colaborar, mas não, tinha que provocar. Jonas perdia todo o juizo quando bebia. Uma vez agarrou uma senhora idosa na rua e lascou-lhe um beijo daqueles de fechar o trânsito. No dia seguinte não lembrava de nada. Quando eu lhe contei ele apenas retrucou:

-E daí? Tenho certeza de que ela deve ter gostado do meu beijo.

-Seu doido! Ela podia ser sua vó...

-É tudo mulher cara. E depois, não era minha vó, era?

-Doido de pedra.

Jonas se jogou no sofá da sala e em menos de dois minutos já roncava. Era sempre assim. Agora só acordaria de manhã.

-Ai minha cabeça! O sol entrava pela cortina transparente e isso despertou-o. Parecia que tinha dormido uma eternidade.
Levantou-se e foi até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Estava com um gosto amargo na boca e a ressaca prometia se estender dia afora.

-Já levantou? Fiz um café forte, vai precisar.

-Eu não vou com você.

-Não? Mas e a casa que íamos ver? Sabe que só consegui esse horário na imobiliária, o dono sai daqui a pouco e aí não temos como ver o imóvel.

Iam alugar uma casa perto do trabalho. O apartamento estava muito mal localizado, a casa era num bairro melhor.

-Vá você. Tudo que decidir eu assino em baixo.

-Não sei não cara...

-Vá. Confio em você. Minha cabeça está estourando. Arranje uma desculpa lá no trabalho também. Quebre o galho de seu amigo...

-Também. Bebeu todas de novo. Lembra o que fez com a vizinha?

-Quem?

-Deixa pra lá. Eu vou indo, depois falamos nisso. Vê se toma um banho, tá fedendo bebida até agora. Não esqueça que daqui duas horas a Suzana vem aqui.

-Puta merda! Tinha esquecido...

-Cara, to te estranhando. Já tinha planejado faltar ao trabalho hoje para recebê-la. Uma gata daquelas vem para foder gostoso com você e esquece?

-Não fale assim dela. É so uma amiga.

-Amiga colorida, você quer dizer...

-Uma grande amiga e o fato de termos transado uma vez ou outra não a faz desmerecer seu respeito. Trate ela com mais jeito, não é uma de suas piranhas.

-Calminha. Eu estava brincando. Mas se gosta tanto dela assim por que não assume esse rolo de uma vez?

-Eu já disse, é só amizade.

-Sei...

-Vai logo seu merda e pare de falar besteira.

Jonas foi tomar um banho e Nilton saiu apressado. Deixou a porta aberta sabia que Jonas não ouvia nada quando estava no chuveiro e demorava muito na agua. Era bem capaz de não abrir para a moça.

Uma hora depois Jonas saiu em direção ao quarto para se vestir e deu de cara com a vizinha no sofá da sala. Estava nu e ficou sem saber o que dizer. Só então reparou no que ela fazia. Deitada, vestida com uma camiseta branca que marcava o biquinho dos seios, estava com as pernas entreabertas e a mão direita tocava sua vagina. Ele ficou em choque. Não dava pra ver, a camiseta cobria a mão, mas ela se contorcia e com a mão esquerda alisava o bico do seio por cima do tecido. Ela estava gozando! Era inacreditável. Rapidamente seu membro ficou duro, o suor frio brotou da pele molhada.

Escutou seus últimos gemidos e quase enlouqueceu de tesão quando ela retirou a mão e lambeu os dedos. Depois olhou-o fixamente, com um sorriso maroto nos lábios e desceu seus olhos até seu pau.

-Assim está melhor...

-Gostou? Quer?Ele se aproximou e a moça saltou do sofá e direção a porta.

-Não...É que ontem queria me dar não valia a pena, assim ele fica bem melhor.

Saiu dando uma gargalhada e fechou a porta atras de si.

Jonas saiu atras da moça rapidamente. A alcançou diante da porta de seu apartamento e segurou seu braço.

-Não fuja agora...

-Me largue...Se se preocupar com o fato de estar nu ele a puxou para si bem na hora que o elevador abriu...

-Me solte! Socorro!

-Sr. Jonas! Era o zelador do prédio que o olhava com espanto.

-Cara...Foi mal.

-O senhor não pode sair assim pelis corredores. Ainda mais nesse estado. O homem olhava para seu membro duro.

-Desculpe Seu Luiz. É uma briguinha de namorados. Esqueci que estava nu...

-Briguinha de namorados? A moça ria sem parar.

-Dona Luiza, peço que se recomponha por favor. Como Jonas a havia puxado pelo braço, a camiseta curtinha deixava a mostra metade da nádega, visivelmente sem calcinha.

