domingo, 29 de novembro de 2009

Hilda Hilst- Poesia e pensamento


Há sonhos que devem ser ressonhados,projetos que não podem ser esquecidos...
( Frases e Pensamentos de Hilda Hilst)

A vida é crua. Faminta como um bico de corvos. E pode ser tão generosa e mítica: arroio,lágrima,olho-d’agua,bebida. A vida é líquida
( Frases e Pensamentos de Hilda Hilst)


E por que haverias de querer…

E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.


Se for possível, manda-me dizer


Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia -
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- É lua nova -
E revestida de luz te volto a ver.


Amavisse

Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.

Rubén Darío -Prosas Profanas


Rubén Darío

(Metapa, actualmente Ciudad Darío, 1867 - León, Nicarágua, 1916).

Poeta nicaraguano. Na sua juventude, Rubén Darío viaja por São Salvador, Chile e Argentina, onde lê e assimila os simbolistas franceses. Desenvolve uma intensa actividade jornalística e, em 1892, integrando uma representação diplomática, desloca-se a Espanha, onde entabula amizade com os escritores modernistas e da Geração de 98. Em 1905 é nomeado embaixador, residindo a partir de então em Paris e em Madrid. Quando eclode a Primeira Guerra Mundial volta à Nicarágua, onde morre.
A primeira obra importante de Rubén Darío é Azul, obra em prosa e em verso. Prosas profanas, colectânea de poemas, assinala o triunfo da nova sensibilidade poética, estando nele presentes os principais elementos do modernismo: o exotismo, os ritmos franceses, a sensualidade, a ornamentação e o colorido. Cantos de vida y esperanza contém poemas mais íntimos e de uma maior simplicidade expressiva. É evidente e decisiva a influência directa de Rubén Darío no desenvolvimento da poesia de língua castelhana do século xx.




SONATINA


La princesa está triste… ¿qué tendrá la princesa?

Los suspiros se escapan de su boca de fresa,
que ha perdido la risa, que ha perdido el color.
La princesa está pálida en su silla de oro,
está mudo el teclado de su clave sonoro;
y en un vaso olvidada se desmaya una flor.

El jardín puebla el triunfo de los pavos reales.

¡Quién volara a la tierra donde un príncipe existe
(La princesa está pálida. La princesa está triste)
más brillante que el alba, más hermoso que Abril!

¡Calla, calla, princesa -dice el hada madrina-,

en caballo con alas, hacia acá se encamina,
en el cinto la espada y en la mano el azor,
el feliz caballero que te adora sin verte,
y que llega de lejos, vencedor de la Muerte,
a encenderte los labios con su beso de amor!

Parlanchina, la dueña dice cosas banales,
y, vestido de rojo, piruetea el bufón.
La princesa no ríe, la princesa no siente;
la princesa persigue por el cielo de Oriente
la libélula vaga de una vaga ilusión.

¿Piensa acaso en el príncipe de Golconda o de China,

o en el que ha detenido su carroza argentina
para ver de sus ojos la dulzura de luz?
¿O en el rey de las Islas de las Rosas fragantes,
en el que es soberano de los claros diamantes,
o en el dueño orgulloso de las perlas de Ormuz?

¡Ay! La pobre princesa de la boca de rosa,

quiere ser golondrina, quiere ser mariposa,
tener alas ligeras, bajo el cielo volar,
ir al sol por la escala luminosa de un rayo,
saludar a los lirios con los versos de Mayo,
o perderse en el viento sobre el trueno del mar.

Ya no quiere el palacio, ni la rueca de plata,

ni el halcón encantado, ni el bufón escarlata,
ni los cisnes unánimes en el lago de azur.
Y están tristes las flores por la flor de la corte,
los jazmines de Oriente, los nelumbos del Norte,
de Occidente las dalias y las rosas del Sur.

¡Pobrecita princesa de los ojos azules!

Está presa en sus oros, está presa en sus tules,
en la jaula de mármol del palacio real;
el palacio soberbio que vigilan los guardas,
que custodian cien negros con sus cien alabardas,
un lebrel que no duerme y un dragón colosal.
¡Oh quién fuera hipsipila que dejó la crisálida!

(La princesa está triste. La princesa está pálida)
¡Oh visión adorada de oro, rosa y marfil!

POEMETO ERÓTICO- MANUEL BANDEIRA


Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...

Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa... flor de laranjeira...

Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado...

Teu corpo é pomo doirado...

Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...

Teu corpo é a brasa do lume...

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...

É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...

Volúpia da água e da chama...

A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceanoa do meu desejo...

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

sábado, 28 de novembro de 2009

CONFISSÃO - Mendes Dutra (direitos reservados)



para uma caliente noite de sábado

Varro na minha noite, todos os instintos meus
Banho minha alma com espuma do teu corpo
Cheiro tuas vestes com os simples aromas teus
Sinto o sabor da minhas loucuras feito um louco.

Com desejos ferinos de animal feito de gente
Perco todos os sentidos do meu instinto
Feroz amor pronto para o consumar urgente
Entre beijos e abraços, uma taça de vinho.

Consumado êxtase num incacabado amor
Cio de prazeres de suculentos desejos
Amor, amar e carinho num chorar sem dor
Sabores de mel, inúmeros e fartos farejos
.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Feitiço

Iansã sempre me enchia as mãos
de lua cheia, corredeira e poesia.

E jogava aos meus pés, sorrateira,
os "nêgos" que ela queria.

Ai, que ontem, por travessura
ao invés, eu pedi:
Mãe Oxum, Oxalá me queira
esse filho de Ogum.

Mago de negra cabeleira,
lindo feito um corcel de trote,
deixou-me anca e boca secas
doidas por um galope.

Traz o filho de Ogum de volta,
Iansã, perdoa!
E serei dele até que o sexo doa!

sábado, 21 de novembro de 2009

Crepúsculo- Resenha por Giselle Sato


Crepúsculo
(Twilight -2008)



O filme começa com um clima normal, uma adolescente como qualquer outra, Isabella Swan (Kristen Stewart) se muda para Forks, uma cidade pequena, nublada e chuvosa, perto do estado de Washington. A razão da mudança, é o novo casamento da mãe, com um jogador de baseball da segunda linha. E a vontade da mesma, de viajar com o marido, o que não poderia fazer, morando com Bella. A reaproximação com o pai, a escola onde é o centro da atenções e o reencontro com o amigo índio, dão um enfoque inicial bem tranqüilo.

O que Bella não contava, era com o fascínio que uma estranha família, causa em seu mundo tímido e triste. Os Cullen, são um grupo de jovens pálidos, lindos e arredios. Razão por si só, motivo de muita curiosidade. Em especial, o mais jovem dos irmãos, Edward Cullen (Robert Pattinson), um garoto de uma beleza e magnetismo, atordoantes e irresistíveis. Depois ela descobre que ele é um vampiro, e se desenrola um romance, o grande mote da historia.

Eis a sinopse do filme, com pitadas de situações onde a jovem é salva pelo amado e todas as informações aprendidas nos antigos filmes sobre vampiros. Quem assistiu Entrevista com vampiro, Harry Potter, Van Hensing e outros, sabe muito bem do que estou falando. Sobreviver com sangue humano ou animal? Resistir à sede e lutar contra os maus da espécie ou dar vazão a todo poder e ferocidade? Um bom fã de vampiros, conhece de cor e salteado. Então, o que tornou uma série, escrita em 2005 por uma escritora novata, um fenômeno? Vamos entrar neste universo sobrenatural...

Se tratando de um primeiro episódio de uma série, esse é um filme mais completo, com um início, meio e fim. A história, para muitas adolescentes, é linda, maravilhosa e romântica.
Romeu e Julieta do século 21, cenários lindos e a realização dos sonhos de qualquer mortal: Viver a emoção de um imortal, escalando arvores altíssimas, vendo o mundo sob um ângulo completamente diferente. E é claro, não podemos esquecer: A dor do amor frustrado, proibido, entre uma humana e um vampiro.

Ele representa o perigo, ela é uma garota diferente, que não teme o desconhecido. Estão tão envolvidos, que precisam lutar contra as inquietações desconcertantes, tão comum aos jovens e aprender a controlar seus impulsos.

Bella, aos dezessete anos, é a mistura perfeita de pureza e libido.
Edward tem sede, não de sexo, mas do sangue da amada. Querem situação mais erótica e provocante? Muitas cenas, insinuam um beijo que nunca acontece... E envolvem o publico em uma torcida apaixonada.

Enquanto isso, sensualidade, paisagens belíssimas, efeitos especiais, romance e fantasia interagem. Não foi à toa que o filme virou febre e conquistou altíssimas bilheterias. Devo admitir que o filme é delicioso e por alguns minutos, senti vontade de ter todos aqueles poderes. Quem não sentiria? Impossível resistir...

