quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Hilda Hilst - A personalidade da escritora


Hilda Hilst, uma das mais importantes escritoras brasileiras, queria ser popular. Resolveu, aos 60 anos de idade, publicar livros eróticos – ela prefere “obscenos” -, como O Caderno Rosa de Lori Lamby, no qual uma menina de 8 anos narra, completamente à vontade, uma série de aventuras sexuais lambuzadas, que não passam, na verdade, de pura imaginação. O escritor Yuri V. Santos, que morou com a escritora, fala sobre a visão dela em relação ao erotismo. “Conversar sobre sexo com Hilda Hilst é experiência reveladora.”

Apesar de sua antipatia pelo rótulo de "escritora erótica", conversar sobre sexo com Hilda Hilst é experiência reveladora. Pra ela, sexo é bom humor, brincadeira, jogo, sem qualquer fim em si mesmo. E o mundo dos desejos – o KamaLoka (do sânscrito Kama=desejo e Loka=mundo) – pode sim ser um terror. Que o digam seus personagens, que o diga, por exemplo, o narrador da tragédia homoerótica Rútilo Nada, para quem, como Hilda lembra, "sua paixão é uma doença mesmo, uma doença total". Porque Hilda, seja em seus amantes, seja em sua literatura, sempre buscou não o apego mas o amor, ou, em suas próprias palavras, Deus. O orgasmo, essa pequena morte, sempre mostrou ou seu vazio, se não havia amor, ou seu distanciamento em relação ao amante, se só havia busca.


Boris Vian fez uma conferência chamada "A utilidade de uma literatura erótica", que diz o seguinte: “Ler livros eróticos, difundi-los ou escrevê-los são uma maneira de preparar o mundo de amanhã e de abrir caminho para uma verdadeira revolução”. Esta também é sua visão?

Hilda Hilst: Ele diz "verdadeira revolução"? Não, não acho assim. O erótico não é a “verdadeira revolução”. O erótico, pra mim, é quase uma santidade. A verdadeira revolução é a santidade.


Hilda não hesitava em dizer ao excitado marido: “Vai foder com a empregada! Me deixe escrever!” E ri quando me diz que homem que gosta de mulher por cima é afrescalhado. Para horror das feministas, Hilda acha que o homem deve dominar a relação, deve – e cita Simone de Beauvoir – ser, de alguma forma, superior à mulher. Afirma que sempre buscou homens que possuíssem um destes atributos da divindade: poder ou beleza. Poder financeiro, poder intelectual, e até força bruta, a faziam sentir-se mais mulher. Beleza porque – como dizia Vinícius, aliás, ex-namorado de Hilda – é fundamental.
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(Artigo publicado originalmente na Revista da MTV)

FILÓ, A FADINHA LÉSBICA-HILDA HILST


FILÓ, A FADINHA LÉSBICA



Poema de Hilda Hilst





Ela era gorda e miúda.

Tinha pezinhos redondos.

A cona era peluda

Igual à mão de um mono.

Alegrinha e vivaz

Feito andorinha

Às tardes vestia-se

Como um rapaz

Para enganar mocinhas.

Chamavam-lhe “Filó, a lésbica fadinha”.

Em tudo que tocava

Deixava sua marca registrada:

Uma estrelinha cor de maravilha

Fúcsia, bordô

Ninguém sabia o nome daquela cô.

Metia o dedo

Em todas as xerecas: loiras, pretas

Dizia-se até...

Que escarafunchava bonecas.

Bulia, beliscava

Como quem sabia

O que um dedo faz

Desce que nascia.

Mas à noite... quando dormia...

Peidava, rugia... e...

Nascia-lhe um bastão grosso

De início igual a um caroço

Depois...

Ia estufando, crescendo

E virava um troço

Lilás

Fúcsia

Bordô

Ninguém sabia a cô do troço

da Fadinha Filó.

Faziam fila na Vila.

Falada “Vila do Troço”.

Famosa nas Oropa

Oiapoc ao Chuí

Todo mundo tomava

Um bastão no oiti.

Era um gozo gozoso

Trevoso, gostoso

Um arrepião nos meio!

Mocinhas, marmanjões

Ressecadas velhinhas

Todo mundo gemia e chorava

De pura alegria

Na Vila do Troço.

Até que um belo dia...

Um cara troncudão

Com focinho de tira

De beiço bordô, fúcsia ou maravilha

(ninguém sabia o nome daquela cô)

Seqüestrou Fadinha

E foi morar na Ilha.

Nem barco, nem ponte

o troncudão nadando feito rinoceronte

Carregava Fadinha.

De pernas abertas

Nas costas do gigante

Pela primeira vez

Na sua vidinha

Filó estrebuchava

Revirando os óinho

Enquanto veloz veloz

O troncudão nadava.

A Vila do Troço

Ficou triste, vazia

Sorumbática, tétrica

Pois nunca mais se viu

Filó, a Fadinha lésbica

Que à noite virava fera

E peidava e rugia

E nascia-lhe um troço

Fúcsia

Lilás

Maravilha

Bordô

Até hoje ninguém conhece

O nome daquela cô.

E nunca mais se viu

Alguém-Fantasia

Que deixava uma estrela

Em tudo que tocava

E um rombo na bunda

De quem se apaixonava.



Moral da estória, em relação à Fadinha:

Quando menos se espera, tudo reverbera.



Moral da estória, em relação ao morador

da Vila do Troço:

Não acredite em fadinhas.

Muito menos com cacete.

Ou somem feito andorinhas

Ou te deixam cacoetes.







Extraído de BUFÓLICAS.



“Todos esses livros estão longe da literatura pornográfica banal e recolhem verdadeiras gemas da matéria baixa, como antes já fizeram em língua portuguesa, autores excelents como Gregório de Maatos, Tomás Pinto Brandão, Bocage, Nicolau Tolentino, Bernardo Guimarães etc. Mais especificamente, Bufólicas é um exercício de estilo que parodia tanto fábulas antigas, com suas histórias de maravilhas que constituem alegorias morais, quanto contos de fadas.

Alcir Pécora




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Lobos? São muitos.

Mas tu podes ainda

A palavra na língua

Aquietá-los.


Mortos? O mundo.

Mas podes acordá-lo

Sortilégio de vida

Na palavra escrita.


Lúcidos? São poucos.

Mas se farão milhares

Se à lucidez dos poucos

Te juntares.


Raros? Teus preclaros amigos.

E tu mesmo, raro.

Se nas coisas que digo

Acreditares.



Hilda Hilst



***************




Enquanto faço o verso, tu decerto vives.

Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.

Dirás que sangue é o não teres teu ouro

E o poeta te diz: compra o teu tempo.


Contempla o teu viver que corre, escuta

O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.

Enquanto faço o verso, tu que não me lês

Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.

O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:

"Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas".

Irmão do meu momento: quando eu morrer

Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:

MORRE O AMOR DE UM POETA.

E isso é tanto, que o teu ouro não compra,

E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto

Não cabe no meu canto.


Hilda Hilst



''Eu sempre me fascinei com o matemático indiano Srinivasa Ramanujan. Ele dizia que para resolver seus intricados teoremas era movido apenas pela beleza das equações.
Na poesia também é assim. É uma espécie de exercício do não-dizer, mas que nos dilata de beleza quando acabamos de ler um poema." (Hilda Hilst)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

DAS DIFERENTES FORMAS DE TRANSAR -Darkness


DAS DIFERENTES FORMAS DE TRANSAR


ATO 1


CARINHOSAMENTE


Sei que possui preferências

Gostos que se sobressaem

Alguns contundentes

Outros mais frementes.


Sei que sente o ardor

Consumir sua carne

Dominá-la com intensidade

Além de qualquer racionalidade.


Sei que o furor é imperativo

Aplacar a fúria com vigor

Desnudar os sentidos na raça

Golpear o corpo sem pudor.


Não negarei este afago

Brutal instinto animal

Serei seu amante libertário

Seu objeto de prazer sexual.


Mas em um momento

Um instante de doçura

Esquecerei que é sacana

Olvidarei esta loucura.


A tomarei em meus braços

Beijarei sua pele morena

Afagarei seus cabelos sedosos

Com carícias leves... serenas.


Não, não estou ignorando o fogo

A paixão que arde em seu interior

Apenas ouso ofertar uma alternativa

Um carinho mais afável a dispor.


Tocarei sua florzinha deliciosa

Como se cingisse um relicário

A beijarei sem sofreguidão

Serei sereno... sem devassidão.


E quando você sentir o tesão

Verter qual a fúria de um vulcão

Mergulharei meu eu no seu

Saciarei o desejo seu e meu.


Enquanto me afundo em sua gruta

Beijarei seu pescoço... seus seios

Deixarei fluírem as carícias

Em movimentos tensos e cheios.


A farei cavalgar meu colo

Subindo e descendo sobre o falo

Arfante musa a se regozijar

Deixando-me louco com seu rebolar.


Antes do gran finale

A segurarei pelo quadril

Trocarei o buraco visitado

Deslizarei em seu botão fechado.


Novamente me afundarei em você

Saboreando a jóia anal

Sem violentar sua delicadeza

Apenas com a essência carnal.


No instante do prazer maior

O gozo que arrebata e acalma

Levará ao estertor da sublimidade

Libertará seu ser... incendiará sua alma.


Conquistado o dom supremo

De gozar com suavidade

Irá receber minha chuva

Fluindo, sobre você, com liberdade.


Se depois de ter sido amada

Com todo carinho ofertado

Desejar ser possuída sem dó

Não me farei de rogado.


Esquecerei que é delicada

C tratarei qual uma vadia

Foderei todos seus buracos

A submeterei a minha tirania.


E quando seu gozo vazar

Estapearei sua bunda comprazer

Mostrarei que posso ser cruel

Também sei fazer sofrer.


Depois de tudo consumado

Nos entregaremos ao descanso

Você deitada sobre meu peito

Eu afundado em seu remanso.


Então saberá o quanto a desejo

Tanto que posso atender suas vontades

Saciar-lhe a libido com carinho

Ou mesmo com agressividade.


Beijos ardentemente apimentados,


Eu!



Foto- Ricardo Pozzo

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ejaculação Precoce- Pedro Faria


Ejaculação Precoce


- Adorei o jantar hoje... gostaria de subir pro meu apê?
- Ahhhhhhhhhhhhhhh...









Foto: Ricardo Pozzo

Saliências- Giselle Sato

-Saliências-

- Vovó está morta, mãe! Morta!
- É. O coração não agüentou.
- E agora? O vibrador ficou preso.
- Relaxa. A pilha vai acabar antes do enterro.




-Troca de gás -

- Entra!Estou saindo do banho. Nossa! Tô toda molhada.

- Dona, não vai dar, não! O bujão ainda está cheio.

- Tudo bem, foi engano. Deixe pra próxima.

Mal fechou a porta, ela ligou para outra firma.

A filha da carola e seus pecados- Giselle Sato


A filha da carola e seus pecados

Um

Após a morte da mãe, vivia assombrada pelo medo. Temia o fardo dos pecados que carregava. E as pragas da defunta carola. Na missa de sétimo dia, reuniu forças e foi ao confessionário. Tremia, o lenço na testa enxugando o suor contínuo. Desistiu. Naquela noite, o puteiro festejou o retorno de ‘’Maria Boqueteira’’.


Dois

Ia à missa todo domingo. No banco rezava e pedia perdão. Saía alegre e aliviada. Um dia o padre não agüentou mais:- não tem vergonha? Sabe que vai pro inferno se continuar nesta vida?
- Atendo o João Capeta, o Zé Diabo e trabalho pro Coisa ruim. Nem morta vou ter sossego?

Tres

Só tinha uma coisa que não admitia: - Nada de ai meu Deus..ai meu Deus..ai meu
Deus...




Foto - Ricardo Pozzo

domingo, 25 de janeiro de 2009

Nosso Primeiro Ménage- Carlos Cruz- Escritor convidado


Nosso Primeiro Ménage

Olá, leitores da Revista Swing & Ménage Sex Total. Para narrar minha história, por razões óbvias, usarei nomes fictícios de pessoas e lugares.

Digamos que eu e minha esposa nos chamamos Mário e Paula. Tenho trinta anos, sou branco, 1,73m de altura, magro. Ela tem vinte e cinco anos, mas com corpinho de vinte e um: alta, loira, seios fartos com mamilos apontando para o céu, boca carnuda, olhos verdes grandes e sedutores, uma linda bundinha empinada. Um tesão! Casamo-nos jovens, ela com vinte, eu com vinte e cinco anos. Sempre curtimos muito o sexo. Transávamos quase o tempo todo: no quarto, na sala, na cozinha, no banheiro, no quarto de ferramentas, na piscina, na varanda, no carro, no elevador, na obra abandonada, no motel barato, no cinema, no estacionamento, embaixo da ponte, atrás do muro, no terreno baldio... Era sexo sem parar.

Também gostávamos muito de assistir a filmes de sacanagem, especialmente do gênero "gang-bang". Aquele monte de paus revezando-se e fodendo a atriz na boceta, no cu, na boca, esfregando em seu corpo, gozando na cara até deixá-la completamente coberta de porra era muito excitante, alimentava nossas fantasias e fazia o sexo - que já era bom - ficar ainda melhor.

O tempo passou e, em uma noite especial - completávamos um ano de casamento - após mais uma foda fenomenal, decidimos nos dar um presente: realizaríamos uma de nossas fantasias. Como não podia deixar de ser, concordamos em fazer um ménage à trois masculino: eu a compartilharia com outro homem. Passamos, então, ao processo de seleção. Entramos em vários chats de sexo, conversamos com muitos babacas que só queriam zuar com a nossa cara, adolescentes curiosos e homens desinteressantes, carentes de atrativos. Semanas depois, cansados, desanimados, achando que nunca encontraríamos o parceiro ideal, eis que surge Jorge e seu sugestivo nick: Pirocudo Comelão. Mulato, alto, trinta e oito anos, "despachado", e bom de papo, demonstrou ser experiente no tipo de sacanagem que buscávamos. Envolveu-nos. Cativou-nos. Enviou fotografias. Disse tudo o que faria com Paula que, por sua vez, ficou interessadíssima. Percebi que finalmente a putaria ia rolar.