O zelador pegou o saco de lixo e desceu rapidamente pela escada.

A moça estava rindo descontrolada.

-Acha engraçado?

Ela olhou para o pênis duro do rapaz e parou de rir assustada.

-Não amoleceu? É tarado ou coisa assim? Não tinha que ter amolecido com a chegada do Sr. Luiz?

-Viu? Estava errada em achar que ele não era grande coisa ontem.

-Largue meu braço!

-Hum...Não se masturbou pensando nele a pouco?

-Não. Aquilo foi uma brincadeira.

-Brincou? Nua, se masturbando na sala de um desconhecido? Ele a apertou contra si...

-Foi impensado. Eu não gostei de como me tratou ontém a noite.

-E por isso decidiu agir como uma puta? Ou você realmente é uma?

-Vai me ofender agora? Ele a pressionou contra seu corpo e seu membro se encaixou entre suas coxas. A moça fechou os olhos.

-Abra!

-Não.

-Vamos, abra! Com uma das mãos ele apertou firme seu seio por cima do tecido. Ela abriu os olhos e perguntou:

-É agora que vai me estuprar?

-O que? Ele ficou desconcertado. Mas não conseguia largar seu corpo, estava com muito desejo.

-Vai. Acabe logo com isso...
Foi como uma ducha fria. Ele a soltou e rapidamente seu pau foi amolecendo.

-Você é maluca?

-Você é bicha? Ela riu com sarcasmo e antes que ele pudesse raciocionar entrou trancando a porta atras de si.

Jonas estava assustado. Era a primeira vez que uma mulher o deixava assim. Ele ainda tentava entender seu comportamento. Pior que nem sabia seu nome.
Nilton estava certo, ela era muito perigosa. Ele podia se apaixonar. Tinha que resolver isso. O que ele não percebia era que já estava envolvido. Dificilmente ia conseguir se livrar desse problema.



Mmey

ESTE CONTO ESTÁ SENDO CRIADO NA COMUNIDADE Contos da Madame ★MmeyѼΨ

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quando a natureza precisa intervir- Giselle Sato

Tanta dor, a tristeza se funde ao cinza que cobre a cidade, antes azul, amarela, verde em aquarela. Hoje não estamos sorrindo como antes, em cada coração, perdas e solidariedade.

O Rio, boêmio e despreocupado, descarta a imagem preguiçosa, arregaça as mangas e segue adiante: Cobra respostas, busca a verdade sem medo, aponta o dedo e acusa. Sabe que a ameaça paira do nosso lado, o cenário é o quase idêntico, basta olhar nossos morros. Há perigo nas encostas, existem pessoas morando nas casinhas penduradas, são vidas sem opção.

Como todo carioca, sinto Niterói como a irmã que a gente implica, mas ama tanto, tanto, que sofremos juntos, queremos proteger e não existimos sem ela. Rio, Niterói e outras cidades da família Brasil, tiveram as feridas expostas. O lixo foi revirado e as imagens que o mundo assistiu, foi no mínimo vergonhosa. Ao admitir, nem digo permitir, a construção de moradias em cima de um lixão, quem escondeu as doenças causadas pelo churume, escorrendo pelas calçadas? E foram apresentados tantos estudos, o perigo foi apontado, e nada foi feito.

Porque obras foram realizadas, ruas abertas, estimulando novos moradores? São tantas perguntas no vazio.

As águas, o vento, a natureza enfim, mostrou ao homem, os danos que ele mesmo causou. É hora de atitude, de estender a mão e tratar com respeito quem não tem mais onde morar. Não serão paliativos que mudarão a vida desta gente. Precisamos de compromisso, é um direito mínimo ter moradia, alimento, educação e saúde. Mas nem todos conseguem, não há emprego, oportunidade, o caminho de cada um é muito diferente. Meu manifesto, é a palavra, as únicas armas que possuo estão aqui, e é através da mensagem que deposito a esperança.

Eu quero um mundo melhor e mais justo e creio que o ser humano é capaz. Se perder a fé nestes valores, não haverá o menor sentido em existir e vou sucumbir no desespero.