E é claro, encontrar um vampiro tão encantador, quanto Edward, personagem que Stephenie Meyer, a autora, construiu em uma trama de extraordinário suspense e que marcou sua estréia literária.

Vale citar que seus livros já venderam mais de 25 milhões de copias e foram traduzidos em 37 idiomas. A saga é contada em quatro livros, e o segundo volume, Lua Nova, já estreou nos cinemas. Posso adiantar que neste filme, Jacob Black , o amigo índio de Bella e que já deixou indícios, de ser um lobisomem, tem grande destaque na trama.

Crepúsculo vale a pena ser assistido, por todas as razões acima citadas e principalmente porque foi feito para entreter.
Por alguns minutos, deixe a realidade lá fora, e no escurinho do cinema... Liberte o jovem dentro de si e deixe-se levar pela magia.




"Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim"


(trecho do livro)

Diretor: Catherine Hardwicke
Roteiro: Melissa Rosenberg

Com: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Billy Burke, Ashley Greene, Nikki Reed, Kellan Lutz e Taylor Lautner.





Autora: Stephenie Meyer formou-se em literatura inglesa na Brigham Young University. Sobre este romance (Crepúsculo), ela diz: "Sempre admirei a capacidade de alguns escritores de criar situações de fantasia impossíveis e depois acrescentar personagens que são tão profundamente humanos que suas perspectivas tornam a situação real. Espero que Crepúsculo proporcione a mesma experiência a seus leitores". A escritora mora com o marido e três filhos em Glendale, no Arizona.




Descrição da Saga:

Crepúsculo: O início da saga de Isabella Swan desde sua chegada a cidadela de Forks e a descoberta de sua paixão pelo vampiro Edward Cullen no best-seller mais cultuado da atualidade. - 416 páginas


Lua Nova: Para Bella Swan, há uma coisa mais importante do que a própria vida: Edward Cullen. Mas estar apaixonada por um vampiro é ainda mais perigoso do que ela poderia ter imaginado. Edward já resgatara Bella das garras de um mostro cruel, mas agora, quando o relacionamento ousado do casal ameaça tudo o que lhes é próximo e querido, eles percebem que seus problemas podem estar apenas começando... Em Lua Nova, Stephenie Meyer nos dá outra combinação irresistível de romance e suspense com um toque sobrenatural. - 480 páginas



Eclipse: Enquanto Seattle é assolada por uma sequência de assassinatos misteriosos e uma vampira maligna continua em sua busca por vingança, Bella está cercada de outros perigos. Em meio a isso, ela é forçada a escolher entre seu amor por Edward e sua amizade com Jacob - uma opção que tem o potencial para reacender o conflito perene entre vampiros e lobisomens. Com a proximidade da formatura, Bella vive mais um dilema: vida ou morte. Mas o que representará cada uma dessas escolhas?- 464 páginas


Amanhecer: Na aguardada conclusão da saga Crepúsculo Bella se vê a frente da difícil decisão da escolha fatal entre fazer parte do obscuro, mas sedutor, mundo dos imortais ou seguir uma vida totalmente humana. Escolha essa, que poderá significar a transformação do destino dos dois clãs: vampiros e lobisomens. Assombroso e de tirar o fôlego, Amanhecer esclarece os mistérios e os segredos desse fascinante épico romântico que tem arrebatado milhões de leitores. - 576 páginas

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pupilas Dilatadas

Sentado na cadeira de exames do oftalmologista, Fred sofria com as pupilas dilatadas para o mapeamento de retina, visão turvada pelos colírios. Dr. Hermes examinava seus olhos, ordenando que ele olhasse hora para esquerda, para direita. Piorando sobremaneira a situação, um facho de luz emitido pela lanterninha que o médico usava tornava a visão do paciente ainda mais confusa
— Minha vista está totalmente embaçada, doutor – disse Fred após o exame.
— É assim mesmo, demora algumas horas para voltar ao normal. Alguns pacientes têm apenas um leve desfocar, outros ficam com a visão parcialmente comprometida, como é o seu caso. Você mora aqui perto, não? Vou pedir para Lígia levá-lo até a portaria do seu edifício.
— Quem é Ligia?
— Minha recepcionista. Ela estava resolvendo uns assuntos particulares quando você chegou, mas eu ouvi a chave da porta enquanto estava lhe examinando. Fique tranqüilo. Apesar de já haver anoitecido, garanto que você chegará são e salvo – disse Dr. Hermes de modo jocoso.
Saíram os dois da sala do consultório. Fred, tateando as paredes, percebeu haver uma terceira pessoa na sala de esperas.
— Lígia, acompanhe por favor o Sr. Frederico até sua casa. Fica no seu caminho.
— Sim, Dr. Hermes.
Apenas uma econômica frase, levada aos seus ouvidos por uma voz rouca, sensual. Fred lamentou sua visão comprometida. Tão somente conseguia distinguir um vulto, possivelmente de cabelos negros. Ela cumprimentou-lhe com outro lacônico “boa noite”, deu-lhe o braço, despediram ambos do Dr. Hermes que, antes que a dupla saísse, beijou a face de Lígia, dizendo: “obrigado por tudo e boa sorte”.
Já na rua, Lígia entrelaçou-lhe o braço e Fred se deixou levar pela desconhecida mulher. O contato com a pele morna do braço da moça e o fresco odor do seu perfume foi atiçando a imaginação de Fred que, enquanto falava sobre o clima e outras inutilidades, tentava construir em sua mente a face e biotipo da mulher que sua vista nublada impossibilitava de distinguir.
Estancaram em frente ao edifício onde ele morava. Fred agradeceu a gentileza de Lígia em leva-lo até sua casa e, educadamente, a convidou para um café. Para sua surpresa, ela aceitou.
Tomaram o elevador em cúmplice silêncio. Ouvidos aguçados em virtude da momentânea falta de visão, Fred escutava a respiração levemente ofegante de Lígia. Teve certeza do que iria acontecer. Uma leve ereção brotou entre suas pernas.
Mal entraram no apartamento, ela o envolveu em um abraço, colou seu corpo ao dele e beijou-lhe com a boca inundada de prazer. O gosto de morango do batom da mulher o excitou ainda mais e suas línguas bailaram intrusas dentro de ambas as bocas. As mãos de Fred percorreram por cima do vestido o corpo bem torneado de Lígia, indo estacionar em uma bunda reveladoramente volumosa.
Lígia o sentou no sofá e abaixou-lhe as calças, trazendo junto a cueca, liberando sua pica latejante, a implorar por um boquete. Fred percebeu o vulto ajoelhar entre suas pernas, e sentiu a boca sedosa de mulher abocanhar-lhe a piroca. Teve que se controlar para não gozar instantaneamente dentro da boca quente, experiente e caprichosa de Lígia, que sugava com vontade o membro rígido do homem. Entre uma chupada e outra, ela brincava com a língua na cabeça do pau do rapaz que, privado da visão, deixava-se dominar pela devassidão de Lígia.
Ela o segurou pelo pênis, guiando-o nu para dentro do quarto. Deitado na cama, Fred, por detrás da névoa que embotava sua visão, notou Ligia a se despir. Ela caminhou resoluta em direção a cama e ofereceu-lhe o seio esquerdo. Fred sugou com sofreguidão o bico intumescido, botão dilatado entre seus dentes. Em seguida, sua boca iniciou uma viagem por entre os seios, com a língua percorrendo caminhos tortuosos até a buceta quase depilada que Fred pode comprovar quando seus lábios roçaram os curtos pêlos endurecidos. Chupou com perícia a buceta a sua frente, entorpecido pelos odores que ela emanava. Lígia gemia baixinho, enquanto afagava a cabeça do homem alojada entre suas coxas.
— Agora me fode – ela pediu com sua vozinha rouca.
Fred meteu seu falo faminto de sexo na xana umedecida de Lígia e ambos iniciaram um balé de volúpia e prazer, estocando-se em harmonia, alternando momentos de vigor com de extremo carinho até que os movimentos intensificaram-se e Fred gozou violentamente dentro da amante, emitindo leve gemido de satisfação.
Passaram algumas horas intercalando carícias, sussurros e trepadas maravilhosas até que o sono assaltou Fred.
Acordou com os primeiros raios da manhã e percebeu que a visão fora restabelecida. Notou que Lígia fora embora. Nem um bilhete de despedida deixara. Havia fodido com a mulher da sua vida e sequer conhecia seu rosto.
Tomou um banho, fez um café, fumou alguns cigarros e procurou encurtar o tempo até a hora em que consultório já estivesse aberto. Antes, passou em uma loja para comprar uma caixa de bombons. Demonstraria romantismo quando “conhecesse” Lígia.
Tocou a campanhia e Dr. Hermes atendeu. Decepção estampada na face.
— Bom dia Fred. Entre. Eu pedi para você retornar?
— Não Dr. Hermes. Na verdade, vim falar com a Lígia. Agradecer pelo favor de ontem à noite.
— Receio que não será possível. A Lígia não trabalha mais aqui.
— Como assim?
— Ontem foi o seu último dia. Ela viajou agora de manhã para o Alasca. Junto com o Marido.
Fred quase não continha a surpresa.
— Então ela é casada...
— De fato. E o sujeito vai trabalhar num campo de extração de petróleo. A pobrezinha vai ver gelo por muitos e muitos anos. O Alasca definitivamente não combina com o jeito tropical daquela morena.
— Ela era bonita?
— Você não a viu? Porra, esqueci, suas pupilas estavam dilatadas.
— O senhor tem uma foto dela?
— Infelizmente não meu caro, mas te asseguro que ela era bonita. Peitões e bunda de respeito, mas acho que era fiel até as entranhas. Se não amasse o marido, iria se meter lá nos cafundós do Alasca?
— Nunca se sabe Dr. Hermes - suspirou pesaroso Fred, já saudoso da sua amante desconhecida.