Combinamos o encontro no Bar Bacante, localizado na zona sul de São Paulo. Na data acertada, logo pela manhã, Paula me abraçou, roçando sua bocetinha peladinha na minha perna, qual uma cadela no cio, e disse no meu ouvido com aquela voz lânguida: "É hoje, meu amor. É hoje que você vai ver sua putinha dando pra outro, gozando no pau de outro macho." Meu pau endureceu na hora. Ela, então, deu-me um gostoso beijo na boca e saiu de casa rebolando, dizendo que iria comprar "roupas especiais". Horas mais tarde, quando regressou, quis ver o que havia comprado, ela não permitiu, disse que era surpresa.

Foi o dia mais longo de minha vida, as horas custavam a passar. Paula, a todo instante, provocava-me com frases do tipo: "Você vai ver, vou ficar muito puta pra ele. Vou chupar o pau dele bem gostoso, colocá-lo inteiro na boca, vou mamar o pau dele até ele gozar. Você vai deixar eu beber a porra dele, vai, meu amor?" Eu sempre respondia que sim. "Quero dar a bundinha pra ele. Quero que você abra minha bunda e mande ele meter com força, enquanto você só olha. Vou rebolar bem gostoso com o pau dele todo dentro do meu cuzinho. Você vai gostar de ver sua putinha rebolando em outro pau, vai, meu amor?" Eu sempre respondia que sim. E assim, vagarosa e torturantemente, o dia deu lugar à noite.

Estávamos ansiosos. Ansiosos e nervosos. Afinal, era a primeira vez. Não conhecíamos o tal "Jorge Comelão", sabíamos apenas o que ele havia transmitido durante nossas conversas no MSN. Ademais, a sensação de estar fazendo algo proibido dava um quê de conspiração à porra toda. Era como se estívessemos prestes a cometer um crime, o que aumentava ainda mais o tesão. Isso fez com que eu já estivesse pronto duas horas antes das 21:00 h, o horário combinado. Paula olhou para mim, fez aquela cara de safada que eu tanto adoro e disse: "Tá ansioso, tá, meu amor? Tá doido pra ver sua putinha dando pra outro, não?" Despiu-se, pediu para eu aguardar na sala e abriu o chuveiro. Liguei a TV mas não consegui me concentrar na novela. Meu pau latejava, duro como pedra. Meia hora depois, ela me chamou: "Vem, meu amor. Vem ver sua putinha vestida para matar." Corri para o quarto e tive que me segurar para não agarrá-la e comê-la ali mesmo. Paula estava simplesmente estonteante: espartilho, meia sete oitavos, cinta-liga, luvas, uma minúscula calcinha, tudo vermelho. Quase gozei quando ela falou: "O que acha, amor? Ele vai gostar?"

Chegamos, intencionalmente, meia hora antes do combinado. Precisávamos nos certificar que o cara era o cara. Ele não sabia como éramos. Por outro lado, nós o reconheceríamos caso ele fosse realmente o homem das fotos. O bar estava bastante movimentado, a maior parte das mesas ocupadas por casais. Pedimos uma cerveja que entornamos em dois minutos. A expectativa era enorme. Dali a poucos minutos, chegaria o homem que iria comer minha amada Paula. Pedimos outra cerveja. E mais outra.

Estávamos na quarta quando ele chegou. Era o cara das fotos em carne, osso e piroca. Entrou e correu a vista pelo interior do bar. Olhei Paula nos olhos e mandei a fatídica pergunta, na lata, dando-lhe a última chance de voltar atrás: "Quer desistir?" Ela fez cara de espanto e deu a resposta que eu queria ouvir: "É claro que não!" De um salto, levantei da cadeira e fiz um sinal para Jorge, que se aproximou sorridente. Apertos de mão, beijos no rosto, ele sentou-se. Muitas perguntas, histórias e cervejas depois, já parecíamos velhos amigos, conversando, bebendo e rindo muito. Em dado instante, percebi que algo acontecia, Paula estava com aquela carinha de safada que eu tanto apreciava. Deixei a chave do carro cair no chão, abaixei para pegá-las e vi o que a toalha encobria: Jorge acariciava a bocetinha de Paula com uma das mãos, por dentro da calcinha, enquanto a vadia tocava uma punheta no pau dele que já estava para fora da calça. Fiquei de cacete duro no ato e sugeri que pagássemos a conta e fôssemos para um local mais tranqüilo. Todos concordaram.

No carro, a caminho do motel, Paula e Jorge ocuparam o banco traseiro e continuaram a sacanagem, enquanto eu olhava pelo retrovisor, cheio de tesão. Ela dava-lhe uma bela chupada, a língua percorria toda a extensão do pau que era totalmente abocanhado logo em seguida. Enquanto isso, ele enfiava os dedos na boceta. Eu sabia o quanto ele devia estar gostando, Paula mamava uma pica como ninguém. E foi assim, quase explodindo de tesão, que chegamos ao motel.

Mal entramos no quarto, os dois se agarraram em um beijo ardente, as mãos dele percorrendo as costas de Paula, apertando sua bunda. Depois, Jorge passou a chupar e morder o pescoço e os seios de Paula. Ela adorava ser mordida, delirava de tesão, pedindo-lhe para morder com mais força. Eu somente olhava e me masturbava, confesso que estava adorando ver minha putinha nos braços de outro. Jorge foi descendo a língua pelo lindo corpo de Paula até chegar a bocetinha, onde deteve-se, chupando com sofreguidão. Ela gemia alto, olhava pra mim e perguntava: "Tá gostando, meu amor? Tá gostando de ver outro chupando a bocetinha da sua puta? Ele chupa gostoso! Posso gozar na língua dele, posso, meu amor?" Eu apenas meneava a cabeça afirmativamente, sem nada dizer. Faltavam-me palavras.

Estava muito excitado mas também com muito ciúme. De fato, havia um conflito dentro de mim: o marido ciumento sentia-se traído, ao passo que o puto degenerado sentia o maior tesão. Os sentimentos se alternavam rapidamente. Mas, naquele momento, o tesão falava mais alto, impunha-se qual um avassalador furacão somado ao calor fluido e irresistível ejaculado em ondas por um vulcão furioso. Éramos animais, éramos bestas feras sedentas de sexo, ávidas pelo prazer essencial. Os gritos de Paula interromperam meus devaneios.

- Ah! Ah! Ah! Vou gozar! Aahh! Aaahhh! Aaaaaaahhhhh!!!.......

Paula gozava. Gozava aos berros. Gozava como uma cachorra no cio, as mãos segurando tenazmente os cabelos de Jorge, comprimindo seu rosto contra sua boceta encharcada. Os espasmos e os gemidos diminuiram paulatinamente, até cessar. Jorge, com o rosto brilhando, molhado pelos fluidos vaginais de Paula, olhou para mim e perguntou: "Posso foder a bucetinha da sua puta?" Não respondi. Havia deixado bem claro no bar que Paula daria as ordens, comandaria a foda. Ela me olhou com aquela expressão misto de súplica e safadeza e pediu com aquela voz sensual: "Deixa, amor, deixa ele foder sua putinha? Deixa?..." "Deixo!", quase gritei. Paula ficou de quatro. Jorge posicionou-se por trás, encostou a cabeça do pau na boceta e meteu tudo, de uma só vez. Paula urrou de prazer. Jorge iniciou os movimentos cadenciados de entra-e-sai, aumentando gradualmente o ritmo, enquanto Paula rebolava e gritava:

- Mete, seu filho da puta! Mete com força, porra! Fode minha buceta! Bate na minha bunda! Isso! Com força!

Olhou para mim:

- Tá gostando, amor? Tá gostando de ver sua putinha dando pra outro? Tá gostando de ver seu amorzinho rebolando em outra pica, tá?

- Estou!!! - gritei, masturbando-me freneticamente, o pau latejando de tão duro.

- Posso gozar no pau dele, posso, amor? Ele mete gostoso, sabia? O pau dele é uma delícia! Quer que eu goze no pau dele, quer?

- Quero! Goza, porra! Goza gostoso, sua puta! Goza!

- Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Aahh! Aaahhh! Aaaahhhh! Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!!!.......

- Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Uuhh! Uuuhhh! Uuuuhhhh! Uuuuuuuuuhhhhhhhhh!!!.......

O cara gozou junto com ela, encheu a camisinha de porra. Paula, então, surpreendeu-me: retirou o preservativo do pau de Jorge, olhou para mim e perguntou: "Posso esfregar a porra dele no rosto, amor?" Eu não acreditava que ela fosse fazer aquilo. Decidi pagar para ver: "Pode". Paula deitou-se, espremeu a camisinha sobre o rosto, derramando a porra toda. Depois, esfregou na cara e lambeu os dedos. "Hum...Que delícia." Não resisti. Em outras circunstâncias, provavelmente eu sentiria nojo. Mas ali, naquele momento, mais uma vez o tesão falou mais alto: lasquei um beijo na boca de Paula, toda lambuzada da porra de Jorge. Depois, meti com força em sua boceta. Bastaram poucas metidas para eu gozar, um gozo farto, forte, delicioso.

Demos um tempo, bebemos algumas cervejas, conversamos banalidades e fomos tomar banho, os três. Foi a deixa para a putaria recomeçar. Eu e Jorge disputávamos o belo corpo de Paula com nossas mãos, línguas e dentes. Ora eu a beijava e Jorge mordia seu pescoço e ombros, ora Jorge chupava seus seios enquanto eu lambia suas costas. Descemos. Lambi sua boceta e Jorge seu cuzinho. Dávamos linguadas

frenéticas, Paula novamente gritava de prazer. Sem nos secar, voltamos para a cama. Ela esfregava vigorosamente a boceta melada na cara de Jorge e chupava meu pau, saborosamente. À certa altura, langorosa, fez outro pedido inegável: "Amor, quero dar a bundinha pra ele. Lambe meu cuzinho, deixa ele bem lubrificadinho pra ele meter, deixa?" E lá fui eu. Ela de quatro, abri sua gostosa bunda com as mãos e lambi. Lambi, lambi, lambi, até deixar seu apertado anelzinho bem lubrificado. Então, cavalheirescamente, ainda separando as nádegas dela com as mãos, fiz o convite: "Vem cara, vem meter no cuzinho dessa puta! Ela está doida pra te dar o cuzinho, faz tempo. Arromba ela!" Jorge não se fez de rogado: encostou a cabeça da piroca no cu de Paula e foi empurrando, enquanto eu observava, de perto, o pau dele ir sumindo, sumindo, até desaparecer. Paula mexia os quadris alucinadamente, rebolava com gosto. Mais gritos:

- Mete com força! Mete, caralho! Fode meu cu! Fode! Enfia tudo bem fundo! Arromba ele! Mete na sua puta!

E Jorge, segurando as ancas de Paula, metia sem dó, produzindo aquele ruído de carne batendo em carne que misturava-se aos urros de Paula. Súbito, aconteceu algo que eu não esperava: os gemidos de Paula foram aumentando de intensidade, prenunciando o orgasmo. Mas não podia ser! Ela nunca havia gozado dando a bundinha para mim! Não, isso não! O ciúme voltou à toda, veemente e impetuoso. Meu coração disparou, o sangue subiu todo pra cabeça, comecei a tremer, meu corpo parecia estar em chamas, minha boca ficou seca.

Ela não ia fazer aquilo comigo, não havíamos combinado aquilo, ela não podia! Fui até onde estavam minhas roupas e peguei minha pistola 765 que havia escondido sob elas. Os dois, compenetrados que estavam, não perceberam meu movimento. Ela já não me olhava, não me provocava, eu não estava mais ali. O fogo em meu rosto foi aumentando concomitantemente aos gemidos de Paula, até que... ela gozou! Aliás, eles gozaram! Gozaram juntos, um orgasmo como eu nunca havia visto igual, um orgasmo que ela nunca havia tido comigo. Mirei a nuca de Paula e atirei. O projétil lançou sua cabeça para o lado, mas não o corpo, Jorge a segurava firme pelos quadris. Ele, por sua vez, deu um salto para trás, caindo no chão, de costas. Que cena patética! Rastejou até a parede, como um rato assustado, enquanto eu o acompanhava com o cano da arma. Dois tiros. No peito. Terminava, assim, naquele suntuoso quarto de motel, nossa primeira experiência no fantástico mundo das fantasias sexuais. Sei que explicações são dispensáveis, mas para que a história não pareça também uma fantasia, fornece-lhas-ei: usei pistola com silenciador, alterei as placas do carro antes de sair de casa e ninguém viu nossa cara no motel. O difícil mesmo foi colocá-los no carro, deixar Jorge Pirocudo Comelão no valão e guardar minha adorada putinha numa das gavetas do IML, onde exerço o cargo de legista-chefe. Mas, felizmente, deu tudo certo.
Apesar de haver sido uma experiência inesquecível e muito agradável, passaram-se quatro anos sem que tocássemos no assunto. Acho que ela ficou brava devido à minha broxada no final da foda. Agora, não sei bem o porquê, o desejo voltou. Talvez seja aquele negro alto que esteve em meu local de trabalho para reconhecer um corpo. Tenho certeza que vi Paula estremecer quando viu o homenzarrão. Ela está cada vez mais linda, ainda que pareça um pouco fria.

Bem, aqueles que estiverem a fim de sexo "caliente" e descompromissado e não tiverem medo de realizar as suas e as nossas fantasias, mandem um e-mail para casalsexyliberal@uauau.com.br. Negros, dotados e grupos de homens são bem-vindos.