Mas sou antes de tudo, brasileira, e mesmo à deriva, o porto que busco, existe e é lá que espero aportar, este imenso navio-nação. Um dia.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Strani amori - Renato Russo




Mi dispiace devo andare via, ma sapevo che era una bugia
Quanto tempo perso dietro a lui,
Che promette poi non cambia mai

Strani amori mettono nei guai, ma in realtà; siamo noi.
E lo aspetti ad un telefono, litigando che sia libero
Con il cuore nello stomaco, un gomitolo nell'angolo
Lí; da solo, dentro un brivido, ma perché; lui non c'è, e sono

Strani amori che fanno crescere e sorridere tra le lacrime
Quante pagine lì; da scrivere, sogni e lividi da dividere.
Sono amori che spesso a quest'età;
Si confondono dentro quest'anima
Che s'interroga senza decidere, se è; un amore che fa per noi

E quante notti perse a piangere, rileggendo quelle lettere
Che non riesci più; a buttare via, dal labirinto della nostalgia
Grandi amori che finiscono, ma perché; restano, nel cuore

Strani amori che vanno e vengono,
Nei pensieri che li nascondono,
Storie vere che ci appartengono, ma si lasciano come noi

Strani amori fragili, prigioneri liberi,
Strani amori mettono nei guai ma in realtà; siamo noi
Strani amori fragili, prigioneri liberi,
Strani amori che non sano vivere e si pergono dentro noi

Mi dispiace devo andare via, questa volta l'ho promesso a me
perché; ho voglia di un amore vero, senza te

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Somente sexo - Felina


Maçã e canela

Tempero

Gosto,sabor,textura

Cheiro e pecado.

Sem des culpas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sue Johanson


Sue Johanson em entrevista exclusiva à Saber Viver-

Vamos falar de sexo e educação sexual?

Formada em Enfermagem, Terapia e Educação Sexual, estreou-se na rádio, na década de 80, com o programa «Sunday Night Sex Show».

Em 1996, o canal canadiano WTN Network convidou-a para um programa nacional, um dos mais vistos de sempre. Em 2002, a estação Oxygen comprou as sete edições do seu programa e convidou-a para fazer um programa em directo nos Estados Unidos, «Talk Sex with Sue Johanson», actualmente transmitido em mais de 20 países, incluindo Portugal, onde chegou rebaptizado de «Conselhos de Sue», na SIC Mulher.

Escreveu três livros: «Talk sex», «Sex is perfectly natural, but not naturally perfect» e «Sex, sex and more sex» (Penguin Books). Em 2001, foi condecorada pela Ordem do Canadá. Tem 79 anos.

Como se pode melhorar a educação sexual da população em geral?

Mantendo a contracepção, nomeadamente os preservativos, acessível a todos; distribuindo panfletos, fazendo campanhas na televisão, rádio e jornais sobre gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e brinquedos sexuais, colocando informação em todo o lado para que o sexo deixe de ser encarado como um grande e obscuro segredo.

Em que idade deve começar a educação sexual?


Muito cedo. Quando as crianças são ainda muito pequenas e brincam pela primeira vez com os seus genitais, a forma como nós adultos reagimos é a primeira lição em educação sexual.

Mais tarde, quando a filha pergunta porque é que o pai tem um pénis e a mãe não?, a resposta deve ser aberta, transmitindo a ideia de que não faz mal falar sobre o assunto e que ela pode colocar todas as questões aos pais.

E em que idade devem os pais aconselhar o uso do preservativo?
Eu começaria por explicar o que é um preservativo aos oito ou nove anos. Depois, por volta dos 13/14 anos, diria algo como filho, vou deixar alguns preservativos em cima da cómoda. Leva alguns contigo porque não queremos que tenhas uma doença, nem uma gravidez não desejada.

Como é que os pais sabem que é a altura certa para abordar o assunto?


Quando desconfiam que os filhos têm um namorado ou uma namorada. Se o filho comentar, por exemplo, que o amigo vai sair com a namorada é a altura certa para lhe perguntar há quanto tempo andam juntos? Achas que eles se vão beijar? Achas que eles vão fazer sexo? Já falaste com eles, será que eles usam preservativo?. E aproveite esse momento para falar sobre o assunto.

A educação sexual deve ser diferente entre rapazes e moças?

Não. Devem estar juntos na sala de aula por que eu quero que os rapazes saibam tudo sobre as raparigas e quero que as raparigas saibam tudo sobre os rapazes. Não quero segredos, nem que eles pensem que existem temas sobre os quais não podem falar por serem demasiado constrangedores.

Qual foi a reacção do público ao seu programa de televisão?

Comecei por aparecer na televisão canadiana e o programa foi bem aceite. Embora falasse de forma explícita, aquilo que dizia estava correcto e era informação que interessava aos telespectadores.

Quando o programa passou a ser exibido nos Estados Unidos foi muito interessante, porque pensámos que poderíamos ter problemas. Nessa altura, não existia educação sexual nas escolas norte-americanas e, quando o programa foi para o ar, os americanos aceitaram-no muito bem e tornou-se muito popular.


Notou alguma evolução no tipo de questões colocadas pelos telespectadores ao longo dos anos?