*** GEMENDO ALTO ***



.



- Geme pra mim?

Esse foi o pedido dele naquela madrugada. Eu o conhecia há pouco tempo, nossas conversas sempre picantes e quentes como haviam de ser. Dois escritores da literatura erótica...

Aquilo me deixou em brasas. O que mais gosto de fazer durante o sexo é gemer, meus gemidos me excitam... Parece loucura, mas é verdade.

Bem... Estávamos muito excitados mesmo. Se eu desse meu telefone a ele, poderia ser que esquecesse o número depois, ou ainda passasse pra todos seus contatos dizendo que era número de tele-sexo...

Pediu de uma maneira tão gostosa... E eu, doida pra gemer pra ele, passei o número tão logo decidi que nada tinha a perder. Como condição teria que gemer pra mim também, claro.

O telefone tocou e com ele meu coração subiu à garganta. ‘Até parece que é a primeira vez que faço isso’ pensei... Aquela voz... Ahhhh... Voz de macho tesudo... Exalando hormônios. Quase podia sentir o cheiro dele...

Conversamos um pouco, trivialidades, comentamos sobre o quanto nossas vozes estavam ansiosas, cheias de lascívia. Quando me perguntou que cor era minha calcinha... E eu respondi que não tinha cor porque não estava de calcinha, ele soltou um suspiro do outro lado que me molhou toda...

Molhada, luxuriante, escorregadia e quente... Sendo acariciada por sua voz e gemendo muiiiiiiito alto, alucinada... Incontrolavelmente vadia. Não demorou quase nada cheguei ao orgasmo... Eu aqui... Ele lá... Respirações ofegantes, entrecortadas... Mãos trêmulas, suadas...

O cheiro de sexo impregnava meu quarto... Despedi-me e prometi que não trocaria o chip do celular... Ele tinha receio que eu fizesse isso...

Logo que desliguei, a campainha do meu apartamento toca. Meu vizinho, com a cara mais safada e lavada do mundo...

- Tá tudo bem? Eu ouvi uns gemidos...


...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sodomizada



A porta abriu
E semi-nua me fiz,
Tua ninfeta aprendiz,
Sem ser...
Colei tua pele,
Como micose, lasciva,
Mera paixão corrosiva
E te suguei...
Teu sexo ali,
Um sabor inusitado,
Gosto de ser amado
E palidez crua.
Meus lábios eram teus,
Para gozo e jubileu,
Como um Marquês de Sade,
Me possuiu...
Escrava, submissa, cadela,
De impura à donzela,
Te aprisionei...

E quando,louca, ouço
O som do parque ao lado,
Crianças rindo, chorando, divago,
Se não seria o caso de transpor
Os poucos passos que separam
O depravado da perversão incauta,
De duas crianças a meros apaixonados.


Me Morte

domingo, 15 de novembro de 2009

Tamanho é documento?


A questão do tamanho do pênis vem de longa data, são conceitos preconceitos, machismo e desinformação. Muitos homens não têm orientação suficiente quanto a este tema.

Prova disso é a grande quantidade de consultas desnecessárias a urologistas, sob alegação de “Tenho o pau pequeno”, e a invariável resposta “Seu pênis é normal”, na maioria dos casos.

Examinando as razões para este conflito, temos um ponto interessante na questão do acesso à pornografia. Com o acesso irrestrito à mesma, muitos adolescentes e mesmo adultos, se acham insatisfeitos com seu desempenho e com o tamanho de seus pênis. Esquecem que existem truques de filmagem – como uso de drogas para ereção – que aumentam o tamanho e o desempenho dos atores.

Após assistir um filme pornográfico, a maioria dos homens sente-se inferiorizada e incapaz de uma performance daquelas. O que é normal, além disso, os atores são uma amostra “viciada”, ou seja, são selecionados dentre a minoria que possui membros acima da média.

Vale lembrar que, fisiologicamente, o pênis existe para levar a urina para fora do corpo e depositar o esperma no fundo da vagina, onde está o colo uterino, para uma possível fecundação. Se cumpre estas duas funções, mesmo que o indivíduo esteja insatisfeito com as medidas, é considerado anatomicamente normal.

Primeiramente, a forma correta de medir o comprimento do pênis, é com este em ereção, a partir da base, sendo necessário comprimir a régua (ou qualquer instrumento de aferição) contra o osso púbico, e então medir o comprimento até a glande. Quem está acima do peso leva uma desvantagem, pois há mais gordura cobrindo essa parte escondida do membro.

Algo que precisa ser desmistificado é o aspecto do pênis quando flácido. Se compararmos dois pênis flácidos, o menor deles, quando ereto, pode ficar maior que o outro, pois alguns pênis crescem mais que os outros ao ficarem eretos. O tamanho do pênis flácido não tem relação com o tamanho em ereção. Portanto um belo conceito para se levar daqui : “Pau mole só serve pra fazer xixi”.

Passando então à questão do tamanho durante a transa. Um pênis médio em ereção mede entre 12,5 cm a 17,5 cm. Não há definição universalmente aceita para um pênis anormal, mas para fins práticos, considera-se um pênis flácido de até 4 cm, e em ereção até 7,5cm, como pequenos. Vejamos o quadro abaixo :

A interpretação dos dados deve ser feita da forma inversa. Se uma pessoa tem o pênis medindo 16,5 cm, então terá o membro maior que 90% da população brasileira, e menor que 10%. Se medir 13,5 cm, seu pênis será maior que 25% da população brasileira, e menor que 75%.

Mais importante que o tamanho peniano, é a sua funcionalidade. É fato sabido que um membro avantajado tem maiores chances de sofrer disfunção erétil no futuro, devido à maior necessidade de sangue para manutenção da ereção, e o risco de precisar de tratamento é bem mais alto.

Outro dado interessante está na anatomia sexual da mulher. A vagina tem profundidade variável de 9 a 12 cm. A maioria das terminações nervosas relacionadas ao prazer sexual situam-se justamente na entrada. A espessura do pênis, por dedução, torna-se mais importante. Além disso, o contato do pênis com o colo do útero causa desconforto na mulher, e muitas elas se inibem ao constatar um membro hiper-avantajado no parceiro. Mesmo estando a vagina capacitada para aumentar seu tamanho interno, devido a sua elasticidade ampliada quando a mulher está excitada.

Outra questão fundamental é a opinião da mulher sobre o assunto. Por mais que na maioria das vezes elas digam clichês como “o tamanho não importa, importa é funcionar”, em muitos casos tamanho é documento sim, mas depende da mulher. Começa por quando a parceira vê o pênis, pois a visão de um membro mais dotado está associada com mais virilidade e melhor desempenho, e isso a excita. O contrário ocorrendo quando a mesma vê um membro pequeno.

A sensação de preenchimento da mulher também é algo importante, pois há um estímulo maior por fricção. Pendendo a balança novamente para o lado menos avantajado, a dificuldade em conseguir sexo anal será bem menor, por motivos óbvios. Porém, vale lembrar: a habilidade do homem em estimular a parceira é muito mais importante do que a dimensão do pênis. Quanto a isto, não há qualquer discussão.