Carlos Cruz - 29/03/2008

* História livremente inspirada nos tais "relatos dos leitores", encontrados aos milhares em revistas e sites eróticos. Qualquer semelhança com fatos ou pessoas terá sido mera coincidência.




foto: Ricardo Pozzo

sábado, 24 de janeiro de 2009

Giovanni Giacomo Casanova




Ao contrário de outros grandes sedutores, Giácomo Casanova não é personagem de ficção. Nasceu em Veneza, a 2 de Abril de 1725, filho de actores pertencentes à pequena burguesia. Morreu a 4 de Junho de 1798. Tornou-se um personagem famoso graças à sua própria vida, que ele conta nos 16 volumes das Memórias.

Dizem que tinha um físico bastante agradável e uma viva inteligência. Recebeu uma excelente educação: doutor em direito, conhecia o grego, o latim, o francês e o hebreu, além do espanhol e do inglês. Possuía profundos conhecimentos de teologia, filosofia e matemática. Exerceu diversas profissões, que abandonou quase sempre logo em seguida: padre, militar, músico e agente secreto...
Dançava muitissimo bem e era excelente na esgrima e na equitação. Viajante incansável, era um homem fora do comum: bonito, inteligente, culto. Tinha tudo para agradar e, ainda por cima, uma paixão incontrolável: as mulheres.

Casanova queria seduzir todas as mulheres, ama-as a todas e não escolhe: "amontoado insensato de beleza e de lixo, de inteligência e de vulgaridade, verdadeira feira do acaso sem freio e sem escolha!" (afirma Zweig).

É essencialmente um ser do prazer. "gosta do prazer que proporciona às mulheres" (diz Marceau).
Não é um sedutor estratégico como Valmont (lembram-se de «Ligações Perigosas?»)

"Ele nunca prepara, com planos ou cálculos (não tem muita paciência), nem a menor das ações" (diz, dele, Zweig). Casanova é um ser de superfície, cujo exterior se confunde com o interior e cujo objectivo se esgota no instante presente.

Como é que Casanova seduz?
De uma maneira muito simples: dá-se sem reservas, abandona-se completamente.
As mulheres deixam-se possuir por ele porque sentem que ele é possuído por elas.
"Nada se pode ir buscar nesse mestre, nada se pode aprender com ele, pois não existem truques próprios de Casanova, não há uma técnica casanovense da conquista e da sedução. Seu segredo está na sinceridade do desejo, na expressão elementar de uma natureza apaixonada".

Casanova quer o corpo das mulheres, e não a alma. Cumpre as suas promessas; "graças a seu magnífico depósito de sensualidade, ele dá prazer por prazer, corpo por corpo e nunca contrai dívidas da alma". Não provoca nenhuma catástrofe. Fez muitas mulheres felizes e todas saem intactas de uma aventura sensual para voltar à vida quotidiana, ou seja, aos maridos ou a outros amantes. Nenhuma se suicida nem se abandona ao desespero; o seu equilíbrio interior não é abalado.
Não é difícil compreendê-las: Casanova deve ter sido um sedutor generoso que "só precisa ser o que é, ou seja, sincero na infidelidade de sua paixão".

"Je commence par déclarer à mon lecteur que, dans tout ce que j'ai fait de bon ou de mauvais durant tout le cours de ma vie, je suis sûr d'avoir mérité ou démérité, et que par conséquent je dois me croire libre."



Receitas do sedutor Casanova- Para cada mulher,um prato sedutor

Casanova afirmava que as louras tendem a preferir verduras frescas, frutos do mar, peixes na manteiga, aves, comidas adocicadas, cremosas, suaves e queijos não muito picantes. Bebem os vinhos brancos e o champanhe.

Já as morenas adoram as hortaliças de perfume intenso, ostras com limão, embutidos apimentados, risotos, carne vermelha, queijos fortes, doces recheados e chocolate. Gostam dos vinhos tintos, como o Bourgogne e o Bordeaux, e do champanhe.

Casanova também se referiu às ruivas, de pele muito clara e sensível. Estas, segundo ele, escolhem 'alimentos requintados e leves, mas por outro lado o temperamento as aproxima do fogo'. Tomam vinhos brancos secos, os Côtes du Rhône e os rosados. 'E champanhe, sempre', sublinha. Nada mais justo. Era seu combustível de combate".


Receita do capítulo:

Risoto ao Champanhe

Ingredientes:
1/2 cebola picada
3 col. de sopa de azeite de oliva
2 talos de aipo picados
300g de arroz italiano, de preferência o Vialone Nano
150ml de champanhe
30g de manteiga em pequenos cubos
1l de caldo de carne
30g de manteiga aquecida
3 col. de sopa de queijo parmesão ralado
queijo parmesão ralado grosseiramente para acompanhar
sal

Preparo:
Numa panela, murche a cebola no óleo ligeiramente quente. Misture o aipo e pulverize um pouco de sal. Junte o arroz e mexa bem. Coloque o champanhe e deixe-o evaporar. Continue o cozimento, adicionando o caldo quente à medida que o arroz for secando. Mexa constantemente. Quando o arroz estiver al dente, apague o fogo, coloque a manteiga em cubos e, em seguida, 3 colheres de parmesão ralado. Misture. Passe o risoto para os pratos e regue com a manteiga aquecida. Sirva imediatamente, acompanhado de queijo parmesão.

Meu desejo - Poeta de Moraes

Meu Desejo

Corpo nu sobre uma cama fria,
Janela aberta e o cantar das aves...
Um novo dia em alarde se anuncia...
Outra manhã longe da minha mania...

Anseio agora com toda a minha força,
Que em rompante o meu quarto invadas
E, sucumbindo a um desejo urgente,
Teu cheiro espalhes em minh`alcova.

Quero teu cheiro em minha tez.
Teu suco em meus pêlos e boca.
Quero te ver e te fazer louca.
Fazer-te minha de uma só vez.

Beijar-te por fora, sentir-te por dentro,
Deleitar-me com tuas quentes entranhas.
Possuir-te de formas estranhas.
Envolver-te como faria o vento.

Lamber-te os mais doces recantos,
Sorver tua saliva ardente.
Banquetear-me de teu corpo quente,
Arrancar-te os suspiros do teu canto.

Deslizar minhas mãos por teu corpo,
Coxas, ancas, seios, cabelos.
Possuir a ti com todo o meu zelo.
Enlouquecer-te de pouco em pouco.

Dançaríamos dança pregada por Nero
Dois corpos ardendo no calor mais intenso.
Paixão sem travas, paixão sem bom-senso.
Não sei onde estou, mas estou onde quero.

Tu postas de quatro qual fêmea no cio.
Te cubro! Teu corpo me faz macho, dá-me nó...
Seja o mundo eterno ou que se transforme em pó...
De fato só sei que te quero. Em verdade, preciso.

De repente se cria um desejo insano
De beber do cálice entre tuas pernas.
Tua flor desabrocha em belezas internas.
Te farei levitar.... Espera, meu Anjo!

A língua passeia por pele e dobras.
Tão perto o perfume que tua flor exala.
Teu cheiro embriaga, minha razão se abala.
És a fêmea das fêmeas. És mulher de sobra.

Te viras e deitas teu corpo no meu
Acaricias e sugas meu membro em riste.
Tão bom quanto tua boca, só uma coisa existe:
Tua flor gulosa do orgasmo no apogeu.

Por fim te acomodas sobre meu púbis faminto.
Aponto o instrumento que desliza suave.
Já não mais consigo ouvir o canto da ave.
Só me sinto invadindo delicioso labirinto.

Púbis com púbis, os pêlos se cruzam
Teu rosto está lindo, os olhos cerrados.
Meu corpo clama por ser devorado.
Me "come" e deixa que os corpos se fundam.

Põe tuas mãos em meu peito vasto
"Rebola, amor. Assim gostoso!"
"Traz do profundo o meu melhor Gozo!"
Naufraga-me em prazer, sem precisão de lastro.

E morde meu peito de forma animal
Eu quero gritar, e só faço gemer.
Teus quadris sinuosos hão de me enlouquecer.
Meu gozo está próximo, diria: fatal!

Te beijo profundo e tu tentas fugir.
Prendo teus lábios entre meus dentes.
"Não te afastes, anjo, pois tenho em mente..."
"grudado à tua boca aos céus subir!"

Tu me beijas de forma que nunca experimentei
Passagem comprada pro reino das nuvens
Provei de teu corpo do cheiro às penugens.
Te tenho, me tens. És rainha, sou rei!

No meio do encontro das bocas ensandecidas,
Um espasmo em teu sexo gatilho do prazer...
Grito abafado anuncia: Não há mais que fazer.
Teu gozo, meu gozo, nosso gozo. Vida!

Tu gemes baixinho bem perto do ouvido.
Teu cabelo cobre meu rosto, um véu sagrado
Teu suor é o banho de um novo batizado.
Dos dedos as pontas têm ido e vindo.

Ergues-te calma, a mais bela entre os humanos.
Teu rosto espelha meu olhar apaixonado.
Um último beijo e dormiremos, grudados.
Dormirei protegido... por meu anjo

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

kama Sutra - O filme- Resenha


A história se passa na Índia do século XVI e acompanha o destino de duas mulheres, a princesa Tara e sua criada Maya, amigas desde a infância. Tara é a noiva prometida ao rei Raj Singh, enquanto Maya é aquela que herda os panos que a mimada amiga não quer mais.

Enquanto Tara (Sarita Choudhury) usa tecidos finos e jóias e aprende a etiqueta do Kama Sutra - um livro indiano sobre o amor - com a famosa professora Rasa Devi (Rekha), Maya (Indira Varma) permanece marginalizada do círculo real. Apesar do seu privilegiado estatuto superior, Tara aproveita-se da graça e naturalidade da sua bela rival Maya, humilhando-a muitas vezes em público na corte.

Na véspera do casamento de Tara com o grande rei Raj Singh (Naveen Andrews), Maya, que já sofrera bastante nas mãos da poderosa amiga, vê uma maneira de se vingar. Penetra no quarto de Raj Singh e usa os seus dons naturais para seduzi-lo. Hipnotizado, Raj Singh deixa-se cativar pela sensualidade de Maya. Mas, quando a traição é descoberta, Maya é banida do palácio para sempre. Mais tarde, quando Tara e Raj Singh consumam o seu casamento, ele só pensa em Maya.

A princesa não tem a sensualidade e a graça de Maya e, pela falta dos atributos, se vê traída. Na véspera de seu casamento de Tara com o rei, Maya seduz o libidinoso monarca que se apaixona por ela depois da primeira noite de amor.

O episódio é descoberto no dia seguinte. Maya é expulsa do palácio e condenada a viver nas ruas como pária. Acaba atraindo a atenção do artista Jai Kumar, o escultor real, autor de peças em pedra que festejam a sensualidade. Kumar, também é envolvido pelos encantos de Maya.

É ele que a ajuda a encontrar um lugar para viver e negligentemente leva-a ao encontro de Rasa Devi, quem vai ensinar as lições antigas do Kama Sutra. Inspirado pela beleza e força de Maya, Jay começa a esculpir a sua imagem em pedra. Quando Raj Singh vê a escultura, reconhece de imediato Maya e está determinado em encontrá-la de novo.

Maya depressa se torna a chefe cortesã preferida do Rei, a posição mais venerada do harém, e a única capaz de velar pela segurança da Rainha Tara. Finalmente, Maya consegue estar em pé de igualdade com Tara, quem ela sempre desejara, e segue-se um jogo de xadrez emocional e sexual, com quatro jogadores - Maya, Tara, Jai e Raj Singh - cada um lutando pela busca de amor. Uma batalha sem regras e sem ordem.

Muito mais que uma série de posições, Kama Sutra significa Arte do Sexo.
Não podemos comparar a dimensão do sexo do Ocidente com a do Ocidente. Diferentemente do pensamento Ocidental, no oriente da Índia Védica, o prazer é um dos pilares da vida material, e sem o devido equilíbrio dos pilares não há uma vida saudável.

Kama Sutra quer dizer “escritos condensados sobre o prazer”, e no caso, prazer sexual. Mas este “sexual” ultrapassa a dimensão genital, então, a mentalidade ocidental interpreta o Kama Shastra como sendo algo pornográfico ou um mero “manual” de posições eróticas. Longe, mas muito longe disso, o Kama Sutra é um importante tratado sobre a sexualidade, o prazer do encontro de Siva e Sakti, e destituído de tabus e preconceitos, apesar de não se tratar de algo imoral e indecente. Kama é a mola mestra da vida, sua origem, manutenção e fim. Ninguém existiria sem o sexo, nem mesmo os puritanos e ultrapudicos. E neste filme podemos ver toda a beleza dos ensinamentos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Green eyes- Sacer



The Green eyes

Sentou-se desolada no chão sujo da grande avenida, antes tumultuada pelos transeuntes, e desatou a chorar; chorou de soluçar, evoluindo para um pranto descontrolado e um alarido descomunal, enquanto a chuva molhava seu corpo apático.
Comparava sua vida àquela famosa avenida, onde repousava seu corpo junto ao meio-fio; a minutos atrás, a mais disputada e movimentada, agora, a mais solitária e erma.
Lembrava-se dele com a alma aos frangalhos, sentia seu cheiro, seu pulso, seu membro desfigurando-a desde o alvorecer ao anoitecer, sua língua passeando por sua vulva até arrancar-lhe os sentidos e seu gozo sincronizado ao dele, que lhe causava sempre a sensação de uma pequena e lenta morte. Ah, como desejava aquela morte!
Fechava os olhos marejados de lágrimas e via seu rosto coberto pela barba cerrada, os cabelos longos e principalmente o par de olhos verde bola-de-gude, como ele mesmo os definia, por não possuírem um verde puro e definido. Como amava aqueles olhos! Lembrava-se das promessas dele de que se um dia partisse, deixaria seus olhos de presente.
Desejava-o mais que a própria vida; haviam vivido durante aqueles longos e arrastados anos de amor e violência, a mais pungente obsessão. Separaram-se vez por outra, apenas para recobrarem o relacionamento com um desespero enlouquecedor.
Mas não era só tesão, havia sim, um amor doentio peculiar de suas personalidades exóticas, além de uma cumplicidade patética e febril, não só na cama, mas na vida.
Contudo, tinha a certeza do diagnóstico: era o fim, o verdadeiro e irrefutável fim! Chegaram as mais profundas raias da loucura, experimentaram tudo: cortaram-se, magoaram-se, machucaram-se, sangraram. Puxou a blusa de lado e observou o sangue estancado do corte de navalha da ultima vez em que fizeram amor, jurou que a marcaria para sempre, mal sabia que sua alma já estava rabiscada há mais tempo!