Sim. As questões deixaram de ser tão básicas, tornaram-se mais complexas e pormenorizadas.

Também deixaram de usar expressões em calão e passaram a usar os termos próprios, um sinal de que estavam a apanhar a mensagem.

Existiam diferenças entre as dúvidas colocadas pelos homens e pelas mulheres?


Sim. As mulheres estavam mais preocupadas com o prazer e a satisfação sexual. Como atingir o orgasmo? Porque é que as mulheres demoram mais tempo a ficar excitadas?

Os homens estavam mais interessados na performance. Como ser um bom amante? Como fazer com que ela atinja o orgasmo imediatamente? Como tornar o meu pénis maior? Como ter uma nova erecção imediatamente a seguir à ejaculação?

No seu programa também analisava os brinquedos sexuais. Que objectos recomendaria a qualquer casal?

O fukuoku, um vibrador de dedo que pode ser usado pelos dois parceiros; the worm (a lagarta) fabricado na Alemanha, é utilizado pelas mulheres na estimulação clitoriana e vaginal; e the head honcho, uma ferramenta de masturbação para os homens.

Se os dois elementos do casal se sentirem à vontade consigo próprios e com o seu parceiro, um vibrador, pequeno e silencioso, é formidável. Mas se o homem se sentir ameaçado e achar que a parceira prefere o brinquedo, não vai resultar.

Existem casais que se amam mas que sexualmente não funcionam?

Sim. Um dos parceiros pode ter sido abusado na infância e, portanto, pode nunca conseguir gostar de uma relação sexual plena. Ou pode apenas não estar interessado em sexo, porque o educaram dizendo que o sexo é uma coisa suja, que serve apenas para fazer bebés e nunca lhe disseram que também serve para ter prazer ou melhorar o relacionamento.

O que sugeria a estes casais?

Sugeria que procurassem um bom terapeuta sexual, tanto o que quer ter sexo, como o que não quer. Ambos precisam de aconselhamento.

O orgasmo é a parte mais importante da relação sexual?

Não. As mulheres não vão atingir o orgasmo sempre que fizerem sexo. O prazer, o estarem juntos, próximos, íntimos, a sensação de pertencerem um ao outro, de se amarem, para mim é, de longe, muito mais importante do que a ejaculação e o orgasmo.

O que aconselharia a alguém que nunca atingiu o orgasmo?

Aprenda a masturbar-se. É tão simples quanto isto! Aprenda a dar prazer a si própria.

O que é preciso para ter uma vida sexual feliz?

Ser honesto com o seu parceiro, para poder comunicar e falar sobre aquilo que gosta. Em primeiro lugar, você tem de saber do que gosta, o que significa que tem de aprender a masturbar-se, a sentir prazer sozinha. Depois de descobrir o que funciona para si, deve partilhar essa informação com o seu parceiro.



Uma das fases mais temidas pelo sexo feminino, nomeadamente a nível sexual, é a menopausa. É ou não verdade que, nesta etapa, ocorre o declínio do desejo?


Após a menopausa nós, mulheres, produzimos menos estrogénio e progesterona e o desejo que nos estimula a fazer sexo diminui um pouco. A necessidade de tocar, abraçar, mimar e beijar mantém-se inalterada, mas não necessariamente o desejo de ter relações sexuais.

Porquê?

À medida que envelhecemos, geralmente, os nossos parceiros sexuais também envelhecem e ficam menos interessados em sexo. Além disso, podem passar por algum tipo de disfunção sexual. E, portanto, o casal pode continuar a trocar mimos, abraços, beijos.

Mas pode acontecer o casal querer aumentar o desejo sexual na menopausa. Nesse caso, o que recomenda?

Nesse caso, o objectivo não é necessariamente ter sexo ou atingir o orgasmo, mas sim sentirem prazer. Por isso proponho que se divirtam. Porque não experimentarem algo novo, algo diferente?

Por exemplo, fazer sexo na sala de estar; em cima da máquina de lavar; fantasiarem-se de enfermeira ou de bombeiro, usar diferentes brinquedos sexuais ou vendar o parceiro e provocá-lo com plumas.

Os mais velhos podem ser sexualmente tão activos como os mais novos?

Não. Quando as pessoas são novas são insaciáveis, o sexo nunca é suficiente. Quando ficam mais velhas não precisam de atingir o orgasmo para ter bom sexo.

Quer deixar uma última mensagem aos nossos leitores?

O meu lema é pensem antes de fazer, nunca deixem o sexo acontecer por acaso e pratiquem sempre sexo seguro.