Seguindo adiante, vamos discutir métodos utilizados para aumento do pênis, com a seguinte ressalva. Nenhum método utilizado provou-se 100% eficaz ou isento de complicações. Tanto que a Sociedade Brasileira de Urologia ainda considera TODAS as técnicas como experimentais. Além disso, só recomenda tais procedimentos em raríssimos casos, como o câncer de pênis e a presença de micropênis, incompatível com função sexual (menor que 7 cm em ereção). As opções são:

* Métodos não-cirúrgicos : São os chamados instrumentos de tração. Bombas à vácuo, aparelhos tipo Jelq e JES extender. Sua ação consiste na distensão regular dos corpos cavernosos, o que alega-se estimular a proliferação celular e ganhar comprimento do membro. A aplicação regular de tais métodos na maioria dos casos realmente aumenta a dimensão peniana. A grande questão é que não há comprovação científica que esse aumento se dá de forma permanente. Não são isentos de complicações, portanto, só devem ser aplicados sob acompanhamento médico.

* Métodos cirúrgicos :

o Secção do ligamento suspensor peniano : Este procedimento consiste em se separar o pênis do ligamento que o prende à púbis, retirando desta forma uma porção localizada originariamente dentro ao arco púbico ao meio exterior. Na verdade, esta cirurgia causa uma “ilusão” de aumento do pênis, ele apenas fica mais “para fora”. Além disso, com a secção do ligamento, o pênis, mesmo ereto, passa a apontar sempre
para baixo.

o Retalho em V-Y : É feito um corte em V na base do pênis, e quando o pênis é tracionado, suturam-se os pontos, e a ferida toma a forma de um Y. Podem ocorrer retrações cicatriciais na base, prejudicando a função. Além disso, o aumento é apenas aparente.

o Injeção de gordura no pênis : Este procedimento tem a finalidade de tentar aumentar o diâmetro peniano, principalmente em estado de flacidez, por meio da injeção de células gordurosas retiradas de outra parte do corpo. Advoga-se não ser tão efetivo pois a gordura pode ser reabsorvida em muitos casos, e também pode causar “acidentes de relevo” no pênis.

o Lipo-escultura : É a retirada do excesso de gordura ao redor do púbis, causando a ilusão de aumento do membro.

o Injeção de PMMA no pênis : O PMMA (polimetilmetacrilato) é uma substância utilizada em Medicina Estética, que assim como a gordura, pode ser injetada no pênis, aumentando tanto seu comprimento como espessura, e com a vantagem de não sofrer reabsorção.

* Complicações : Existem complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico como impotência, secção de nervos penianos, encurtamento – no caso de fibrose extensa – perda da angulação peniana (quando o pênis aponta para baixo) e infecção.

Talvez as dúvidas dos homens – e eventuais problemas com o pênis – sejam motivados tão somente pela vontade de satisfazer, cada vez mais, suas parceiras. Porém, há casos em que uma boa conversa – e até mesmo a ajuda de um terapeuta – podem ser de grande valia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O jardim dos amantes



por Vertigo


Eu lembro de meus oito anos, quando vi pela primeira vez Samira, a vizinha de frente. Ela tinha o triplo da minha idade, era casada, feições árabes; não era só linda, era encantadora. De noite eu ficava admirando pela janela aquela magnífica mulher, buscando ângulos para melhor admirá-la. Pra mim ela era a fada das histórias infantis que tomou vida, uma entidade que abençoava a todos com seu charme, beleza, carisma. Quando voltava da escola eu passava no jardim próximo à sua casa, arrancava uma flor e parava à porta da minha rainha para oferecer-lhe, como uma inocente oferenda de um guri apaixonado. Muitas vezes o marido atendia e achava graça naquilo. Chamava Samira e mostrava a cena. Eu ficava vermelho, mas não perdia a oportunidade de receber um beijinho na testa da minha dançarina. Sim, dançarina.



Por vezes a via dançando um ritmo que, muito depois fui saber, se chamava ‘dança do ventre’ para seu marido. Muitos poderiam achar que ele era sortudo por ter aquela dádiva em casa, mas eu, mais que qualquer outro, tinha a certeza de que ela dançava para mim. Do cárcere do meu quarto, via seu corpo ondulando, ornado com adereços nos braços, um véu no rosto. Seus trajes reluziam quase tanto quanto sua pele, mas muito menos que seus olhos. Nessas horas eu fazia o jogo das pétalas com alguns crisântemos vagabundos que eu pegara no jardim. O bem-me-quer vencia sempre, mostrando o presságio tão natural quanto a vivacidade daquela dança.


Minha mãe era mulher religiosa, mas não se importava com meu ingênuo “namoro” com Samira. Até que certo dia ouvi uma conversa dela com uma outra vizinha em que ela falava da minha Sam. O som daquele nome despertou minha atenção e parei escondido para tentar entender melhor. Minha mãe falou que Samira tinha um amante. Eu ri baixinho e achei engraçado, porque na verdade ela não tinha ‘um’ amante. Ela tinha ‘vários’. Pelo menos na minha lógica de menino eu pensei assim, achando ingenuamente que a palavra amante tinha a ver com a palavra amor, ou seja, coisa boa. Ora, como Samira era uma pessoa querida por todos ali, todos eram, conseqüentemente, seus amantes! Saí alegre acreditando firmemente que eu também era amante de Samira. Nesse dia eu fiquei feliz, mais feliz que em todos os outros.



Então, numa certa tarde em que ela estava conversando com minha mãe, paradas perto do jardim onde colhia as flores, eu corri para perto e disse, todo animado: “Samira, eu também sou seu amante!”.


- Que amante o que, moleque! – gritou ferozmente minha mãe. Não sei como o safanão que ela me deu não desgrudou minha cabeça do meu pescoço. Rodopiei zonzo. Ao recobrar o equilíbrio, chorando, vi Samira me defendendo, brigando com minha própria mãe, dizendo que ela nunca poderia ter me batido daquele jeito. Corri pra casa, pro quarto, pra debaixo da cama, perdido em meu mundo que, definitivamente, não tinha nada a ver com o mundo adulto. Mas o fato de Samira ter me defendido de uma possível injustiça fez minha admiração por ela crescer e a dor serenar. A partir daquele momento eu tive certeza de que ela era, de verdade, minha amante.


Dez anos se passaram. Durante esse tempo, minha mãe deixou de falar com Samira, de convidá-la para meus aniversários. Ela não fez mal nenhum para Samira, mas fez mal para mim. Não pude mais entregar minhas flores para ela e nem enamorá-la pela janela. Que mundo estranho o dos adultos! Tempo de incongruências onde “amante” significa “ódio” e “amor” um sentimento proibido, rechaçado com violência, aos cascudos e pontapés.


Com dezesseis comecei a namorar uma menina da minha idade. Aqueles namoros de mãos dadas, igreja aos domingos, cinema às vezes. Famílias conservadoras, devotas. Aos dezoito, ficamos noivos. Não era o que eu queria, mas era muito mais conveniente para todos. Eu não gostava de Suellen, a minha noiva. Eu saía com ela, mas não a conhecia, não tinha intimidade sequer para ofertar-lhe uma margarida vadia. Seria até traição, pegar uma flor do meu santuário e dar para alguém que não fosse a minha Sam. Samira continuava nossa vizinha e, ainda que eu não levasse mais flores para ela, era essa, sim, a minha verdadeira mulher, não só dos meus desejos, mas da minha vida. Foi então, numa tarde muito chuvosa em que eu estava voltando do trabalho na papelaria, que um carro parou ao meu lado. Eu estava com a mochila sobre a cabeça tentando me proteger inutilmente da água que caía abundantemente do céu, quando vi o vidro do carona descendo. Era Samira.


- Entra! – ela disse.


Meu coração bateu forte ao vê-la. Ela estava linda como sempre num vestido branco que realçava sua pele morena. Perguntou algumas coisas e fui respondendo, alegre por estar perto dela. Indagou se minha mãe estava mais calma. Perguntou por minha noiva, o que me deixou ansioso.


- Nunca mais recebi flores suas – brincou, descontraindo.


Fiquei sabendo que o trajeto que ela fazia para voltar do trabalho passava pelo meu. Então, as caronas começaram a se tornar freqüentes. Ela me deixava dois quarteirões antes de nossas casas para minha mãe não ficar sabendo. Minha mãe não mais me batia, mas qualquer aproximação com Samira era visto como uma tentação diabólica. Tão ingênua a minha mãe! Era Samira, na verdade, meu anjo da guarda e era impressionante como ela me passava vibrações boas, fluídos que traziam calma e ao mesmo tempo amor. Eu gostava de estar perto dela, de conversar com ela, de saber sobre sua vida. Numa das vezes em que apareceu para me buscar um vendedor ambulante de flores que passava por perto percebeu e mandou: “não vai levar flores pra sua amada?”. Eu ri da situação e comprei dele aquilo que sempre havia dado pra ela. Quando entrei no carro ela levou um susto, mas vi que adorara a surpresa. O relógio marcava pouco mais de seis da tarde.