Na manhã seguinte, foi encontrada gelada e tilintando de frio no chão sujo, levada para casa, recusava-se a alimentar-se e a doença avançava a passos largos; quanto mais febril e fraca, mais visões lhe apareciam. Amava-o todos os dias no recôndito de sua patologia.
Entretanto, a primavera chegou com toda força varrendo a aridez do inverno e seu corpo parecia reagir junto com o clima- sua mãe dizia, que a mudança de estação levava consigo as doenças.
E estava correta em suas sábias palavras, Rebeca ressurgiu das cinzas, tão bela e forte como antes. O moço dos cabelos ao vento era só uma figura do passado, tão longe, tão longe quanto o tempo gélido de outrora.

Na ciranda da vida, conheceu outros homens, outros lugares, apesar de manter seu coração a salvo do desatino da paixão, quando em uma noite, deparou-se com seu algozseus pés cambalearam e uma forte pancada irrompeu-lhe o ventre. Cumprimentou-o e deslizou teatro adentro, na tentativa de furtar-se ao seu olhar perturbador. Mas seus olhos verdes a buscavam por toda parte, incessantemente até encontrar os dela.
Saiu correndo antes do término, mas não conseguiu ignorar sua ligação no dia seguinte, nem tampouco, o convite para um jantar, onde ele prometeu leva-la ao altar, acaso reatassem. Ela também não conseguiu recusar e casaram-se, sem formalidades e delongas, um mês depois.

Agora ele estava frágil e dependente, ao passo que ela demonstrava-se cada vez mais liberta de seus domínios. Longe de seu jugo, sua beleza desabrochava na medida em que ele regredia, sobravam-lhe apenas os belos olhos.
Consumida ainda pela mistura de amor e vingança, conservando os mais puros e devastadores sentimentos à flor da pele, ela desencadeou um tórrido romance com seu cunhado, transavam diuturnamente, intercalando todos os cômodos da casa.
Com a escassez do sexo, a acidez do tato e a indiferença de sua presença, ele foi pouco a pouco enlouquecendo, em pouco tempo, adquiriu a doença do amor, enclausurou-se em si mesmo e morreu em vida.

Até que um dia, cambaleando e arrastando-se sobre suas frágeis pernas, deparou-se com o objeto de sua obsessão sendo violentamente devorada pelo sangue de seu sangue. Chorou ao mesmo tempo em que o semêm do outro escorria por sua vagina trêmula.
Resfolegou, levou seu corpo até o quarto, lançou-se na dureza do solo, castigou sua alma com a recordação de minutos atrás e esquartejou seu corpo com a lâmina afiada da navalha.

No dia seguinte, foi encontrado sem vida junto à cama, nu, ensangüentado, com a adaga a atravessar-lhe o local desenhado à tinta guache escarlate no peito e o par de olhos em uma de suas mãos.
Ela recolheu as pseudo-bolas-de-gude, arrumou suas malas e desapareceu. Dizem os viajantes, que a cada mês, é possível vê-la dançando junto aos cabarés do mundo com dois olhos na mão, cantando uma triste melodia que diz:- os olhos são a janela da alma, se teus olhos forem bons, todo o corpo o será, mas se seus olhos forem trevas, quão trevas haverá em ti.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Buceta Exotérica

Vulva amada que exala o frescor
de mil flores molhadas de orvalho
Mil homens provaram seu calor
dos mil amores só lhe resta este otário

Pero mil homens não foram em uma vida
várias vidas sua buceta há de ter passado
Pois então a vida haveria de ser comprida
para uma xereca abrigar tanto caralho

Na pré-história, perereca horrenda
Na idade média, cona tenebrosa
Na Renascença, iluminada e fedorenta
Na modernidade, nunca esteve tão exposta

Buceta de incontáveis experiências!
Wicca, esotérica, espiritualista
A possuirei em outras existências
És divino karma, adorada vagina!

domingo, 18 de janeiro de 2009

As mulheres na literatura erótica- Giselle Sato


As mulheres na literatura erótica


Houve um tempo em que escrever textos mais ‘’picantes’’eram feitos quase heróicos. Escritoras ousadas simpatizantes do gênero, arriscavam em doses homeopáticas burlar os costumes da época. Podemos citar várias e nem todas foram editadas em vida. Não vou martelar na tecla enfadonha deste período da história. Prefiro falar em como a falta de liberdade influenciou o trabalho destas mulheres. Ocultas por conta do preconceito elas se entregaram à intensidade. Foi um período extremamente frustrante, mas a sensação do proibido agiu como estímulo para que a voz reprimida criasse vida no papel. E foram versos, romances e pensamentos genuínos, gritos sufocados e canalizados na literatura.

A visão feminina prima pelo conjunto prazer e sentimento. Não que seja um privilégio, gosto de pensar que seguimos a emoção sem reservas e temos a sutileza como aliada. Quando a idéia vai tomando forma, personagens e tramas parecem exigir vida própria. Um texto erótico tem toda a cadência e flui em busca da resposta do leitor. Existe um cuidado em descrever formando um conjunto completo. Em cada ângulo um pouco do partilhar e acolher. A essência feminina é naturalmente doadora. Recebe, abastece, guarda e nutre. Em comum todas estas escritoras não tiveram medo de partilhar a percepção do sexo. Sem pudor descreveram sensações até então sugeridas e algumas nem imaginadas.

O orgasmo feminino não era assunto que se discutisse. Imagino que as mulheres tinham acesso aos livros e liam as escondidas, suspirando em cada verso e imaginando pra si o prazer sugerido. O importante é que a voz não estava calada, ainda que apenas sussurrasse delícias, apregoava a liberdade da satisfação. Estas escritoras pioneiras são referência para a nova geração de autoras do gênero erótico. Ainda existe o tabu sobre as minúcias e o cuidado para não cair na pornografia grosseira. Mas a grande maioria não está preocupada em mascarar o texto. É um caminho novo que está abrindo com algum receio. Mas o mercado é curioso e imprevisível. A libido foi despertada e já não precisamos esconder as preferências. De qualquer maneira foi uma longa estrada e hoje finalmente as portas estão abertas.




Foto- Ricardo Pozzo

sábado, 17 de janeiro de 2009

Pensamentos de Anais Nin




I- A Racionalização das Emoções- Anais Nin

O ponto de vista feminino tem sido muito mais difícil de expressar que o
masculino. Se assim me posso exprimir, o ponto de vista feminino não passa pela
racionalização por que o intelecto do homem faz passar os seus sentimentos. A
mulher pensa emocionalmente; a sua visão baseia-se na intuição. Por exemplo, ela
pode ter um sentimento em relação a qualquer coisa que nem sequer é capaz de
articular.
A princípio, achei extremamente difícil descrever como me sentia. Porém, se
fazemos psicanálise, a questão é sempre: «Como é que se sentiu em relação a
isso?» e não «O que é que pensou?» E como muito frequentemente a mulher não deu
o segundo passo, que é explicar a sua intuição - por que passos lá chegou, o
a-b-c daquilo - ela não consegue ser tão articulada.

Ora eu tentei fazer isso (quer tenha conseguido quer não), e, porque estava a
escrever um diário que pensava que ninguém leria, consegui anotar o que sentia
acerca das pessoas ou o que sentia acerca do que via sem o segundo processo. O
segundo processo veio através da psicanálise, que era igualmente um método de
comunicar com o homem em termos de uma racionalização das nossas emoções de modo
que pareçam fazer sentido ao intelecto masculino. Por isso existe uma diferença,
penso eu, que é muito profunda, mas que está a começar a desaparecer. Com
efeito, penso que, quando a geração mais jovem passa por qualquer experiência
psicanalítica descobre que os sonhos dos homens e das mulheres são os mesmos, o
inconsciente é universal, e que aí as coisas brotam do sentimento e do instinto
e não passaram pelo processo de racionalização, e portanto este é um ponto de
vista feminino.


II- Tornamo-nos Mais Objectivos Depois de Reconhecermos a Nossa Subjectividade - Anais Nin

Toda a arte da psicologia ou da ciência da psicologia, se lhe quisermos chamar
assim, é baseada numa inversão do processo de objectividade. Não que não
possamos tornar-nos objectivos, mas que apenas possamos tornar-nos objectivos
depois de termos confrontado as nossas atitudes não objectivas, as nossas
atitudes não racionais. Atingir uma objectividade honesta significa termos de
saber quais os pontos da nossa natureza que são propensos a determinado
preconceito, que parte de nós é defensiva, que parte de nós distorce o que
ouvimos. E é necessária uma tremenda auto-honestidade para começar a remover
essas distorções e a clarificar a nossa visão. De modo que só podemos atingir a
objectividade depois de termos descoberto quais as áreas da nossa psique que não
são objectivas.

Além disso, o reconhecimento básico da psicologia é que, lá bem no íntimo, a
maior parte da nossa vida é desconhecida da mente consciente e que, quanto mais
nos tornamos consciente dela, mais honestos e mais objectivos nos podemos
tornar. Nós não vemos os outros com clareza, e o que obscurece a nossa visão são
os preconceitos que a pessoa supostamente objectiva se recusa a reconhecer. Uma
pessoa objectiva diria que não é responsável pela guerra, mas uma pessoa que
sabe psicologia sabe que cada um de nós é responsável porque cada um de nós tem
sempre uma área de hostilidade, que depois é projectada para hostilidades
colectivas mais vastas.

III- Quais São os Escritores Que Nos Enriquecem? Anais Nin


Quais são os escritores que nos enriquecem? Penso que isso é diferente para
todos. Penso que lemos muito subjectivamente. Lemos aquilo de que precisamos. Há
quase uma força obscura que nos guia para determinado livro numa determinada
altura; depois criamos problemas quando tentamos racionalizar isso e dizemos que
este escritor é bom e aquele escritor é mau. Nunca fui capaz de dizer isso.
Compreende, não posso dizer que Simone de Beauvoir seja má escritora, mas posso
dizer que não me enriquece. O que é uma afirmação totalmente diferente. E penso
que isso varia muito. Elaborei uma lista de escritoras e dos seus livros que me
enriqueceram. Mas não é uma selecção literária. É uma selecção puramente
subjectiva e a sua podia ser totalmente diferente.

Perguntam-me muitas vezes o que penso acerca de Simone de Beauvoir, o que penso
acerca de The Golden Notebook, e é-me sempre difícil responder. Não os considero
livros enriquecedores, porque me repetem incessantemente como as coisas estão,
mas nunca me mostram como posso mudá-las. Logo, quando Simone de Beauvoir
escreve um livro acerca do envelhecimento, ela está a curvar-se à idade
cronológica e a dizer que em determinada altura ficamos velhos. Mas nós às vezes
ficamos velhos aos vinte anos.

A idade é outra coisa que temos de transcender e de encarar com outra atitude. Não é cronológica. E penso o mesmo em relação à descrição de coisas tal como elas são, sem uma abertura que nos diga para onde podemos ir a partir dali ou como podemos transcendê-las, que encontro naqueles que chamo os escritores enriquecedores. É por isso que, quando não estou apaixonada por escritores, digo sempre que posso respeitar as suas ideias, mas que não me dão o sentimento que me empurra para a vida.



IV- Não Existem Pessoas Totalmente Ocas- Anais Nin

Nunca encontrei uma pessoa oca. Nunca encontrei uma vida sem significado quando
se procura realmente o seu significado. É esse o perigo de dizer que não
procuramos, porque foi assim que chegámos ao ponto em que sentimos que a vida
não tinha qualquer significado. Bem vê, nós repudiámos tantas formas de terapia.
Quer dizer, tantos de nós repudiam actualmente a filosofia, a religião ou
qualquer outro padrão que nos mantinha coesos anteriormente. Repudiámos tudo.

Até repudiámos a terapia da arte. Por isso não nos restou realmente mais que olhar
para dentro, e os que o fazem descobrem que toda a vida tem significado porque a
vida tem significado. Fomos seriamente prejudicados por pessoas que disseram que
a vida era irracional e de qualquer modo não significava nada. Mas assim que
começamos a olhar, descobrimos o padrão e descobrimos a pessoa. Nunca encontrei
aquilo a que se poderia chamar uma pessoa totalmente oca.

Anais Nin


(…) Se me encontro perto de ti, o meu ser não se contrai nem se arrepia. A fadiga terrível que me consome abranda.(…)Uma fadiga dos sentimentos, do fervor dos meus sonhos, da febre das ideias, da intensidade das minhas alucinações.Uma fadiga do sofrimento dos outros e do meu.Sinto o meu próprio sangue trovejar dentro de mim e o horror de tombar dentro dos abismos.Mas se caírmos juntos, eu e tu, não hei-de ter medo.Cairemos nos abismos, mas tu levarás as tuas fosforescências até ao fundo mais ao fundo.Podemos tombar juntos e juntos subir nos espaço.Eu estava completamente exausta por causa dos meus sonhos,não pelos sonhos mas pelo medo de não ser capaz de regressar.Desnecessário regressar,agora.Hei-de encontrar-te em toda a parte aonde fôr, nas mesmas misteriosas regiões.Tu também conheces a linguagem e os pressentimentos dos nervos.Tu hás-de saber sempre o que estou a dizer, ainda que não o diga.