Texto: Vanda Oliveira
Foto: David Leyes

Fonte:http://mulher.sapo.pt/actualidade/entrevistas/sue-johanson-em-entrevista-exc-1022422-3.html

terça-feira, 6 de abril de 2010

A CURRA

A rua estava deserta. O adiantado da hora não favorecia aqueles que necessitavam ou gostavam de transitar pela cidade. Os notívagos estavam habituados aos perigos e evitavam as áreas onde a criminalidade se instalara, mas os esporádicos usuários não sabiam exatamente onde o perigo se concentrava.
O luxuoso carro vinha em velocidade pela avenida. Os faróis eram engolidos sem que seu condutor se desse ao trabalho de observar a cor que ele mostrava. O vidro esfumaçado evitava qualquer visão de seu interior. Pela maneira como dirigia, o motorista deveria estar ou com algum problema ou tentando deixar aquela parte da cidade o mais rápido que fosse possível.
De repente ao contornar uma esquina, os faróis iluminaram uma imensa barreira intransponível. A freada brusca deve ter comprometido a reação do condutor, pois quando o carro voltou a se movimentar, uma nova freada o fez interromper a marcha. Pelo retrovisor, o condutor viu as silhuetas ameaçadoras que impediam a passagem do veículo.
O motorista tinha suas opções: manter as portas travadas e ligar por socorro; acelerar e os pedestres que saíssem do caminho. Sua pulsação foi a mil, sua respiração se tornou inconstante, sua mente não conseguia clareza para optar pela escolha menos drástica. Seu tempo estava se esgotando.
Dois punhos rudes levaram duas mãos ainda mais ameaçadoras de encontro ao vidro. Sua sorte era que seu veículo tinha os vidros blindados. Através do vidro foi possível ver as armas que os agressores portavam. Além dos revolveres habituais, um deles estava na posse de uma pistola automática, apesar de ameaçadoras, nada que pudesse ameaçar a proteção do veículo.
Suas mãos buscaram o celular. Como se estivesse vivendo um pesadelo, o ícone piscante mostrou-lhe a ausência de carga na bateria. Solicitar socorro seria impossível. O terror se apossou de seu íntimo. Como escapar daquela situação?
O som de metal avançando sobre a lateral do automóvel destruiu as reflexões. Um dos atacantes estava tentando arrombar a fechadura. O terror aumentou; ele estava atacando a parte mais frágil da blindagem. Seu corpo se enrijeceu ao ouvir o som das travas sendo rompidas. Com um sorriso diabólico, o homem escancarou a porta.

-- Por favor, não me machuquem. O rogo saiu sussurrante. O homem sorriu ao constatar que o motorista era uma morena escultural.
-- Não vamos machucá-la, só lhe dar muito prazer.

Os outros acompanharam o gargalhar sarcástico. Cinco homens musculosos e sem o menor senso de piedade. Ela não tinha como escapar. As lágrimas verteram de imediato. Sua mente procurou refúgio em lembranças amenas, mas o toque viril impediu-a de se esquivar de sentir as sensações que a amedrontavam.

-- Carne fresca. Ta pra nós! Vibrou um dos homens.
-- Não! Ela implorou mais enfática. Por favor, não façam isso!
-- Seja boazinha e vai se divertir muito, sua piranha! Ou se preferir, seja bem arredia e lhe cobriremos de pancadas. A ameaça soou firme não permitindo qualquer esperança de que ele só estivesse ameaçando.

As mãos que a seguravam moveram-se com violência e rapidez. Um único movimento destruiu sua blusa. Os seios mostraram-se ao olhar cobiçoso do agressor. O arfar de seu peito fazia os seios balançarem como se convidassem ao festim. Ante o espanto e o repúdio, ela sentiu a boca tocar seus seios. A língua passear pelos mamilos. Os dentes trincarem levemente sobre os botões.
Ela suspirava intensamente. Sua aversão a mantinha lúcida. Sua libido não podia aflorar. Ela estava sendo violentada, não podia sentir prazer naquelas carícias indesejadas. Por mais que lutasse contra o tesão, sentia sua vagina pulsar e se umedecer. Maldisse sua facilidade em se excitar. Por que tinha que ser tão volúvel?
Os outros homens juntaram-se ao primeiro. Enquanto dois a seguravam fortemente, os outros iam se despindo sem o menor pudor. Não demorou a que eles se mostrassem totalmente excitados diante de seus olhos chorosos. Os membros eram enormes. Ela sentiu suas pernas tremerem, talvez eles pensassem que era medo, mas ela sabia muito bem o que era. Ela estava cedendo a sua libido.

-- Gosta de nossos brinquedinhos, sua vaca? Vamos enfiá-los em todos os seus buracos.
-- Não. Por favor, não. Ela ainda tentou implorar.
-- Venha. Comece mamando o meu. Ordenou aquele que parecia liderar o grupo.