- Vamos por um outro caminho hoje. O trânsito por aqui está muito ruim – disse.


Eu não sabia que existia outro caminho. O atalho pareceu longo demais, até que percebi que na verdade ele não existia. Fiquei perplexo quando ela parou o carro na entrada de um motel. Eu não imaginava que aquilo fosse verdade. Talvez fosse mais um outro sonho dos tantos que eu já tivera com ela. Mas se fosse realidade era uma realidade esquisita, porque, para minha eterna angústia, ela era casada.


- Avisei a ele que vou chegar mais tarde. Depois você liga pra sua mãe e pra sua noiva e dá uma desculpa. Você vai aprender que em sua vida íntima ninguém deve se meter, nem sua noiva, nem sua mãe, nem sua futura esposa. Isso se chama liberdade.


Minha cabeça ficou dando voltas. Eu tinha vontade de ter aquela mulher desde meus sete, oito anos de idade, desejos impossíveis de um garoto que finalmente se realizava. Coisa de difícil compreensão. Tentações, flores, traições, pecados. Liberdade. Suellen não entenderia bem isso. “Bem vindo ao mundo adulto”, pensei, nervoso enquanto seguia cadenciado os passos de Samira até o quarto do motel.Meu coração batia forte, numa mistura de medo e ansiedade, vontade e repressão. Nunca tinha estado em um quarto daqueles e achei interessante toda aquela sofisticação, a piscina com uma pequena cascata, o teto com iluminação escondida em penumbra. Mas o melhor foi o jogo sensual que Samira fez ao se despir. Parecia dançar para mim a tal dança do ventre que antes eu era obrigado a compartilhar com seu esposo. Seus 34 anos se revelaram juvenis, talvez mantidos pela seiva das flores que eu lhe dava quase diariamente.


- Sou virgem – declarei.


- Eu imaginava – disse ela sorrindo com olhos. Como vizinha de frente ela conhecia minha vida de garoto regrado pela mãe conservadora.


Ela disse para que eu não me assustasse, porque tudo o que iria acontecer era para o nosso prazer. Ela tomou a iniciativa de me abraçar. Pude sentir aquela cintura que por dez anos viviam desfilando em minha frente, separada de mim por uma rua e um jardim. Logo senti finalmente o sabor gostoso de sua boca enquanto suas mãos varriam minhas costas. Aquilo era uma loucura, sem dúvida! Mas uma loucura que eu não abriria mão, não naquele instante. Sentei na cama, orientado por ela. O nervosismo atrapalhava minha concentração e, por isso, meu pau não estava totalmente duro. Sam, vestida apenas com uma fina calcinha azul turquesa, era a representação máxima de meu desejo. Senti um arrepio que percorreu todo o meu corpo quando ela tocou minha glande com seus lábios. Não tardou para que meu pau crescesse tudo o que podia dentro de sua boca. Como era gostoso aquilo! O máximo que Suellen fizera comigo foi uma punheta batida rápida e sem direito a gozo na sala de casa. E agora aquela boquinha mágica brincava comigo, tão dançarina quanto sua dona. A língua ficava girando, massageando a glande com uma suavidade mística.



Não conseguia contemplar bem a face de Samira porque seu cabelo impedia uma visão apurada, mas isso não importava, pois sua chupada já dizia tudo, mostrava o que eu não podia enxergar. Durante alguns minutos ela mamou devagar, sem pressa. Eu estava quase gozando quando ela, experiente, parou, pressentindo isso. Fomos para o centro da cama e ela tirou sua última peça de roupa. Ficamos vestidos apenas com nossas alianças, a dela na mão esquerda, e a minha na direita.


De forma instintiva, comecei a mamar seus peitos, que eram fartos, do tamanho ideal para meu deleite. Ouvi seus primeiros gemidos quando passei minha mão por sua buceta já bastante molhada, enquanto minha boca descia por seu corpo, sem descolar, visitando o umbigo delicado. Mesmo nunca tendo tido um contato com uma mulher daquela maneira, parecia que éramos amantes há muito tempo. Tudo acontecia sem mancada, sem erro, sem interrupção. Os atos eram leves, encaixados, simples, necessários. Não demorou e eu estava passeando com minha língua nas adjacências de sua virilha, maravilhado. Mesmo de olhos fechados encontrei sua bucetinha pulsando interessada. O aroma lembrava o das flores do jardim de nossa rua, de nossas vidas. Lambia aquela carne quente ouvindo os gemidos de Samira, que soavam como canções, ruídos sem nexo que eram mais honestos que um “eu te amo”. Coloquei a língua para dentro, tirando rápido. Não sei se fazia certo, mas o certo nessas horas é um acordo mudo entre os envolvidos. E nesse nosso acordo não havia engano, só certezas.


- Vem que você vai virar homem comigo agora – disse.


Uma revolução que não daria para descrever aconteceu dentro de mim quando senti meu pau tocando sua buceta totalmente receptiva, tão úmida quanto feliz. Samira me abraçava com força ao tempo em que jogava suas pernas por sobre minhas costas. Aquilo fazia com que eu entrasse nela com mais vontade, sem receios nem hesitações. Minha mãe tinha razão! Samira não era minha amante, era muito mais que isso. Seus gemidos se transformaram em gritos ratificando seus sentimentos. Ela não mais mexia, dançava sob mim, rebolando, instigando, querendo tudo, como uma puta totalmente fora de si. Sua verve árabe era traduzida no gingado de seu quadril, executando uma dança do véu ou algo parecido. O pau entrava e saía já com ardor, impregnando o quarto com cheiro de sexo, de carne, de alma entregue. Como era gostoso comer aquela mulher, torná-la minha amante. Um sonho infantil que agora se realizava.


- Mete que você é meu, mete que você é meu – gritava ela e eu acreditava mais do que nunca naquilo, pois sentia que ela era minha também, e que sempre havia sido.


Meu primeiro gozo dentro de uma mulher foi tão contagiante que acabei perdendo a noção da situação e pedindo ela infantilmente em casamento. Por sorte ela demorou para se recompor, para voltar ao normal e nem entendeu o que eu disse. Ali nós éramos mais que amantes, mais que cônjuges ou mais que namorados. Desisti do noivado com Suellen, arranjei um trabalho que me desse maior suporte financeiro, de maneira que eu não dependesse tanto da minha mãe. Mantenho o caso com Sam até hoje. A diferença de idade em nada atrapalha e, sempre que possível, nos vemos, apesar de ela continuar casada. Por vezes pergunto a ela se vamos continuar eternamente juntos nessa vida nem tão secreta, mas certamente incrível, no que ela sempre responde:


- A eternidade sempre acaba, mas a liberdade não. Essa só acaba quando não houver mais flores no jardim.
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domingo, 8 de novembro de 2009

Poesia- JPalmaJr


antes da mesa, a cama...na primeira luz da manhã, como se ao descobrir dos lençóis, o corpo de mulher, fosse o próprio sol a dar bom dia, enchendo a alma de motivos para fazer poesia...o toque dos lábios, o arrepio na pele, os dedos brincando de dedilhar uma canção de amor por teu corpo, o suspiro ouvido enquanto te descubro, com a boca, feito serpente, aquela que com sabe que é com a boca que se percebe, que se sente a alma, por vezes impura, da mulher que se abre aos carinhos devassos que os lábios e a língua lhe fazem, despudorados, rosto molhado de brincar de navegar em teu rio que quer virar mar...


"quando eu era menino
contava estrelas
para poder dormir
mas nunca terminava
pois o sono me chamava
antes do fim das estrelas...
como deve ser bonito
amar como quem conta estrelas...
para nunca terminar..."

AMOR SEM FIM

JPalmaJr

sábado, 7 de novembro de 2009

ENTREVISTAS: NELSON RODRIGUES

Nelson Rodrigues

Entrevista conduzida por Tom Murphy para o jornal Latin American Daily Post, em outubro de 1980, dois meses antes de Nelson Rodrigues morrer e republicada n'O Estado de São Paulo, de 09/06/2002, de onde foi extraída.