Anais Nin


''Não vimos as coisas como elas são, mas como nós somos” Anais


Je suis le plus malade des surrealistes

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ceia



Sonhos se perdem
Se a imaginação os espera...
Um alvo na cama estirado
Um teto solar entraberto
Refletindo indícios claros
De que vai amanhecer!
E o corpo nu apagado
Cobre os olhos desnudos
Dos pelos a um desejo absurdo
De absorver, tomar, comer
Antes que a consciencia retorne...
Beijos ressequidos, breves
Dos pés à cabeça, uma sede louca
Tomando o que a mim foi ofertado
Por te ver ali, adormecido
Para meu gozo e meu prazer!
Sugo mil cálices em teu contorno
E enquanto não te seco total
E depravadamente, não largo
Sem deixar vestígios, cerro de vez
Os lábios,numa insensatez...
Tomei tua essência, roubei-te
E de tuas forças alimentei-me
Caiu prostrado nos panos brancos
Enquanto fujo de volta à vida
Na espera de teus agrados...

sábado, 10 de janeiro de 2009

COMPORTAMENTO INADEQUADO - Vertigo


Eu não podia deixar de mostrar meu assombro com o que vinha acontecendo. Olhava para a tela do computador e pensava em como dar um fim naquele conto com aquela situação desconfortável martelando minha mente. Conhecia a Paula e sabia que ela não era disso, não era dessas. Ainda que eu também soubesse de suas angústias e destemperos, o receio e a revolução que tais sentimentos causam muitas vezes devem ser reprimidos, para o bem da manutenção de algo maior. No caso dela, o matrimônio.

- Eu sei, Jacqueline. Você está certa. Isso não devia ser assim, meu casamento não foi de brincadeira, você, melhor que ninguém, sabe disso, assinou o livro da igreja como testemunha, você foi minha madrinha.

- Pois então, Paula. Antes de mais nada, sou sua amiga e por isso mesmo que te dou esses conselhos. Mesmo que você não estivesse bem com seu marido, eu não aceitaria isso. Não é coisa de mulher direita, de mulher casada.

Paula consentia com minhas ponderações, mas no íntimo eu sabia que sua briga interna entre o que sentia e o que queria parar de sentir não se resolveria com pequenos exemplos de boa conduta, de dizer que quem entra num relacionamento contratual não deve trair. Não é mero ensinamento de etiqueta aprendido na escola, trata-se de ética cristã, solidificada em séculos.

- Ele me chamou pra sair de novo, Jacqueline. O problema não é o convite em si, porque do jeito que estou contando aqui parece que foi com poucas palavras. Mas é o jeito como ele faz, como ele me envolve. Tenho estado muito sozinha... ando meio carente.

Paula não completara dois anos de casada, mas de fato estivera poucos meses com o marido sob o mesmo teto. O trabalho do sujeito não permitia que ficasse sem viajar por mais de três semanas. Com longos períodos ausente, sua esposa tentava manter o núcleo familiar imaculado, sem saídas com o pessoal do trabalho, sem diversões extras. Ela é séria e vinha conseguindo. As tentações, Paula deixava por minha conta, que como uma psicóloga fervorosa, seguia demovendo os possíveis pensamentos volúveis da amiga.

- Você recusou, não é?

Um vácuo revelador bastou para que eu percebesse que minha missão protetora começava a falhar.

- Amiga, não... Acabamos saindo, mas não fomos longe, fomos a um barzinho aqui perto de casa.

- E aí ele te levou em casa depois e ficou nisso, né?

- Mais ou menos isso... quando me trouxe em casa aconteceu. Eu juro que não queria, que virei o rosto, mas aconteceu, a gente se beijou...



* * *


Sei que o que fazia era errado. Que alguém, em algum período da História, estabeleceu que aquilo era algo que afrontava os mais elementares conceitos de boa conduta. Traição, sim, vil e rampeira. Mas, eu não estava disposta a servir como pára-raios de todos os males da humanidade. Comportamento inadequado, que grande balela! Ser humano é ser egoísta e perverso desde sempre, e, pra mim, durante aqueles minutos mais do que nunca.

Jairo se esmerava em me satisfazer e só isso bastava para que meu suposto arrependimento se transformasse em depravação, desejo por mais pecado, por mais sacanagem. O caminho trilhado por sua língua já era bem íntimo, cada vez mais indisciplinado e úmido. Por mim, eu ficava ali assim até meu marido voltar de mais uma de suas intermináveis viagens. Não, não... mentira. Eu pararia antes para poder chupar aquele pau também. Não poderia me refutar a retribuir-lhe o prazer. E quanto mais humilhação pro marido, mais o amante gosta. Vê-la chupando seu pau ajoelhada é o apogeu. Nesse caso, mais devasso ainda saber que ela é a melhor amiga da esposa.

O gozo fingia que vinha, mas era suspenso. Não poderia estragar a festa assim. Em nossa primeira vez, ele não suportou a pressão e ejaculou em minha boca. Fiquei puta! Não pelo fato em si, é claro, mas porque não soube esperar. Havia uma surpresa pra ele naquele dia, no dia em que terminaria meu livro de contos. Queria por trás, de quatro. E no fim ele ainda decidiria o que queria de mim afinal. Queria tudo? Só uma parte? E ele deixou a perder no prefácio oral. Agora era diferente, e ele tinha ciência plena. E mais que isso, ele tinha tempo.

Com ele eu gostava de virar puta mesmo. Não havia frescura. E esse sentimento rugia tão forte dentro de mim, que era difícil tentar explicar o que eu permitia. Quando ele entendeu que era tudo, largou de ingenuidade e passou a explorar com mais virilidade o que eu lhe estava ofertando. Esse era o nosso terceiro encontro e, certamente, estava sendo o mais integral, sem pudores, sem receios, sem culpa.

Sedenta, pedia rouca que me invadisse, que fizesse o que eu queria e o que ele desejava, o que sempre quis. Minha buceta o comprimia como se aquele pau fosse mais íntimo do que o do Gilson. E era mesmo, pau grosso e quente, estúpido e faminto. Como era bom aquilo, aquele gosto de ser puta, vadia, vagabunda. Os xingamentos eram mais suaves do que as sensações que faziam meu corpo convulsionar em orgasmos. Um, dois, diversos. Não me prendia em contagem, só queria rola, rola de todas as formas.

Jairo entendia e prendia o gozo para um grand finale ainda mais emocionante. Dilatado ao extremo, com uma cabeçorra quase rachando de tão inchada de sangue concentrado, virou-me de quatro. Anal com meu marido era raro, coisa de mulher certinha, com um comportamento adequado ao ambiente familiar. Diferente do que estava acontecendo agora, que eu queria mesmo ser estragada pelo marido da Paula. A Paula do meu conto, da minha imaginação, que agora ganhava vida legítima, vida como uma chifruda, como nunca desconfiara, mas que sempre fora.

No fim, ele queria aquilo que todo homem quer. É, na realidade, o máximo em perversão, mas com um toque humilhante, que faz toda a diferença. Meu marido não merecia aquilo. “Seu cuzinho é muito mais tesudo que o da Paula”, revelou enquanto encontrava sua liberdade sodomita. “Nem meu marido faz assim...”, entreguei, ainda sentindo seu pau invadir pouco a pouco. Os olhos apertados no começo, acreditando que assim a dor sumiria mais rápido. Logo eu era pura vontade. E todas as variáveis envolvidas naquele jogo tornavam meu prazer anal ainda mais forte.

* * *


A tarde caía acinzentada, fria e chuvosa, pedindo um fondue com um bom vinho. Uma transa gostosa e demorada logo após e a noite estaria selada com chave-de-ouro. Tudo estaria perfeito nestas condições, exceto por Paula e seu problema que não me saía da cabeça. Aquilo me intrigava mais do que a situação em si, pois o problema era dela, ainda que eu fosse sua melhor amiga. Eu estava afetada e não queria aceitar. Se não fosse isso, o que explicaria meu pensamento fantasiar de forma tão despudorada enquanto estava com meu marido? Por que o esposo da minha amiga aparecia na minha mente como flashes? Não só aparecia como se situava, jogava conosco o jogo da sedução. Chupar dois paus é coisa que pouca prostituta faz, e eu ali, com aqueles relances diabólicos na cabeça quando estava apenas fazendo amor com o homem da minha vida.

- Oi, Jacqueline, tudo bem?

- Oi, Paula, tudo ótimo.

- Como está o trabalho com o seu livro de contos eróticos?

- Ótimo. Mentiram pra mim dizendo que eu sabia escrever e eu acreditei. Agora estou fechando o último conto e aí vou enviá-lo para revisão. Acho que antes do fim do ano está publicado. Por sinal, esse último está muito quente e psicótico.

- Qual o título?

- “Comportamento inadequado”. Uma história de amor que não deveria existir, e que, por existir, acaba adquirindo um contorno imprório. E quanto mais errado, mais orgânico se torna. É provisório, mas acho que está muito pertinente.

- Isso é tudo o que eu não queria ter.

- Como assim, Paula?

- Não sei bem como definir, Jac, mas acho que não ando bem... emocionalmente, eu quero dizer. Tenho tido um comportamento parecido com esse do título da sua história. Amando uma pessoa... a pessoa errada. Ou eu que sou a errada, sei lá. Você já sabe do que estou falando. As conversas com a Paula, quando adentravam por esse pântano lascivo, ficavam cada vez mais perigosas.

- O que foi, Paula?

Eu sentia que estava absorvendo os problemas da amiga. Para livrá-la deles eu estava quase vivendo-os.

- Saí com ele novamente. E dessa vez rolou mais que beijos.

Ou então, eu estaria com inveja. Sim, esse era o motivo real que eu queria tampar para não assumir. A puta da minha amiga fodia descaradamente com um amigo enquanto o marido viajava a trabalho e eu, naquela de ditar moral e regras de comportamento, sentia, no fundo, uma escrota vontade de estar fazendo o mesmo.

- Você está brincando, Paula.

- Não, Jacqueline, nós transamos e o pior é que gostei. Gostei demais.


* * *


O passeio de suas mãos por meu corpo não era só provocante. Erauma sensação que misturava completo engano ao mais sublimetesão. Essa era a raiz da entrega. Ele sabia disso.

Também partilhava essa fuga do cotidiano, mantinha esse comportamentocondenado pelos hipócritas. Quem não trai não sabe o que é oorgasmo genuíno, o verdadeiro encontro com a natureza humana.“Mete, isso, mete no meu cuzinho... ele é só seu, você sabe”. “Só meu? E do seu marido, ele também é?”. “Não, seu bobo, só você come, ai... só você... aquele corno vive só da minha promessa... e nem sabe que pra você já é realidade!” Jairo urrava com as minhas palavras. Entravam em seus ouvidos como uma sinfonia doce que, aliada ao entra-e-sai, formavam a pólvora de seu gozo.

“Vadia! Você fode melhor que a Paula! Melhor que qualquer uma que já enrabei!”. “A Paula rebola como eu?”. “Não!”. “Dá o rabo com esse gosto!”. "Não! Tenho que implorar... ela é fresca... você é vadia!”. “E que tipo de comportamento você gosta?”. “O errado, o mais errado possível!”. “Filho da puta! Você não vale nada! Isso, mete mais no meu rabo, esfola... isso é o que você quer, não é?”. “É, vadia! Galha no corno do teu marido...”, “...e galha na donzelinha da tua esposa!”. Nossos gritos se completavam quase como estrofes satânicas, versos malditos que harmonizavam entre si, mas queimavam a ética dos bons costumes. A hipocrisia humana ia sendo reduzida a mera fudelança de cú naqueles instantes intermináveis, doces para nós, amargos para quem amávamos.

Ficamos deitados ainda algum tempo refletindo nas nossas atitudes adolescentes, tão gostosas quanto inconseqüentes. Era isso que queríamos? Não, não era. Infelizmente, eu poderia dizer que estávamos bem. Jairo ainda se superava e matinha sua interpretação estapafúrdia comigo, que entendia e jogava o mesmo jogo. Mostrava interesse em meus assuntos particulares para tentar me convencer de que o que mantínhamos era mais que sexo. Era um grande cafajeste, sem dúvida.

- Como vai o livro que você está escrevendo?

Bem lembrado. Não poderia esquecer de reinventar um nome para a minha protagonista.


* * *

- Gostou demais?! Que isso, Pâmela?

Silêncio.

- Gostei, vou dizer que não? Minto pra todo mundo, menos pra você. Sei que você não vai me chamar de puta, que vai entender meu problema.

- Foi rápido, só para matar a vontade, né? – desejava imensamente que menos coisas tivessem ocorrido. Eu me corroía de ciúmes, de inveja, de vontade de dar também. Porra! Que merda é a vida. Uma putinha dondoca que não conhece nada de nada e já arruma um amante. E eu escrevendo contos eróticos para excitar os outros.

- Fizemos oral. Senti o que nunca sentira antes. Foi mágico. Ele nem chegou a pedir, mas eu desci e chupei o pau dele... deu um arrepio quando aconteceu isso. Nunca tinha feito isso em outro homem. Ele vibrou, não me deixava parar. Ajoelhei e fiz como uma donzela que perde os pudores. Essas são mais vagabundas que as putas de berço.

- Ah, essa não, Pâmela... você chupou o pau do cara?! Nunca se faz isso com um amante! Você já errou em dar pra ele, mas isso é demais. Uma coisa tão íntima...
Decepção. Quando a mulher se predispõe a isso, é o fim. Como elairia olhar novamente para seu marido? Com aquele gosto de porra de outro na boca.

- Você é uma amiga muito pura, Jacqueline. Vou parar de contar as merdas que tenho feito. Estou envergonhada. Acho que não dá para falar sobre isso com ninguém, muito menos contigo. Estou péssima... aquela não era eu. Esse não é meu comportamento. Não resisti aos meus instintos e agora vou viver com a culpa.

- Comportamento inadequado, Pâmela. Isso não combina contigo. Isso é só um título de um conto, um conto erótico. Coisa feia. Você é casada! Pense nisso, no que os outros vão falar. Ou isso é pedir muito?

- Sei disso... mas não resisti. Acho que por isso mesmo. Por ter tido esse comportamento adequado por toda minha adolescência, namoro na sala, comportada... acho que me libertei. Preciso de tempo.