Ela relutou. Firmou o corpo em uma débil resistência. Foi um erro que lhe custou uma dor inesperada. A mão cortou o ar vencendo a distância que os separavam. O choque colheu sua face esquerda com estrondoso impacto. O sangue verteu por seus lábios.

-- Puta vadia, se não quiser sentir minha raiva, trate de obedecer. Venha chupar meu precioso!

Desta vez ela não resistiu. Ajoelhou-se diante do homem e abocanhou o imenso e rijo membro. As lágrimas e o sangue ajudaram a umedecer o membro. Mesmo ela se esforçando, ele mal cabia em sua boca. A sensação de desamparo e desespero a dominou provocando espasmos incontroláveis. Para sua sorte, o homem entendeu o gesto como um esforço a mais para que o membro sumisse todo em sua boca.

-- Assim, sua cadela! Eu sei que você gosta de chupar uma vara.

Por alguns minutos a situação não se alterou. Dois a mantinham seguras, dois olhavam a cena e o outro se aproveitava de seu desempenho felatório. De repente o homem a afastou com rispidez. Jogou-a sobre o chão, dobrou-se sobre seu corpo e terminou de despi-la com a mesma violência de antes. A calça e a calcinha foram arrancadas sem o menor cuidado.

-- Vamos ver se esta flor é tão gostosa quanto parece. Ele rosnou em seu ouvido.

Assim que a língua penetrou sua vagina ela se rendeu ao tesão. Esqueceu toda aversão, toda revolta por estar sendo currada e se entregou ao deleite. A boca acompanhava a movimentação da língua roçando os lábios de sua vagina. Ela desejava mover seu quadril, mas o homem a mantinha totalmente dominada.

-- Seu nego imundo, não quer chupar? Então deixe eu me mexer seu bundão!

A reação da mulher mexeu com o ânimo do homem. Ele abandonou sua atuação, levantou-se, ordenou aos dois que a seguravam que a levantassem, olhou-a com fúria, aproximou-se como se fosse a beijar e num ranger de dentes vociferou:

-- Vadia! É melhor que não esteja gostando de ser fodida porque senão vai se arrepender de ser tão puta.

A ameaça foi acompanhada por novo golpe. Desta vez o sangue verteu com mais intensidade. O choro eclodiu ainda mais alto. Ela estava mesmo começando a gostar do ato, mas a violência serviu para inibir sua libido. Ele não deu sinais de importar-se com ela. Aproveitou que os outros a seguravam e afundou seu membro na vagina. Por estarem em pé, por estar tesa ou porque o membro era descomunal, o fato é que ela sentiu sua carne rasgar-se e além do prazer da penetração, uma insípida dor se manifestou.
O movimento perdurou por longos minutos. Ela estava acostumada a amantes que demoravam a atingir o orgasmo, mas aquele homem superava qualquer expectativa. Suas pernas vacilavam enquanto o homem a invadia com estocadas ritmadas e firmes. Não fosse pela revolta que sentia, estaria se deliciando com aquela penetração.
Por mais que desejasse prolongar o ato, o homem sabia que seu limite estava próximo. Afastou as mãos dos dois que a seguravam, agarrou-a pelos cabelos, trouxe-a até ele, agarrou sua bunda fazendo-a enroscar-se em seu tronco. Sem poder controlar suas reações, ela se permitiu ficar na posição que ele determinou. Quando o jorro quente inundou suas entranhas, ela sentiu-se aliviada.
Ela estava enganada ao se deixar iludir pelo gozo do homem.

-- Cadela gostosa! Podem se divertir com a puta!

Os outros pareciam estar esperando pela ordem do líder. Assim que ele a abandonou, os dois a pegaram afoitos, ajeitaram-se mantendo-a entre os dois e invadiram seu ânus e sua vagina com seus membros rijos. As varas eram tão grandes quanto à do homem que já havia fodido sua vagina. Enquanto o membro daquele que estava à frente deslizou mansamente para dentro de sua vagina, o do outro foi rasgando-a com raiva. O choro voltou a dominá-la.

-- Pode chorar a vontade! Zombou aquele que penetrava seu ânus. Depois que tivermos acabado com você, este rabinho vaio estar tão aberto que vai agüentar até dois de uma vez.

Enquanto eles a sodomizavam, aqueles que a haviam segurado despiram suas vestes e se colocaram próximos ao trio. Entendendo a intenção de ambos, os outros retiraram seus membros num único movimento deixando-a vazia e fazendo com que seu ânus sofresse o rompimento de mais algumas pregas. Depois se ajeitaram sobre o chão, a fizeramela sentar-se sobre o membro fazendo-o desaparecer em seu rabo, o outro a cobriu penetrando-a na vagina e os outros se colocaram de maneira a forçarem suas varas para perto da boca que se mantinha fechada.