Apresentação:

Fui recebido por um homem pálido, até mais alto do que eu imaginava, de calça azul mal ajustada pelos largos e famosos suspensórios; um homem lento no andar e na fala. Lento de dar pena. Anos depois conheci Alfredo Machado, dono e cabeça da Editora Record, a quem relatei a experiência daquele dia: "Entrevistei o Nelson Rodrigues dois meses antes da morte dele; ele já estava doente, muito mal mesmo." O grande mentor de tantos escritores brasileiros riu: "Nelson estava muito mal sempre". Naquele ensolarado outubro de 1980, tive o privilégio de conversar durante uma hora e pouco - sentado, como tantos de seus personagens, diante da simples mesa de cozinha - com Nelson Rodrigues. O cenário era bem Nelson: um apartamento escuro e assombroso na beira da alegre praia carioca do Leme, um cheiro leve, não do mar, mas de desinfetante. Na época eu trabalhava para o Latin American Daily Post, jornal de língua inglesa, que publicou a entrevista dias depois. Foi só em dezembro que eu soube da real dimensão da doença de Nelson, quando ele deu entrada num hospital. No mesmo mês, dia 21, ele morreu, aos 68 anos. Faria 90 anos em 2002 e livros seus são reeditados pela Companhia das Letras, inclusive aqueles que escreveu sob pseudônimo, como a coletânea Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo e o romance A mentira, além das crônicas sobre futebol, esporte pelo qual foi apaixonado. Era Fluminense roxo. A partir da morte dele, a entrevista, que permanecia inédita em português, virou, para mim, uma grande curiosidade, quase um talismã. Eu fui um dos últimos a falar com Nelson Rodrigues, o famoso e, para tantos, infame e tarado homem das letras - o par de Tennessee Williams e Jean Genet da dramaturgia brasileira. Já no fim, já enfartado e safenado, mas nada manso, era lúcido e atuante, o maior dramaturgo nacional.

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- Qual é sua visão sobre o papel dos intelectuais no Brasil?

Os intelectuais brasileiros não têm nenhuma importância. Há algumas excessões, como o grande sociólogo Gilberto Freyre, mas estes constituem um grupo seleto.

- Os escritores brasileiros, pelo menos, conseguem mostrar a realidade brasileira?

A cultura brasileira não é uma cultura escrita. O pouco que existe hoje da cultura brasileira é estéril. Não se escrevem romances, poemas e ensaios como antes. E só é assim que o escritor tem possibilidade de tocar nos assuntos mais profundos. o que falta entre os intelectuais brasileiros de hoje é paixão. Não dá nem para ler os jornais. As notícias são velhas! Antigamente, até os jornais eram mais dinâmicos. Um jornal como A Noite saía com as notícias do mesmo dia! E com muito espírito. Do ponto de vista da cultura, o Brasil hoje vive uma fase de transição. Existe uma literatura aguardando para nascer. Vai nascer cedo ou tarde, pelo menos eu espero. A literatura brasileira aguarda um gênio para tirá-la do tédio. Por enquanto, porém, não há gênio à vista.

(Em 1980, os escritores e intelectuais brasileiros pareciam confundir-se com políticos, num país que corria para a mudança do regime militar para a democracia. Nelson Rodrigues criticava essa posição. Ao mesmo tempo, dizia que o mundo estva sendo dominado pelos "idiotas".)

- Qual sua opinião sobre intelectual e política na atualidade brasileira?

O intelectual que entra na política não faz nenhum bem para ninguém. Em primeiro lugar, não entende nada da política. Antigamente, a política era uma profissão para pessoas com determinados conhecimentos e hábitos. Era um dom. Todo mundo virar político é ridículo. Mas, hoje, os intelectuais vão aos comícios. Para quê? Para aparecer, tirar foto e vê-la nos jornais. Para o artista, a melhor maneira de servir a pátria é servindo arte.

- Qual é sua avaliação do Brasil de hoje como sociedade?

A verdadeira história do Brasil só vai começar com a chegada em cena de uma grande figura, um Napoleão. Os Estados Unidos tiveram George Washington, a França, Napoleão. Nós tivemos Juscelino Kubitschek, um grande homem, de certa forma, com grandes qualidades, mas quando eu falo de um Napoleão, eu me refiro a algo muito maior do que um Juscelino. A China, por exemplo, teve Mao e Chiang Kai-Shek, homens que correspondiam às necessidades da época.

- E o Brasil de hoje?

Antigamente, todos eram idiotas e o sabiam. O mundo tinha milhões de idiotas, todos humildes. Muito sabiamente, eles se consideravam idiotas. Mas hoje em dia, quase todas as pessoas se consideram competentes. E não só isso, elas querem o poder! Tanto o querem que eles até fecham as portas na cara dos verdadeiros competentes. Os idiotas querem ser professores, ministros, presidente. O nosso mundo é dominado pelos idiotas. A única maneira de combater essa onda de idiotice é através de um homem com o magnetismo de um Napoleão. O problema do Brasil é o mesmo de todos os países subdesenvolvidos: a falta de auto-estima. Quando um povo não acredita em si mesmo, não acredita em nada. Bom exemplo disso é a mania do povo brasileiro de massacrar a seleção de futebol. Isso me irrita profundamente. É só a seleção errar em uma coisa e todo o País vem em cima. O brasileiro só sabe torcer pela seleção quando ela está ganhando. Quando perde, vem em cima com chicote.

- O sr. disse que o homem competente não tem vez. E o artista brasileiro?

Não. Eu, por exemplo, sempre tive de trabalhar como jornalista. Não que eu despreze a profissão. Mas, nos Estados Unidos, um escritor lança um best seller e já pode se aposentar. No Brasil, você tem de trabalhar até o fim da vida. Se eu tivesse escrito tudo nos Estados Unidos que eu escrevo aqui, eu hoje seria um homem milionário. Mas em vez disso, eu ainda tenho de trabalhar para comer.

- Eu gostaria que o sr. falasse um pouco sobre a censura e o modo como ela afetou sua carreira.

Tenho muito a falar sobre censura. Sou autoridade no assunto. Nos últimos 35 anos eu tenho sido o autor brasileiro mais censurado. Censura é uma barbaridade, uma monstruosidade. O único papel legítimo para a censura é classificatório, ou seja. pode somente limitar certas coisas para crtas faixa etárias. Não pode limitar, de maneira alguma, a criatividade do artista.

- O sr. falou de faixas etárias. A propósito, qual a sua opinião sobre a juventude hoje?

Fui recentemente a um programa de televisão e me perguntaram se eu tinha alguma coisa a dizer aos jovens brasileiros, ao que respondi: "Que deixem de ser infantis" Somente. Nunca a juventude foi tão pouco generosa, tão pouco heróica, tão pouco humana. Espero que um dia a juventude tenha um grande renascer. É necessário. Os jovens da França praticamente tomaram o poder em 1968. Deram as costas a De Gaulle. Mas, uma vez no controle das universidades, eles não fizeram absolutamente nada. Descobriram que não tinham nada a dizer. Era tudo puro exibicionismo. Afinal, o que tem a dizer um jovem de 17 ou 18 anos? Nada. São os velhos que detém a sabedoria e que podem assumir a liderança. De Gaulle era velho. Mao era velho. Chiang era velho.

- Suas peças foram sempre polêmicas. Por que escolheu temas relacionados ao sexo e à violência, tão controvertidos?

Nas minhas obras eu tento transmitir algo que vem de dentro de mim. É trabalho duro, um sacrifiício. E acho que, para escrever bem, o escritor precisa de algumas obsessões, algumas idéias fixas, que sustentam a sua obra. Sem isso, o trabalho vira um caos. Um dos meus temas preferidos é a violência humana. O ser humano é um assassino natural. O ser humano é feroz. É somente isso, uma verdade e, portanto, uma obsessão.

- Qual é a avaliação que faz do teatro brasileiro hoje?

Era muito melhor antigamente. Hoje todo autor virou demagogo.

- Quais os seus autores favoritos? Brasileiros e estrangeiros.

Meus autores brasileiros prediletos são Gilberto Freyre, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Machado de Assis e Euclidesda Cunha. Gosto muito de Dostoievski. Gsoto dele desde jovem. E gosto de Tolstoi. A Rússia tem, ou tinha, uma literatura de boa qualidade. Um país onde um escritor pode ser internado num hospital para doentes mentais porque escreveu algo contra o governo não pode ter uma literatura importante. Os Estados Unidos tem um dos maiores dramaturgos do século 20, Eugene O'Neill. Também tem Faulkner e Hemingway. Da França, eu gosto de Gide, Albert Camus e Alguns outros. Não suporto Sartre. Ele traiu a condição de escritor quando virou político. Não me entusiasmo muito com Borges. Hoje em dia, eu estou na fase de ler os clássicos de novo. Um livro bom é sempre novo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