Eu estava incrédula. Não havia o que dizer. “Chupei o pau dele, sim”. As palavras feriam minha mente. Eu estava corroída de inveja e angústia por não viver sua libertinagem. “Agora ele me quer por inteira. Meu marido quis e eu não dei. Ele vai ter que suar para comer minha bundinha. Mas no fim, tudo acaba da forma como eu quero!” Seu comportamento inadequado havia quebrado a barreira do normal e ela agora estava mais convicta do que nunca sobre o rumo de sua vida. “Sexo anal com o amante, vigoroso, sem juízo e sem arrependimento! Não adianta lição de moral, Jac, porque é isso que vai fazer seu livro vender como nunca.” Não havia mais argumentos. Eu não tinha mais o que fazer a não ser viver o delírio daqueles dois mundos distintos, o meu e o dela. Olhei para a tela do computador e vi o cursor piscando na última linha pedindo definição.

- Vou ter que deligar, Jac. O Jairo acabou de chegar e agora já não sei como vou encontrar coragem para encará-lo.


* * *


Ficou bom. Só não poderia me esquecer de trocar esse nome também.
____
Arte: Ricardo Pozzo

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Biografia - ESPECIAL FLORBELA ESPANCA

Vila Viçosa
1894 - 1930

Portugal
Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo).
Época:
Simbolismo



A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.

Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.

Florbela Espanca

Languidez

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...

E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...


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Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!
...

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»


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Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!


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O nosso mundo

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...


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Não ser

Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!

Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
...

Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!...


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Em ti o meu olhar fez-se alvorada,
E a minha voz fez-se gorgeio de ninho,
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura do linho


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Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!

Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!

Versos de orgulho- Florbela Espanca

Versos de orgulho


O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho ! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.


Porque o meu Reino fica para além ...
Porque trago no olhar os vastos céus
E os oiros e clarões são todos meus !
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !


O mundo ? O que é o mundo, ó meu Amor ?
__O jardim dos meus versos todo em flor ...
A seara dos teus beijos, pão bendito ...


Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços ...
__São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito.

Anseios - Florbela Espanca

Anseios


Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!


Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quirneras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!


Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...


Não 'stendas tuas asas para o longe..
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela,a soluçar...

Ser poeta - Florbela Espanca

Ser poeta


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!


É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!


É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!


E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

O PEGADOR DE BARANGAS - Darkness


O PEGADOR DE BARANGAS





Ditoso e bem dotado

Tanto na beleza

Quanto na virilidade

O nababo ainda possuía

Riqueza de fazer inveja

Charme, lábia, carisma

Além de uma contagiante alegria.



O pegador da turma

Famoso conquistador

Deitava-se em todos leitos

Vencia qualquer mulher

Bastava desejar a incauta

E não tinha limites

Só parava depois de atendido

Era o terror dos namorados

Dos pais, noivos e maridos.



Mas a valentia exacerbada

Tirou-lhe o apetite

Olhava paras as bundas

Cobiçava os fartos seios

Brincava com as oferecidas

Mas já não sentia o tesão

Não lhe tocava o desejo

De ser o garanhão invencível

De servir de cavalgadura

De afundar-se em carnes macias

De se mostrar irresistível.



O desânimo em sua libido

Surgiu com o desapontamento

Vozes abafadas e covardes

Ditavam má fama a seu prestígio

Algumas dondocas desaforadas

Despeitadas por seres preteridas

Propalaram que tanto sucesso

Não era resultado da beleza

Não era habilidade na sedução

Tanto paparico só ocorria

Por causa de sua riqueza.




Para os mais íntimos era passível

Que o pegador se cansara

Depois de tantas bonequinhas

Tantos boquetes e sacanagens

Ele estava entrando em parafuso

Desdenhava as patricinhas

Por pura frescura e viadagem.



O pegador, que na verdade,

Era apenas um Don Juan

Sentiu-se ferido em seu brio

Passou a mal olhar os amigos

Por que o homem é tão interesseiro

Que não preza a hombridade

Ao invés de cultivar veros amigos

Preocupa-se com a aparência

Com as regras da hipócrita sociedade.



Seu lamento arrefeceu num rompante

Aos testemunhar uma agressão

Uma moça sem atrativos

Alvo de ignóbil humilhação

Seu descontentamento nasceu

De uma incisiva traição

Mas a moça sofria reveses

Por causa de sua condição.



Barranga! Rascunho do inferno!

Bruxa! Insossa e aberração!

Foram tantos os maus tratos

Que o nababo se enfureceu

Passou a cortejar a feiosa

Seus antigos companheiros

Ou ignorava com ironia

Ou fazia que esqueceu.



Estima recuperada

A moça lhe agradeceu

Não esperava que ele a namorasse

Sua atenção já valeu.

Mas o rapaz foi mais fundo

Levou a companheira ao motel

Uma noite de paixão

Afundando-se nas carnes

Peitos... bocas... coxas...

Ah, sim, sem se esquecer do bundão.



Aquele ano foi um deleite

Asmas línguas não descansaram

O conquistador mais realizado

Passou a ser azucrinado

De grande pegador de aviões

Foi motivo de muitas zangas

Que fosse, ainda, requisitado

Passou a ser pegador de barangas.


Os mais medonhos tribufus

As mais desengonçadas criaturas

Era vistas em sua companhia

Eram suas únicas conquistas.

Que as outras alfinetassem

Ele não se importava com o desdém

Graça e sensualidade, tesão...

Mesmo as mais feias e sem graça

aquelas que não são vistas tem!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O MAGO