-- Vai, vadia, chupa estas varas! Ordenou o líder que apenas assistia.

O frenesi que dominava a todos levou suas mentes a se alienarem de tudo o mais. Mesmo ela que se sentia enojada e revoltada, passou a sentir prazer nas estocadas que recebia e nas chupadas que era obrigada a realizar. Estavam tão absortos que ela não se dava conta de quando eles mudavam de posição. Seus buracos já estavam tão relaxados que se moldavam a qualquer um dos membros que a invadia.
Não demorou muito até que os violentadores a jogassem sobre o chão, apontassem seus membros para ela e masturbando-se com prazer, esperavam o momento em que suas porras iriam dar um verdadeiro banho na mulher. Ela sabia que era isto que eles desejavam e para sua própria revolta, ela também desejava sentir seu corpo sendo coberto pelos líquidos viscosos que jorrariam daqueles membros.
Com dois homens de cada lado de seu corpo, ela cerrou os olhos esperando pelo jorro quente. Um toque vigoroso em suas coxas a fez abrir os olhos. O líder se posicionara entre suas pernas e se masturbava assim como seus companheiros.

-- De olhos abertos, sua piranha! Quero que veja nossa porra cobrindo este corpinho branquelo.

Os jorros partiram quase que simultaneamente. Seu corpo foi sendo coberto pela viscosidade tépida da porra que vazava dos membros. O último a extravasar seu gozo foi o líder. Assim que sua porra parou de jorrar, eles a olharam com desdém. Ela sentia-se suja, mas não podia negar que tinha gozado como nunca.

-- Agora entra na porra de seu carro e se manda, sua vagabunda! A ordem soou tão ameaçadora quanto todas as outras frases proferidas pelo homem.

Lentamente ela foi apanhando suas coisas. Tentou limpar o corpo com sua blusa, mas foi impedida pelo homem.

-- Não! Vai sentir nossa porra até chegar a sua casa e poder se lavar!

Chorando e tremendo, de ódio e prazer, ela obedeceu. Jogou suas vestes no banco da frente, sentou-se, deu partida e se preparou para ir. Antes de colocar o carro em movimento, atirou um embrulho para perto dos homens. Sem olhar para eles, acelerou enfurecida.

O home que era o líder aproximou-se do pacote, pegou-o sorridente indo para junto dos companheiros.

-- Mulher doida! Além de querer ser estuprada ainda paga para gente.
-- Se encontrássemos uma assim todos os dias estaríamos feitos.
-- Não vai se acostumando, não. Esta aí é única. E não creio que ela queira repetir a dose.

Ainda acelerando seu automóvel, ela sentia o corpo dolorido. As pregas demorariam um tempo até se refazerem. O tempo que ela precisava para poder colocar uma nova fantasia em andamento, afinal ela era uma ninfomaníaca assumida.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Paixão - kalina



Paixão

Corre quente, voa arrancando pensamentos, lembranças
Sensações, sentimentos, desejos, saudades, intensas
E eu me perguntava sempre, se havia valido a pena.
Meu sexo, seu sexo, perfeito encaixe
Suor, saliva, lagrimas, sêmen

Misturas

Hoje não resta a menor duvida.
Se minha alma é livre e busca em algum lugar, resquícios
de um amor vivido plenamente
uma historia forte, um tanto incosequente
No tempo que jamais será esquecido...

É você. Meu dono!

... Nos instantes mágicos em que nos encontramos
E teu cheiro é parte da fantasia
cada sentido, despertado ao máximo
Me perco e te reencontro
Ápice, gemendo em súplicas, o prazer
que só você, ousa tomar

Tua

Mulher.
No sentido mais amplo
Despudorada e fêmea
buscando o prazer de morrer mil vezes
na agonia do gozo do amante


Então, valeu a pena cada segundo vivido ao seu lado. E sempre valerá

sábado, 3 de abril de 2010

VESTÍGIOS & PAIXÕES





VESTÍGIOS&PAIXÕES
Thiers R >


o chão do tempo

vestia esperas diluindo azuis

resquícios qu’inda tenho à mão

perfume de boca colada

cigarro azedo

noite a zunir

evaporando novembros

pintados no teu olhar

o vento balanç’a saia

nela me visto

meias cobertas de negro

aquecem u’ vapor frio

vermelhas unhas riscam meu corpo

enquanto me entrego

enfraquecido de sorrisos

no fetiche esquálido e soturno

daquele inferninho

mordi teu pescoço

queria beber-te

fui teu em cada gole

em cada baforada

em cada corte

em cada mordida

suor duma noite que se perdia

dentro do amanhã

sopro a desmanchar máscaras

desfeitas no mijo da privada.