INCESTO

A diferença de idade entre eu e minha irmã é de dois anos. Depois que a adolescência chegou, deixamos de ter a mesma intimidade da infância. Por estar dois anos a minha frente, ela tinha amigas que me consideravam criança demais enquanto meus amigos estavam mais interessados em atazanar as meninas de nossa própria sala.
Quando finalmente entrei para o ensino médio ganhei um pouco mais de respeito das colegas de minha irmã. Elas estavam no último ano do curso, mas já não me viam mais como um menino deslumbrado com suas traquinagens. Até mesmo minha irmã voltou a conversar mais comigo. Não era a mesma relação de quando éramos criança, mas estávamos mais unidos do que nunca.
Pela metade do ano, ela me tinha em conta de confidente. Relatava-me seus namoros, suas “brincadeiras” mais ousadas, tudo na maior confiança. Sabia que meus pais a repreenderiam caso ficassem sabendo de suas traquinagens, mas eu ficava na minha.
Tudo bem que ela é minha irmã e nossa educação foi formal em demasia, mas ela não podia esperar que eu ficasse indiferente a seus relatos.
Sem dar na vista, passei a sondar seus movimentos dentro de casa. Vivia desejando poder flagrá-la em alguma ocasião mais estimulante. Muitas noites chegava a sonhar que a via tomando banho.
Aquele corpo perfeito de coxas grossas, bunda roliça e bem delineada, os peitos firmes e de tamanho satisfatório... eram tantos os atributos que ela tinha que quando acordava, estava melecado. Comecei a me sentir mal com a situação, afinal ela é minha irmã.
O fator que faltava para que minha culpa fosse elevada à categoria de recriminação total mostrou-se quando comecei a namorar uma de suas amigas. Toda vez que saíamos, as carícias que trocávamos beiravam o limite daquilo que é possível se fazer estando em um banco de praça ou em um canto qualquer de um shopping.
Não demorou a que as intimidades que trocávamos chegasse ao conhecimento de minha irmã. Só me dei conta de que havia algo no ar quando notei que ela passou a me olhar de soslaio. Sempre que eu a flagrava me encarando, ela desviava o olhar e me deixava sozinho.
Em uma tarde quente, depois de ter me refrescado na piscina, fui tomar um banho para poder encontrar-me com minha namorada. Como sempre, demorei-me um pouco além do recomendável. Quando sai, fui surpreendido por minha irmã colocada ao lado da porta. Sem demonstrar o menor receio, ela sussurrou em meu ouvido:

-- Que belo cacete você tem. Será que é tão gostoso quanto bonito?

Fui para meu encontro com uma pulga atrás das orelhas. Estava tão surpreso e confuso que acabei não dando muita atenção a minha namorada. Ela, como é normal a qualquer mulher, sacou que devia ter uma outra metida no assunto.
Desconversei dizendo-lhe que só estava preocupado com o final do ano. Minhas notas não eram ruins, mas tinha uma matéria que me torrava a paciência. Não consegui convencê-la e nosso encontro terminou mais cedo. Foi nossa primeira briga.
Quando cheguei em casa, minha irmã logo sacou que algo não tinha ido bem. Sempre que saía para namorar, voltava muito tarde e naquela noite ainda faltavam vinte minutos para as dez.

-- Andou brigando com a namoradinha? Ela debochou ao reparar que meu semblante estava tenso.
-- Pensei que ela fosse sua amiga.
-- E é, mas posso curtir um pouco com o tchuque-tchuque do meu irmãozinho, não posso?

Decididamente ela estava me provocando. A lasciva com que me encarava e a sensualidade que empostava sua voz eram inéditas. Lancei um olhar de soslaio para a sala. Meus pais estavam entretidos demais na tv para perceber algo.

-- Vocês mulheres são todas iguais, basta que fiquemos um pouco distraídos que logo vem com esse papo de que tem mulher envolvida.
-- Sempre tem.
-- mas comigo não.
-- Será que não, mesmo?

Ela não só me desafiou com sua voz lasciva sussurrante como segurou meu cacete com firmeza. Considerando que já estava excitado, ela o encontrou duro como pedra.

-- Você está brincando com fogo.
-- Tolinho, nem comecei ainda.
-- Pensa que sou de ferro?

Tentei beijá-la, mas ela evitou meu avanço.

-- Aqui, não! Tem um lugar mais apropriado.

Antes que pudesse entender, ela deixou-me a sós. Subiu as escadas em correria em direção ao seu quarto. Será que ela queria que eu a seguisse até lá? Não deu tempo para me decidir. Em poucos minutos ela descia a toda pela mesma escadaria.

-- Mãe, pai, vamos até a casa do Leo.
-- Agora? Indagou nosso pai.
-- Preciso pegar um resumo que esqueci.
-- Não demorem.
-- É rapidinho.

Afoita como só ela sabia ser, agarrou minha mão arrastando-me com ela. Enquanto seguíamos até a casa de seu amigo, nada falamos. Em silêncio, ia tentando colocar minha mente em ordem. Estava a um passo de trepar com minha irmã e na casa de um gay. Era muito para uma noite só.
Chegamos à casa do rapaz e ela não se preocupou nem mesmo em apertar a campainha. Empurrou a porta e foi entrando como se estivesse em casa. Atravessamos a sala encontrando o dono do lugar entretido em preparar uma espécie estranha de bebida.

-- Oi, Leo! Podemos usar um de seus quartos?
-- Vai fundo, boneca. Se precisar é só chamar.

Subimos outra escadaria, seguimos pelo corredor até o último dos aposentos. O silêncio começava a se tornar opressor, mas minha irmã não parecia se preocupar com nada. Seus passos cadenciados seguiam um ritmo provocante. Sua bunda movia-se tentadoramente. Mal entramos e ela já atacava:

-- Põe logo este cacete para fora. Quero ver se é assim tão bonito.

Tentei argumentar algo, mas desisti. Abaixei minhas calças, retirei minha cueca e deixei que ela visse meu cacete duro como pedra. Ela o olhou demoradamente; correu a língua pelos lábios enquanto o fitava, suspirou um pouco alto e comentou:

-- Bonito ele é, mas será que é gostoso?

Pensei em responder, mas ela estava sempre a minha frente. Ajoelhou-se diante de mim e o colocou inteiro em sua boca. Cada vez que sua boca se afastava, senti a força que ela usava para sugar meu pau. Quando voltava a afundá-lo em sua garganta, deslizava suavemente.

-- Gosta das chupadas de sua irmãzinha?
-- caralho, sua boca é maravilhosa!
-- Sua namoradinha não chupa sua pica, não?
-- Chupar ela chupa, mas igual a você...
-- Olha que vou contar para ela. O riso debochado que ela deu me encheu de receio.
-- Nem por brincadeira faça algo assim. Ela me esfola se fica sabendo que outra andou me chupando.
-- Outra! Eu sou sua irmã!
-- Eu sei, mas para ela não faz diferença.

Ela não se importou com este meu último comentário. Voltou a mamar minha pica com a mesma sofreguidão de antes. Não tinha dificuldade alguma em reter meu gozo, sempre conseguia agüentar até que a parceira tivesse extravasado ou estivesse a ponto de atingir o clímax, mas a excitação causada pelo fato de ser minha irmã quem me chupava, estava me deixando louco.

-- Vai mais devagar senão não agüento.
-- Frouxo!
-- Puta que pariu, você chupa com tanta gula que não é fácil segurar.
-- Verdade? Se está assim tão bom por que não para de reclamar e enche logo minha boca?
-- Caralho, nunca imaginei que minha irmã fosse uma putinha.
-- Acontece que não sou. Sempre tive vontade de dar para você. Sei que somos irmãos, mas eu o amo muito.
-- Mas... mas...

Não tive argumento para apresentar. Ela me amava? O que poderia esperar daquele sentimento? Um leve broxar deixou minha vara meio flácida, mas ela insistiu e voltei a me excitar. Eu estava apenas curtindo aquilo como uma trepada sem importância, mas ela se declarara. Ela não era uma vadiazinha, ela me amava.
Algumas lágrimas rolaram por suas faces. Senti-me um vilão. Recuperando meu controle, a fiz levantar-se e beijei-a com todo carinho que sentia por ela. Confesso que nunca senti o mesmo quando beijava minha namorada ou outra menina qualquer. Meu coração disparou e fiquei assustado.

-- Promete que nunca vai me abandonar?
-- Mas somos irmãos!
-- Eu sei. Nunca vou me casar. Vou estar sempre ao seu lado.
-- Não posso lhe prometer o mesmo.
-- Não precisa. Só me prometa que não vai me abandonar.
-- Nunca. Somos irmãos.
-- Para mim será suficiente.

Voltei a beijá-la repetidas vezes. Avançando um pouco, desci minhas mãos por sobre seus seios. Senti-os rijos e trêmulos. O coração dela ia a mil. Deixei de beijar-lhe a boca passando a morder-lhe a nuca e o pescoço. Ela gemeu com a mudança.
Logo eram seus seios que recebiam o contato de minha boca. Suguei-os com uma suavidade que não imaginava pudesse ser capaz. Deslizei minha língua por seu ventre, voltei a subir até seus seios, dançava livremente em seu corpo.