Em tempos de tecnologia avançada, shopping, computadores domésticos, dvd, enfim as modernidades mais chamativas, algumas atividades antigas enfrentavam o ostracismo. As companhias circenses eram uma delas. Os espetáculos já não atraíam mais o mesmo público de antes. Algumas atrações destacavam-se, mas quando ocorria de ser alvo de comentários mais diretos, acabavam deixando a companhia para uma aventura solo nos meios de comunicação de massa.
Por que alguém percorreria o caminho inverso? Esta pergunta não parava de martelar a mente do dono do Circo de Itália. Há seis meses um homem de aspecto estranho o procurara para solicitar espaço na companhia. Devido à falta de um mágico, ele aceitou a oferta, mas agora, começava a duvidar de que tivesse feito uma boa opção.
Não que o mágico fosse ruim, pelo contrário, era exatamente por achá-lo muito bom que vivia desconfiado. Além das habilidades, o mágico diferenciava dos outros por não trabalhar com nenhuma partner, não apresentar nenhum equipamento especial ou passar o tempo exercitando seus talentos. Sem dizer que seu trailer era território proibido a todos.
Naquela noite, ele iria ter uma conversa mais séria com o mágico. Alguns comentários, feitos pelos outros artistas, o estavam deixando muito preocupado. O mais crítico foi aquele que seu antigo domador fez. Mesmo considerando que Jumal andava depressivo pela extinção de seu número, afinal não podiam mais manter animais nos circos, mas não podia deixar de pensar na argumentação que ouviu:
-- Andam dando muita liberdade para este mágico. Nem sabemos quem ele é. E se descobrirmos que ele é algum bandido?
Ainda faltavam duas horas para o início do espetáculo e Giacomo decidiu ir até o trailer do mágico. Ao chegar próximo ao local, ouviu uma conversa delicada entre o homem e Lumara, a mulher de Jumal.
-- Por que não me joga em sua cama e faz aquilo que sei ter vontade?
-- Não costumo compartilhar do corpo de mulheres comprometidas.
-- O que tem demais? Jumal já me traiu tantas vezes.
-- Assunto para ser discutido entre vocês.
-- Pode se arrepender por recusar minha oferta.
-- Não tente nada que possa resultar em tragédia. O circo é uma família e todos seriam afetados.
Contrariada, a mulher abandonou o local. Giacomo aproximou-se lentamente permitindo que o mágico entrasse no trailer. Não desejava dar a impressão de ter ouvido a conversa entre eles. De qualquer modo, foi bom ter ouvido. A postura do mágico indicava que ele era um homem de caráter.
-- Melanto! Chamou sem bater.
A figura imponente e sombria do mágico surgiu à porta. Seus olhos emanavam uma energia tão forte que poucos ousavam mirá-lo.
-- Sim, senhor Giacomo.
-- Preciso ter uma conversa com você.
-- A respeito dos comentários.
-- Você já sabe?
-- O circo não é tão grande assim.
-- Entendo. Isto facilita tudo. Não posso exigir mais do que me apresentou, mas se tivesse algo mais para fornecer...
-- Sinto muito, mas apresentei tudo que podia. Outras informações são pessoais demais.
-- Não me entenda mal, mas os truques que realiza... bem, poderia estar se apresentando em salões de qualquer parte do mundo.
-- Não me interessa a fama. Gosto de mostrar minha arte para as pessoas simples.
-- Isto é que me intriga. Por que esta aversão ao dinheiro?
-- Não se trata de aversão ao dinheiro, mas incompatibilidade com a fama.
-- Acredito que seja verdade, mas poderia estar ganhando muito mais em outro ramo.
-- Dinheiro não me falta. Se desejar, deixo a companhia.
-- Não. Não é meu desejo que nos deixe.
-- Sendo assim, só me resta pedir que confie em mim.
Após a conversa, o dono do circo seguiu para seu motor home. Antes de chegar ao veículo, foi detido por Jumal. Seus olhos estavam vermelhos e frios. Aquele homem metia medo em qualquer um que se colocasse em seu caminho.
-- Então?
-- Então o que?
-- Como foi a conversa com o estranho?
-- Melanto é um homem de princípios nobres. Não deveria duvidar de sua honra.
-- Mas ele é um estranho!
-- E no entanto deu provas de integridade difícil de se ver.
-- Provas! Que provas ele apresentou?
-- Não gostaria de saber.
-- Diga-me, eu exijo!
-- Antes de exigir algo, deveria tomar conta de sua esposa.
A sentença saiu sem que Giacomo desejasse expor com tamanha frieza, mas sei sangue italiano fervia facilmente e Jumal não estava facilitando em nada a conversação.
-- O que tem Lumara?
-- Pergunte a ela o que foi fazer no trailer do mágico.
-- Mentira! Lumara não iria...
Jumal deteve sua frase. Desde que Lumara descobrira suas traições, vivia ameaçando pagar na mesma moeda. Será que aquela rameira teve a ousadia de cumprir aquilo que prometera? Se fosse verdade, iria parti-la em pedacinhos.
Sem nem mesmo se despedir, virou-se como um cão raivoso e partiu para seu trailer. Estava tão furioso que quase arrancou a porta ao entrar.
-- Mulher vadia, o que foi fazer no trailer do mágico! Vociferou assim que a porta bateu.
-- Anda me espionando, agora? Acredito que seja um pouco tarde para isto.
-- Maldita! Eu a mato se tiver tido o atrevimento de me trair!
-- Por que? Não é exatamente o que vem fazendo comigo?
-- Eu vou fazer você arrepender-se de achar que pode me desafiar.
-- Nem mais um passo! Lumara havia se colocado em pé e o encarava com ira. Se ousar encostar um só dedo e m mim, terminará a noite em uma cela da imunda delegacia desta cidade.
-- Não teria coragem!
-- Tente!
As pessoas, que ainda compareciam ao circo para assistir as apresentações, costumavam fazer uma idéia romântica da vida dos artistas que assistiam. Não imaginavam o quanto comum era a rotina de todos. Tão mais próxima da realidade de todos do que supunham, mas era exatamente esta aura de magia e perspectiva de aventura que sempre encantava os mais sensíveis, talvez seja justamente a maior perda de todas.
Jumal não era mais domador do circo, as apresentava-se fazendo números de malabares e equilibrismo que desafiavam o perigo. Seus números eram arriscados, mas seguros. Tudo bem planejado e treinado.
Quando Melanto aparecia tudo mergulhava em uma penumbra enevoada e silenciosa. O picadeiro mostrava-se tão nu quanto uma vedete de boate. Diferente de outros mágicos, ele se apresentava só e sem qualquer equipamento visível.
Durante vinte minutos ele entretinha o público com números de fazer o queixo cair. Seus companheiros de circo era o mais assombrados. Melanto jamais repetia uma mágica. Os números eram sempre diferentes.
Naquela noite, especificamente, dentre as quase cinco dezenas de pessoas presentes, encontrava-se Lara. No frescor de seus vinte anos, ela ainda acalentava a aura romântica que a maioria de suas amigas já haviam abandonado desde a o início da adolescência.
Fosse por esta índole sonhadora, fosse pelo ar de mistério que dominava o ambiente durante a apresentação do mágico ou por algum motivo ainda desconhecido, ela sentiu-se atraída pelo enigmático artista. Tão enigmático que nem mesmo o rosto era possível ver. Uma sisuda máscara cobria-lhe o rosto.
-- O que foi? Perguntou-lhe Amélia, sua prima que a acompanhava.
-- O que?
-- Parece à milhas daqui.
-- Ah, não é nada, não.
-- Não sei que graça você vê em vir até esta pocilga. Poderíamos ter ido ao shopping.
-- Amanhã o shopping ainda vai estar lá.
-- O circo também vai estar aqui.
-- Não. Hoje é a última apresentação.
-- E daí?
-- A última vez que saí com meus pais, foi para ir a um circo.
Amélia, que não era romântica, mas sentia afeto por sua prima, absteve-se de expressar novo argumento em contrário. Depois de quase dez anos convivendo com a prima, sabia o quanto o assunto ainda doía no sensível âmago de Lara.
-- Bem, o espetáculo deve estar para acabar.
-- Pode me esperar um pouco?
-- Onde pretende ir?
-- É só um instante.
-- Certo, mas não demore muito.
Anne deixou a prima sentada na cadeira e saiu da tenda. Assim que colocou os olhos sobre o mágico, sentiu seu coração disparar. A emoção que tomou conta de seu coração embotou qualquer racionalidade. Ela decidiu procurar pelo mágico assim que o número tivesse sido concluído.
Como todos estavam ocupados com um ou outro detalhe das apresentações, ninguém interrompeu seus passos. Com segurança, foi percorrendo os veículos estacionados na parte de trás do circo. Não estranhou que aquele que procurava fosse o último deles.
-- Olá! Tentou chamar a atenção do ocupante.
O silêncio só era quebrado pelo insistente assobiar do vento. A noite estava fria, mas ela não parecia incomodada pelo tempo. Seu coração ainda se mostrava agitado.
-- Pois não?
O timbre incomum da voz a fez arrepiar-se. Não era como um timbre aveludado, igual a dos muitos galanteadores que já haviam tentado seduzi-la, nem fria como o das pessoas que encontrava eventualmente. Aquele timbre guardava um mistério que alimentou sua fantasia.
-- Oi, será que podemos conversar?
-- Não costumo receber ninguém, mas me deixa curioso por sua atitude.
-- Também não estou habituada a tais arroubos, mas não pude me controlar. Seu desempenho na arena foi deslumbrante.
-- Ah, veio para comentar meu número.
-- Na verdade, não sei bem porque vim. Senti que deveria vir e estou aqui.
-- Impulso! Pode se meter em séria encrenca se sair agindo por impulso.
-- Como lhe disse, não costumo agir assim.
-- Está bem, mas o que poderia lhe oferecer?
-- Não sei. Não pensava em nada quando decidi vir.
-- Não sabe o que procura?
-- Não. Quer dizer, penso que saiba, mas não estou bem certa.
-- Um diálogo informal?
-- Talvez.
-- Quer entrar?
-- Posso?
-- Não é comum permitir que entrem em meu trailer, na verdade não permito que ninguém entre, mas vou abrir uma exceção.
A exclusividade de tratamento aumentou a excitação de Lara. Tudo que cercava aquele homem misterioso a deixava mais e mais dominada por uma emoção inédita. Seu coração pulsava e sua alma vibrava como nunca houve acontecer.
O interior do trailer era simples. Além de um assento, que podia ser transformado em cama, um pequeno fogareiro, um freezer, um armário e o banheiro. Nada mais podia ser observado.
-- Onde guarda seus equipamentos de magia?
-- Não uso nenhum.
-- Mas os truques que apresentou foram incríveis.
-- Mente!
-- O que? Não estou mentindo.
-- Oh,não! Não disse que mentia, mente, aqui ó!
Melanto apontou para a cabeça indicando que suas mágicas tinham a ver com a mente humana.
-- Como assim?
-- Já ouviu falar em hipnose, não?
-- Sim, mas hipnotizar todo mundo?
-- Não eram tantas pessoas, assim.
-- Mas nem todas estavam concentradas em sua apresentação.
-- Não preciso que estejam. Posso sentir suas vibrações e manipulá-las como precisar.
-- Isto o torna uma pessoa muito perigosa.
-- Seria, se fosse alguém mal intencionado. Garanto-lhe que não é o caso.
-- Onde aprendeu a arte?
-- Não aprendi. A habilidade que possuo é inata. Quando adquiri consciência do dom que possuía, precisei apenas aprender como orientá-lo de modo a poder controlá-lo conscientemente.
-- Sozinho?
-- Não. Pesquisei muito e quando tinha maturidade suficiente para poder diferencias as pessoas, procurei por um bom e legitimo mestre.
-- Entendo.
-- Satisfeita?
-- Sinto que não.
-- Mas contei-lhe mais do que a qualquer um que me conheça.
-- Não foi atrás de informações sobre seu passado ou seu dom que vim até você.
-- Por que foi, então?
-- Vim atrás do homem que se oculta sob a máscara do mágico fantástico que hipnotiza a multidão.
-- Não estou entendendo.
-- Desejo que realize a mágica mais maravilhosa de todas.
-- O que?
-- Torne-me mulher!
Melanto olhou fixo para a moça. Seu corpo transpirava sedução e calor. Uma onda energética de pura eletricidade emanava do corpo sereno e sensual. Como se tivesse atingido por uma explosão violenta, ele compreendeu que não poderia furtar-se ao contato. Tudo que os envolvia era mágico e convidava a uma entrega sem limites.
-- Seu pedido é um tanto inusitado.
-- Sei que é, mas não estou atrás de laços que possam nos prender. Sinto que meu desabrochar lhe pertence. Não ignore minha oferta.
-- Deveria, mas não sei se consigo resistir.
-- Não resista.
Ao mesmo tempo em que trocavam frases sussurrantes, a distância ia sendo devorada pelos passos silenciosos de seus corpos. Num átimo, seus lábios estavam tão juntos que suas respirações uniam-se num único emanar. O beijo primevo foi um toque suave de duas carnes instigadas por uma aura espectral.
Olhos mirando-se em silêncio, os lábios voltaram a se unir, mas desta vez como se tivessem desejo de se devorarem mutuamente. As línguas se roçavam cm volúpia e as mãos avançavam pelos cabelos e costas.
-- Assim. Sei que você é meu prometido.
-- Se é em que acredita...
A dança da carne principia sua evolução. Os lábios teimam em permanecerem colados enquanto as mãos se alternam em tocar os mais variados pontos dos corpos. Sem movimentos bruscos ou pungentes demais, elas envolvem, suavemente, áreas totais.
No ardor da dança, os lábios se separam e as bocas cobrem partes ainda ressecadas. As orelhas ganham beijos e mordidas leves, as línguas invadem os canais auditivos provocando suspiros e arrepios esfuziantes. A libido se intensifica no mesmo ritmo dos amantes.
Entre um beijo e outro, a exploração prossegue serenamente. As bocas avançam sobre a superfície superior levando suas umidades até os pescoços. Outra vez se encontram permitindo que as línguas voltem a se enroscar com sofreguidão.
Assumindo a iniciativa, Melanto deixa-se escorregar um pouco. Acolhe os seios em suas mãos sentindo a rigidez dos mamilos, lentamente solta os botões que os aprisionam. A liberdade é total, uma vez que Anne não os reprime com outra peça.
Seu bailado é suave e ritmado. Como se estivesse tocando pétalas aveludadas e frágeis, ele alisa os montes peitorais incentivando a excitação. Delícia infinita, dedilha os mamilos com a mesma suavidade.
Aos poucos vai vencendo a distância que separa sua boca dos seios pulsantes. Seu desejo é prolongar o ato até a eternidade e, para tanto, segue com a mesma letargia. A umidade da boca mistura-se a seiva corporal, os sentidos denotam o calor que os domina.
Um leve beijar cobre os mamilos. A quentura do hálito que o toca deixa a moça quase entregue. Não há um sugar mais vivo, apenas beijos leves que aumentam a sensação de delírio. Os mamilos intumescidos ardem de desejo de serem mamados com ardor.
Finalmente a boca decide-se por devorar os agitados seios. Primeiramente dedica-se ao enlevo do mais próximo. A língua que se enroscava com a outra, agora passeia por sobre o mamilo escolhido. Mas a atenção deve ser dividida; o outro monte também anseia pelas mesmas carícias.
Em compasso alternado, ele vai atendendo ao apelo da companheira. Não existe um tempo ou uma norma a seguir. Colhe os seios com avidez, sem se preocupar com a demora ou a rapidez que os suga. É certo que o faz com maestria, pois a fêmea geme e treme.
Antes que ela possa controlar-se, ele queda ainda mais. Ao mesmo instante que sua boca segue na direção mais desejada, suas mãos cuidam em desfazer-se dos óbices flanelados. A calça desaba sem o apoio dos botões, expondo um par de coxas macios, porém firmes e bem torneados.
O aroma, da flor em brasa, chega às narinas do mago fazendo-o revirar os olhos. Quanta docilidade ainda a explorar... Sem desfazer-se do minúsculo tecido que lacra a caverna, ele massageia a deliciosa bunda. Estando para colidir com a pélvis, comprime a bunda com mais vigor.
Mesmo por sobre o pano, é possível sentir todo calor que consome aquela carne esfomeada. Melanto adia o descerrar da entrada e volta a subir até o peito. Seu agir a deixa inconformada, mas logo percebe o intento do mago.
Tomando-a em seus barcos, eleva-a do chão conduzindo-a até uma cama que ela não notara existir ali. Abstraindo-se um pouco das carícias, surpreende-se ao não reconhecer o ambiente. Onde estariam os elementos que havia visto ao entrar?
O lapso de distração foi curto demais para mantê-la ocupada com tal pensamento. Tão logo sente o contato macio do leito em seu dorso, volta a atentar apenas para a dança do sexo. Melanto admira sua formosura e suspira embevecido. Tanto tempo sem ter a companhia de uma mulher e eis que surge uma ninfa encantadora.
Com agilidade, ele volta a acariciá-la. Novamente sorve da rigidez de seus seios, estimulando seus mamilos. Sofregamente apodera-se de seus lábios invadindo sua boca com sua língua desvairada. O balé reinicia-se em alta voltagem.
Aprumando-se, deixa que suas mãos percorram o delicioso corpo nu. O deslizar suave a deixa totalmente entregue. Sente que valeu a pena ter esperado tanto tempo. Seu coração não a enganou, está na companhia do homem que sempre esteve em seus sonhos.
Sem que ela percebesse, as mãos hábeis descerraram a caverna permitindo que o mago admirasse toda sua formosura. De olhos fechados, ela tentava adiantar-se às ações que ele praticava, mas não encontrava eco a suas aspirações. Como para provocar-lhe sensações divergentes, ele sempre agia em uma parte que ela não aventara ser tocada.
Deslizando sobre o corpo, ele fez sua língua percorrer o espaço que a separava da tão desejada sedução. Iniciando o percurso nos seios, avançou lentamente sentindo a pulsação de cada centímetro do corpo. Aos poucos, ela foi se dando conta do próximo passo.
O sopro quente chegou ao monte pubiano. Os pelos eriçaram fazendo com que seu corpo tremesse sob impacto de uma descarga violenta. Sua flor estava preste a ser sugada e invadida pela boca e pela língua que ainda há pouco devorava seus seios.