2009

>

sexta-feira, 2 de abril de 2010

BANQUETE - Ju Blasina




Sobre a bandeja de prata
Eu sou o prato
Nua e crua
Eu sou tua
Refeição
Sinta o aroma
Satisfação
A pele branca
De marfim
Toque o veludo
O cetim
Aprecie
Sacie
A fome
Sirva-se
Dentes e talheres
Sobre mim
Rasgue a pele
Corte a carne
Tenra
Beba o sangue
Quente
Saboreie
O líquido acre-doce
Que escorre de mim
Beba-me
Antes que o sangue esfrie
Coma-me
Antes que a carne morra
Devore-me
Antes que já não haja
Mais nada
Para provar em mim
E ao final
Erga a taça
Lamba o prato
Não deixe migalhas
Daquilo que um dia fui
Mortas e esquecidas
Sobre a bandeja de prata

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Assassinos S/A


Assassinos S/A Vol. II
A Coletânea


por Manuela Azevedo.

Admito: quando a escritora Jana Lauxen me pediu para ler ‘com carinho’ e ‘dar minha opinião sincera’ sobre os originais do segundo volume da coletânea de contos policiais brasileiros Assassinos S/A, que ela organiza ao lado do escritor Frodo Oliveira em parceria com a Editora Multifoco, pensei ‘ih, lá vem mais uma coletânea de ficção policial’. Mesmo assim não recusei, mais por educação do que, de fato, por curiosidade.~

E agora, depois de ter lido (ou melhor, devorado ferozmente) os 20 contos, de 20 diferentes escritores brasileiros, posso afirmar com cem por cento de convicção: não se trata de mais uma coletânea de ficção policial.

Trata-se, sim, d’A Coletânea de ficção policial.

Apesar do sugestivo nome, as histórias que compõem esta coleção não são, simplesmente, sobre assassinatos, assassinos, vítimas e investigadores. Além da superficialidade meramente chocante que muitos textos do gênero costumam proporcionar, os assassinos de Jana Lauxen e Frodo Oliveira imergem intensamente na sagacidade do crime, em seus motivos (ou na falta deles) e na mente doentia e arguciosa de seus matadores.

A violência não é gratuita; é elaborada, fidedigna, eqüitativa, quase sincera.
Não encontraremos no segundo volume desta coletânea detetives usando sobretudos e lupas, e nem artimanhas literárias que buscam somente e tão somente assombrar o leitor. Até porque, como sabemos, chocar é fácil, basta apelar. Mas Jana, Frodo e seus autores não apelam. Eles entram, sem bater na porta nem pedir licença, na mente de um matador, e sem procurar justificar seus crimes e atrocidades, apenas nos apresentam o assassino por dentro – por dentro, inclusive, de nós mesmos, nobres cidadãos.

Telefonei para Jana e dei minha sentença:

- É fenomenal!

E ela me respondeu:

- Tem mais!

Ela falava das ilustrações.

Assassinos S/A Vol. II não é apenas A Coletânea de contos de ficção policial. É também A Coletânea de contos de ficção policial ilustrada. E digo mais: divinamente ilustrada.
Jana escalou uma baita seleção de ilustradores, como Mario Cau, responsável pela sensacional capa da edição, Emerson Wiskow, Jota Fox, M. Waechter, Rodrigo Molina, Giovana Medeiros e Daniel Strapasson Faccio.
Feito. O time estava completo.

Por isso, caros leitores, se posso oferecer um singelo porém sincero conselho, digo-lhes: dêem uma chance para esta que é A Coletânea de contos policiais brasileiros ilustrada. Permitam que Jana Lauxen, Frodo Oliveira e sua trupe entrem em suas cabeças também, e os levem a conhecer a sociedade secreta de seus assassinos, e de seus crimes (im)perfeitos, acidentais, elaborados, premeditados, ocasionais.
Contudo não se assustem com o que encontrarão ali, dentro do livro.

Conforme descreveu a própria Jana na apresentação da edição, estamos todos ‘ingenuamente protegidos pelas páginas impressas que separam a ficção da realidade’.
Além do que, como disse Hassan Sabbah, fundador da Ordem dos Assassinos, seita ismaelita que, entre o final do século XI e a metade do XIII, trouxe terror e pânico à região do Oriente Médio: nada é verdade.
Logo, tudo é permitido.

Néon


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