-- Você é muito gostoso.
-- Você também é muito gostosa.
-- Chupa minha bucetinha?
-- Claro.

Passei tantos anos achando que minha irmã era igual as suas colegas que me surpreendi ao ver que sua buceta era delicada e pequena. Não acreditava que ela fosse virgem, mas seus lábios eram tão unidos que poderia ser que ela não estivesse acostumada a transar com muita freqüência.
Senti o perfume adocicado que emanava de sua bucetinha. Ele penetrou minhas narinas como se estivesse diante de um jardim repleto de flores deliciosas. Pousei meus lábios sobre os lábios externos. Olhos fechados, pareceu-me estar beijando sua diminuta boca. Depois de lamber-lhe as extremidades, afundei minha língua em suas entranhas.
Ela gemeu e se contorceu. Sua buceta escapou-me. Segurei em sua bunda com firmeza antes de voltar a chupá-la. O contato com a suavidade de sua carnuda bunda me deixou desejoso de afundar-me em seu cuzinho. Para incentivá-la ao ato, passei a circular o buraquinho com o meu dedo ao mesmo tempo em que afundava minha língua em sua buceta.

-- Ai, que delícia! Está me deixando louca!

De repente, senti um desejo enorme de ir além. Nunca tinha avançado tanto com minha namorada. Num movimento inesperado, até mesmo para mim, deixei que minha língua seguisse até seu cuzinho. Ela demonstrou gostar de minha ação. Com segurança, passei a alternar minhas chupadas entre seu cu e sua buceta.

-- Vem, vem foder minha bucetinha! Estou endoidecida!

Ela se deitou de costas deixando sua buceta toda escancarada. Com delicadeza, deitei-me sobre seu corpo e fui encostando meu cacete em sua buceta. Outra vez a surpresa tomou conta de mim fazendo meu coração acelerar ainda mais. A entrada da buceta estava tão apertada que a cabeça de meu cacete ardeu.
Eu tinha chupado tanto aquela buceta que ela deveria estar toda úmida e deslizante, mas a penetração foi difícil. Um ardor muito forte espalhou-se pelo corpo de meu cacete. O atrito entre nossas carnes deixou-me aturdido. Minha irmã era mesmo virgem.

-- Isso, assim, fode, fode minha bucetinha.
-- Cacete, é muito apertada!
-- Ela é só para você. Cacete algum entrou nela antes.
-- Você era virgem?
-- Ainda sou. Seu cacete não foi até o fundo.

Tive que forçar mais e mais até que minhas bolas encostassem-se a sua bunda. Ao ter a certeza de que a penetrara totalmente, cessei meu movimento e aguardei. Ela contraía os músculo de sua buceta com uma habilidade estonteante. Como ela podia ser virgem tendo toda aquela experiência?
Não pretendia magoá-la com perguntas impertinentes, portanto me calei. Tudo estava sendo mágico demais para que eu quebrasse o encanto com dúvidas machistas. Assim que seus músculos deram um tempo, fui retirando meu cacete bem devagar.
A cabeça já estava quase fora quando o pressionei de volta para o interior da buceta. Ela respondeu com um gemido abafado. Esticou suas pernas passando-as por trás de meu corpo enlaçando-o com firmeza. Iniciei um delicioso vai-e-vem sem pressa alguma.
Se quando ela me chupou senti que seria difícil segurar meu gozo, agora já não tinha mais esta preocupação. Todo tesão animalesco foi suplantado pelo sentimento de carinho que deveria nortear as relações entre macho e fêmea. Não estava mais fodendo minha irmã, mas amando uma mulher tremendamente gostosa.

-- Vai, mais rápido, estou sentindo tudo queimar!
-- Relaxa um pouco.
-- Não! Eu quero gozar com este cacete me fodendo!
-- Está bem, mas depois vou comer seu cuzinho.
-- Pode comer o que quiser. Eu sou sua.

Atendi seu desejo e passei a estocá-la com mais rapidez. Mesmo já estando a penetrá-la a algum tempo, sentia meu cacete esfregar-se nas paredes de sua buceta causando-me um ardor constante. O fato de descobri-la virgem não representou um fator decisivo em minha performance, o que me deixou muito mais compenetrado no ato foi sua declaração de amor.
Os gemido que ela tentava controlar deixaram de ser sussurros e passaram a ser urros totalmente descontrolados. Nossos corpos moviam-se num ritmo alucinado e sincronizado. O balanço nos permitia o máximo de deleite. O suor nos cobria, mas nem nos importávamos. Todo nosso ser estava voltado para o prazer.
Repentinamente senti suas unhas cravarem-se em minhas costas. Seu quadril cessou o movimento e sua buceta travou meu cacete. Um grito ensandecido vibrou pelo quarto. Olhando-me com os olhos vazios, ela agarrou-se a mim com todas suas forças.

-- Estou gozando! Você me fez gozar! Eu o amo!

O desejo de comer seu cuzinho era muito forte, quase que um frêmito animal. Novamente senti que o enlevo havia atingido um ponto que poucos casais logravam atingir. Desisti de meu intento. Acelerei ainda mais meus movimentos até sentir que minha porra vazava dentro de sua buceta. Ela olhou-me admirada:

-- Pensei que quisesse comer meu cuzinho.
-- É quero, mas vamos ter outras oportunidades para isso, não vamos?
-- Sempre que você quiser.

Sem retirar meu membro de dentro de sua buceta, premi-lhe o corpo dando maior firmeza a nosso abraço. Beijamo-nos repetidas vezes antes de nos soltar. Precisávamos voltar para casa.
Depois desta noite maravilhosa passei a ter uma certeza inabalável a me orientar. Poderia foder quantas mulheres viesse a conhecer, mas apenas uma teria meu amor. Quando nos entregássemos, não estaríamos simplesmente trepando, estaríamos nos amando como jamais poderíamos amar a mais ninguém.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TUA BOCA - PalmaJr




da tua boca
mulher
é da tua boca
que nasce meu desejo
onde nascem os pecados
onde eu me afogo
onde me sinto
completamente molhado...
é tua boca
mulher
que me devora
por mais que eu tente
ser o dono de teus lábios
és tu, com tua boca
minha Dona e Senhora
é com teus lábios,
quais sejam
que a carne me envolve
me come e me imola
frágil vítima de amor
do teu amor de serpente
que com a boca me mata
e com a boca me sente...
é tua boca a entrada
do caminho do prazer
que me tira do sizo
que me espasma o corpo
que me enlouquece o juízo
que me recebe em louvor
feito anjo ao Paraíso
são teus lábios querida
minha inocência perdida
meu esgar em que te encho
da seiva branca de mim
que te escorre feito rio
ou como a branca
espuma do mar
é com tua boca
que exaspero
e em êxtase louco
tremo em desespero
e sinto minha força
se esvair em teu céu
e tu, de mim molhada
a boca encharcada
me olha com olhos pedintes
vens feito menina sorrindo
e me diz por entre os dentes:
quero mais de ti, meu menino!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

RASGAM-ME ESPINHOS



RASGAM-ME ESPINHOS
Thiers R>



Derretida à boca
não se cala
se veste di’rosa
perfuma
penetra
saboreia
línguas&corpos
caricias trocadas
tua boca
visto-mi’m prazer
.. prazer
.. prazer
sus’piro
escorre u’suor
a pele se cola
encontro di vertigem
como fogo
riscas teu nome
em’ sangue
em’ rosas
rasgam-me espinhos



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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Confesso- Ana Carolina


Confesso, acordei achando tudo indiferente
Verdade, acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas
Mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego,
Eu não te deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade
Mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo
Ou não volte mais

Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade
Mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo
Ou não volte mais

Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais

domingo, 1 de novembro de 2009

Poema em tela - lucia Czer


Poema em Tela...




Na tela branca, a pureza

Da folha vazia...

Primeiro um signo

Mais outro, e surgia


Como pinceladas

Multifacetadas

As primeiras letras

Da poesia.


Como luz que acende

Uma palavra única

Retoca a pintura

De forma tão lúdica.


Brancas, livres, ricas,

Encontros sobre o papel,

Compondo versos e rimas

O crayon como pincel.


O arco-íris em cores

Todo nuance e matiz

Notas soltas metrificam

Na tela inda em verniz.


No silencio espreita

A expressão desnudada

Em letras engastadas

Descrevendo sentimentos.


Semelhante garatuja

Traços, riscos e rabiscos

Passa a emoção como surja

O pintor em seu papel.




Homenagem especial de aniverssário. Blogs da autora:



www.webartigos.com
www.mundofilosofico.com.br
www.trilhasdaimensidão.prosaeverso
www.valedassombras.com

Néon


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