Como que para provocá-la ainda mais, ele esnobou a fervente gruta e beijou suas coxas. Deslizou até o final da perna, colou-se a outra e subiu até voltar ao monte pubiano. Segredos e mistérios povoavam a mente de Anne enquanto sua carne tremia sob efeito das carícias.
Finalmente o beijo mais esperado. A boca colou-se a vagina, a língua invadiu-a com destreza. Sentindo o odor adocicado da flor, Melanto sorveu o rígido apêndice que tanto tesão propiciava a sussurrante moça. O clitóris tremeu com a mesma intensidade do corpo, Anne delirava.
Instintivamente ela contraiu as coxas prendendo-o entre ambas. Mesmo sentindo-se sufocado, ele não abandonou seu exercício; deslizava sua língua com a mesma vontade do início. O tesão era tanto que ao abrir os olhos por um segundo, ela se viu em pleno ar. Sentiu como se nada tocasse seu corpo além do corpo de seu amante.
Solta como estava, ela planava sem temor. A língua de Melanto a pousar em seu grelinho ou bailando em sua gruta, fazia-a sentir-se a mulher mais realizada; por que se deixaria incomodar por descobrir-se em um ambiente totalmente vazio?
Repentinamente ela sentiu que a língua procurava outra abertura. O anelzinho piscante sentiu quando o músculo tocou-o com ousadia. Em movimentos circulares, ele o preparava para sensações de múltiplos estertores.
Era, enfim, o momento de sua realização. O homem que a tinha por completo, a faria conhecer todos prazeres que a carne pode receber e ofertar. Se sua grutinha já se sentia preparada para a defloração, seu anelzinho começava a receber a mesma atenção.
Sem qualquer elemento para servir de referencial cartesiano, ela movia-se com total liberdade. Suas mãos procuraram o corpo do amante e quando encontrou um apoio, prendeu-se a ele como se fosse a única salvação em um oceano sem fim.
Melanto sentiu quando sua cabeça foi agarrada com força desmedida. Sentiu que unhas penetravam em seu couro cabeludo, mas ignorou a incipiente dor e continuou em sua exploração. Sentir aquele orifício ainda virgem piscando sob efeito de sua ação, o deixava quase insensível a outras sensações.
O delírio aproximava-se de seu auge; os tremores que dominavam o corpo da fêmea se intensificavam; ela já não gemia, urrava de tanto prazer, suas mãos agitavam-se e voltavam a prender-se n cabeça que sorvia sua graça. Com violenta pressão, voltou a prender a cabeça entre suas coxas, cravou as unhas no dorso do amante e encheu o ar com seu grito de satisfação. Mesmo antes de sentir-se mulher, experimentava o prazer dos prazeres, suspirando de modo intermitente, ela saboreava as sensações de seu gozo.
Passada a tempestade, o silêncio imperou absoluto. A carne refazia-se lentamente enquanto as energias se reequilibravam. Anne sentia-se solta como se nada a estivesse sustendo. Sentia como se fosse um corpo a deriva em uma vazio sem fim.
Melanto empregava seu dom envolvendo-a com sensações que alienavam a realidade. Aproximou-se encostando seu corpo ao dela. O calor de ambos permitiu que ele sentisse as vibrações que ainda a dominavam. Paciente, ele esperaria até que ela estivesse pronta para recomeçarem.
A proximidade do corpo do amante, fez Anne sentir-se tão bem que ela o enlaçou com seus braços. O contato silencioso e imóvel prolongou-se por alguns minutos. Toques involuntários, originados do roçar dos corpos, começaram a despertar a libido. Anne gemeu levemente e abriu os olhos como que convidando Melanto a voltar a explorá-la.
-- Quero senti-lo em mim!
O êxtase maior ainda estava para ser vivenciado. Melanto a deixou livre para poder contemplar sua formosa nudez. Sorriu com carinho fazendo-a sentir-se plena de segurança. A amplitude do vazio os tocava com tanto envolvimento que eles eram como dois corpos soltos a vagarem por um espaço sem limites.
Melanto incentivou-a a sentir o mesmo prazer que ele sentiu quando explorou seu corpo. Com movimentos suaves e carinhosos, ele a fez ver o que esperava de sua amante. Beijando-a ternamente, segredou-lhe os pormenores dos próximos passos a serem realizados.
Segura de que somente prazer poderia nascer daquele encontro, ela aceitou as indicações e sorriu dominada por uma felicidade que não sentira jamais. Ser mulher a estava deixando muito mais satisfeita do que poderia imaginar.
Os beijos trocados incendiavam-na provocando arrepios por todo seu corpo. Lentamente ela foi distribuindo seus beijos por partes múltiplas. A boca e os lábios já não se satisfaziam mais em tocarem seus iguais, a nuca, as orelhas, os olhos, o peito desnudo, o ventre agitado... ah, que instrumento magnífico ele tinha.
Não contida como ele fora, ela beijou sofreguidamente o membro rijo que parecia mirá-la desafiadoramente. Ao sentir o odor e sentir o sabor do membro, ela recuou. A sensação inédita provocou um misto de desejo e recusa em abocanhar a dura vara. Somente os carinhos constantes de Melanto a fizeram olvidar o pejo incentivando-a a prosseguir em seu intento.
Sem a mesma habilidade do amante, ela enfiou todo o cacete em sua boca. O impacto foi imediatamente repelido. Sua respiração ofegou e ela receou repetir o gesto. Melanto chegou em seu ouvido e sussurrou:
-- Devagar, como se estivesse chupando um sorvete.
Anne olhou-o entre indecisa e desejoso de atendê-lo, mas ao cruzar com o olhar ardente, sentiu como se labaredas incandescentes eclodissem em seu âmago. O fogo subiu-lhe a vulva e sua bucetinha ficou molhada e pulsante.
Olvidando a primeira sensação, ela voltou a abaixar a cabeça em direção ao potente membro. Menos afoita, encostou a cabeça do cacete em seus lábios, premiu-o, esfregou-o nos carnudos corpos labiais, segurou-o pela base e foi engolindo-o lentamente.
Seguindo a orientação de Melanto, imaginou-se chupando um delicioso sorvete; antes que o membro a fizesse engasgar, retirou-o da boca. As mãos afáveis de Melanto percorrendo a extensão de sua bunda, convenceu-a de ter agido corretamente. Sorriu e voou a repetir o movimento.
Aos poucos ela foi se soltando e controlando sua impetuosidade. Com movimentos suaves, engolia e expulsava o cacete sem que ele chegasse a sair totalmente de sua boca. Melanto afagou-lhe os cabelos e gemeu com satisfação.
Enquanto ela seguia em sua exploração, ele foi se ajeitando até que sua boca ficou colada a sua coxa esquerda. Mais um pouco de jeito e ele conseguiu colocá-la na posição desejada. Com sua cabeça entre as pernas dela e com ela sobre seu corpo, estavam prontos para iniciar um delicioso sessenta e nove.
Ainda insegura, ela continuou a chupar o falo sem incomodar-se com a movimentação do amante, mas assim que sentiu o contato da língua com seu grelinho, arrepiou-se toda e gemeu como quem é atingida por uma descarga eletrizante. Para alguém que se guardara para um momento especial, este momento estava se revelando muito além de qualquer expectativa.
Melanto conduzia a relação objetivando o prazer e a realização de sua companheira. Já tivera parceiras demais para deixar se levar por seus próprios desejos, não que não estivesse sentido prazer, mas seu maior prazer nascia da satisfação que propiciava a sua companhia.
Com sua habilidade, distribuía seu carinho entre a bucetinha e o cuzinho sem estender-se neste ou naquela mais do que o mesmo tempo. Anne sentia-se plenamente dominada por sua libido e mostrava um pouco de dificuldade em retribuir os carinhos que recebia. Por diversas vezes afastou o cacete da boca para poder soltar profundo suspiro ou violento gemido.
Os movimentos eram cadenciados e os corpos entregavam-se sem limites, mas o instinto do macho alertou o amante para que eles não fossem além do desejado. Anne já gozara incentivada por sua língua e aquela posição deveria servir apenas como preâmbulo para o desfecho do ato.
Um leve tapa na bundinha macia fez Anne elevar-se e olhá-lo com ar indignado. Melanto sorriu da reação e aproveitou que ela abandonou seu cacete para levantar-se. Ergueu-a delicadamente, aproximou-se com suavidade e sussurrou:
-- Está na hora de se tornar mulher.
-- Vai invadir minha grutinha com sua vara?
-- Como gostaria que fosse?
-- Não sei, estou um pouco nervosa.
-- Deite-se e confie em mim.
-- Confio plenamente.
Com delicadeza ele a fez deitar-se. Espargiu um líquido oleoso pelo corpo de seu pênis e preparou-se para a investida. O aroma adocicado do óleo que ele usou provocou um relaxamento imediato em sua amante. Expert como era, ele sabia que produtos usar para cada ocasião.
-- Vem, me faz mulher! Ela gemeu com lasciva.
Melanto cobriu seu corpo, apalpou a entrada da bucetinha e encostou a cabeça do membro. Antes de afundá-lo nas entranhas umedecidas e ardentes, ele beijou-a nos lábios, nas orelhas, no pescoço, nos seios... enquanto a distraía com seus beijos, foi afundando a vara com movimento lento e suave.
-- Ahhh, como é gostoso! Ela gemeu.
Como se não tivesse ouvido nada, ele prosseguiu em seu movimento. Cada centímetro avançado era uma conquista para ambos. Anne sentia-se vencida e vitoriosa; Melanto sentia o sabor virginal e a resistência carnal serem conquistados pouco-a-pouco.
Quando finalmente sentiu que suas bolas tocavam a parte inferior da bundinha, ele afrouxou o apoio de seus barcos descendo seu corpo sobre o dela. Por alguns minutos ele não se moveu nem tomou qualquer outra atitude. A imobilidade concedeu tempo para que a bucetinha acostumasse com o volume e se moldasse a massa que tinha em seu interior.
Segurando-a pelas costas e arcando um pouco seu quadril, ele começou com o movimento de vai e vem. À medida que a vara deixava o interior de sua bucetinha, Anne sentia como se um vazio gigantesco tomasse conta de sua intimidade, mas quando a vara voltava a afundar-se em sua carne, ela regozijava por sentir-se novamente preenchida.
A cadência do movimento foi sendo alternada entre lenta e célere. Sempre que sentia a excitação, de sua amante, chegar próxima do momento crítico, ele diminuía suas investidas na intenção de prolongar a relação. Quando ela sentia que ele arrefecia, aproveitava para adaptar-se ainda mais a união de seus corpos, suas pernas trançavam-se nas costas e seus braços envolviam-no pelo dorso superior.
A suavidade dos movimentos fazia-a abstrair-se de tudo que não estivesse relacionado a suas sensações carnais. Sua mente viajava por paragens tão distantes da realidade que o ambiente perdia-se em um aglomerado de cores e odores indistintos. Seus instintos a levavam por caminhos que jamais imaginara trilhar e seu desejo a preenchia com uma satisfação inédita.
Conduzida com segurança pelo amante, ela prolongou sua entrega por tempo infinito. Perdida nas carícias que recebia, não atinava mais com o lapso temporal que os envolvia, só sentia o prazer de ser tornada mulher por um amante tão experiente e carinhoso.
Um pouco mais de investidas suaves e Melanto concluiu que não dava mais para adiar o momento do êxtase maior. Acelerou seus movimentos atingindo velocidade vertiginosa. O entra e sai mais as batidas das bolas em sua bunda, forneceram a Anne o estimulo final para que sua libido explodisse em um gozo arrebatador.
-- Ahhh, é muito bom, uma delícia!
O gozo trouxe o relaxamento total. Melanto sentiu a frouxidão do corpo requisitar repouso e permitiu que ela se acomodasse no leito. Sem querer ou provocativamente, ela virou-se deixando toda exuberância de sua bunda exposta ao olhar guloso do amante.
Sem esperar que ela voltasse a assumir nova posição, ele deitou sua boca no oferecido rugoso e passou a chupá-lo com sofreguidão. A atitude dele foi como uma surpresa para ela que acreditava já ter experimentado de tudo, mas não demonstrou nenhuma contrariedade, ao contrário, sentiu-se muito bem em receber carícias mesmo depois de ter explodido seu tesão.
A língua de Melanto brincou com o anelzinho por longos minutos. Sequiosamente invadia-o até o limite que a rigidez do músculo permitia. Sua saliva deixava o botãozinho molhado e fazia-o piscar descontroladamente. Anne estranhou sua reação. O fato de estar relaxada a fazia acreditar que ainda demoraria um longo tempo até excitar-se novamente.
Ao perceber as contrações mais repetitivas do cuzinho, Melanto preparou-se para executar aquela que era sua mais ardente vontade no momento. Besuntou o membro com o mesmo óleo que usara e aproximou-o da entrada do buraquinho tão desejado.
-- O que faz?
-- Vou proporcionar-lhe todo prazer que merece.
-- Mas aí atrás?
-- Apenas deixe que sua mente se perca no prazer.
Ao sentir a cabeça oleosa encostar-se na porta de seu cuzinho, ela sentiu uma corrente poderosa percorrer todo seu corpo. Mesmo estando lubrificada pela saliva dele e o membro todo untado, a resistência do anel era muito grande. As primeiras pregas que se romperam causaram-lhe um desconforto persistente, mas ela não tentou nenhuma recusa na investida do amante. Seu desempenho anterior a deixava segura de que o prazer viria.
Mais suavemente do que quando invadiu a bucetinha, Melanto foi fazendo sua vara avançar dentro do buraquinho apertado. Assim como o rugoso sentia as pregas serem rompidas, ele sentia que seu cacete era esfolado a cada avanço. A dor inicial antecedia o prazer e ele prosseguiu em sua invasão.
Acariciando-a nos seios, no grelinho, na bunda e em todas as partes que suas mãos conseguiam chegar, ele foi fazendo-a olvidar o desconforto causado pela imensa torra que rompia suas pregas. Algumas mordidas na base da nuca e outros beijos no dorso, provocaram reações agradáveis em Lara.
Lentamente o membro avançou dentro do cuzinho e logo nada mais havia para ser colocado para dentro. Sem iniciar o movimento de vai e vem, ele passou a mover-se lateralmente fazendo o membro balançar dentro do canal recém conquistado. O roçar das bolas em sua bucetinha, começou a excitá-la.
O rodopio do membro em seu rabo, resultou em uma acomodação das pregas e permitiu que o cacete movesse-se mais livremente quando Melanto decidiu retirá-lo do cuzinho. Anne sentiu cada centímetro que o membro moveu em dentro de seu rabo. Ia sentir o alívio de tê-lo vazio quando a pressão voltou a aumentar e o cacete penetrou-o novamente.
Um grito, misto de dor e prazer, perdeu-se no ar.
A partir de então, Melanto passou a mover-se para dento e para fora do ardoroso rabinho. Se a princípio ela resistiu um pouco, não demorou a que rebolasse com tanta sofreguidão quanto ele a invadia. O tesão voltara a despertar e ela sentia que sua carne tremia e era constantemente tomada por descargas elétricas.
Dominada por um macho competente e carinhoso, seduzida por sua própria vontade, ela rebolou e gemeu com tamanha fúria que Melanto teve que se esforçar para não explodir antes do momento desejado. Seu cacete já não encontrava mais resistência alguma em invadir o cuzinho. As pregas haviam sido rompidas e ele tinha livre trânsito pelo canal.
Suas carícias nas partes de Anne estimularam-na tanto que ela apertava os músculos do cu como se desejando refazer suas pregas, mas o máximo que conseguia era que as estocadas se tornassem mais contundentes e as batidas das bolas, em sua buceta, a deixassem ainda mais excitada.
Gemidos, gritos, sussurros, aranhões, tensões, excitação... o conjunto de todas reações, sensações e motivações prementes ao ato levaram-nos a uma explosão sem igual. Urrando como uma louca desvairada, Anne sentiu seu gozo eclodir ainda mais violentamente. Melanto, que se reservava como um valente, despejou todo seu tesão no rabinho de Lara. A porra jorrou com tanta impetuosidade e ardência que ele premiu ainda mais o corpo de sua amante.
Desejos atendidos, corpos extenuados, instintos satisfeitos, eles quedaram no leito e, enlaçados como estavam, entregaram-se a um repouso restabelecedor. A mente de Anne ainda vagava por um ambiente muito diverso daquele que os envolviam. Ela sentia-se como se ainda estivesse solta em pleno espaço e deitada sobre uma sedosa nuvem celestial.
Ao despertar, ela olhou seu amante com felicidade. Sentia-se muito bem e agradecida. Ter se tornado mulher foi muito mais satisfatório do que havia idealizado. Demorou a se entregar a alguém, mas encontrou o homem certo para fazê-lo.
-- Em que está pensando? Ela perguntou ao notar que Melanto a admirava.
-- Agradeço o quanto soeu feliz por ter tido o privilégio de tê-la em meus braços.
-- Também estou muito feliz por ter desfrutado de momentos tão adorados.
-- Será a única?
-- Acredito que sim. Você me fez mulher, mas tem seu caminho a seguir. Eu ficarei aqui, esperando que um dia possa encontra outro tão bom quanto você.
-- Que esta espera seja breve, então.
O espetáculo estava para acabar quando Anne voltou a sentar-se ao lado de sua prima.
-- Onde esteve? Perguntou-lhe Amélia.
-- No céu.
-- O que?
-- Nada não. Depois eu te conto, agora quero curtir tudo que ainda sinto em mim.
-- Andou trepando?
-- Psiu, depois de conto tudo.
Amélia estranhou o sorriso de satisfação que decorava o semblante da prima, mas soube conter-se. Sabia que fosse o que fosse que tivesse se passado, ela se deliciaria ouvindo o relato da prima. Sentindo que a narrativa envolvia muito sexo, sorriu também, afinal sempre que elas conversavam sobre assuntos picantes, acabavam se amando ardentemente.

Néon


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